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* FARMÁCIA Um enfoque Administrativo Farm. Rosiane Ambrósio (rosiane@fcm.unicamp.br) Depto. Farmacologia/Unicamp * Aspectos a serem abordados Histórico dos Hospitais◄ Objetivos e Classificação dos Hospitais◄ Organização Hospitalar◄ Administração em Farmácia Hospitalar◄ Logística em Farmácia Hospitalar (interna e externa à farmácia) Armazenamento em Farmácia Hospitalar * LOGÍSTICA EM FARMÁCIA HOSPITALAR A administração de medicamentos e materiais médico hospitalares - ciclo contínuo de operações: Previsão: O que? Qto? Para qto tempo? Compra: Cotação, pedido, entrega, recebimento Análise do estoque e flutuação Fluxo de distribuição interno Armazenamento Controle de estoque ( inventário / auditorias) * Compras Serviços Privados: Através de cotações e tabelas de convênios Serviços Públicos: Através de licitações Licitação: Procedimento de compra ( Lei 8666, de 21 de junho de 1993) . Uma licitação pública - edital público especifica o objeto a ser adquirido estabelece as normas e condições que deverão ser seguidas e obedecidas pelas partes cláusulas especiais. * Compras Tipos de Licitação: Variam de acordo com: o volume financeiro o universo de fornecedores os prazos a serem cumpridos. 1 - Convite: 8 a 80mil reais/ano. Tipo mais simples e convida-se, ao menos, 3 empresas, já cadastradas, com antecedência de 5 dias úteis. A falta de 3 convidados deve ser justificada quando ocorrer. Empresas não convidadas e não cadastradas, não podem participar do processo. * 2- Tomada de Preços: 650.000 a 1,5 milhões de reais/ano. Somente podem participar desse tipo de licitação empresas já cadastradas. Aquisição de produtos e serviços. A convocação é feita por edital público, publicado em DOU , jornal de grande circulação ou imprensa local com antecedência de 15 dias úteis. 3- Concorrência Pública: 1,5 milhoes reais / ano. Aquisições de grande vulto financeiro, entre empresas também já cadastradas. Tem prazo de publicação em DOU, com no mínimo, 30 dias de antecedência. * 4 – Registro de Preços: É a modalidade de licitação com as mesmas regras das demais modalidades, porém difere-se por não gerar contratos. Os preços adjudicados, são registrados com vigência mínima de um ano, pelos quais poderão ser adquiridos ou não. 5- Pregão: É uma nova modalidade de licitação pública mais rápida e econômica, baseada na Lei Fed.10.520/02 e Decr.47.297/02. Para aquisição de bens de consumo de fácil especificação e objetividade de descrição. * Vantagens da modalidade : Pregão - Prazo de publicidade menor, e somente em DOU até 650 mil reais /ano; - Na abertura da proposta já ocorrem os lances, com descontos sucessivos, até que se feche o pregão; Avaliação de documentação somente é feita para o vencedor; - Menores prazos para interposição de recursos - Possibilidade de envio de propostas por meio eletrônico; - Possibilidade de se licitar por lotes de produtos de mesma família; - “Fecha-se tudo no mesmo dia, estipulando-se sessões com n itens por processo” * Exceções... Na dispensa de licitação pública, quando o valor da despesa é inferior a 8.000 reais/ano. Emissão de pedido de compra No mínimo, 03 cotações, e entre eles deve configurar o último vencedor e escriturar. Na Inexigibilidade de licitação Pública, quando a produção e comercialização de um produto ou serviço, é de exclusividade de um único fornecedor. * “Em logística é importante prever e prover” Prever = Previsão = Atividade realizada por meio de fórmulas matemáticas, curvas ABC e apoio de sistemas informatizados. Prover = Provisão = Compra propriamente dita. * Farmácia Hospitalar = Caderneta de poupança do hospital O gerenciamento dos estoques deve assegurar o eficiente abastecimento, em tempo oportuno , com qualidade e menor custo possível. Despesas com materiais/medicamentos chegam