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SÓ QUESTÕES DE PENAL IV COMENTADAS EM SALAS

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Fonte : Direito Penal Esquematizado — Parte Especial Victor Eduardo Rios Gonçalves ed 2011
Resumido por Esdras Arthur
Contra a Administração Pública 739
Esta infração penal nada mais é do que uma violação de segredo funcional que se refere especificamente a sigilo quanto a proposta de concorrência pública. Tal dispositivo, contudo, foi tacitamente revogado pelo art. 94 da Lei n. 8.666/93 — Lei de Licitações, que tem uma redação mais abrangente, punindo com detenção, de dois
a três anos, e multa qualquer devassa em sigilo envolvendo procedimento.
11.1.23. Questões
1. (Procurador da República — 17º concurso) Os crimes funcionais:
a) circunscrevem-se ao Código Penal.
b) não se aplicam a particular.
c) quando impróprios, ausente a condição de funcionário público, a conduta é atípica.
d) quando impróprios, ausente condição de funcionário público, opera-se a desclassificação para outro delito.
Resposta: “d”. Nos crimes funcionais próprios é que a exclusão da qualidade de funcionário público torna o fato atípico.
2. (Magistratura/SP — 174º concurso) Em relação aos crimes praticados por particular e funcionário público contra a Administração em geral, assinale a alternativa correta:
a) O descumprimento, por autoridade administrativa, de sentença proferida em Mandado de Segurança, não configura, sequer em tese, o crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal).
b) Havendo, no crime de concussão (art. 316 do Código Penal), ameaça explícita ou implícita, são inconciliáveis, no mesmo fato, a existência desse delito e o de corrupção ativa (art. 333 do Código Penal) praticado pelo particular.
c) Para sua caracterização, o crime de peculato, na modalidade culposa (art. 312, § 2º, do Código Penal), não reclama a existência de nexo causal entre o comportamento culposo do funcionário e o crime cometido por outra pessoa.
d) Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, comete o delito de condescendência criminosa (art. 320 do Código Penal).
Resposta: “b”. No crime de concussão, como o particular é ameaçado, caso ceda à exigência do funcionário, não incorre em corrupção ativa. 
A alternativa A está errada porque o agente pode responder por prevaricação, dependendo de sua motivação. A alternativa C está errada porque o peculato culposo reclama nexo causal entre a conduta culposa do funcionário e a do autor da infração — embora inexista liame subjetivo entre eles. A alternativa D contém erro porque descreve crime de prevaricação e não de condescendência criminosa.
3. (Ministério Público/SP — 81º concurso) Bruno, previamente ajustado com Eduardo, subtrai dinheiro de entidade paraestatal, valendo-se da facilidade que lhe proporciona o cargo que nela exerce, circunstância, entretanto, desconhecida de Eduardo. Mais tarde, em local seguro, dividem o produto do crime, quando são surpreendidos pela Polícia e presos em flagrante, sendo apreendido todo o dinheiro subtraído, enfim devolvido à vítima. Entende-se que:
a) Bruno e Eduardo cometeram peculato consumado.
b) Bruno cometeu peculato e Eduardo cometeu furto, consumados.
c) Bruno e Eduardo cometeram furto tentado.
d) Bruno e Eduardo cometeram furto consumado.
e) Bruno cometeu apropriação indébita e Eduardo cometeu furto.
Resposta: “b”. Eduardo não responde por peculato por não saber que Bruno é funcionário público.
4. (Magistratura/SP — 172º concurso) Funcionário público A. deixa, propositadamente, a porta do prédio da repartição aberta, sabendo que seu amigo B. irá nele penetrar e subtrair objetos valiosos da Administração. Neste caso:
a) A. responderá por peculato-furto e B. por peculato-apropriação.
b) ambos responderão por peculato-furto.
c) A. responderá por peculato culposo e B. por peculato-furto.
d) A. responderá por peculato-apropriação e B. por furto simples.
