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Parasitologia Ascaris lumbricoides

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Medicina – 3º Período – Arielle Moraes
Parasitologia Básica – Ascaris lumbricoides – Ascaridíase
Protozoologia
A Ascaris lumbricoides é popularmente conhecida como lombriga. É um dos mais frequentes em todo o mundo, estando amplamente difundido nos cinco continentes. Apresenta uma prevalência muito mais elevada em países com condições econômicas mais baixas e em localidades com nível socioeconômico mais baixo assim como grande parte dos parasitas. Comparado com as amebas, giardias, entre outros, também tem uma estreita relação com o saneamento básico e com a educação higiênico sanitário deficiente. 
A transmissão se dá por água e elementos contaminados. Uma outra relação que pode ser feita é a alta prevalência em crianças. São relações que podemos fazer frequentemente quando trabalhamos com parasitas que possuem estreita relação com saneamento básico e com a educação higiênico sanitária.
Epidemiologia
▪ Infecção cosmopolita – alta prevalência em área tropical
▪ Educação higiênico sanitária e saneamento básico
▪ Dispersão de ovos pelas chuvas e cursos hídricos
▪ Veículos – baratas e moscas
▪ Transmissão fecal-oral
▪ Maior prevalência em crianças (1-10 anos)
Transmissão
▪ Passivo oral – ingestão de ovos 
▪ Veículos – água e alimentos
▪ Contato oral com as mãos
▪ Transmissão mecânica – moscas e baratas coprófagas – baixa importância epidemiológica
Contaminação por Ascaris lumbricoides
A forma parasitária infectante são os ovos de Ascaris lumbricoides. O hospedeiro definitivo é o homem. Não apresenta hospedeiro intermediário e não apresenta vetor biológico nem mecânico. 
Esse parasita irá contaminar o homem e desenvolver nele todo seu ciclo biológico para depois ser excretado nas fezes e por saneamento básico precário irá infectar outro homem. Com isso ocorre a perpetuação do parasita, seja no ambiente ou no organismo do hospedeiro definitivo. 
O ovo, a estrutura parasitária infectante, é altamente resistente às condições adversas do meio, e por isso pode permanecer no ambiente durante meses e ainda ser infectante. Água da chuva em inundações comuns em determinadas regiões do nosso país e cursos hídricos podem carrear essa estrutura parasitária infectante para locais distantes do seu ponto de origem e consequentemente gerar infecção em uma ampla extensão daquela região onde houve a contaminação ambiental. 
Com baixa importância epidemiológica, mas ainda existe a possibilidade, temos os animais coprófagos que se alimentam de fezes e consequentemente podem carrear e veicular a estrutura parasitária infectante de um local a outro. E consequentemente uma mosca que pousou em uma amostra fecal contaminada pode carrear seus ovos para um alimento posteriormente. Consequentemente ao ingerir esse alimento o indivíduo estará se contaminando com os ovos. Lembrando que essa forma de transmissão possui baixa importância epidemiológica. 
Além da patologia intestinal que esse verme causa, ele também é capaz de desencadear um quadro pulmonar relacionado ao seu parasitismo. 
Patogenia
▪ Pode ocorrer (1) durante a migração das larvas ou (2) vermes adultos em seu habitat definitivo (intestino delgado), ocasionando alterações hepáticas, pulmonares e intestinais. 
Alterações Hepáticas 
▪ Durante a migração das larvas
▪ Larvas pouco numerosas 
▪ Paciente não apresenta hipersensibilidade
▪ Infecções maciças como focos hemorrágicos, necrose, reação inflamatória, hepatomegalia, dor a palpação (compressão da cápsula) e febre. 
Alterações Pulmonares 
▪ Durante a migração das larvas
▪ Perfuração alveolar
▪ Reação inflamatória – pneumonia
▪ Produção de muco e secreção com traços de sangue devido à ruptura de alvéolos
▪ Necrose local
▪ Dificuldade respiratória, tosse e febre alta
▪ Síndrome de Loeffler ocorrente em crianças com ascaridíase que apresentam febre, tosse mucoide e eosinofilia acentuada vista em hemograma
Alterações Intestinais 
▪ Casos sintomáticos
▪ Sindrome diarreica – hipersensibilidade aos produtos parasitários
▪ Cólicas intermitentes
▪ Dor epigástrica
▪ Má digestão e má absorção
▪ Náuseas
▪ Perda do apetite
▪ Emagrecimento
▪ Inapetência
▪ Formação de novelos parasitários podendo evoluir para obstrução intestinal (constipação), rompimento da alça intestinal, extravasamento do material fecal, sepse e consequente morte do paciente 
Verme Adulto 
▪ Vermes longos e cilíndricos
▪ Apresentam extremidades afiladas
▪ Possuem tubo digestório completo e produzem enzimas digestivas
▪ Fêmea
 - Maior
 - Pode chegar a 60 cm de comprimento
 - Mais grossa
 - Região anterior retilínea ou levemente encurvada
▪ Macho
 - Menor
 - Pode chegar a 40 cm de comprimento
 - Mais fino
 - Delgado e apresenta extremidade posterior espiralada 
Ovo 
▪ Possui três camadas: uma camada mais interna bem delgada que serve para proteção da larva/embrião, outra intermediária mais espessa que serve para proteção do ovo das condições adversas do meio, e uma camada irregular mais externa chamada de camada mamilonada. 
