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Apostila de Direito Penal - Parte especial II - 2ª prova

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Direito Penal – Parte Especial II
X – Dos crimes contra a fé pública
Seria ilógico se em todas as nossas relações sociais precisássemos provar a veracidade de um documento, logo, a necessidade de crença na legitimidade a autenticidade dos documentos fez nascer a proteção à fé pública. Em suma, esta se configura a na confiança que os cidadãos depositam na legitimidade dos sinais, documentos, moedas, papeis, aos quais a legislação atribui valor probatório. 
Portanto, o Estado possui relevante interesse em preservar o objeto jurídico desse título, qual seja a fé pública. Nesse sentido, o Estado também é sujeito passivo dos crimes que virão a ser apresentado.
Devido a essa importância, a doutrina e jurisprudência não admitem a aplicação do Princípio da Insignificância.
Ressalta-se, também, que o dano ele se presume, já está na essência dos tipos penais. No entanto, se o falso é grosseiro, ele torna-se incapaz de enganar, logo, configura atipicidade nesses crimes, podendo ser, no máximo, estelionato contra aquele que acreditou no falso grosseiro. 
“STJ, Súmula 73, A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.”
Por fim, cabe-nos diferenciar a Falsidade material da ideológica. 
Falsidade material. É todo aquele se dá no objeto, no documento, e que pode ser comprovado apenas via perícia.
Falsidade ideológica. É aquela que se dá no conteúdo, na ideia expressa, que é falsa. Pela forma do documento estar correta, sem alterações, não pode ser comprovada via perícia, mas sim pelas outras formas em direito admitidas. A ideia falsa contida no texto do documento deve ser juridicamente relevante.
Da moeda Falsa
Moeda Falsa
“Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.”
Corresponde a uma falsidade material. 
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar”, “fabricar”, “alterar” moeda nacional ou estrangeira que estão em curso. Incorrem na mesma pena aqueles que também as “importam”, “exportam”, “adquirem”, “vendem”, “trocam”, “cedem”, “emprestam”, “guardam” ou “introduzem” na circulação.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que se trata de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá quando a moeda for falsificada, fabricada ou alterada, independente de qualquer resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal, mas admite a tentativa pela sua forma plurisubsistente, ou seja, quando precisar de mais de uma pessoa para se consumar.
A doutrina entende que pode haver cumulação de crimes de moeda falsa se essas forem falsificadas violando bens jurídicos tutelados diversos, ou seja, ao se falsificar moeda nacional e estrangeira. Entretanto, há jurisprudência no sentido de se aplicar o crime continuado.
Privilégio
“Art. 289, § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.”
Responde por pena mais branda aquele que tenha recebido a nota falsa acreditando ser verdadeira, mas percebeu posteriormente que se trata de falsificação e a devolveu à circulação para “se livrar” dela.
Qualificadora
“Art. 289, § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.”
Caso aqueles que, em função do cargo que ocupam, fabriquem, emitam ou autorizem a fabricação ou emissão da moeda com valor inferior ou superior à determinada em lei responde na forma qualificada. Isso porque o Conselho Monetário Nacional e o BaCen são aqueles responsáveis pela regulação da fabricação e emissão da moeda de curso nacional.
Na forma qualificada também incorre aquele que faz circular moeda ainda não autorizada.
Competência
O crime é de competência Federal, pois somente a União pode controlar a emissão de Moeda.
Penaliza-se também o que tange à moeda estrangeira porque o Brasil se comprometeu a reprimir mediante tratados.
Crimes assimilados ao de moeda falsa
“Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.”
Corresponde a uma falsidade material.
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “formar” cédula, nota ou bilhete. Ou seja, pune-se a conduta do agente que junta os pedaços de cédulas, notas ou bilhetes que são verdadeiros para construir uma moeda falsa como se fosse verdadeira.
Constituem, ainda, “suprimir” sinal indicativo de inutilização e “restituir” à circulação o que foi inutilizado.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que se trata de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá independente de qualquer resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal, mas admite a tentativa pela sua forma plurisubsistente, ou seja, quando precisar de mais de uma pessoa para se consumar.
Qualificadora
“Art. 290, Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.”
Qualifica-se ao funcionário público que, em virtude do cargo que ocupa, realiza as condutas típicas.
