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Revisão Dignidade da Pessoa Humana

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Curso de Direito da UEMG Unidade Passos
Curso de Direito Constitucional II
Professora Maysa Andrade Lemos Silveira 
Aula I – Direitos Fundamentais: Considerações Gerais(revisão) /Dignidade da Pessoa Humana 
Direitos Humanos e Direitos Fundamentais:
Direitos do Homem = sentido de direitos naturais, não positivados.
Direitos Humanos= reconhecidos e positivados na esfera do direito internacional. 
Direitos Fundamentais = direitos positivados e protegidos pelo direito Constitucional de cada Estado. 
Os doutrinadores dividiram os direitos fundamentais em DIMENSÕES, a fim de uma compreensão evolutiva. Ou seja, os direitos fundamentais forma divididos em dimensões para explicar a formação histórica destes direitos. Contudo, não há sobreposição de uma dimensão à outra, nem superação ou suplantação. As dimensões de direitos indica caráter cumulativo da evolução destes direitos.
 Direitos Humanos de 1ª. Dimensão: os primeiros a serem positivados. São postulados de abstenções aos governantes = obrigações de não fazer, de não intervir. São as liberdades públicas (direitos civis) e direitos políticos, liberdade de culto, de crença, de consciência, de reunião, de domicílio, etc. Traduzem o valor-direito da liberdade. 
2ª. Dimensão: obrigação do Estado de prestações positivas e não mais de abstenção. A liberdade continua...é real e igual, para todos, mediante a ação corretiva do Estado, por meio de seus Poderes Públicos. Direitos sociais, culturais e econômicos, direito de sindicalização, direito de greve, ligados a reivindicações de justiça social. 
3ª Dimensão: direitos de solidariedade, do consumidor, do meio ambiente, direito de coletividades (difusos e coletivos), à paz, ao patrimônio público.
 4ª Dimensão: patrimônio genético. (Norberto Bobbio).
5ª. Dimensão: direitos a paz (Paulo Bonavides)
A Constituição de 1988 elenca um rol de direitos e garantias fundamentais e para expor em seu texto de forma didática os coloca em grupos:
- direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º.)
- direitos sociais (art. 6º. Ao 11º.)
- direitos de nacionalidade (art. 12º. e 13º.)
- direitos políticos (art. 14º. a 16º.)
- partidos políticos (art. 17º.)
Apesar desse elenco de direitos, cabe dizer que esse rol não é taxativo, mas meramente exemplificativo, podendo compreender direitos e garantias fundamentais ao longo do texto da constituição, dos princípios constitucionais e dos tratados internacionais que o Brasil faça parte (art. 5º, parágrafo 2º.).
Características dos Direitos Fundamentais : 
- Historicidade – possuem caráter histórico. Com isso, eles não são apenas o resultado de um acontecimento determinado, mas passam, por um profundo processo de evolução ao longo da história da humanidade (cristianismo, jusnaturalismo, revoluções, declarações, juspostivismo, pos-positivismo, etc ).
Podemos concluir que os direitos fundamentais vão sendo agregados e acrescidos devido a novos contextos e novas realidades sociais. 
Primeiramente esses direitos foram proclamados/afirmados nas DECLARAÇÕES, posteriormente nos PREÂMBULOS das Constituições e, em seguida, em seus TEXTOS, tornando incontestável sua força normativa
Universalidade -Destinam-se, de modo indiscriminado a todo homem e cidadão. 
Estrangeiros possuem direitos fundamentais? O art. 5 caput: Aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País. Entretanto, há direitos que se asseguram a todos, independentemente da nacionalidade, mas alguns são exclusivos aos de nacionalidade brasileira. 
Animais? Não possuem direitos fundamentais – mas são protegidos contra a crueldade art. 225 § 1º, VII 
Pessoas jurídicas ? Sim possuem, tem direitos a propriedade, sigilo, igualdade, inviolabilidade de domicílio, dano moral, mas alguns não – direitos políticos 
Relatividade/ limitabilidade – NÃO SÃO ABSOLUTOS: há muitas vezes no caso concreto,conflito de interesses. A solução ou vem discriminada na própria Constituição ou caberá ao intérprete ou ao magistrado no caso concreto (decidir levando em consideração a regra da harmonização). Tornou-se pacifico que os direitos fundamentais podem sofrer limitações, quando enfrentam outros valores constitucionais ou outros direitos fundamentais . Ex: DIREITO A VIDA – tem limitação explícita no inciso XLVII guerra declarada 
- concorrência ou concomitância - um direito não restringe o outro, são cumulativos. Ex: um jornalista transmite uma notícia (direito de informação) e , ao mesmo tempo emite uma opinião (direito de opinião).
inalienabilidade- Constata-se na impossibilidade jurídica de um indivíduo alienar, renunciar ou doar um direito fundamental seu, transferindo-o para outro titular (não têm conteúdo patrimonial) – -este sentido, o direito à integridade física é inalienável o indivíduo não pode vender parte de seu corpo ou função vital. 