▪ A camada mamilonada não é originária do ovo, mas sim aderida ao ovo no tubo digestório conforme sua passagem no hospedeiro definitivo, sendo basicamente uma estrutura mucoide que quando entra em contato com o ambiente sofre enrijecimento e adquire esse aspecto mamilonado irregular. 
▪ É possível observamos no diagnóstico ovos sem essa camada mamilonada irregular. Consequentemente o profissional do laboratório deve saber que há a possibilidade de encontrar esses ovos sem a camada mamilonada, denominados ovos decorticados. 
▪ Ovos férteis são ovoides alongados que se diferenciam dos ovos inférteis pois essas são mais circunscritos. Porém essa característica não pode ser emitida em um laudo pois não é uma característica precisa. 
▪ Então temos três possibilidades: ovos férteis, ovos inférteis e ovos decorticados.
Ciclo Biológico 
▪ Quando eliminados, os ovos possuem em seu interior um embrião (vulgo larva de primeiro estágio) em formação. Com a ação do oxigênio ocorre o chamado embrionamento, em que a massa embrionária se transforma em larva de segundo estágio. O embrionamento ocorre de 12 a 24 horas após a eliminação dos ovos no ambiente. 
▪ O indivíduo irá se contaminar pela ingestão de ovos férteis embrionados, que é a estrutura infectante, presentes no ambiente. Esses ovos já sofreram a primeira muda, que é o embrionamento. 
▪ Após a ingestão, o ovo passa pelo estômago e chega ao intestino delgado onde irá se romper liberando a larva de segundo estágio. Essa larva é aeróbia, ou seja, precisa de oxigênio para sobreviver. 
▪ Em busca de oxigênio, a larva irá penetrar na mucosa, submucosa e chega na circulação sanguínea onde não encontra oxigênio livre pois esse está associado à hemoglobina nas hemácias. Então a larva irá percorrer a circulação sanguínea até chegar no pulmão, onde rompe os alvéolos pulmonares e encontra oxigênio. 
▪ Ao encontrar oxigênio a larva sofre a segunda muda e se torna uma larva de terceiro estágio que é visível a olho nu, medindo cerca de 2 a 3 milímetros. 
▪ Nesse momento se inicia a sintomatologia pulmonar: tosse com produção de muco em grande quantidade que podem apresentar estrias de sangue devido ao rompimento dos alvéolos.
▪ Carregada pelo muco e pela tosse, a larva passa pelos bronquíolos e alcança os brônquios. Nos brônquios irá sofrer a terceira muda, se tornando a larva de quarto estágio que mede cerca de 0,5 cm e é anaeróbia. 
▪ A larva de quarto estágio irá subir impulsionada pelo muco e pela tosse do paciente, em sentido ascendente, até chegar na glote. Na glote terá dois caminhos: cospe ou engole. 
▪ Se cuspir, a larva será expelida e poderá ser vista a olho nu, sendo essa uma forma de diagnóstico.
▪ Se engolida irá passar pelo estômago e chegar ao intestino delgado. No próprio intestino delgado a larva irá se transformar em verme adulto se diferenciando em macho ou fêmea, dependendo de sua carga genética.
▪ Os vermes adultos, por apresentarem tubo digestório completo e produção de enzimas digestivas, irãocompetir pelo alimento com o hospedeiro definitivo. Irão então se nutrir e se desenvolver até atingir a maturidade sexual. 
▪ Uma característica interessante é que eles não possuem uma estrutura de fixação na mucosa intestinal, então estarão presentes na luz do intestino delgado e se movimentarão permanentemente de forma ondulatória, nadando contra o fluxo e o peristaltismo intestinal.
▪ Macho e fêmea adultos estão presentes na luz intestinal do hospedeiro definitivo, preferencialmente no intestino delgado, e na própria luz intestinal ao atingir a maturidade sexual irão se acasalar.
▪ A fêmea deposita seus ovos que também não possuem estrutura de fixação, e por isso seguirão o peristaltismo intestinal e são eliminados em grande quantidade junto as fezes.
Obs1: Uma única fêmea tem capacidade de depositar cerca de 200.000 ovos por dia. Isso indica que sua dispersão é muito grande no ambiente, visto que no indivíduo infectado há várias fêmeas depositando essa quantidade de ovos por dia. 
Obs2: A fêmea é capaz de depositar ovos sem a necessidade de acasalamento com um macho, porém esses ovos serão inférteis, ou seja, não são estruturas infectantes.
Confirmação Diagnóstica 
▪ Presença de ovos no exame coproparasitário – geralmente em grande quantidade
▪ Avaliação do tipo de ovo – férteis, inférteis ou decorticados
▪ Métodos de flutuação e sedimentação
▪ Imunodiagnóstico
▪ Exame de fezes positivo e exame radiológico positivo

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