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Caderno de Estudos PDF Gestão II

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Prévia do material em texto

Curso 
PEDAGOGIA 
 
Disciplina 
GESTÃO 
EDUCACIONAL II 
Dinair da HORA 
 
 
 
2011.1
 
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Olá caros(as) estudantes! Meu nome é DINAIR LEAL DA HORA. Sou 
formada em Pedagogia e Letras, especialista em Planejamento e 
Avaliação Educacional pela Unama; Mestre em Educação: Supervisão e 
Currículo pela PUC/SP; Doutora em Educação: Administração e 
Supervisão Educacional pela UNICAMP e Pós-doutora em Educação: 
Administração Escolar e Economia da Educação pela USP. 
 
Atualmente sou pesquisadora e professora no curso de Pedagogia e do 
mestrado em Educação, Comunicação e Cultura da Faculdade de 
Educação da Baixada Fluminense – FEBF/UERJ e Analista em Ciência e 
Tecnologia da Fundação Oswaldo Cruz. Nesses cargos desenvolvo 
atividades relativas à formação inicial e continuada de educadores, 
tanto para o exercício da docência básica e do ensino superior, como 
na formação dos profissionais da gestão educativa. 
 
Participo em diversos eventos científicos, nacionais e internacionais, 
apresentando os resultados de meus trabalhos na área da política 
educacional, além de ser autora de livros e artigos que tratam em 
especial do campo da gestão democrática de sistemas educacionais e 
instituições escolares. 
 
Espero que, no desenvolvimento deste módulo possamos, eu e vocês, 
estabelecer uma relação de aprendizagem bastante produtiva, 
consistente, criativa e prazerosa. 
 
Um grande abraço! 
 
 
 
 
 
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07 Apresentação 
 
09 
Aula 1 
Formação e competências do 
pedagogo no contexto atual 
 
29 
Aula 2 
Pedagogia pára-além da escola 
 
69 
Aula 3 
Pedagogia empresarial: um campo 
em expansão 
 
99 
Aula 4 
Pedagogia no terceiro setor 
 
121 
Aula 5 
Planejamento e gestão de projetos 
sócio-educacionais 
 
149 Referências bibliográficas 
 
Gestão Educacional II 
 
 
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Prezados(as) alunos(as), a disciplina Gestão Educacional II tem 
como finalidade mais ampla complementar e aprofundar seus 
conhecimentos sobre gestão, trazendo novas informações e 
discutindo outros assuntos que você precisa apreender sobre a 
ação do pedagogo. Neste caderno trataremos de temas referentes 
à formação e aos saberes colocados para o pedagogo, definidos 
pelas novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Pedagogia 
que inclui além dos conhecimentos escolares, os novos campos de 
atuação que exigem conhecimentos pedagógicos o que amplia o 
campo de trabalho do pedagogo. Discutiremos a ação dos 
pedagogos nas instituições de saúde, nas instituições judiciárias, 
nos museus e nos meios de comunicação de massa e daremos 
destaque à pedagogia no campo empresarial e nas organizações 
não governamentais, chamada de terceiro setor. Como 
instrumentalização para o trabalho do pedagogo, apresentaremos 
formas de planejar e gerir projetos sócio-educacionais, 
necessários para atuar em espaços não escolares. Esses 
conteúdos são necessários para ampliarmos e aprofundarmos 
nossos saberes e fazeres do profissional pedagogo no contexto 
atual. 
 
 
 
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Este caderno de estudos tem como objetivos: 
 
 Analisar as novas determinações para a formação do pedagogo 
na educação brasileira, identificando as competências 
necessárias para o exercício da profissão. 
 Conhecer as ações do pedagogo em instituições não escolares 
(hospitais, justiça, museus, meios de comunicação de massa). 
 Compreender princípios e métodos da pedagogia empresarial, 
apropriando-se de fundamentos adequados ao trabalho na 
educação corporativa. 
 Discutir as concepções e as práticas da ação pedagógica no 
terceiro setor, identificando atividades executadas pelo 
pedagogo em organizações não-governamentais. 
 Aplicar os conhecimentos técnicos na elaboração e gestão de 
projetos sócio-educativos. 
 
Formação e 
competências do 
pedagogo no 
contexto atual 
 
Dinair Leal da Hora 
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 Esta aula, intitulada formação e competências do pedagogo atual 
apresenta conteúdos organizados em dois itens. O primeiro item 
traz uma discussão a respeito das novas diretrizes para o curso de 
Pedagogia, que expressam os princípios organizativos e a 
concepções do processo de formação dos pedagogos. No segundo 
item temos a apresentação dos novos saberes e fazeres para o 
pedagogo, destacando as competências e habilidades para 
atuação tanto no campo da docência como na gestão educacional. 
Durante seus estudos desta aula, procure refletir sobre as novas 
exigências que hoje são postas para a sua futura profissão, 
focando sua atenção nos destaques apontados, procurando ler os 
textos indicados, realizando as atividades propostas tendo como 
propósito sempre o alcance de uma formação consistente para 
que sua prática profissional seja qualitativa. 
 
Bom trabalho! 
 
 
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Identificar os principais elementos presentes nas novas 
diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia; 
 Reconhecer os novos saberes e fazeres, competências e 
habilidades para o pedagogo no atual contexto da educação 
brasileira. 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 9 
Introdução 
 
Desde os meados da década de 1980 do século 
XX, os cursos de Pedagogia ministrados no Brasil 
organizavam-se de duas formas: uma que era de 
acordo com o modelo tradicional definido pelo Parecer 
do Conselho Federal de Educação – CFE no. 252/69, 
que formava profissionais habilitados para exercer a 
docência das disciplinas pedagógicas nos cursos de 
Magistério em nível médio e profissionais licenciados 
conhecidos como especialistas, para atuarem nas 
escolas e nos sistemas de ensino, exercendo as funções 
de administradores escolares, supervisores e 
orientadores educacionais e inspetores do ensino. 
 
A segunda forma de organização do curso de 
Pedagogia apresentava um novo modelo, que formava 
licenciados habilitados para o exercício do magistério 
nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e, em alguns 
casos, na Educação Infantil e para o magistério das 
disciplinas pedagógicas do nível médio. A implantação 
desse novo modelo por diferentes instituições de ensino 
superior foi acolhida pelo CFE, que autorizou as 
primeiras experiências e, posteriormente, pelo 
Conselho Nacional de Educação – CNE, através de 
Pareceres específicos. 
 
De acordo com o Parecer CFE nº 
252/69, o curso de pedagogia tinha 
por finalidade preparar profissionais 
para o setor da educação, contando 
com uma parte comum e outra 
diversificada. A primeira constituída 
por matérias básicas à formação de 
qualquer profissional da área e a 
segunda, já propriamente 
profissionalizante, correspondendo 
“desde logo” às necessidades 
pedagógicas mencionadas na Lei nº 
5.540/68. 
As disciplinas profissionalizantes 
definidas no art. 30 da Lei nº 5540/68 
e ampliadas pelo parecer CFE nº 252/69 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 10 
contaram com as seguintes 
habilitações, a serem oferecidas em 
nível de graduação: Magistério das 
Disciplinas Pedagógicas do Segundo 
Grau, Orientação Educacional, 
Administração Escolar, Supervisão 
Escolar e Inspeção Escolar (...) 
O curso de Pedagogiareestruturado 
pelo Parecer CFE nº 252/69, 
privilegiou o modelo tecnicista de 
formação de professores e de 
especialistas, proporcionando a 
fragmentação do trabalho pedagógico 
e contribuindo para dividir a formação 
do pedagogo em habilitações técnicas 
na graduação. 
(Fonseca, 2006) 
 
É importante destacar que este segundo 
modo de organização do curso de Pedagogia – 
formação de professores – tornou-se 
predominante na década de 90 sem, contudo, o 
antigo modelo ter sido extinto. Assim, muitas 
Instituições de Ensino Superior – IES agregaram 
à habilitação para o magistério, uma ou mais 
habilitações de especialistas, obedecendo 
parcialmente ao Parecer CFE 252/69. Este 
predomínio foi uma decorrência natural do 
entendimento cada vez mais claro da urgência 
em realizar uma formação em nível superior às 
novas gerações de professores, como 
instrumento de aperfeiçoamento profissional e, 
conseqüentemente, de melhoria do ensino 
fundamental e da educação infantil do país. 
 
No processo de consolidação do novo 
modelo de curso, boa parte das instituições 
formadoras tem contemplado o atendimento a 
demandas sociais específicas com a oferta de 
disciplinas optativas, enriquecimento curricular, 
cursos de extensão e desenvolvimento de 
projetos especiais. 
 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 11 
Nesta última categoria, encontra-se a formação 
para a docência na Educação de Jovens e Adultos, na 
Educação Indígena, na Educação para os portadores de 
necessidades educativas especiais, entre outras, a 
partir da capacidade instalada e do desenvolvimento da 
pesquisa das respectivas áreas nessas instituições. 
 