Competência
O crime é de competência Federal, pois somente a União pode controlar a emissão de Moeda.
Petrechos para falsificação de moeda
“Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “fabricar”, “adquirir”, “fornecer” (oneroso ou gratuitamente), “possuir” ou “guardar” aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado especificamente à falsificação.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que se trata de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá independente de qualquer resultado naturalístico. Trata-se de subsidiariedade implícita, ou seja, quando um tipo envolve outro de modo tácito. Responde apenas pela falsificação se o resultado naturalístico se perfizer.
Trata-se de crime formal. Não admite a tentativa, uma vez que se trata de fórmula para punir a preparação do crime de moeda falsa.
Competência
O crime é de competência Federal, pois somente a União pode controlar a emissão de Moeda.
Penaliza-se também o que tange à moeda estrangeira porque o Brasil se comprometeu a reprimir mediante tratados.
Emissão de título ao portador sem permissão legal
“Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipoconsubstancia-se em “emitir” sem permissão, nota, bilhete, ficha ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador, detendo o nome do beneficiário (título em preto), ou não (título em branco).
Como bem afirma Nucci, a finalidade de existência desse tipo é evitar que papéis não autorizados pela lei passem a ocupar, gradativamente, o lugar da moeda. Proliferando-se, esses papéis ganham credibilidade junto ao público, nada impedindo que algumas pessoas passem a aceita-los como substitutos do papel moeda.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que se trata de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a emissão, independente de qualquer resultado naturalístico. 
Trata-se de crime formal. Não admite a tentativa.
Privilegio
“Art. 292, Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.”
Se aplica a forma privilegiada à quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos nesse artigo.
Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos
Cabe ressaltar à esse capítulo que se aplica a súmula 17 do STJ:
“STJ, Súmula 17, Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.”
Falsificação de papéis públicos
“Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo;
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III - vale postal;
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar”, fabricando ou alterando:
Selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo: qualquer marco feito cuja finalidade é comprovar o pagamento de determinada quantia referente a tributo;
Papel de crédito público que não seja moeda de curso legal: são títulos da dívida pública que podem servir como meio de pagamento, ex: precatório;
Vale postal: é a letra de câmbio postal;
Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica (livro onde se registram os depósitos feitos à Caixa) ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público;
Talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;
Bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município;
“Art. 293, § 1o Incorre na mesma pena quem:
I - usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;
II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário;
III - importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências.”
Na mesma pena incorre quem:
“Usa”, “guarda”, “possui” ou “detém” os papéis falsificados do caput;
“Importa”, “exporta”, “adquire”, “vende”, “troca”, “cede”, “empresta”, “guarda”, “fornece” ou “restitui à circulação” selo falsificado de controle tributário;
“Importa”, “exporta”, “adquire”, “vende”, “expõe à venda”, “mantém em depósito”, “guarda”, “troca”, “cede”, “empresta”, “fornece” ou “porta” ou “utiliza” em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria (seja o comerciante regularmente registrado na Junta ou o irregular):
Com selo falsificado de controle tributário;
Sem selo oficial, nos de obrigatoriedade legal;
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das condutas previstas, independente do resultado naturalístico do tipo, que consiste no efetivo prejuízo para o Estado.
Trata-se de crime formal, mas admite a tentativa pela sua forma plurisubsistente, ou seja, quando precisar de mais de uma pessoa para se consumar.
Privilégio
“Art. 293 - § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.”
Responde por perna mais branda aquele que “suprimir” sinal de sua inutilização, quando legítimos, com o fim de torna-los novamente utilizáveis, ou que os “usa” depois de alterados.
“Art. 293 - § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.”
Responde na forma privilegiada, também, aquele que “usa” ou “restitui” a circulação os papéis falsificados sabendo que assim os são, mesmo que tenha recebido de boa fé.
Aumento de pena
“Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.”
Caso o agente do delito for funcionário público que, prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena.
Petrechos de falsificação
“Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “fabricar”, “adquirir”, “fornecer”, “possuir” ou “guardar” objeto destinado à falsificação dos papéis do art. 293.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com as ações típicas, sem necessidade da efetiva falsificação, uma vez que se essa ocorrer o crime passa a ser o do artigo anterior.
Se os petrechos forem para a falsificação de selos ou vales postais o crime passa a ser o do art. 38 da lei 6.538.