- imprescritibilidade: não há a prescrição. São sempre exercíveis, não desaparecem com o decurso do tempo. Neste sentido eles sempre são dotados de exigibilidade. 
Constitucionalização – Outra característica associada aos direitos fundamentais diz respeito a estarem inserido na Constituição de cada Estado. 
Esta característica serve como traço divisor entre as expressões direitos fundamentais, direitos humanos e direitos do homem. 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: 
- ORIGEM E EVOLUÇÃO
 A dignidade da pessoa humana, na sua acepção contemporânea, tem origem religiosa, bíblica: o homem feito à imagem e semelhança de Deus. Com o Iluminismo e a centralidade do homem, ela migra para a filosofia, tendo por fundamento a razão, a capacidade de valoração moral e autodeterminação do indivíduo. Ao longo do século XX, ela se torna um objetivo político, um fim a ser buscado pelo Estado e pela sociedade. Após a 2ª. Guerra Mundial, a idéia de dignidade da pessoa humana migra paulatinamente para o mundo jurídico, em razão de dois movimentos. O primeiro foi o surgimento de uma cultura pós-positivista, que reaproximou o Direito da filosofia moral e da filosofia política, atenuando a separação radical imposta pelo positivismo normativista. O segundo consistiu na inclusão da dignidade da pessoa humana em diferentes documentos internacionais e Constituições de Estados democráticos.
A dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental de nossa Constituição e como tal está na origem da formação de todos os Direitos Fundamentais – está no centro axiológico – seria aquele que sintetiza todos os direitos fundamentais. 
Confiram-se, a seguir, aspectos dos três conteúdos essenciais da dignidade: valor intrínseco, autonomia e valor social da pessoa humana
Valor intrínseco:
Trata-se da afirmação de sua posição especial no mundo, que a distingue dos outros seres vivos e das coisas. Um valor que não tem preço. A inteligência, a sensibilidade e a comunicação (pela palavra, pela arte) são atributos únicos que servem de justificação para esta condição singular.
Segundo Kant: “todo homem é um fim em si mesmo, não devendo ser funcionalizado a projetos alheios; as pessoas humanas não têm preço nem podem ser substituídas, possuindo um valor absoluto, ao qual se dá o nome de dignidade”. 
Anti-utilitarista – não podemos usar o ser humano para fazer o bem para uma comunidade.
As coisas tem preço o ser humano não.
No plano jurídico, o valor intrínseco da pessoa humana impõe a inviolabilidade de sua dignidade e está na origem de uma série de direitos fundamentais: 
O direito à vida - Toda vida humana tem um tipo especial de valor objetivo.
 Em segundo lugar, o direito à igualdade – todas as pessoas têm o mesmo valor intrínseco e, portanto, merecem igual respeito e consideração, independente de raça, cor, sexo, religião, origem nacional ou social ou qualquer outra condição. Aqui se inclui o tratamento não-discriminatório na lei e perante a lei (igualdade formal), bem como o respeito à diversidade e à identidade de grupos sociais minoritários, como condição para a dignidade individual (igualdade como reconhecimento). Do valor intrínsecoresulta, também, o direito à integridade física, aí incluídos a proibição da tortura, do trabalho escravo ou forçado, as penas cruéis e o tráfico de pessoas. Em torno desse direito se desenvolvem discussões e controvérsias envolvendo prisão perpétua, técnicas de interrogatório e regime prisional. E, por fim, o direito à integridade moral ou psíquica, domínio no qual estão abrangidos o direito de ser reconhecido como pessoa, assim como os direitos ao nome, à privacidade, à honra e à imagem. 
Autonomia da vontade 
A dignidade como autonomia envolve, em primeiro lugar, a capacidade de autodeterminação, o direito do indivíduo de decidir os rumos da própria vida e de desenvolver livremente sua personalidade. Significa o poder de fazer valorações morais e escolhas existenciais sem imposições externas indevidas. Decisões sobre religião, vida afetiva, trabalho, ideologia e outras opções personalíssimas não podem ser subtraídas do indivíduo sem violar sua dignidade. 
A autonomia tem uma dimensão privada e outra pública. No plano dos direitos individuais, a dignidade se manifesta, sobretudo, como autonomia privada, presente no conteúdo essencial da liberdade, no direito de autodeterminação sem interferências externas ilegítimas.