Porém, a maioria das práticas inovadoras que 
foram adotadas na renovação dos Cursos de Pedagogia 
nos últimos quinze anos foram ignoradas pelos 
reformadores oficiais que instauraram uma nova ordem 
para a educação do país, no momento da elaboração da 
nova Lei de Diretrizes e Bases, a LDB nº 9.394, de 20 
de dezembro de 1996. 
 
Nesta aula trataremos dos principais elementos 
presentes nas novas diretrizes curriculares para o Curso 
de Pedagogia e dos novos saberes para os profissionais 
da Pedagogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI No. 9.394/96 
TÍTULO VI 
Dos Profissionais da Educação 
 
Art. 61. A formação de profissionais da educação, 
de modo a atender aos objetivos dos diferentes 
níveis e modalidades de ensino e às características 
de cada fase do desenvolvimento do educando, 
terá como fundamentos 
I - a associação entre teorias e práticas, 
inclusive mediante a capacitação em serviço; 
II - aproveitamento da formação e experiências 
anteriores em instituições de ensino e outras 
atividades. 
 
Art. 62. A formação de docentes para atuar na 
educação básica far-se-á em nível superior, em 
curso de licenciatura, de graduação plena, em 
universidades e institutos superiores de educação, 
admitida, como formação mínima para o exercício 
do magistério na educação infantil e nas quatro 
primeiras séries do ensino fundamental, a 
oferecida em nível médio, na modalidade Normal. 
Art. 63. Os institutos superiores de educação 
manterão: 
I - cursos formadores de profissionais para a 
educação básica, inclusive o curso normal 
superior, destinado à formação de docentes 
para a educação infantil e para as primeiras 
séries do ensino fundamental; 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II - programas de formação pedagógica para 
portadores de diplomas de educação superior 
que queiram se dedicar à educação básica; 
III - programas de educação continuada para 
os profissionais de educação dos diversos 
níveis. 
 
Art. 64. A formação de profissionais de educação 
para administração, planejamento, inspeção, 
supervisão e orientação educacional para a 
educação básica, será feita em cursos de 
graduação em pedagogia ou em nível de pós-
graduação, a critério da instituição de ensino, 
garantida, nesta formação, a base comum 
nacional. 
 
Art. 65. A formação docente, exceto para a 
educação superior, incluirá prática de ensino de, 
no mínimo, trezentas horas. 
 
Art. 66. A preparação para o exercício do 
magistério superior far-se-á em nível de pós-
graduação, prioritariamente em programas de 
mestrado e doutorado. 
Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por 
universidade com curso de doutorado em área 
afim, poderá suprir a exigência de título 
acadêmico. 
 
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a 
valorização dos profissionais da educação, 
assegurando-lhes, inclusive nos termos dos 
estatutos e dos planos de carreira do magistério 
público: 
I - ingresso exclusivamente por concurso 
público de provas e títulos; 
II - aperfeiçoamento profissional continuado, 
inclusive com licenciamento periódico 
remunerado para esse fim; 
III - piso salarial profissional; 
IV - progressão funcional baseada na titulação 
ou habilitação, e na avaliação do desempenho; 
V - período reservado a estudos, planejamento 
e avaliação, incluído na carga de trabalho; 
VI - condições adequadas de trabalho.. 
 
§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o 
exercício profissional de quaisquer outras funções 
de magistério, nos termos das normas de cada 
sistema de ensino. 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diante das sucessivas determinações legais que 
se procuravam regulamentar os dispositivos da Lei, 
instituições, entidades de classe e educadores 
responsáveis pelos cursos de Pedagogia, foram em 
busca de diálogo com o Conselho Nacional de Educação 
e com o Ministério de Educação, procurando não 
apenas tornar claros os dados da realidade dos Cursos, 
mas também explicitar as razões de seu desacordo com 
os rumos traçados pelas novas políticas 
governamentais em relação aos mesmos. Os resultados 
dessa busca revelam-se na RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, 
DE 15 DE MAIO DE 2006 que institui Diretrizes 
Curriculares Nacionais – DCN para o Curso de 
Graduação em Pedagogia, licenciatura. 
 
DIRETRIZES CURRICULARES PARA A FORMAÇÃO 
DO PEDAGOGO 
 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso 
de Pedagogia – DCN-Pedagogia, expressas nos 
Pareceres CNE/CP n. 05/2005, 01/2006 e na Resolução 
CNE/CP n. 01/2006, marcam novo tempo e apontam 
para novos debates no campo da formação do 
profissional da educação no curso de Pedagogia, na 
intenção de aprofundar e consolidar sempre mais as 
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e 
no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são 
consideradas funções de magistério as exercidas por 
professores e especialistas em educação no 
desempenho de atividades educativas, quando 
exercidas em estabelecimento de educação básica 
em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, 
além do exercício da docência, as de direção de 
unidade escolar e as de coordenação e 
assessoramento pedagógico. 
Quer 
saber mais? 
 
 
Quer saber mais 
sobre as Diretrizes 
Curriculares do 
curso de Pedagogia, 
acesse o endereço a 
seguir: 
 
http://www.ced. 
ufsc.br/nova/ 
Documentos%20das 
%20entidades/ 
PropostaForumdir 
DCNs.htm 
 
 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 14 
discussões, as reflexõesnesse campo. Esse 
aprofundamento contribui para a compreensão 
mais clara e precisa dos contornos e das 
perspectivas que essa formação poderá assumir 
na organização dos currículos do curso e nas 
práticas de formação decorrentes das diretrizes 
aprovadas. 
 
As DCN-Pedagogia definem a sua 
destinação, sua aplicação e a abrangência da 
formação a ser desenvolvida nesse curso e 
aplicam-se: a) à formação inicial para o 
exercício da docência na educação infantil e nos 
anos iniciais do ensino fundamental; b) aos 
cursos de ensino médio de modalidade normal e 
em cursos de educação profissional; c) à área de 
serviços e apoio escolar; d) a outras áreas nas 
quais sejam previstos conhecimentos 
pedagógicos. A formação assim definida 
abrange, integradamente à docência, a 
participação da gestão e avaliação de sistemas e 
instituições de ensino em geral, a elaboração, a 
execução, o acompanhamento de programas e 
as atividades educativas (Parecer CNE/CP 
n.05/2005, p. 6). 
 
Assim, concretiza-se um amplo horizonte 
para a formação e atuação profissional dos 
pedagogos. Tal perspectiva é reforçada nos 
artigos 4° e 5° da Resolução CNE/CP n. 
01/2006, que definem a finalidade do Curso de 
Pedagogia e as aptidões requeridas do 
profissional desse curso: 
 
Art. 4º - O curso de Licenciatura em 
pedagogia destina-se à formação de professores 
para exercer funções de magistério na Educação 
Infantil e nos anos iniciais do Ensino 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 15 
Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na 
modalidade Normal, de Educação Profissional, na área 
de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais 
sejam previstos conhecimentos pedagógicos. 
 
Parágrafo único. As atividades docentes também 
compreendem participação na organização e gestão de 
sistemas e instituições de ensino, englobando: 
I - planejamento, execução, coordenação, 
acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do 
setor da Educação; 
II - planejamento, execução, coordenação, 
acompanhamento e avaliação de projetos e 
experiências educativas não-escolares; 
III - produção e difusão do conhecimento 
científico-tecnológico do campo educacional, em 
contextos escolares e não-escolares. 
 
Diante desses dispositivos, define-se, pois, que a 
formação no curso de Pedagogia deve assegurar a 
articulação entre a docência, a gestão educacional e a 
produção do conhecimento na área da educação. Com 
essa determinação, o legislador afasta a possibilidade 
de redução do curso a uma formação restrita à 
docência das séries iniciais do ensino fundamental e 
aproxima-se, dessa forma, das propostas de diretrizes 
apresentadas pela Comissão de Especialistas de 
Pedagogia de 1999. 
 
A docência nas DCN-Pedagogia não é entendida 
no sentido restrito do ato de ministrar aulas. O sentido 
da docência é ampliado, uma vez que se articula à idéia 
de trabalho pedagógico, a ser desenvolvido em espaços 
escolares e não-escolares, assim sintetizado no Parecer 
CNE/CP n. 05/ 2005 (p. 7): 
 
Entende-se que a formação do 
licenciado em pedagogia fundamenta-
se no trabalho pedagógico realizado 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 16 
em espaços escolares e não-escolares, 
que tem a docência como base. Nesta 
perspectiva, a docência é 
compreendida como ação educativa e 
processo pedagógico metódico e 
intencional, construído em relações 
sociais, étnico-raciais e produtivas, as 
quais influenciam conceitos, princípios 
e objetivos da pedagogia. 
Dessa forma, a docência, tanto em 
processos educativos escolares como 
não escolares, não se confunde com a 
utilização de métodos e técnicas 
pretensamente pedagógicos, 
descolados de realidades históricas 
específicas. Constitui-se na confluência 
de conhecimentos oriundos de 
diferentes tradições culturais e das 
ciências, bem como de valores, 
posturas e atitudes éticas, de 
manifestações estéticas, lúdicas, 
laborais. 
 