a 7 mil dólares/ano por leito (30% do gasto hospitalar) Logística: compras, almoxarifado e farmácia, mas também se relaciona com outros serviços. * FLUXO LOGÍSTICO A previsão de compra inicia o ciclo logístico, o estoque mínimo, originará nova aquisição. Atenção diária ao estoque máximo e mínimo, é fundamental. * Figuras do Fluxo Logístico Almoxarifado: detecta a necessidade da compra por meio do ponto de ressuprimento de cada item. Elabora pedido mediante solicitação de compra. Compras: transforma a solicitação de compra em ordem de compra. Isso envolve contato com fornecedores, cotação, negociação, decisão e pedido ,culminando com a entrega do pedido. Farmácia: Recebe os meds e abastece fisicamente. A distribuição ocorrerá pelo almoxarifado, farmácia central e satélites. Faturamento: Tanto na confirmação do uso, como na devolução, o faturamento deverá registrar esse movimento. * Objetivos do controle de estoque????? Economia: ↑aproveitamento dos recursos e ↓custo na ação de controle (mão de obra braçal e administrativa). Amplitude: Possuir abrangência sobre todos os itens de interesse estratégico. Duração: Ação contínua e persistente Clareza: Retrata exata, objetiva e compreensivelmente os fatos. Rotatividade de estoque e continuidade de fornecimento; Treinamento de pessoal e boa “qualidade” de estoque * Causas dos “buracos” de estoque?!?!?!? Falta de investimento Corrupção e clientelismo Despreparo dos colaboradores Inexistência de processos coordenados no fluxo logístico Falta de política de compras Gestão descomprometida Falta de recursos Faltas de metas e indicadores * Diretrizes do Controle de estoque Tempo de entrega dos prods: considera-se o TPI (tempo de processamento interno) ,TPE (externo). Local de Armazenamento: Condições quali e quantitativas. ( Área suficiente; Distância entre prateleiras; pé-direito mínimo; acesso descomplicado) Fornecedores: Critérios subjetivos e objetivos. * Flutuação dos Estoques: Estabelecer as quantidades mínimas e máximas de cada item (principalmente da curva A) Verificar os valores de estoque determinados pela curva ABC. Em casos de desvios repactuar metas, encontrar causas e promover rotatividade para evitar novas compras. * Especulação com estoques: “Sair das regras” por negociações interessantes. Atenção à prazos de validade e custos. Rotatividade dos estoques: Através de padronização de cotas , com base na informação de consumo médio que sempre é diferente de um usuário para outro. * Cálculos para Controle de Estoque CMM – Consumo Médio Mensal ou Média Móvel . É a soma dos consumos dos últimos períodos, dividida pelo número de períodos. CMM = soma dos n/ número de n “ É conveniente que n seja superior a 3 e inferior a 12, para menores oscilações de consumo.” * Estoque mínimo É a quantidade mínima a manter em estoque ( controle mais usual). EM = CMM x PE EM = Estoque Mínimo CMM = Consumo Médio Mensal PE = Prazo de Entrega (desde o pedido, cotações, compra e entrega). Utilizar sempre números decimais Ex. 7 dias = 0,25. * Estoque de Segurança Cálculo usado na falta breve de um ítem. ES = IS x CMM IS = Intervalo de Segurança ( por quanto tempo deverá haver um estoque que abasteça a entidade até a volta da normalidade de fornecimento). Também utilizar números decimais; 45 dias = 1,5 CMM = Consumo médio mensal * Cálculo utilizado para situações especiais: Itens que NÃO podem faltar; Desabastecimento de mercado; Itens de importação; PR = EM + ES EM = Estoque Mínimo ES = Estoque de Segurança. Ponto de Ressuprimento * Ponto de Pedido ou Reposição Periódica Cálculo usualmente utilizado para reposições para períodos maiores Q = (R x CMM) – E – ER Q = Quantidade a ser adquirida R = PE ( Prazo de entrega) + Período Escolhido + Intervalo de Segurança. (tudo em números decimais) CMM = Consumo Médio Mensal E = Estoque Existente