Resposta: “b”. O funcionário A. é autor de peculato-furto porque concorreu para que o bem fosse subtraído. Em tal crime, tal conduta que, normalmente seria de participação, foi elevada à hipótese de tipo independente. Por isso, B. também responde pelo crime porque estava previamente conluiado.
5. (OAB/SP — 118º exame) Assinale a alternativa em que são apontados os crimes contra a Administração Pública, praticados por funcionário público:
a) Corrupção ativa, contrabando ou descaminho e tráfico de influência.
b) Concussão, peculato e prevaricação.
c) Facilitação de contrabando e descaminho, violência arbitrária e usurpação de função pública.
d) Corrupção passiva, violação de sigilo funcional e desacato.
Resposta: “b”. Nas demais alternativas, há crimes praticados por particular dentre os elencados.
6. (Magistratura Federal/3ª Região — 6º concurso) Agentes policiais exigem de pessoa suspeita vantagem indevida, consistente na emissão de dois cheques. Antes do seu pagamento, porém, os cheques são sustados no banco sacado, por ordem do emitente. Nesse caso, aqueles 
funcionários públicos:
a) cometeram o crime consumado de concussão.
b) cometeram o crime de concussão, na forma tentada, pois o recebimento da vantagem ilícita não se consumou.
c) cometeram o crime de corrupção passiva, porque lhes foi feita a entrega dos cheques.
d) não cometeram crime algum, mas mera irregularidade administrativa, tendo em vista que os cheques exigidos foram entregues mas não foram pagos.
Resposta: “a”. O crime é o de concussão, e não de corrupção passiva, porque o enunciado diz que os policiais exigiram, e não apenas solicitaram a vantagem indevida. O crime se consumou porque a concussão é delito formal que se consuma com a mera exigência.
7. (Ministério Público — 83º concurso) Um jurado, depois de sorteado pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri para participar de um julgamento, foi aceito pelas partes. Antes de se dirigir para seu lugar no plenário, exige de familiares do réu, que estão ao seu lado, vantagem indevida para não votar em desfavor do acusado. Entretanto, não obtém sucesso em sua investida, pois as pessoas abordadas levam o caso ao conhecimento do Juiz e do Promotor de Justiça, que tomam as providências cabíveis. Como consequência, referido jurado:
a) não responde por nenhum crime, pois o fato é atípico, já que não gerou nenhuma consequência.
b) responde por extorsão, crime formal, pois, como não assumiu a função não é equiparado a funcionário público, e agiu com o intuito de obter indevida vantagem econômica.
c) responde por concussão, pois é equiparado a funcionário público e o crime, por ser formal, se consumou.
d) responde por tentativa de concussão, pois não conseguiu a vantagem indevida exigida.
e) responde por tentativa de corrupção passiva, pois sua conduta foi levada ao conhecimento das autoridades, impedindo a obtenção da vantagem indevida.
Resposta: “c”. O crime de concussão é possível mesmo antes de o funcionário assumir as funções desde que faça a exigência em razão dela (art. 316). O Jurado é equiparado a funcionário público porque, ainda que transitoriamente e sem remuneração, exerce função pública (judicial). Por fim, a concussão está consumada por ser crime formal, que se consuma no momento da exigência.
8. (Ministério Público — 82º concurso) Leia as afirmações que seguem:
I. Para configuração do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar vantagem indevida, é necessário que a solicitação do funcionário seja correspondida pelo extraneus.
II. No mesmo crime, na aceitação de promessa de vantagem pelo funcionário público, é o particular promitente quem tem a iniciativa, e este comete o crime de corrupção ativa. Pode-se dizer que:
a) as duas afirmações mostram-se irreais.
b) ambas as afirmações se apresentam corretas.
c) está errada somente a afirmação I.
d) está errada somente a afirmação II.
e) a afirmação II é parcialmente correta e a afirmação I é inteiramente certa.