Deste modo, o trabalho docente e a 
docência implicam uma articulação com o 
contexto mais amplo, com os processos 
pedagógicos e os espaços educativos em que se 
desenvolvem e, ao mesmo tempo exigem o 
desenvolvimento da capacidade de reflexão 
crítica da realidade em que se situam esses 
processos educativos. Com esta concepção, as 
práticas educativas definem-se e realizam-se 
mediadas pelas relações socioculturais, políticas 
e econômicas do contexto em que se constroem 
e reconstroem. 
 
 
EXERCÍCIO 1 
 
Apresente a sua compreensão sobre o significado de 
docência expresso nas atuais Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Curso de Pedagogia. 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 17 
____________________________________________
____________________________________________ 
 
Assim, a partir do horizonte definido para a 
formação do profissional da educação no curso de 
Pedagogia, as Diretrizes Curriculares Nacionais indicam 
os pilares que sustentam e os contornos que devem 
assumir essa formação: 
 
 
A educação do licenciado em 
pedagogia deve, pois, propiciar, por 
meio de investigação, reflexão crítica e 
experiência no planejamento, 
execução, avaliação de atividades 
educativas, a aplicação de 
contribuições de campos de 
conhecimentos, como o filosófico, o 
histórico, o antropológico, o ambiental-
ecológico, o psicológico, o lingüístico, o 
sociológico, o político, o econômico, o 
cultural. O propósito dos estudos 
destes campos é nortear a observação, 
análise, execução e avaliação do ato 
docente e de suas repercussões ou não 
em aprendizagens, bem como orientar 
práticas de gestão de processos 
educativos escolares e não-escolares, 
além da organização, funcionamento e 
avaliação de sistemas e de 
estabelecimentos de ensino. 
(Parecer CNE/CP n. 05/2005, p. 6) 
 
O Curso de Pedagogia realiza uma formação que 
favorece a compreensão da complexidade da escola e 
de sua organização; que propicia a investigação no 
campo educacional e, particularmente, da gestão da 
educação em diferentes níveis e contextos. Desta 
forma, a pesquisa, a produção do conhecimento no 
campo pedagógico e o estudo das ciências que dão 
suporte à Pedagogia, assim como a própria reflexão 
sobre a pedagogia como ciência deverão estar 
presentes no processo formativo a ser desenvolvido 
nesse curso, juntamente com o estudo a respeito da 
escola, da prática educativa e da gestão educacional. 
 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 18 
A atual proposta para a formação do 
profissional da educação no curso de Pedagogia 
é abrangente e exige uma nova concepção da 
educação, da escola, da pedagogia, da docência, 
da licenciatura, que coloque a educação, a 
escola, a pedagogia, a docência, a licenciatura 
no contexto mais amplo das práticas sociais 
construídas no processo de vida concreta dos 
sujeitos sociais, com o fim de garantir o caráter 
sócio-histórico desses elementos. 
 
O Curso de Pedagogia define-se como um 
curso de licenciatura e, neste sentido, o 
mencionado Parecer explicita que a formação 
para o exercício da docência nas áreas 
especificadas constitui um de seus pilares. 
 
A compreensão do conceito de 
licenciatura definido nas DCN - Pedagogia 
implica, numa sólida formação teórica, tendo 
como base o estudo das práticas educativas 
escolares e não-escolares eo desenvolvimento 
do pensamento crítico, reflexivo e assentado na 
contribuição das diferentes ciências e dos 
campos de saberes que interpenetram o campo 
da pedagogia. 
 
Para essa sólida formação teórica, são 
exigidas novas formas de se pensar o currículo e 
sua organização, para além daquelas 
concepções fragmentadas, restritas a um elenco 
de disciplinas fechadas em seus campos de 
conhecimento. Ao contrário, as DCN - Pedagogia 
apontam para uma organização curricular 
fundamentada nos princípios de 
interdisciplinaridade, de contextualização, da 
democratização, da pertinência e relevância 
social, da ética e da sensibilidade afetiva e 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 19 
estética. 
 
Desse modo, os núcleos que definem a estrutura 
do curso de Pedagogia – núcleo de estudos básicos; 
núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos; 
núcleo de estudos integradores – integram-se e 
articulam-se ao longo de toda a formação, partindo do 
diálogo entre os diferentes componentes curriculares, 
por meio do trabalho coletivo, sustentado no princípio 
interdisciplinar dos diferentes campos científicos e 
saberes que informam o campo da pedagogia. 
 
A formação para a gestão educacional, como 
indicada nas DCN - Pedagogia, traz uma contribuição 
importante rompendo com visões fragmentadas e 
fortemente centralizadas da organização escolar e dos 
sistemas de ensino. Ao se indicar o campo de atuação 
do licenciado em pedagogia, as DCN-Pedagogia 
compreendem, assim, a gestão educacional: 
 
Gestão educacional, entendida numa 
perspectiva democrática, que integre 
as diversas atuações e funções do 
trabalho pedagógico e de processos 
educativos escolares e não-escolares, 
especialmente no que se refere ao 
planejamento, à administração, à 
coordenação, ao acompanhamento, à 
avaliação de planos e de projetos 
pedagógicos, bem como análise, 
formulação, implementação, 
acompanhamento e avaliação de 
políticas públicas e institucionais na 
área de educação. 
(Parecer CNE/CP n. 05/2005, p. 8) 
 
O artigo 64 da Lei n. 9.394/1996 enfatiza que a 
licenciatura em Pedagogia, realiza a formação para 
administração, planejamento, inspeção, supervisão e 
orientação educacional, em organizações (escolas e 
órgãos dos sistemas de ensino) da educação básica e 
estabelece as condições em que a formação pós-
graduada para tal deve ser efetivada. 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 20 
 
O Parecer CNE/CP n. 3/2006 esclarece de 
forma mais definitiva as dúvidas sobre a 
eventual observância do disposto Desse modo, o 
Parecer reitera a concepção de que a formação 
dos profissionais da educação, para funções 
próprias do magistério e outras, deve ser 
baseada no princípio da gestão democrática 
(obrigatória no ensino público, conforme a CF, 
art. 206-VI; LDB, art. 3º-VIII) e superar aquelas 
vinculadas ao trabalho em estruturas 
hierárquicas e burocráticas. 
 
Neste rumo, o Parecer CNE/CP n. 5/ 
2005, ao considerar o caráter colegiado da 
organização escolar, prevê que todos os 
licenciados possam ter oportunidade de 
aprofundamento da formação pertinente, ao 
longo de sua vida profissional. Assim, a 
interpretação baseada em legislação anterior 
(Lei n.5.540/1968 e currículos mínimos) que 
restringia a formação para as funções já 
mencionadas aos licenciados de pedagogia. 
 
Certamente, um desafio que fica para os 
educadores brasileiros é se articularem para 
uma intervenção efetiva na definição das 
orientações que regerão a formação a ser 
desenvolvida nos cursos de pós-graduação 
destinados à “formação dos profissionais para 
administração, planejamento, inspeção, 
supervisão e orientação na educação básica”, de 
modo que venha a contribuir, igualmente, para o 
fortalecimento da gestão democrática da 
educação e da escola e a construção de uma 
educação pública de qualidade. 
 
NOVOS SABERES E FAZERES PARA O PEDAGOGO 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 21 
 
Como vimos no item anterior, as novas DCN - 
Pedagogia determinam a formação de um novo 
pedagogo capaz de atuar em variadas dimensões da 
prática educativa, de forma direta ou indireta, em 
atividades de organização institucional, de processos de 
transmissão e assimilação de conhecimentos e modos 
de ação, tendo como finalidade a realização de 
objetivos de formação humana previamente definidos. 
 
Portanto, a formação dos profissionais da 
educação deve preocupar-se com a preparação desses 
profissionais da área educacional demandados pela 
atual sociedade brasileira, em sua configuração atual, 
para atuarem na organização e na gestão de todos os 
segmentos do sistema nacional de ensino. 
 
Do mesmo modo, é também imprescindível a 
formação de estudiosos que se dediquem à produção 
do conhecimento científico na área educativa, já que a 
educação também é considerada como um campo 
científico e que a produção desse conhecimento é 
requisito que dá base à formação técnica e docente. 
 
Assim, a formação do profissional da educação é 
vista sob uma tríplice dimensão: formar um profissional 
que possa atuar como docente (licenciado), como 
gestor (responsável pela organização dos processos 
educativos) e como pesquisador (voltado para a 
produção conhecimento científico em educação). 
 
Vale destacar ainda a formação de profissionais 
da educação para atuar em contextos não-escolares. É 
marcante a consciência atual da importância e da 
necessidade da intervenção participante e eficaz dos 
pedagogos no campo das práticas socioculturais, uma 
vez que processos pedagógicos informais estão sempre 
presentes nas práticas efetivadas no plano coletivo e 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 22 
comunitário. 
 
Deste modo, desde as atividades dos 
programas de educação popular, voltados aos 
mais diferentes grupos da população que não 
tiveram a oportunidade de freqüentar a escola 
formal ou delas foram excluídos, até as 
propostas de ação pedagógica nas atividades de 
caráter cultural, realizadas pelos novos e 
avançados meios de comunicação de massa, 
passando pelas diversas intervenções dos 
movimentos sociais, a presença e a participação 
de profissionais da educação e, em especial dos 
pedagogos se fazem necessárias, relevantes e 
imprescindíveis. 
 