Trata-se de crime formal.
Admite a tentativa.
Aumento de pena
“Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.”
Caso o agente do delito for funcionário público que, prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena.
Da falsidade documental
Falsificação de selo ou sinal público
“Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
I - quem faz usodo selo ou sinal falsificado;
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsifica”: fabricando ou alterando:
Selo público, que autentica atos oficiais dos entes da federação;
Selo ou sinal, atribuído por entidade de direito público, autoridade ou o sinal do tabelião.
Nas mesmas penas incorre quem faz uso do selo que foi falsificado, que utiliza os verdadeiros de forma indevida e quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.
O Elemento normativo do tipo é a
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a prática das condutas, independente do resultado a que se pretendia
Trata-se de crime formal. É admissível a tentativa.
Aumento de pena
“Art. 296, § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.”
Aumenta-se a pena ao funcionário público que faz uso do cargo para realizar as ações típicas.
Falsificação de documento público
“Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar” ou “alterar” documento público.
Na mesma pena se incorre aquele que “insere” ou “faz inserir”:
Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;Referente à previdência social
É Falsidade Ideológica
Na carteira de trabalho e previdência social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;Insere 
Faz inserir
Em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado;
Ou quem omite dos documentos acima o nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.Omitir
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite a tentativa.
Aumento de pena
“Art. 297, § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.”
Aumenta-se a pena ao funcionário público que faz uso do cargo para realizar as ações típicas.
Documentos públicos para fins penais
“Art. 297, § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.”
Para fins penais, se equiparam a documentos públicos:
Documento público o emanado de entidade paraestatal;
O título ao portador ou transmissível por endosso (título cambiário);
As ações de sociedade comercial;
Os livros mercantis; e o
Testamento particular (também chamado de testamento hológrafo).
Falsificação de documento particular
“Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar” ou “alterar” documento particular.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Falsificação de cartão
Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
Equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito
Falsidade ideológica
“Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “omitir”, “inserir” ou “fazer inserir” em documento público ou particular declaração falsa com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico, que é o efetivo prejuízo ao Estado ou ao particular.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa, contanto que não se faça na forma omissiva.
Aumento de pena
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Aumenta-se a pena ao funcionário público que faz uso do cargo para realizar as ações típicas.
Aumenta-se, ainda, se a alteração for em assentamento de registro civil.
Declaração de pobreza
A declaração de pobreza para fim de assistência judiciária não pode ser considerada documento para fins desse artigo, uma vez que é possível se produzir provas a respeito do estado financeiro do requerente, cabendo ao juiz deferi-la.
Lei 7492
Responde pelo art. 9º da lei 7492 se o crime é cometido contra o sistema financeiro.
Falso reconhecimento de firma ou letra
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “reconhecer”, como verdadeira, firma (assinatura ou abreviação) ou letra (sinal representativo) de alguém, quando não o seja.
O sujeito ativo pode ser apenas o funcionário que possui, legalmente, a atribuição para reconhecer firma ou letra, portanto trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumaçãose dá com o reconhecimento, independente da entrega do documento a quem dele possa fazer mau uso.
Trata-se de crime formal. Não admite tentativa, isso porque o agente reconhece letra ou firma em um único ato, logo é crime unissubsistente.
Certidão ou atestado ideologicamente falso
“Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar” ou “certificar” falsamente fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou serviço de caráter público ou qualquer outra vantagem, que não seja patrimonial. Caso a vantagem obtida seja patrimonial o crime passa a ser estelionato.
O sujeito ativo pode ser apenas o aquele que “em razão da função pública” tenha atribuição para expedir atestado ou certidão, portanto trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. Entretanto, se aplica multa caso o agente tenha fim de lucro.
“Art. 301, § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.”
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Falsidade material de atestado ou certidão 
“Art. 301, § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.”
Há autores que entendem que esse parágrafo trata de forma qualificada do anterior, como Nucci.
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar” ou “alterar”, atestado ou certidão para que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou serviço de caráter público ou qualquer outra vantagem, que não seja patrimonial
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. Entretanto, se aplica multa caso o agente tenha fim de lucro.
“Art. 301, § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.”
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Falsidade de atestado médico
“Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “dar” atestado falso. Este atestado deve versar, segundo a doutrina majoritária, sobre fato relevante, e não sobre opinião ou prognóstico do profissional.