Resposta: “c”. A corrupção passiva na modalidade solicitar independe da efetiva aceitação por parte do particular, estando errada a assertiva I. Já a alternativa II está certaporque, para que o funcionário aceite uma promessa de vantagem, é lógico que o particular deve tê-la prometido,respondendo pela corrupção ativa.
9. (Magistratura Federal/1ª Região — 2001) Qual o crime praticado pelo funcionário público que exige de um particular indevida vantagem, mediante violência?
a) Corrupção ativa.
b) Concussão.
c) Extorsão.
d) Corrupção passiva.
Resposta: “c”. O emprego de violência faz com que o agente responda por crime de extorsão,
que é mais grave do que a concussão em que não há este meio de execução.
10. (OAB/SP — 121º exame) Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, como se tipifica o crime de prevaricação?
a) Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
b) Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
c) Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
d) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Resposta: “d”. O crime de prevaricação está descrito no art. 319 do Código Penal exatamente como descreve a alternativa D.
11. (Magistratura/SP — 170º concurso) Policarpo, que exerce a chefia numa repartição pública municipal, surpreendeu o funcionário Belarmino no momento em que ele furtava material do almoxarifado, mas, movido por um sentimento de compaixão, deixou de responsabilizar o subordinado. Que infração penal teria o chefe cometido?
a) Favorecimento pessoal.
b) Prevaricação.
c) Omissão de comunicação de crime.
d) Condescendência criminosa.
Resposta: “d”. A omissão, decorrente de indulgência, em responsabilizar subordinado que cometeu infração penal, constitui condescendência criminosa (art. 320 do Código Penal).
12. (Ministério Público/PI — 2007) Funcionário público, valendo-se da facilidade que proporciona a ele a qualidade de funcionário público, subtrai, em proveito próprio, bem particular que se encontra na repartição pública e da qual não tem posse. Considerando a assertiva acima, assinale a alternativa correta.
a) O coautor não enquadrável no conceito de funcionário público (CP, art. 327) responderá, necessariamente, por crime contra o patrimônio.
b) O funcionário e o coautor respondem pelo crime de furto.
c) Não se trata de crime contra a Administração Pública.
d) O coautor não enquadrável no conceito de funcionário público (CP, art. 327) poderá
responder por crime contra a Administração Pública.
e) Os crimes contra a Administração Pública não admitem a forma culposa.
Resposta: “d”. O coautor também responde por peculato em razão da regra do art. 30 do Código Penal.
13. (Ministério Público/PI — 2007) Lépido, exercendo o munus publico de inventariante, tomou para si um computador dos bens deixados pelo de cujus, e do qual tinha posse em razão da referida condição. Lépido cometeu, em tese, o crime de:
a) roubo
b) desvio de bem.
c) apropriação indébita.
d) peculato.
e) furto qualificado.
Resposta: “c”. O inventariante não é funcionário público, nem propriamente e nem por equiparação, e, nos termos do art. 168, § 1º, III, do Código Penal, responde por apropriação indébita com a pena aumentada.
14. (Ministério Público/PR — 2008) Assinale a alternativa correta:
a) considera-se equiparado a funcionário público para efeitos penais quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
b) o crime previsto no art. 343 do Código Penal, tipificando as condutas de “Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos ou interpretação”, aplica-se apenas caso o corrompido exerça a função como titular de específico cargo público, como os peritos oficiais.
c) incrimina-se no art. 359-G do Código Penal a conduta de ordenar, autorizar ou executarato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura, consumando-se o delito com a prática de qualquer das condutas típicas, desde que concretizado efetivo prejuízo material para a Administração Pública.
d) não é punível a calúnia contra os mortos, embora possa sê-lo contra a pessoa jurídica, cuja ofensa reputa-se feita aos que a representam ou dirigem, ou desde que a imputação diga respeito à prática de crime ambiental, previsto na Lei 9.605/98.
e) o tipo culposo retratado no § 3º do art. 180 do Código Penal é aberto, pois o legislador especificou os indícios objetivos da culpa, consubstanciados nas expressões “por sua natureza, pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece”.