A capacitação formal e sistematizada de 
agentes e lideranças culturais para o exercício 
de funções pedagógicas nos ambientes não-
escolares não recebeu, até hoje, a devida 
atenção, haja vista sua importância como 
mediadores da ação educativa, necessária e 
presente no processo informal de construção de 
uma cultura articulada com uma proposta de 
formação da cidadania. 
 
Assim, é exigida a presença de 
profissionais dotados de qualitativa capacitação 
pedagógica para atuarem nas mais diversas 
instituições e ambientes da comunidade: nos 
movimentos sociais, nos meios de comunicação 
de massa, nas empresas, nos hospitais, nos 
presídios, nos projetos culturais e nos 
programas comunitários de melhoria da 
qualidade de vida. Essa participação pedagógica 
também exige preparação prévia, sistemática e 
qualificada. 
 
Importante 
 
 
Educação 
compreende o 
conjunto dos 
processos, 
influências, 
estruturas e ações 
que intervêm no 
desenvolvimento 
humano de 
indivíduos e grupos 
na sua relação ativa 
com o meio natural 
e social, num 
determinado 
contexto de 
relações entre 
grupos e classes 
sociais visando a 
formação do serhumano. 
 
(Libâneo, 2001, p. 
7). 
 
 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 23 
Compreendemos a Pedagogia como o campo do 
conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da 
educação – do ato educativo, da prática educativa 
como componente integrante da atividade humana, 
como fato da vida social, inerente ao conjunto dos 
processos sociais e não há sociedade sem práticas 
educativas. 
 
A Pedagogia não se refere apenas às práticas 
escolares, mas a um imenso conjunto de outras 
práticas. O campo educativo é bastante vasto, uma vez 
que a educação ocorre em muitos lugares sob variadas 
modalidades: na família, no trabalho, na rua, na 
fábrica, nos meios de comunicação, na política, na 
escola. 
 
Deste modo, não podemos reduzir a educação 
ao ensino e nem a Pedagogia aos métodos de ensino. 
Se há uma diversidade de práticas educativas, há 
também várias pedagogias: a pedagogia familiar, a 
pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de 
comunicação etc., além é claro da pedagogia escolar. 
 
 
O pedagogo é o profissional que atua em várias 
instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente 
ligadas à organização e aos processos de transmissão e 
assimilação de saberes e modos de ação, tendo em 
vista, objetivos de formação humana previamente 
definidos em sua contextualização histórica. 
 
Os profissionais da educação formados pelo 
Curso de Pedagogia atuarão em vários campos sociais 
da educação, em função das novas necessidades e 
demandas sociais. Tais campos são as escolas e os 
sistemas escolares; os movimentos sociais; as diversas 
mídias, incluindo o campo editorial; as áreas da saúde; 
as empresas; os sindicatos e outros que se fizerem 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 24 
necessários. 
 
Nesses campos do exercício profissional, o 
pedagogo desenvolverá funções de formulação e gestão 
de políticas educacionais; organização e gestão de 
sistemas de ensino e de escolas; planejamento, 
coordenação, execução e avaliação de programas e 
projetos educacionais, relativos às diferentes faixas 
etárias (crianças, jovens, adultos, terceira idade); 
formação de professores; assistência pedagógico-
didática a professores e alunos; avaliação educacional; 
pedagogia empresarial; animação cultural; produção e 
comunicação nas mídias; produção e difusão do 
conhecimento científico e tecnológico do campo 
educacional e outros campos da atividade educacional, 
inclusive os não-escolares. 
 
Assim, a formação dos pedagogos deve 
preocupar-se em desenvolver competências e 
habilidades como: 
 
 Organização e gestão de todos os segmentos 
do sistema nacional de ensino; 
 Construção do conhecimento científico na 
área; 
 O exercício da docência na educação básica; 
 Elaboração e execução de programas de 
educação popular; 
 Intervenção pedagógica nas atividades de 
cunho cultural; 
 Capacidade pedagógica para atuar nos 
movimentos sociais, nos meios de 
comunicação de massa, nas empresas, nos 
hospitais, nos presídios, nos projetos culturais 
e nos programas comunitários de melhoria da 
qualidade de vida. 
 
 
 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERFIL DO PEDAGOGO 
 
“O perfil do profissional da Educação que se 
pretende formar está sintonizado com o projeto 
futuro, com o educador que irá atuar no terceiro 
milênio: 
 
 um profissional da educação com ampla visão do 
trabalho pedagógico em suas várias dimensões, 
tanto no sistema escolar como em outras 
instâncias educativas; 
 um profissional com sólida formação teórica, 
técnica, científica e pedagógica, compreendendo a 
multidimen-sionalidade do processo educativo; 
 um pedagogo-investigador, cuja aproximação com 
seu objeto de estudo se dá pela pesquisa, 
articulando teoria e prática, e capaz de pesquisar, 
elaborar e reelaborar o conhecimento, aplicando-o 
em situações concretas. 
 um profissional comprometido com seu contínuo 
aperfeiçoamento teórico-prático, com a busca de 
especialização em seus campos de atuação, 
considerando as perspectivas e as exigências do 
mundo do trabalho em processo de transformação; 
 um profissional compromissado ética e 
politicamente com o conjunto da população 
brasileira. 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DESEJADAS 
 
Competências 
 
 Focalizar a formação do profissional da educação e 
o papel da pesquisa na formação do pedagogo-
pesquisador, do professor reflexivo, que parte das 
perspectivas de análise de caráter intra-escolar 
centradas em variáveis internas do próprio 
desenvolvimento profissional, e, que também 
considera suas dimensões contextuais e político-ide 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 2 
 
 
 
 
 
Os novos saberes apresentados para o pedagogo 
exigem novas competências e habilidades necessárias 
para o mundo contemporâneo. Escolha uma dessas 
competências e apresente sua compreensão sobre ela. 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
ológicas, as interrelações entre cultura escolar e o 
universo cultural dos diferentes atores presentes 
na realidade escolar. 
 Formar o professor do ensino básico: de educação 
infantil (creche e pré-escola); do ensino 
fundamental (quatro séries iniciais) regular e na 
modalidade de educação especial, e do ensino 
normal e com aprofundamento em alfabetização de 
crianças, jovens e adultos, para atuação formal e 
na educação não-formal e não-escolar. 
 Formar o profissional da Educação para 
administrar, planejar, supervisionar, inspecionar e 
orientar enfim, para atuar na educação formal 
(escolar) e na educação não-formal e não-escolar. 
 Formar o profissional da Educação para atuar no 
terceiro milênio, numa concepção de educação 
permanente, de contínuo aperfeiçoamento teórico-
prático, de busca de especialização nos campos de 
atuação, considerando as perspectivas e as 
exigências do mundo do trabalho, em processo de 
transformação. 
 
Habilidades 
 
 Relações humanas, visando à mobilização dos 
diferentes agentes do processo educativo; 
 Investigação nos vários campos do conhecimento, 
refletindo acerca dos valores históricos, sociais, 
éticos, políticos e culturais. 
 Criação, recriação, desenvolvimento, seleção e 
aplicação de metodologias adequadas ao processo 
de construção do conhecimento; 
 Seleção, processamento e utilização de novas 
tecnologias no processo educativo”. 
 
 
Fonte disponível em http://www.abmes.org.br 
/sobre_abmes/estatuto.htm) 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 27 
____________________________________________
____________________________________________ 
 
RESUMO 
 
Vimos até agora: 
 
 O Curso de Pedagogia a partir dos meados da 
década de 80 era organizado em duas 
grandes tendências: a primeira tendência 
formava profissionais licenciados habilitados 
para o exercício da docência das disciplinas 
pedagógicas nos cursos de Magistério em 
nível médio e os profissionais para atuarem 
junto às escolas e sistemas de ensino:administradores escolares, supervisores e 
orientadores educacionais e inspetores do 
ensino; 
 
 A segunda formava os licenciados habilitados 
para o exercício do magistério nos Anos 
Iniciais do Ensino Fundamental e, em alguns 
casos, na Educação Infantil e para o 
magistério das disciplinas pedagógicas do 
nível médio; 
 
 As Diretrizes Curriculares Nacionais de 15 de 
maio de 2006 definem que o Curso de 
Pedagogia destina-se à formação para a 
docência, para a participação da gestão e 
avaliação de sistemas e instituições de ensino 
em geral, para a elaboração, a execução, o 
acompanhamento de programas e as 
atividades educativas escolares e não-
escolares; 
 
 A partir das novas Diretrizes Curriculares 
ampliaram-se campos sociais de trabalho do 
Aula 1 | Formação e competências do pedagogo no contexto atual 28 
Pedagogo. Tais campos são as escolas e os 
sistemas escolares; os movimentos sociais; as 
diversas mídias, incluindo o campo editorial; 
as áreas da saúde; as empresas; os 
sindicatos e outros que se fizerem 
necessários; 
 
 O Pedagogo desenvolverá funções de 
formulação e gestão de políticas 
educacionais; organização e gestão de 
sistemas de ensino e de escolas; 
planejamento, coordenação, execução e 
avaliação de programas e projetos 
educacionais, relativos às diferentes faixas 
etárias (crianças, jovens, adultos, terceira 
idade); formação de professores; assistência 
pedagógico-didática a professores e alunos; 
avaliação educacional; pedagogia 
empresarial; animação cultural; produção e 
comunicação nas mídias; produção e difusão 
do conhecimento científico e tecnológico do 
campo educacional e outros campos da 
atividade educacional, inclusive os não-
escolares. 
 