O sujeito ativo pode ser apenas o médico, portanto trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. Entretanto, se aplica multa caso o agente tenha fim de lucro.
“Art. 302, Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.”
O momento de consumação se dá com a efetiva entrega do atestado falso a alguém, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
“Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “reproduzir” ou “alterar” selo ou peça filatélica (destinada a colecionadores) que tenha valor para coleção (devido ao aumento do valor do selo ou da peça com o passar do tempo), salvo quando a reprodução ou alteração está visivelmente anotada na face ou verso do selo ou peça.
Nas mesmas penas incorre quem, faz uso destas para fins de comércio.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Uso de documento falso
“Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar” ou “alterar” documento particular.
O sujeito ativo pode ser apenas o funcionário que possui, legalmente, a atribuição para reconhecer firma ou letra, portanto trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “fazer uso” de qualquer dos papéis falsificado do art. 296 a 302. São eles:Falsidade material: Art. 297 e art. 298.
Falsidade ideológica: Art. 299
Documento público ou particular;Art. 300
Papel onde consta firma ou letra falsamente reconhecida;Art. 301
Atestado ou certidão pública; e
Atestado médico.Art. 302
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá quando for feito o uso do documento, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Apresentação espontânea do documento
Segundo a posição jurisprudencial majoritária, defendida também por Nucci, é irrelevante se o agente utiliza o documento falso em ato unilateral ou se faz porque qualquer autoridade assim exige. Utiliza-se muito o exemplo da carteira de habilitação falsa, em que a exigência é feita por policial rodoviário por estar em sua função fiscalizadora. Em sentido contrário, sustentando que o documento deve sair da esfera do agente por iniciativa dele mesmo, encontramos Delmanto.
Passaporte falso - competência
“STJ, Súmula 200, O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.”
Outras falsidades
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
“Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “falsificar” ou “usar”, fabricando ou alterando marca ou sinal do poder público em metal precioso ou usado na fiscalização alfandegária.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas (falsificação ou uso), independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crimeformal. Admite tentativa.
Forma privilegiada
“Art. 306, Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.”
Responde na forma privilegiada quando a marca ou o sinal falsificado é usado para fim de fiscalização sanitária ou para autenticar ou encerrar objetos, ou para comprovar o cumprimento de formalidade legal.
Falsa identidade
“Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.”
Identidade é termo mais abrangente que apenas nome e qualidade, para Nucci é o conjunto de características peculiares de uma pessoa determinada, que permite reconhece-la e individualiza-la. 
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “atribuir” a si ou a outrem falsa identidade para obter vantagem ou causar dano.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a simples atribuição, independente do gozo de vantagem ou do efetivo prejuízo.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Identificação defensiva
Não é infração penal a conduta do agente que se atribui falsa identidade para escapar da ação policial, evitando sua prisão. Entretanto, não abrange o deu direito defensivo o momento da qualificação, seja na polícia ou em juízo, pois o direito de silenciar ou mentir do acusado/indiciado não envolve essa fase interrogativa.
Falsa identidade
“Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “usar”, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista (documento que comprova a regularidade diante do serviço militar obrigatório) ou qualquer documento de identidade alheia; ou “ceder”, a outrem esses documentos, seja próprio ou alheio.
A alteração de fotografia do documento pode constituir o crime do art. 297 (falsificação de documento público), caso o intuito seja diverso da falsa identidade.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com o uso ou com a cessão do documento, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Fraude de lei sobre estrangeiro
“Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “usar”, o estrangeiro, nome que não é o seu para entrar ou permanecer no país.
O sujeito ativo pode ser apenas o estrangeiro na modalidade “usar”, portanto trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo, a vontade de entrar ou permanecer no território brasileiro.
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Qualificadora
“Art. 309, Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Quando alguém atribui ao estrangeiro a falsa qualidade para que entre no país.
O sujeito ativo da forma qualificada pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. 
Fraude de lei sobre estrangeiro
“Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “Prestar-se a figurar”, isto é, estar disposto a representar, como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor de estrangeiro nos casos em que lhe é vedado a propriedade ou posse de tais bens.
Esclarece Hungria que este dispositivo atende ao interesse de evitar burla ao objetivo constitucional de nacionalização de certas companhias ou empresas ou de certos bens (ou valores).