Resposta: “a”. A assertiva encontra-se em consonância com o art. 327, §1º, do Código Penal, que define funcionário público por equiparação. As demais alternativas contêm informações falsas.
15. (Ministério Público/PR — 2002) Assinale a alternativa correta:
a) uma banda de rock que, em suas músicas, incentiva o uso de cannabis sativa (maconha) não pratica crime algum, haja vista o princípio constitucional da liberdade de expressão.
b) o fato de o administrador público deixar de ordenar o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei é mera infração administrativa, não caracterizando nenhum crime previsto no Código Penal Brasileiro.
c) quem remarca número de chassi de automóvel pratica o crime de falsidade ideológica, do art. 299, do Código Penal.
d) o fato de o funcionário público ocupar cargo em comissão em órgão da administração direta representa uma qualificadora dos crimes por ele praticados contra a administração pública.
e) sempre que se verificar a ocorrência de um crime de corrupção ativa verificar-se-á, também, o crime de corrupção passiva.
Resposta: “d”. O art. 327, § 2º, do Código Penal prevê um aumento de 1/3 de pena quando o autor do crime ocupa cargo em comissão. Trata-se, em verdade, de causa de aumento de pena, mas é comum doutrinadores se referirem a ela como qualificadora. Ademais, as alternativas restantes estão erradas. Com efeito, não constitui crime a composição de músicas que defendam a liberação da maconha, mas o incentivo ao uso constitui crime. A conduta descrita no tópico B constitui crime descrito no art. 359-F, do Código Penal. Na alternativa C, o erro consiste em afirmar que o crime é o de falsidade ideológica, quando o correto é o crime de adulteração de sinal identificador de veículo (art. 311). Por fim, a alternativa E está errada
porque é possível corrupção ativa sem a passiva.
XI Dos Crimes Contra a Administração Pública 769
11.2.11.10. Ação penal
É pública incondicionada, de competência da Justiça Federal, já que o INSS é autarquia da União (art. 109, I, da Constituição Federal)
11.2.12. Questões
1. (Magistratura/SP — 169º concurso) Assinale a alternativa que indica em que circunstância se pode aceitar a configuração do delito de resistência:
a) O agente desatende ao chamado verbal de autoridade para receber uma censura em público.
b) O agente põe-se a espernear, dificultando ser encaminhado à prisão.
c) O agente profere ofensas verbais ao meirinho quando este cumpria mandado judicial.
d) O agente se opõe, mediante agressões físicas, ao cumprimento de mandado de prisão, alegando decorrer de injusta sentença condenatória.
Resposta: “d”. É a única das alternativas em que o agente se opôs à execução de ato legal com emprego de violência física efetiva contra o funcionário público.
2. (Ministério Público/MG — 44º concurso) Assinale a alternativacorreta:
a) No peculato impróprio, o funcionário público concorre culposamente para o crime de outrem.
b) Inocorre crime de resistência, se inexiste comportamento agressivo contra o funcionário público.
c) O funcionário público somente pode ser sujeito ativo de desacato se hierarquicamente inferior ao ofendido.
d) Pelo princípio da consunção, a denunciação caluniosa absorve a injúria e a difamação.
e) A evasão do presídio, com violência contra a coisa e grave ameaça constitui crime contra a Administração Pública.
Resposta: “b”. Não existe resistência sem comportamento agressivo. As demais alternativas contêm informações erradas.
3. (Delegado de Polícia/SP — 2008) A conduta do agente que, após ter sido abordado por policiais, abaixa cinicamente as calças em público, chamando-os para revistá-lo em tom jacoso, demonstrando efetivo intuito de menosprezo, pretendendo constrangê-los e ridicularizá-los diante de populares que presenciam o ato, caracteriza o crime de:
a) injúria.
b) ato obsceno.
c) resistência.
d) desobediência.
e) desacato.