 
 
 
 
 
 
Pedagogia pára-além 
da escola 
 
Dinair Leal da Hora 
A
U
L
A
 
2 
 
 
A
p
re
s
e
n
ta
ç
ã
o
 Continuando nossa aprendizagem a respeito da gestão 
educacional, em que damos destaque à Pedagogia e ao Pedagogo, 
seus saberes e seus fazeres, esta aula, denominada Pedagogia 
pára-além da escola discute os espaços educativos diferentes da 
escola, que necessitam das capacidades, competências e 
habilidades deste profissional da educação. 
Os assuntos tratados aqui darão a você a possibilidade de 
conhecer as diferentes áreas do mercado de trabalho em que nós, 
pedagogos, podemos trabalhar, colocando à disposição da 
sociedade nossos conhecimentos e contribuindo cada vez mais 
para a formação de cidadãos críticos e criativos. 
Leia e discuta com seus pares os temas apresentados, preste 
atenção às dicas e aos destaques e faça um bom trabalho! 
 
 
O
b
je
ti
v
o
s
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Identificar alguns espaços não-escolares em que o pedagogo 
pode desenvolver sua prática educativa; 
 Verificar as competências e habilidades que o pedagogo precisa 
desenvolver para realizar seu trabalho em espaços não-
escolares. 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 30 
Introdução 
 
Pimenta (2001) aponta indicativos para a 
formação do pedagogo cientista educacional, 
como sendo um profissional que atue como 
gestor/pesquisador/ coordenador de diversos 
projetos educativos, dentro e fora da escola: 
pressupondo sua atuação em atividades de lazer 
comunitário; em espaços pedagógicos nos 
hospitais e presídios; na formação de pessoas 
dentro das empresas; que saiba organizar 
processos de formação de educadores de ONGs; 
que possa assessorar atividades pedagógicas 
nos diversos meios de comunicação como TV, 
rádio, Internet, quadrinhos, revistas, editoras, 
tornando mais pedagógicas campanhas sociais 
educativas sobre violência, drogas, AIDS, 
dengue; que esteja habilitado à criação e 
elaboração de brinquedos, materiais de auto-
estudo, programas de educação a distância; que 
organize, avalie e desenvolva pesquisas 
educacionais em diversos contextos sociais; que 
planeje projetos culturais e afins. Nesta aula, 
apresentamos espaços não-escolares em que os 
conhecimentos da Pedagogia são empregados. 
 
Pedagogia nas instituições de saúde 
 
O espaço do hospital é um centro de 
referência e tratamento de saúde que, muitas 
vezes provoca um ambiente de dor, sofrimento e 
morte, causando uma forma de ruptura entre 
crianças e adolescentes com os laços que 
mantêm com seu cotidiano e com a produção da 
existência da construção de sua própria 
aprendizagem. Diante dos problemas de saúde 
que exigem hospitalização, independente do 
tempo de internação, através de políticas 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 31 
públicas e estudos acadêmicos, verifica-se a 
necessidade da implantação da Pedagogia Hospitalar. 
 
A Pedagogia Hospitalar, busca há anos sua 
verdadeira definição e vem se apresentando como um 
processo educativo não escolar que propõe desafios aos 
educadores e possibilita a construção de novos 
conhecimentos e atitudes. 
 
Historicamente, a Pedagogia hospitalar nasceu 
com a criação das classes hospitalares em, quando 
Henri Sellier inaugurou a primeira escola para crianças 
inadaptadas, nos arredores de Paris. Seu exemplo foi 
seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e 
nos Estados Unidos, com o objetivo de suprir as 
dificuldades escolares de crianças tuberculosas. 
 
O grande número de crianças e adolescentes 
atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola 
durante a Segunda Guerra Mundial, fez criar um 
movimento, sobretudo dos médicos, considerado como 
ação decisiva para a ampliação das escolas em hospital. 
 
No Brasil, a legislação reconheceu através do 
Estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, 
através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no 
item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de 
recreação, programas de educação para a saúde, 
acompanhamento do currículo escolar durante sua 
permanência hospitalar”. 
 
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de 
sua Secretaria de Educação Especial, elaborou um 
documento de estratégias e orientações para o 
atendimento nas classes hospitalares, assegurando o 
acesso à educação básica. 
 
Assim legislação brasileira reconhece e garante o 
Classe hospitalar 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 32 
direito de crianças e adolescentes hospitalizados 
ao acompanhamento pedagógico-educacional, 
estabelecendo que a educação em hospital seja 
realizada através da organização de classes 
hospitalares, devendo-se assegurar oferta 
educacional não só aos pequenos pacientes com 
transtornos do desenvolvimento, mas, também, 
às crianças e adolescentes em situações de 
risco, como é o caso da internação hospitalar 
(Fonseca, 1999). 
 
A criança e/ou o adolescente quando 
submetidos a um tratamento de saúde em 
hospital, por um período prolongado, na grande 
maioria das vezes desenvolve atraso na 
escolaridade e quase sempre abandona a escola 
devido às dificuldades que encontra no seu 
retorno. 
 
O período de internamento também 
prejudica as atividades sociais da criança, uma 
vez que no hospital ela fica mais afastada da 
família, da escola, dos amigos, confinada em 
espaço limitado e convivendo em um ambiente 
que não favorece as relações de alegria e 
relações sociais. 
 
Um elemento importante presente no 
ambiente hospitalar é a ausência de atividade, o 
que provoca na criança e/ou no adolescente a 
falta de entusiasmo, de alegria e de ânimo e, 
conseqüentemente, dificuldade para recuperar a 
saúde. 
 
Diante desses elementos,o trabalho do 
pedagogo no hospital é extremamente 
importante para atender essas necessidades 
psicológicas, sociais e pedagógicas da criança, a 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 33 
fim de evitar tantos prejuízos. 
 
A Pedagogia Hospitalar divide-se, basicamente 
em três modalidades: 
 
 CLASSE HOSPITALAR – quando a atividade 
pedagógica realiza-se no ambiente hospitalar, 
para que a criança e/ou o adolescente na con- 
dição de internação temporária ou 
permanente, tem garantido seu vínculo com a 
escola e/ou favorecendo o ingresso ou 
retorno ao seu grupo escolar correspondente. 
 BRINQUEDOTECA – possibilita o 
desenvolvimento de competências e 
habilidades para a aprendizagem sobre o 
mundo, sobre as pessoas, e sobre si mesma. 
A brinquedoteca é o espaço onde está 
assegurado á criança o direito de brincar. 
 RECREAÇÃO HOSPITALAR – atividade que 
oferece a oportunidade da criança brincar, em 
situações que vão além do contato ou 
interação com o brinquedo, voltadas para o 
movimento corporal, a contação de histórias, 
a dramatização; constitui-se na possibilidade 
da realização de atividades individuais e/ou 
grupais que podem ser realizadas em espaço 
interno ou externo. 
 
O trabalho pedagógico no ambiente hospitalar 
exige um planejamento bastante diversificado, pois as 
crianças e os adolescentes internados apresentam 
características bastante diversificadas: têm faixas 
etárias diferentes, o quadro clínico é variado, a 
medicação a ser utilizada é diversa, as condições 
emocionais do processo de internação variam um para 
outro, a aceitação da doença se manifesta de diversas 
maneiras tanto pela família como pelo paciente, o 
tempo de internação é variável, entre outros aspectos. 
 
Quer 
saber mais? 
 
 
Quer saber mais 
sobre as classes 
hospitalares? 
 
Leio o texto de 
Sagotio intitulado 
PEDAGOGIA EM 
AMBIENTES 
CLÍNICOS: ALGUNS 
ASPECTOS 
DIDÁTICOPEDAGÓG
ICOS 
NO PROCESSO DE 
HOSPITALIZAÇÃO 
disponível em: 
 
http://www.proec. 
ufpr.br/enec/ 
download/pdf/ 
3ENEC/educacao/ 
PEDAGOGIGA%20E
M%20AMBIENTES%
20CL%CDNICOS% 
20ALGUNS%20 
ASPECTOS%20 
DID%C1TICO-PE.pdf 
 
 
Brinquedoteca 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 34 
Todos esses elementos fazem com que a 
organização do trabalho didático-pedagógico no 
ambiente hospitalar garanta que as atividades 
tenham início e fim todos os dias, bem como, 
atendam às diferentes faixas etárias. 
 