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
“Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial.”
O objeto jurídico é fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “adulterar” ou “remarcar” o número de chassi ou sinal identificador de veículo, seu componente ou equipamento.
Na mesma pena incorre o funcionário público que contribui par ao licenciamento ou registro desse veículo. Apesar de partícipe da adulteração, o funcionário responderá pelo §2º.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a adulteração ou remarcação, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Aumento de pena
“Art. 311, § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.”
Aumenta a pena de o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão desta.
Dos crimes contra a administração pública
Para os crimes desse título, o sujeito passivo já está predeterminado, ele é o Estado.
O objeto jurídico será sempre a administração pública, levando-se em conta seu interesse patrimonial e moral.
Pelo artigo 92, como efeito da sentença que condenar o funcionário público, teremos a perda automática do cargo ou função pública deste quando:
Pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 1 ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
Pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.
Aquele condenado por qualquer dos crimes desse capítulo terá sua progressão de regime condicionado à reparação do dano por força do art. 33, § 4º; entretanto, esse artigo não tem muita aplicação na prática.
No caso dos delitos funcionais, quando afiançáveis, cabe defesa preliminar (pena mínima não ultrapasse 2 anos). Pelo art. 514 do CPP, estando a denúncia em termos, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de 15 dias.
Dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral
Funcionário público
O artigo 327 trata-se de norma explicativa válida para todo o capítulo a ser tratado. 
É importante ressaltar que nos crimes a seguir o agente ativo será sempre o funcionário público, mas o crime pode ser cometido por particular se este particular pratica o crime junto com o funcionário público. Essa interpretação jurisdicional e doutrináriae dada em função do art. 30 do CP que aduz que os as circunstâncias pessoais do agente se comunicam apenas se forem elementares do crime, o que é o caso dos crimes seguintes. Logo, trata-se de crime próprio.
“Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.”
Considera-se funcionário público, apenas para efeitos penais, quem exerça qualquer cargo, emprego ou função pública, mesmo que de forma transitória e sem remuneração, ou então aqueles que exerçam cargo, emprego ou função em paraestatal, conveniada pelo poder público para que exerça sua atividade fim.
O terceirizado que trabalha em qualquer das entidades enunciadas apenas será considerado funcionário público para fins penais se exercer a atividade fim daquela entidade.
A doutrina ainda diferencia o crime funcional em próprio e impróprio. O primeiro é aquele em que ao se retirar a qualidade de funcionário público do agente o fato se torna atípico, como é o caso da condescendência criminosa. Já o segundo é aquele me que ao se retirar a qualidade de funcionário público do agente o fato continua sendo crime, mas por outro tipo penal, como no caso do peculato.
Em algumas provas de concurso ou na OAB a banca comumente troca as expressões “funcionário público” e “particular” pelas “intraneous” e “extraneous”, respectivamente.
Aumento de pena
 “Art. 327, § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.”
À todos os crimes previstos nesse capítulo em que o sujeito ativo é o funcionário público, a pena é aumentada se este possuir algum cargo em comissão ou função de direção ou assessoramento da administração direta, SEM, EP ou fundação pública.
Peculato
Inicialmente, ressaltemos que existem 6 tipos de estelionato, são eles:
	Apropriação
	Desvio
	Furto
	Estelionato
	Eletrônico
	Culposo
	Art. 312
	Art. 312 
	Art. 312, § 1º
	Art. 313
	Art. 313-A
	Art. 312, § 2º
	Apropriação
	Desviar
	Subtrair Concorrer para que terceiro subtraia
	Mediante erro de outrem
	Inserir, alterar, excluir dados
	Culposamente
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
Quanto ao Peculato Apropriação, a ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “apropriar” de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel do qual tenha posse em função do cargo. Este é o peculato apropriação. A diferença desse tipo de peculato para a apropriação indébita é justamente o sujeito passivo. 
Quanto ao Peculato Desvio, a ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “desviar” em proveito próprio ou alheio de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel do qual tenha posse em função do cargo; nesse caso, dá-se uma destinação diferente (Ex: uso do cartão corporativo).
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo.
O momento de consumação se dá com o efetivo prejuízo material para o Estado.
Trata-se de crime material. Admite tentativa.
Peculato furto
Art. 312, § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “subtrair”, a mesma do furto, ou concorre para que seja subtraído.