Resposta: “e”. A intenção do agente foi nitidamente de ofender o funcionário público e não de cometer ato obsceno.
4. (Delegado de Polícia/SP — 2006) A pessoa que obtém para si vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função, pratica:
a) usurpação de função pública;
b) favorecimento pessoal;
c) exploração de prestígio;
d) favorecimento real;
e) tráfico de influência.
Resposta: “e”. A conduta se enquadra no crime de tráfico de influência do art. 332 do Código Penal.
5. (OAB-RJ) Não pode ser considerado próprio de funcionário público o crime de:
a) concussão.
b) prevaricação.
c) corrupção ativa.
d) corrupção passiva.
Resposta: “c”. O crime de corrupção ativa é cometido por particular contra a administração (art. 333 do Código Penal).
XI Dos Crimes Contra a Administração Pública 815
11.4.22. Violência ou fraude em arrematação judicial
Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar
afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
oferecimento de vantagem:
Pena — detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente
à violência.
11.4.22.1. Objetividade jurídica
A administração da justiça, no sentido de preservar o bom andamento das arrematações judiciais.
11.4.22.2. Tipo objetivo
Referem-se todas à arrematação judicial, isto é, a bens levados à hasta pública
por ordem judicial. As condutas são diversas:
a) impedir (apor obstáculos), perturbar (atrapalhar) ou fraudar a arrematação;
b) afastar ou procurar afastar pessoa interessada em dela tomar parte, mediante
violência, grave ameaça, fraude, ou pelo oferecimento de alguma vantagem. Comete o delito, por exemplo, quem ameaça concorrente de morte para que ele não ofereça valor maior por um bem que está interessado em arrematar. Em se tratando de licitação realizada pela Administração Pública (federal, estadual ou municipal), as condutas caracterizam crimes mais graves previstos nos arts. 93 e 95 da Lei n. 8.666/93 (Lei de Licitações). Existe divergência jurisprudencial para a hipótese em que alguém paga o bem arrematado com cheque sem fundos. Para alguns, configura o crime de fraude no pagamento por meio de cheque (art. 171, § 2º, VI); para outros, o crime em análise. A primeira solução parece ser a correta em face do montante da pena.
11.4.22.3. Sujeito ativo
Qualquer pessoa. Trata-se de crime comum.
11.4.22.4. Sujeito passivo
O Estado e, eventualmente, as pessoas lesadas (ex.: aquela cujo bem foi arrematado por valor menor, bem como aquela que foi ameaçada para não dar o lance).
11.4.22.5. Consumação
Na primeira hipótese, no momento em que a arrematação judicial é impedida,
perturbada ou fraudada. Na segunda modalidade, o delito se consuma no instante em que o agente emprega a violência, grave ameaça ou fraude, ou quando oferece alguma vantagem ao concorrente ou licitante, ainda que não consiga retirá-lo da disputa.
11.4.22.6. Tentativa
É possível.
11.4.22.7. Concurso
Se a vítima sofrer lesão corporal, ainda que leve, ou se morrer em decorrência
da violência empregada para a prática do delito, a pena do crime será somada à da
lesão corporal ou homicídio.
11.4.22.8. Ação penal
É pública incondicionada.
11.4.23. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito
Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena — detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
11.4.23.1. Objetividade jurídica
A administração da justiça, preservando-se o cumprimento das decisões judiciais.
11.4.23.2. Tipo objetivo
Consiste em exercer, que é sinônimo de desempenhar a função. Entende-se que
o sujeito deve fazê-lo em desobediência à decisão judicial de natureza cível ou penal,
como, por exemplo, aquelas interdições aplicadas com base no art. 92, II, do Código
Penal, como efeito da condenação criminal.
Veja-se que, atualmente, quem descumpre a suspensão da Carteira de Habilitação
imposta judicialmente comete o crime do art. 307 da Lei n. 9.503/97 (Código de
Trânsito Brasileiro). Por sua vez, quando o juiz substitui a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos consistente em alguma interdição, o descumprimento não configura o crime em análise, pois a consequência encontra-se no próprio Código Penal: revogação da substituição e cumprimento da pena privativa de liberdade originariamente imposta. A desobediência à suspensão imposta administrativamente não constitui o crime. 