Isso significa o planejamento de diversas 
atividades para cada dia, porque as crianças e 
os adolescentes podem receber alta a qualquer 
momento, ou ainda, passarem a usar uma 
medicação específica e não poderem sair de 
seus quartos, ou então, realizarem alguma 
cirurgia e permanecerem nas Unidades de 
Tratamento Intensivo (UTIs), ou mesmo ficarem 
indispostos por fatores próprios do processo de 
internação (Sagatio, S., 2007) 
 
A prática pedagógica nesse lócus de 
atendimento exige dos profissionais da educação 
maior flexibilidade, haja vista a quantidade de 
crianças que irão ser atendidas, e o período que 
cada uma delas permanecerá internada, assim 
como às diferentes patologias. Para este 
atendimento é preciso flexibilidade na definição 
e organização das atividades, constituindo-se 
em um desafio a ser enfrentado. Os pedagogos 
devem buscar parceria com os familiares, que 
exercem importante papel, como figura de apoio 
e cooperação no sucesso da qualidade do 
processo ensino-aprendizagem e na qualidade 
de vida (Hanze, A., 1995). 
 
O trabalho da pedagogia hospitalar 
realiza-se numa dimensão fortemente 
multiprofissional, portanto, é fundamental o 
exercício da ética. Todas as manifestações de 
comunicação entre pacientes e profissionais das 
diversas áreas devem ter o sigilo garantido, 
respeitado o direito de privacidade das 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 35 
informações de cada paciente, bem como, a confiança 
que o paciente deposita nas pessoas com quem se 
relaciona. 
 
O trabalho no ambiente hospitalar é específico e 
vai além das rotinas médicas, pois, ao mesmo tempo 
em que a criança e/ou o adolescente sente-se mais 
confiante no ambiente hospitalar, porque de alguma 
maneira sabe que aquele espaço pode lhe ajudar a 
melhorar seu quadro clínico, há toda a angústia gerada 
pela falta do convívio familiar, que passa a obedecer 
algumas regras, pelo sentimento de isolamento das 
relações sociais a que estava habituado fora do 
hospital, além de que, necessita aprender a conviver 
com pessoas que até então não faziam parte de suas 
vidas. Por isso, a importância da ética durante todo o 
trabalho pedagógico no processo de hospitalização. 
 
Enfim, tudo precisa ser observado quando da 
organização do trabalho educativo no ambiente 
hospitalar, desde um planejamento diversificado e 
flexível até o entrar e o sair da criança e/ou do 
adolescente no espaço onde estão sendo desenvolvidas 
as atividades. Todo este trabalho, precisa estar 
impregnado pela ética, para que realmente se possa 
realizar um trabalho didático-pedagógico qualitativo e 
consistente no ambiente hospitalar. (Sagatio, S., 2007) 
 
EXERCÍCIO 1 
 
O trabalho educativo no ambiente hospitalar exige a 
expressão de uma atitude ética importante, conforme é 
discutido no texto. Apresente a sua compreensão a 
respeito da ética no trabalho do pedagogo. 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 36 
____________________________________________
____________________________________________ 
 
Pedagogia nas instituições judiciárias 
 
A violência entre crianças/adolescentes 
tem crescido grandemente, de modo que 
semelhante aos adultos em seus delitos, 
conscientes, pois, do que querem fazer, e não 
apenas subprodutos indefesos de uma situação 
social que os exclui. 
 
Não é mais uma questão de cunho 
exclusivamente político-social, mas jurídico, 
especialmente no que diz respeito à punição dos 
infratores. Entende-se que a preocupação dos 
legisladores em relação à elaboração de medidas 
sócio-educativas recuperativas é explicada pelo 
fato da criança/adolescente ser ainda um 
indivíduo em processo de construção da 
personalidade, que por um ou outro motivo, 
comete delito, mas que ainda pode ser 
resgatado para uma sociedade justa no futuro, 
afastando-o da grande possibilidade de 
continuar na criminalidade. (Queiroga, R., 2003) 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente - 
ECA construiu um novo modelo de 
responsabilização do adolescente infrator, 
rompendo com a doutrina da situação irregular, 
promovendo o então “menor”, de mero objeto 
do processo, para uma nova categoria jurídica, 
passando-o à condição de sujeito do processo, 
estabeleceu uma relação de direito e dever, 
garantindo-lhe a proteção social básica (Saraiva, 
2008) 
 
A proteção social básica dispensada à 
Importante 
 
 
MEDIDAS SÓCIO-
EDUCATIVAS 
 
São ações que: 
- conjugam 
educação e proteção 
social, duas faces da 
proteção integral à 
infância e juventude. 
- atendem a 
crianças, 
adolescentes e 
jovens no período 
alternado ao escolar. 
- junto com o 
processo de 
escolarização, 
investem no 
desenvolvimento 
integral das crianças 
e dos jovens. 
- fazem da educação 
para o convívio em 
sociedade e para o 
exercício da 
cidadania uma 
estratégia de 
proteção à infância e 
juventude. 
 
(Portal CENEC, 2008 
 
Quer 
saber mais? 
 
 
Quer saber mais 
sobre a pedagogianas instituições 
judiciárias? Então 
acesse os links 
abaixo: 
 
http://jus2.uol.com.
br/doutrina/texto. 
asp?id=4584 
 
http://www.mp.rs. 
gov.br/infancia/ 
doutrina/id168.htm 
 
http://www.cnec.br/
portal/restrito/livre/
acoes_socio_ 
educativas.pdf 
 
 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 37 
criança/adolescente em situação de risco pessoal e 
social (prioritariamente em situação de violência 
familiar, negligência, exploração sexual, desnutrição, 
vínculos familiares rompidos ou fragilizados) é 
garantida, entre outras ações, pelas medidas sócio-
educativas (portal CENEC, 2008). 
 
O ECA prevê dois grupos distintos de medidas 
sócio-educativas: o grupo dasmedidas sócio-educativas 
em meio aberto, não privativas de liberdade 
(Advertência, Reparação do Dano, Prestação de 
Serviços à Comunidade e Liberdade Assistida) e o 
grupo das medidas sócio-educativas privativas de 
liberdade (Semi-liberdade e Internação). 
 
Em relação ao primeiro grupo de medidas, a 
plena realização desses programas está vinculada em 
direta proporção ao grau de comprometimento do 
Juizado da Infância e Juventude local com sua 
efetivação. 
 
Em relação às medidas sócio-educativas que 
importam em privação de liberdade, a efetivação dos 
programas de atendimento é de competência do 
Executivo das Unidades Federadas, relativamente ao 
primeiro grupo de medidas, os programas são 
realizados pelos próprios Juizados (excepcionalmente), 
ou por estes em articulação com o Estado, ou, 
preferencialmente, com Município ou por organizações 
não-governamentais. (Batista, J, 2008). 
 
O Educador Social, profissional que atua nos 
campos da educação não formal, na educação de 
adultos, na inserção social de pessoas com dificuldade 
de inclusão, bem como em ações sócio-educativas. 
Entre as disciplinas básicas, estão: didática geral, 
educação permanente, intervenção educativa sobre os 
problemas fundamentais da desadaptação social, novas 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 38 
tecnologias aplicadas à educação, programas de 
animação sócio-cultural, psicologia do 
desenvolvimento, psicologia social e das 
organizações, sociologia e antropologia social, 
teoria e instituições contemporâneas de 
educação, práticas, entre outras. 
 
Na execução das medidas sócio-
educativas em vista as necessidades 
pedagógicas, enfatizando-se o fortalecimento 
dos vínculos familiares e comunitários e o 
pessoal encarregado da execução, deve ser 
especializado, preferindo-se educadores, 
trabalhadores sociais, psicólogos e advogados. 
 
Os órgãos encarregados deverão elaborar 
um Plano Individual de execução da medida 
sócio-educativa, em cada caso, visando o 
desenvolvimento pessoal do adolescente, sua 
reinserção na família e na sociedade, bem como 
o desenvolvimento das capacidades relativas à 
responsabilidade e ao respeito pelos direitos e 
deveres individuais e coletivos. O referido plano 
será elaborado por equipe interdisciplinar, 
composta, preferencialmente, por educador, 
assistente social, psicólogo, advogado e médico. 
 
Em cada Centro de cumprimento de 
medida sócio-educativa que importe em 
privação ou restrição de liberdade, haverá 
sempre um Diretor Administrativo e um Diretor 
Técnico, com atribuições bem definidas e 
independência na área das respectivas funções. 
O ocupante do cargo de Diretor de 
Estabelecimento deverá satisfazer os seguintes 
requisitos: I - ser portador de diploma de nível 
superior de Direito, ou Pedagogia, ou Psicologia 
ou Serviço Social ou Ciências Sociais. 
 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 39 
Nos centro sócio-educativos haverá uma equipe 
técnica composta, no mínimo, por um educador, um 
psicólogo e um assistente social, que deverá: 
 
 elaborar, em conjunto com o adolescente, o 
plano Individual da Execução; 
 informar ao Juiz da execução a respeito das 
dificuldades para o cumprimento do plano, 
especialmente a falta de colaboração ou o 
descumprimento de deveres, bem como a 
falta de cooperação dos encarregados da 
execução, sejam eles funcionários do centro 
ou de outras repartições, bem como 
familiares; 
 garantir o respeito aos direitos fundamentais 
dos adolescentes, informando ao Juiz da 
execução qualquer ameaça ou violação 
desses direitos; 
 proceder a diligências diretamente junto à 
família ou através dos Conselhos Tutelares do 
local de residência dos pais ou responsável, 
visando ao estabelecimento ou 
restabelecimento dos vínculos familiares e 
comunitários; 
 encaminhar relatório fundamentado do juiz da 
execução, propondo progressão ou regressão 
da medida e explicitando os esforços no 
sentido da reintegração sócio-familiar. 
 