Peculato culposo
Art. 312, § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Trata-se da participação culposa em ação dolosa alheia. O funcionário público tem o dever de agir, impedindo o resultado de ação delituosa de outrem. 
Esta modalidade é sempre plurissubjetiva, isto é, necessita da concorrência de pelo menos duas pessoas: o funcionário (garante) e terceiro que cometa o crime para o qual o primeiro concorre culposamente.
Art. 312, § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Caso a reparação se der:
Antes da Sentença: extingue a punibilidade;
Depois da Sentença: reduz a pena pela metade.
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “apropriar-se” de dinheiro ou qualquer utilidade/vantagem que recebeu por outrem, mediante erro, em função do cargo que ocupa.
 Erro significa a falsa percepção da realidade. Torna-se necessário que a vítima, por equivocar-se quanto à pessoa do funcionário público encarregado de receber o dinheiro ou a utilidade, termine entregando o valor a quem não está autorizado a receber. Este, por sua vez, interessado em apropriar-se do bem, nada comunica à pessoa prejudicada, nem tampouco à administração.
Se o funcionário público que induz em erro, responde por estelionato.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com o efetivo prejuízo material para o Estado.
Trata-se de crime material. Admite tentativa.
Inserção de dados falsos em sistema de informações
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “inserir” ou “facilitar” a inserção de dados falsos, ou “alterar” ou “excluir” indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou banco de dados da administração com o fim de obter vantagem indevida ou para causar dano.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “modificar” ou “alterar” sistema de informação ou software sem autorização ou solicitação de autoridade competente
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Aumento de pena
Art. 313-B, Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificaçãoou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.
Aumenta-se a pena quando do exaurimento do crime, isto é, o efetivo prejuízo ao Estado ou ao administrado.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “extraviar”, “inutilizar” ou “sonegar”, total ou parcialmente, qualquer documento que deva guardar em função do cargo.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização do extravio, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “dar” ao dinheiro público aplicação diversa da estabelecida em lei. A destinação de certa dotação orçamentária vem disposta na Lei Orçamentária Anual (LOA). Essa aplicação deve ser de fim público, o que diferencia o crime tratado do peculato desvio.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a efetiva entrega da renda ou verba diferente do disposto na LOA.
Trata-se de crime material. Admite tentativa.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “exigir” vantagem indevida, seja direta ou indiretamente, mesmo que ainda fora da função ou antes de assumi-la, mas desde que seja em razão dela.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
Ressalta-se aqui que a vítima que paga a vantagem é, pelo entendimento jurisprudencial, mera vítima, uma vez que sua vontade não é livre. 
A depender da ameaça que o agente utiliza passa a se configurar extorsão.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Excesso de exação e outra (qualificadora)
Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Exação é a cobrança pontual de impostos. Logo, esse tipo penal visa punir o abuso de direito.
A qualificadora retrata a situação do funcionário que exige tributo que sabe (dolo) ou que deveria saber (dolo eventual) indevido, ou, quando devido, emprega meio vexatório ou gravoso (oneroso) na cobrança que a lei não autoriza.
Art. 316, § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Se o funcionário desvia aquilo que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos, seja em proveito próprio ou alheio.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “solicitar” ou “receber” vantagem indevida, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.
A doutrina a classifica em própria ou imprópria. 
Corrupção passiva própria: O funcionário público recebe essa vantagem indevida para praticar um ato ilegal;
Corrupção passiva imprópria: O funcionário recebe a vantagem indevida para prática de um ato legal.
Ou ainda em subsequente e antecedente:
Corrupção passiva antecedente: antes do ato de ofício;
Corrupção passiva subsequente: depois do ato de ofício.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Aumento de pena
Art. 317, § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
Se em razão da vantagem ou promessa o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo seu dever, aumenta-se a pena. É o que a doutrina chama de Corrupção exaurida.
Privilégio
Art. 317, § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
A pena é menor àquele que deixa de praticar qualquer ato de ofício, infringindo seu dever, devido à pedido ou influência de outrem. Não há propina. Diferencia-se da prevaricação, isso porque na prevaricação o ato é espontâneo do funcionário público.
Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “facilitar” o contrabando ou descaminho, infringindo seu dever funcional.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a facilitação, infringindo o dever funcional, independente do prejuízo à administração.