No plano dos direitos políticos, a dignidade se expressa como autonomia pública, identificando o direito de cada um participar no processo democrático.
cada pessoa tem o direito de participar politicamente e de influenciar o processo de tomada de decisões, não apenas do ponto de vista eleitoral, mas também através do debate público e da organização social.
Valor Comunitário
O indivíduo em relação ao grupo. Ela traduz uma concepção ligada a valores compartilhados pela comunidade, segundo seus padrões civilizatórios ou seus ideais de vida boa.
A dignidade como valor comunitário destina-se a promover objetivos diversos, dentre os quais se destacam: a) a proteção do próprio indivíduo contra si mesmo ; b) a proteção de direitos de terceiros; e c) a proteção de valores sociais
No tocante à proteção do indivíduo em face de si mesmo, de suas próprias decisões, existem exemplos emblemáticos na jurisprudência mundial, como a já referida proibição da atividade de entretenimento conhecida como arremesso de anão (França), a criminalização da violência física em relações sexuais sadomasoquistas consentidas (Reino Unido) ou no caso dos chamados peep shows (Alemanha). 
Elas chamam a atenção para a possibilidade teórica de se legitimar restrições à liberdade com fundamento na proteção à dignidade do próprio sujeito, definida com base em valores socialmente compartilhados. 
Da mesma forma, em algumas circunstâncias será legítima a restrição à autonomia privada para proteção dos direitos de terceiros ou para a imposição de determinados valores sociais.
Ex: O indivíduo não pode violar o direito de dignidade de terceiros para sobrepor a sua dignidade. – não posso matar alguém que concorria comigo a um emprego e dizer que tenho direito.
Como exemplo de imposição de valores sociais: o Estado pode impedir a Pedofilia, Incesto - e impor estes valores frente a liberdade sexual das pessoas.
A dignidade de um indivíduo jamais poderá ser suprimida, seja por ação própria ou de terceiros. Mas aspectos relevantes da dignidade poderão ser paralisados em determinadas situações. É o que ocorre, por exemplo, nos casos de prisão legítima de um condenado criminalmente.
O Prefeito da cidade de Morsang-sur-Orge interditou a atividade conhecida como lancer de nain (arremesso de anão), atração existente em algumas casas noturnas da região metropolitana de Paris. Consistia ela em transformar um anão em projétil, sendo arremessado de um lado para outro de uma discoteca. A casa noturna, tendo como litisconsorte o próprio deficiente físico, recorreu da decisão para o tribunal administrativo, que anulou o ato do Prefeito, por “excès de pouvoir”. O Conselho de Estado, todavia, na sua qualidade de mais alta instância administrativa francesa, reformou a decisão, assentando que “o respeito à dignidade da pessoa humana é um dos componentes da ordem pública; que a autoridade investida do poder de polícia municipal pode, mesmo na ausência de circunstâncias locais particulares, interditar uma atração atentatória à dignidade da pessoa humana). 140 Reino Unido. Câmara dos Lordes. R.v. Brwon. [1993] All ER 75. Disponível em: Disponível em: http://www.parliament.the-stationery-office.com/pa/ld199798/ldjudgmt/jd970724/brown01.htm. Acesso em dezembro de 2008. A decisão foi confirmada pela Corte Européia de Direitos Humanos (CEDH). V. Laskey, Jaggard and Brown v. United Kingdom, 1997. Disponível em: http://cmiskp.echr.coe.int/tkp197/view.asp?item=1&portal=hbkm&action=html&highlight=Laskey%2C% 20|%20Jaggard%20|%20Brown%20|%20v.%20|%20United%20|%20Kingdom&sessionid=25693996& skin=hudoc-en. Acesso em dezembro de 2008. O caso envolveu vídeos que foram encontrados casualmente e que continham filmagens de relações sexuais grupais homossexuais com fortes componente sadomasoquistas. V. Letícia Martel, Direitos fundamentais indisponíveis: os limites e os padrões do consentimento para a autolimitação do direito fundamental à vida, 2010, p. 175-6. 141 Alemanha. V. BVerwGE 64:274, 1981, apud Deryck Beyleveld e Roger Brownsword Human dignity in bioethics and biolaw, 2004, p. 34. V., tb., Letícia Martel, Direitos fundamentais indisponíveis: os limites e os padrões do consentimento para a autolimitação do direito fundamental à vida, 2010, p. 177, que assim define peep shows: ![S]ao apresentações nas quais mulheres aparecem engaioladas e sujeitam-se às vontades dos espectadores, que podem dirigir seus movimentos e suas performances. De regra, não podem tocá-las.

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