O profissional encarregado da execução deve ter 
adequada preparação profissional e experiência no 
trabalho com adolescentes e os educadores, deverão 
ter formação pedagógica. 
 
EXERCÍCIO 2 
 
Na Pedagogia em instituições judiciárias, como em 
todos os trabalhos sociais, é muito importante o 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 40 
trabalho multiprofissional. De que modo o pedagogo 
deve ser formado para este tipo de trabalho. 
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Pedagogia nos museus 
 
Atualmente os museus são reconhecidos 
como ambientes de aprendizagem ativa e seus 
profissionais se preocupam em saber que tipo de 
aprendizagem neles ocorre. Com base na 
literatura específica de educação em museus 
constata-se que as práticas pedagógicas neles 
desenvolvidas são específicas desses espaços. 
 
Como são locais que possibilitam 
importante interação social entre os visitantes, 
exploração ativa e experiências afetivas, 
culturais e cognitivas, é possível construir uma 
pedagogia que leve em conta as singularidades 
destes espaços não formais de educação 
científica, apontando, portanto, a necessidade 
do profissional pedagogo. 
 
A pedagogia museal é definida a partir do 
movimento de transformação observado nos 
museus de terceira geração, principalmente 
como resultado das reflexões atuais e 
constantes feitas pelas equipes responsáveis 
pela condução dos projetos educativos, 
enfatizando a perspectiva pedagógica dos 
museus, o que poderá levar a conceber outra 
geração de museus. 
 
Uma dimensão que vem sendo 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 41 
gradativamente incorporada ao cotidiano da elaboração 
das exposições é o reconhecimento da necessidade de 
uma negociação entre o visitante e o objeto do 
conhecimento científico, uma vez que este não pode ser 
apresentado da mesma forma como foi gerado, a partir 
da lógica do saber da ciência. 
 
Assim como Chevallard (1998) desenvolveu o 
conceito de transposição didática para explicar as 
transformações do conhecimento produzido no contexto 
científico para o conhecimento ensinado nas escolas, 
Simonneaux e Jacobi (1997) descrevem as etapas de 
uma transposição museográfica do saber de referência 
para o conhecimento a ser apresentado em uma 
exposição. 
 
Entre os elementos que devem ser considerados 
em uma transposição museográfica está a abordagem 
multidisciplinar - epistemologia, sociologia, lingüística - 
que tem levado à introdução de múltiplas linguagens, 
não apenas como simples ilustração mas com a 
preocupação de integrar conteúdo, demonstração e 
interação com o público, tornando as exposições 
acessíveisaos visitantes, de forma que eles dêem 
significado aos temas apresentados. 
 
A segunda dimensão refere-se à 
problematização do conceito de interatividade. Nem 
sempre aparatos com sinos, assobios ou partes que se 
movem são os que permitem um engajamento mental 
frutífero (Beetlestone et al., 1998). Muitas vezes a ação 
se dá na cabeça do visitante a partir de uma exposição 
que o envolva afetiva e culturalmente, às vezes até 
mesmo sem manipular os objetos, desencadeando um 
processo que poderá levá-lo à compreensão científica 
desejada, ou pelo menos o aproxime dela. 
 
No processo de transposição museográfica, 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 42 
modelos consensuais da ciência se transformam 
em modelos pedagógicos que podem ou não 
levar em conta os modelos mentais dos 
visitantes. Por dar chance a que os visitantes 
testem suas hipóteses, um bom experimento 
interativo personaliza a experiência de cada 
visitante e atende às individualidades de 
interesse e de conhecimento prévio. Em 
qualquer caso modelos são elementos 
indispensáveis aos museus, uma vez que 
permitem uma ponte entre teorias, conceitos e 
fenômenos científicos, podendo assim trazer 
contribuições para a re-conceituação da 
interatividade. 
 
Assim como o laboratório não pode mais 
ser considerado a panacéia do ensino de 
ciências, a interatividade não pode ser 
considerada sinônimo de efetividade (Falcão, 
1999). Caso as concepções prévias dos alunos, 
relacionadas aos seus modelos mentais, não 
sejam levadas em conta, as conclusões e 
explicações poderão reforçar tais idéias 
alternativas às científicas. Portanto, processos 
de modelagem a serem vivenciados pelos 
visitantes - construção de modelos - devem 
estar presentes na concepção das exposições. 
 
Uma terceira dimensão presente nas 
exposições contemporâneas é a abordagem 
social e cultural da ciência e da tecnologia. 
Exemplos são aquelas apoiadas em temáticas 
atuais e/ou polêmicas, entendidas como as que, 
na maioria das vezes, não se constituem em 
conhecimento estável, estão presentes na mídia 
e geram debates por causarem repercussões 
positivas e negativas em diferentes áreas - 
profissional, econômica, ética, política, 
Quer 
saber mais? 
 
 
Para aprofundar 
seus conhecimentos 
sobre a Pedagogia 
nos museus, acesse 
o site a seguir e leia 
os artigos 
apresentados neles. 
 
http://www.revista. 
iphan.gov.br/ 
materia.php?id=145 
 
 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 43 
ambiental e legal (Simonneaux & Jacobi, 1997). 
 
Esta tendência tem se mostrado como um 
caminho para trazer a cultura da sociedade de um 
modo geral para dentro dos museus, para que os 
conhecimentos científicos e tecnológicos atuais e 
passados sejam debatidos com o público. Espera-se 
assim que as visitas aos museus contribuam para a 
alfabetização científica com uma dimensão cívica, ou 
seja, constituída de elementos de relevância social e 
que tornam o cidadão apto a participar de forma mais 
bem informada e, portanto, mais consistente nos 
debates político-sociais. 
 
A pedagogia museal aqui delineada incorpora 
algumas tendências pedagógicas da educação, 
principalmente em ciências, resguardando, no entanto 
as especificidades da educação não formal que ocorre 
nos museus de ciência e tecnologia. Cabe ressaltar que 
a maior autonomia destes espaços em relação às 
escolas traz a vantagem de que abordagens como 
ciência, tecnologia e sociedade possam ser 
desenvolvidas. 
 
Os museus são espaços diferentes da escola, 
com uma cultura própria. É um espaço social particular 
que possui ritos próprios, códigos específicos. Nos 
museus de ciências, por exemplo, a cultura científica 
em especial irá se manifestar, fazendo parte, neste 
local, de uma cultura mais ampla, a cultura museal. 
 
Entretanto, faz parte de sua cultura o trabalho 
pedagógico ali desenvolvido. Pedagógico porque ali são 
realizadas e ampliadas aprendizagens, há troca de 
saberes e processos de construção intelectual na 
relação visitante acervo museológico. 
 
 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 3 
 
Acesse o site: http://www.fundaj.gov.br/notitia/serv 
let/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publica
tionCode=16&pageCode=377&textCode=4351&date=c
urrentDate. 
 
Leia o artigo Museu e Educação: Conceitos e Métodos, e 
apresente sua apreciação sobre a relevância do que 
você está aprendendo em seu Curso para desenvolver 
atividades em museus. 
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Pedagogia nos meios de comunicação de 
massa 
 
TELEVISÃO 
 
A TV se transformou em um bem de 
primeira necessidade. Ela é encontrada nas 
casas mais ricas e nas mais simples, nas 
escolas, nos salões de festa, bares e 
A exposição de museus pode ser considerada uma 
unidade pedagógica, onde se dá a relação entre 
mediador-saber-público. Para estudar esta relação é 
importante o aprofundamento numa “pedagogia de 
museu”, procurando a compreensão do sistema 
didático existente nesse espaço. Neste sentido, 
considera-se que a exposição é o local onde se 
expressa o processo de didatização/musealização do 
saber sábio nos museus. Além disso, estudar a 
construção do discurso expositivo, entendido como 
um tipo de discurso pedagógico implica em entender 
processos de re-contextualização que ocorrem 
nesses espaços. 
 
(Bernstein, 1996) 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 45 
restaurantes, e por meio dela temos acesso às mais 
diferentes informações, das mais diversas qualidades. 
 
A TV é um meio de comunicação, de produção e 
transmissão de imagens e sons, informação, 
publicidade e divertimento. Num caso como no outro, o 
certo é que a televisão é parte integrante e 
fundamental de complexos processos de veiculação e 
de produção de significações, de sentidos, os quais por 
sua vez estão relacionados a modos de ser, a modos de 
pensar, a modos de conhecer o mundo, de se relacionar 
com a vida. (Fischer, 2003) 
 
Fischer (2003) afirma que a televisão é 
instrumento privilegiado de realização de 
aprendizagens diversas; aprendemos com ela formas 
de olhar e tratar nosso próprio corpo, modos de 
estabelecer e de compreender diferenças: diferenças de 
gênero, diferenças políticas, econômicas, étnicas, 
sociais, geracionais (aprendemos modos de agir, modos 
de ser de crianças, de negros, de pobres ou ricos, e 
assim por diante). 
 