Competência
A competência é, em regra, da polícia Federal, por se tratar de crime conexo ao contrabando. Mas quando se tratar de imposto estadual, a competência é da justiça estadual.	
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “retardar” ou “deixar de praticar”, indevidamente, ato de ofício contra disposição expressa em lei, voluntariamente, seja para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
A Greve abusiva é considerada crime de prevaricação
O MP deve descrever na denúncia qual é o sentimento pessoal, sob pena de denúncia inepta. A preguiça, erro, negligência, comodismo não constituem o crime de prevaricação, na verdade apenas respondem por improbidade administrativa.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Prevaricação (Art. 319-A)
Art. 319-A.  Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambienteexterno:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “deixar” o preso ter acesso a aparelho que lhe permita a comunicação entre presos ou entre eles e qualquer pessoa fora do ambiente carcerário.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com o acesso do preso ao aparelho telefônico, rádio ou similar devido à omissão do direitos ou agente público.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “deixar”, por indulgência (pena ou dó), de responsabilizar subordinado por infração funcional ou, quando lhe falte competência, “não levar” o fato ao conhecimento da autoridade competente.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “patrocinar”, no sentido de interceder, o interesse privado perante a administração pública em função do cargo que ocupa. Nesse caso, o funcionário faz simples favor ao particular.
É legítimo o funcionário pleitear em favor de si; logo, o interesse típico é aquele dirigido a outrem.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com o patrocínio, independente do efetivo prejuízo à Administração.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Qualificadora
Art. 321, Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
O crime se qualifica quando o interesse patrocinado é ilegítimo.
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “abandonar” cargo público, fora dos casos permitidos em lei. Esse tempo, normalmente, está disposto em estatutos dos funcionários públicos (Ex: Lei 8.112).
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com o abandono da função, ainda que não tenha dado efetivo prejuízo material para o Estado.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Qualificadoras
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Qualifica-se pelo resultando quando ele der efetivo prejuízo à administração.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Qualifica-se, ainda, quando o abandono se da em fronteira.
Segundo Nucci, caso do abandono resulte prejuízo e ele tenha acontecido em fronteira, isto é, concorrem as duas qualificadoras, o juiz deve iniciar a pena com o disposto no § 2º, mas considerar, na 1ª fase da aplicação da pena (art. 59), a outra qualificadora.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “entrar no exercício”, antes de satisfeitas as condições, ou “continuar a exercer”, depois de saber que foi oficialmente exonerado, removido, substituído ou suspenso.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “revelar” fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva ser mantido em sigilo, ou “facilitar” sua revelação.
Nas mesmas penas incorrem aqueles que “permitem” ou “facilitam”, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou outra forma o acesso de não autorizados à sistema de informações ou banco de dados, ou, então, se utiliza indevidamente do acesso restrito.
O sujeito ativo é o funcionário público, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Qualificadora
Art. 325, § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Qualifica-se o crime com o efetivo dano à administração pública.
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “opor-se” à execução de ato legal com violência ao funcionário competente a fazê-lo ou quem lhe preste auxílio. Afirma a doutrina que a violência aplicada deve ser contra a pessoa, não contra a coisa, bens.
A doutrina ainda diferencia a Resistência em:
Resistência ativa: por violência ou ameaça;
Resistência passiva: não é resistência propriamente dita, é, na verdade, desobediência.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Pela jurisprudência, a resistência e desacato no mesmo contexto, o primeiro absolve o segundo.
Qualificadora
Art. 329, § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
Incorre na qualificadora quando o ato legal não for executado.
Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “desobedecer” ordem legal de funcionário público. Aqui,exige-se o conhecimento direto (não valendo o simples envio de ofício ou carta) por parte do funcionário público ao qual se destina a ordem.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. O engano quanto à ordem exclui o dolo.
O momento de consumação se dá com a simples desobediência, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Lei Maria da Penha
Quando da desobediência da ordem de afastamento da mulher, a lei admite a prisão preventiva.
Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “desacatar” (desrespeitar, humilhar) funcionário público em função de seu cargo. 
Não se caracteriza o crime se houver reclamação ou crítica da atuação funcional de alguém.
Deve constar na Denúncia exatamente as expressões utilizadas pelo agente.