Ex.: advogado suspenso pela OAB. O exercício da advocacia, nesse caso, configura,
para alguns, o crime do art. 205 do Código Penal e, para outros, a contravenção
do art. 47 da LCP (exercício ilegal de profissão).
XI Dos Crimes Contra a Administração Pública 817
11.4.23.3. Sujeito ativo
Somente a pessoa que tenha sido suspensa ou privada de exercer função, atividade,
direito, autoridade ou múnus. Trata-se de crime próprio.
11.4.23.4. Sujeito passivo
O Estado.
11.4.23.5. Consumação
No momento em que o agente inicia o exercício, desatendendo a determinação
judicial.
11.4.23.6. Tentativa
É possível.
11.4.23.7. Ação penal
É pública incondicionada, de competência do Juizado Especial Criminal.
11.4.24. Questões
1. (Delegado de Polícia/SP — 2003) A solicitação de determinada importância em dinheiro, a pretexto de influir em testemunha, constitui:
a) patrocínio infiel;
b) exploração de prestígio;
c) advocacia administrativa;
d) corrupção passiva.
Resposta: “b”. A conduta se enquadra no art. 357 do Código Penal.
2. (Delegado de Polícia/SP — 2008) O crime de evasão mediante violência contra a pessoa (art. 352 do CP), em que a pena da tentativa é a mesma do crime consumado, sem qualquer redução, recebe em doutrina o nomem juris de:
a) crime de ensaio.
b) crime de encontro.
c) crime de empreendimento.
d) crime bipróprio.
e) crime de conteúdo variado.
Resposta: “c”. A denominação dada aos crimes que punem a tentativa com a mesma pena do crime consumado é crime de empreendimento ou de atentado.
3. (OAB — 133º exame) O advogado do acusado de um crime de estupro instrui a testemunha, por ele arrolada, a mentir no processo criminal. A testemunha mente em juízo e, quando descoberta a mentira, antes da sentença, retrata-se dizendo a verdade e que foi o advogado quem a orientou a mentir. Assinale a alternativa incorreta:
a) A testemunha recebe uma extinção da punibilidade pela retratação.
b) Não constitui prerrogativa do advogado orientar a testemunha a mentir.
c) O advogado responde como partícipe do crime de falso testemunho, por ter induzido a testemunha a mentir.
d) O advogado responde como autor do crime de falso testemunho por ter induzido a
testemunha a mentir.
Resposta: “d”. O falso testemunho, por ser crime de mão própria, só pode ter a testemunha figurando na posição de autor. Assim, o advogado que a induziu a mentir é partícipee não autor do crime. As outras afirmativas estão corretas.
4. (Ministério Público/PR — 2002) Quem dá dinheiro a testemunha para que esta faça afirmação falsa em depoimento comete qual crime?
a) Equiparado ao falso testemunho (343, Código Penal).
b) Corrupção passiva (317, Código Penal).
c) Concussão (art. 316, Código Penal).
d) Fraude processual (art. 347, Código Penal).
Resposta: “a”. A conduta se encaixa perfeitamente no tipo penal do art. 343 — corrupção ativa de testemunha ou perito.
5. (Magistratura/SP — 182º concurso) Depois de ter praticado a subtração de certo bem, Fulano obteve ajuda eficaz de Sicrano para que o produto da subtração fosse escondido em lugar seguro para futura comercialização a cargo de Fulano. A conduta de Sicrano, nesse caso, em tese, configura
a) receptação dolosa.
b) favorecimento pessoal.
c) coautoria.
d) favorecimento real.
Resposta: “d”. Como a intenção de Sicrano é beneficiar o próprio autor da infração (Fulano), o crime é o de favorecimento real.

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