Desse modo, é fundamental refletir e discutir 
sobre o quanto nós, professores, ainda sabemos muito 
pouco a respeito das profundas transformações que 
têm ocorrido nos modos de aprender dos mais jovens. 
O que é para eles ter ou buscar informação? De que 
modo suas preferências estão sendo formadas? O que 
buscam ver na TV, o que vêem e o que dizem do que 
vêem? Que sons lhes são familiares, aprendidos na 
mídia? O que lhes dá prazer nas imagens midiáticas? 
(Fischer, 2003) 
 
 
 
 
 
Programa 
educativo da TV 
Cultura 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim, a televisão é importante para o 
desenvolvimento de projetos de sala de aula, 
possibilitando ao aluno novas formas de 
aprender, articulando as diferentes linguagens e 
representações do conhecimento,embora não 
seja suficiente para que seu uso pedagógico seja 
efetivo. A integração das mídias nos diferentes 
processos pedagógicos e de conteúdos de 
diferentes áreas do conhecimento, bem como o 
trabalho em grupo, favorece o desenvolvimento 
de competências, cada vez mais necessárias na 
sociedade atual. (Almeida e Prado, 2003). 
 
Assim, os pedagogos, antes de condenar 
a TV como um meio de comunicação que aliena, 
precisam aprender sua linguagem e procurar 
desenvolver a ação pedagógica na organização 
dos programas que são veiculados. Veja o 
exemplo de um projeto desenvolvido pelo Canal 
Futura e veja como nós pedagogos temos muito 
que fazer na televisão. 
Essas são algumas perguntas, cujas respostas não 
separam “forma” de “conteúdo”. Elas indicam que os 
recursos utilizados na elaboração de um programa 
ou mesmo um comercial e todas as estratégias de 
divulgação desses produtos, comunicam algo, 
participam da defesa de um ponto de vista, de uma 
idéia e, portanto realizam uma ação pedagógica. 
 
As famílias, diante da televisão realizam escolhas 
que estão determinadas por valores, posições 
políticas, éticas, estéticas. Compreendem, como 
afirma Almeida (1994), que o acesso a informações 
em imagem-som propõe uma maneira de 
inteligibilidade, sabedoria e conhecimento que nos 
leva a1994) acordar algo adormecido em nosso 
cérebro para entendermos o mundo atual, não só 
pelo conhecimento fonético-silábico das nossas 
línguas, mas pelas imagens-sons também. 
 
Fonte disponível em: 
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/dtel
/index.htm 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 47 
 
Projeto educativo em espaços não-
escolares 
 
EXEMPLO 1: EDUCAÇÃO NOS TRILHOS 
 
O “Educação nos trilhos” transforma a ferrovia 
num veículo de educação, estimulador de ações de 
cidadania. 
 
Criado em 2000 em parceria com a Fundação 
Vale do Rio Doce, o “Educação nos Trilhos” é um 
projeto sócio-educativo que acontece nas estações e 
nos trens de passageiros da Companhia Vale do Rio 
Doce. Utilizando a programação do Canal Futura 
associada a ações de mobilização, o projeto contribui 
para a melhoria da qualidade de vida dos usuários e 
das comunidades ao longo das ferrovias. Por ano, são 
beneficiadas cerca de 500 mil pessoas que circulam 
pelas Estradas de Ferro Carajás (PA e MA) e Vitória a 
Minas (ES e MG). O projeto divide-se em duas etapas, 
Estação Conhecimento e Teletrem. 
 
Estação Conhecimento: Nas estações, antes da 
chegada e partida do trem, são exibidos vídeos com 
programas do FUTURA e são realizadas atividades 
pedagógicas, sociais e de entretenimento com 
orientação de mobilizadores comunitários, que levam 
os participantes a aprender brincando. São promovidos 
debates, oficinas temáticas (educação para a cidadania, 
educação ambiental, saúde, etc.) e eventos, 
envolvendo os viajantes e acompanhantes. 
 
As Estações Conhecimento funcionam 
diariamente na Estrada de Ferro Carajás, que liga a 
capital do Maranhão ao sul do Pará (estações de São 
Luís, Santa Inês, Açailândia, Marabá e Parauapebas), e 
na Estrada de Ferro Vitória – Minas, que liga os estados 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 48 
do Espírito Santo e Minas Gerais (estações de 
Cariacica, Baixo Gandú, Aimorés, Governador 
Valadares e Belo Horizonte). 
 
Teletrem: Durante a viagem são 
transmitidos os programas do Futura. Uma faixa 
de programação especial é produzida mensal 
mente e veiculada dentro dos trens. Os 
programas são selecionados de acordo com 
pesquisas que ajudam a definir as necessidades 
e demandas dos usuários do trem. 
 
Assim, os programas abordam conteúdos 
curriculares de educação básica, questões e 
serviços relacionados às áreas de saúde, 
trabalho, direitos do cidadão, ecologia e 
patrimônio cultural, além de assuntos 
relacionados à realidade local e que dêem aos 
espectadores uma visão mais abrangente do 
mundo. 
 
Além dos programas de arquivo do Canal 
Futura, também são produzidos conteúdos 
específicos, que vão desde inter-programas com 
dicas úteis aos passageiros, a partir do cotidiano 
das viagens no trem, a documentários 
abordando aspectos culturais regionais. Estes 
programas são gravados na região e têm 
objetivo de promover a identificação do público. 
 
O teletrem funciona diariamente, durante 
todas as viagens do trem de passageiros da 
Estrada de Ferro Carajás e está em implantação 
na Estrada de Ferro Vitória – Minas, com 
previsão para inaugurar no primeiro semestre de 
2006. 
 
O “Educação nos Trilhos” é monitorado 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 49 
por pesquisas que ajudam a promover melhorias no 
projeto, aperfeiçoar e criar novas ações de 
programação e atividades nas Estações Conhecimento, 
além de medir os resultados do projeto. O projeto vem 
contribuindo para mudanças qualitativas e conquista da 
auto-estima dos participantes, que se sentem 
valorizados com a iniciativa. Verificam-se também 
melhorias (mudanças) nos hábitos dos usuários em 
relação à limpeza e conservação do trem e das 
estações, com redução do vandalismo. 
 
Exemplos de atividades realizadas no contexto 
do projeto: 
 
 Atividades educativas, culturais, sociais e de 
entretenimento; 
 Brinquedoteca, videoteca nas Estações de 
Conhecimento, nos embarques e 
desembarques do trem; 
 Valorização de grupos culturais locais através 
de atividades temáticas realizadas nas 
Estações Conhecimento; 
 Atividades de mobilização dentro do trem em 
datas comemorativas; 
 Mobilização mensal das comunidades através 
do “Portões Abertos”. 
 
Conteúdos que o projeto aborda e provocam 
maior interesse no público: 
 
 Alimentação 
 Prevenção de DSTs /AIDS 
 Educação/respeito com as pessoas 
 Cultura regional 
 Preservação do Meio Ambiente 
 Comportamento adequado nos trens 
 Higiene 
 Educação dos filhos 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 50 
 Coleta seletiva de lixo 
 Plantação e criação de animais 
Fonte: http://www.futura.org.br.data 
EXEMPLO 2: PROGRAMA JORNAL-ESCOLA 
 
O papel do educador/agente de 
leitura: 
 
A eficácia do trabalho pedagógico com o 
jornal depende na maior parte da competência e 
criatividade dos professores, bibliotecários e 
outros profissionais que se envolvem. 
 
O programa de Jornal e Educação é 
desenvolvido principalmente através do trabalho 
do professor. Porém nada impede que ocorra em 
uma escola, independentemente do trabalho em 
sala de aula. Um bibliotecário dinâmico poderá 
centralizar as atividades na biblioteca. Um 
diretor ou coordenador pedagógico poderá 
montar um cantinho da leitura em algum lugar, 
facilitando o acesso dos alunos, e de mais 
interessados da comunidade, aos jornais e 
criando estratégias para motivá-los. 
 
A preparação do professor é feita através 
de encontros, palestras, oficinas, cursos nas 
dependências do jornal, nos órgãos de 
educação, Secretarias Municipais de Educação, 
Diretorias de Ensino e nas próprias unidades 
escolares, geralmente nos horários destinados a 
reuniões pedagógicas. A orientação é feita 
também através de material pedagógico 
preparado para este fim e publicações no próprio 
jornal e no site. 
 
No início das atividades e no decorrer do 
ano são realizadas reuniões de coordenadores, 
Aula 2 | Pedagogia pára-além da escola 51 
encontros de educadores, seminários, oficinas e outros 
eventos. A participação dos professores nestas 
ocasiões, embora seja facultativa, é de grande 
importância para

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