O desacato se dá na presença do funcionário; não precisa ser face a face, basta estar na mesma área. Já a injúria majorada (em razão do sujeito passivo ser funcionário público) não se está na presença, é por outros meios: e-mails, cartas, telefone...
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Tráfico de Influência
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “solicitar”, “exigir”, “cobrar” ou “obter” para si ou outrem promessa de vantagem a pretexto e influir em ato de funcionário público.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
A doutrina chama de estelionato de atos de funcionário público
Aumento de pena
Art. 332, Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.
Aumenta-se a pena quando o agente alega ou insinua que o funcionário tambpem receberá vantagem.
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “oferecer” ou “prometer” vantagem indevida á funcionário público para que este pratique , omita ou retarde ato de ofício.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Aumento de pena
Art. 333, Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Aumenta-se a pena quando se retarda ou se omite ato de ofício em razão da vantagem.
Contrabando ou descaminhocontrabando
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria:descaminho
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 1º - Incorre na mesma pena quem:
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “importar” ou “exportar” mercadoria proibida ou “iludir” o pagamento de imposto ou direito devido pela entrada ou saída de produto. Nas mesmas penas incorre quem pratica:
Navegação de cabotagem ilegalmente;
Pratica fato assimilado;
Vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, que sabe ser produto mercadoria clandestina;
Adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou que sabe serem falsos.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. Entretanto, nos casos do § 1º, c e d, o crime é próprio, praticado pelo comerciante. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Aumento de pena
Art. 334, § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo.
Aumenta a pena quando o crime é praticado via aérea.
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
Substituído por lei especial no art. 90, 93 e 96 da lei 8.666.
Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “rasgar”, “inutilizar” ou “conspurcar” (macular ou sujar) edital; “violar” ou “inutilizar” selo ou sinal de identificação ou cerrar (encobrir) qualquer objeto.
Ressalta-se que uma vez passado o prazo de validade dos edital, não pode mais ser objeto deste delito.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Subtração ou inutilização de livro ou documentoArt. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
O objeto jurídico é a administração pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “subtrair” ou “inutilizar” livro oficial, processo, ou documento confiado à custódia de funcionário público ou de particular em serviço público.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Dos crimes contra a administração da justiça
Reingresso de estrangeiro expulso
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.
O objeto jurídico é a administração da justiça.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “reingressar” ao país.
O sujeito ativo é o estrangeiro expulso, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Competência
O crime é d competência da Justiça Federal.
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração da justiça.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “dar causa” à inquérito policial, processo, sindicância, PAD (processo administrativo), inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém que sabe ser inocente.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Aumento de pena
Art. 339, § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
Aumenta a pena se o agente serve do anonimato ou de nome suposto para cometer a calúnia.
Diminuição de pena
Art. 339, § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
A pena é diminuída quando se tratar de denunciação de contravenção.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
O objeto jurídico é a administração da justiça.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “provocar” a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção que sabe não ter existido.
Segundo Nucci, caso dessa informação falsa se tenha encontrado subsídios concretos do cometimento de outro crime não se configuraria o crime.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Autoacusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
O objeto jurídico é a administração da justiça.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “acusar-se”, perante autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração da justiça.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “fazer” falsa afirmação ou “negar” ou “calar” a verdade.
O sujeito ativo é a pessoa na condição de testemunha juramentada, o perito, o contador, tradutor ou o intérprete, uma vez que trata-se de crime próprio. O sujeito passivo é o Estado.
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Aumento de pena
Art. 342, § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
Aumenta-se a pena se o crime é praticado mediante suborno ou com fim de obter prova em processo em que a administração pública é parte.
Extinção da punibilidade
Art. 342, § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Extingue-se a punibilidade com a retratação do agente.
Suborno
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
O objeto jurídico é a administração da justiça.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “dar”, “oferecer” ou “prometer” vantagem à testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete para que dê falso testemunho.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização das ações típicas, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Aumento de pena
Art. 343. Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
Aumenta-se a pena se o crime é praticado com fim de obter prova em processo em que a administração pública é parte.
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
O objeto jurídico é a administração da justiça.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “usar” violência ou grave ameaça contra autoridade, parte ou qualquer pessoa chamado a intervir em processo, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é o dolo. 
O momento de consumação se dá com a realização da ação típica, independente do resultado naturalístico.
Trata-se de crime formal. Admite tentativa.
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça

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