ER = Estoque a receber (Pedido em Aberto) Qdo (-) = estoque sobrando; Qdo (+) = estoque a comprar * Curvas ABC É a ordenação gráfica dos itens, de acordo com as quantidades e valores em estoque. Mostra que um grupo de itens, mesmo em quantidades pequenas, pode concentrar o maior valor total, e vive-versa. Ferramenta exclusivamente financeira * Curva A - Itens financeiramente mais importantes que devem ser controlados e seus estoques de segurança devem ser pequenos. O consumo merece vigilância diária!!! Perdas de qualquer natureza significam grande impacto financeiro. Compõe em média 10 % dos itens do estoque, e consomem cerca de 70% do recurso $. Curva B –Representa impacto financeiro mediano. Compõe em média 20% dos itens, e consome de 20% do recurso $. Curva C – Não possui importância financeira, mas “oferece muito trabalho ao gestor”. Compõe em média: 70% dos itens, e consome de 10% do recursos $. * Objetivos da curva ABC Oferecer tratamento especial para os itens mais caros. Implantar estratégia para a gestão do estoque. Servir de indicador para gastos com produtos mais caros. Propiciar maior liquidez quando aumentar o giro de alguns produtos. * Elaboração da curva ABC 1 – Coleta de dados: Levantamento de todos os produtos a serem classificados (lista) Atentar-se para a apresentação dos produtos * 2- Levantamento do consumo anual de cada item. 3- Levantamento do custo unitário de cada item Custo unitário das últimas aquisições, excluindo-se os desvios de valores. 4 - Inventário: Multiplicar as quantidades de cada item do estoque pelo seu custo unitário, para ter-se o consumo anual financeiro de cada item. 5 - Após isso, calcular o valor finaceiro total do estoque * 6 - Classificação Decrescente: Organizar a tabela formulada no inventário e classificar os itens em forma decrescente, de acordo com o seu valor. 5 –Calcular o Consumo Financeiro Anual acumulado de cada item. 6 – Determinar o percentual acumulado de cada item. 7- Agrupar os itens A, B e C, em seguida construir o gráfico. * * CURVA ABC : Gráfico Azul=A (65-70%$$) Vermelho=B (20-25% $$) Verde=C ( 5- 10% $$) * Fatores que interferem no consumo de medicamentos em serviços de saúde Extrínsecos: Epidemias, variações climáticas e descontinuidade. Intrínsecos: Surto de infecção hospitalar; obsoletismo, mudanças de conduta; marketing da indústria farmacêutica; falta de comunicação. * Indicadores de logística Custo de um pedido: Divide-se o custo do setor de compras pelo número total de aquisições efetuadas no período. (Não deve ser superior a US$ 10) Giro de estoque: Número de vezes que um estoque “gira” num determinado período. É a divisão entre o consumo no período e o estoque médio no período. Indica se está ocorrendo super ou subestocagem. Qto mais rápido, maior a eficácia do processo. * Faltas (%): É a divisão do número de itens zerados, pelo número de itens existentes no almoxarifado. Indicador de falta ou itens obsoletos Produção de Serviço (%): É a divisão do número de itens atendidos, pelo número de itens solicitados ao serviço de estoque. Indica se está ocorrendo falta ou problema no fornecimento. Número de compras: cerca de 200 aquisições por comprador/mês * Recebimento de Material Aspectos a serem observados: Condição do produto: integridade emb, temperatura, instruções de uso, etc Verificar forma farmacêutica, dosagem, equivalência de nomenclaturas, etc Conferir equivalência de preços; Conferir quantidades; Estabelecer parâmetros de data de val; * Recebimento de Material Impressão de número de registro nas embalagens; e qdo não houver registro deve haver na embalagem “ isento de registro junto ao MS”. “Proibido venda pelo comércio”. Prods controlados (344), estabelecer fluxo para retenção de uma das vias da NF ou ainda, uma cópia desta. * Armazenamento I - Métodos de estocagem de medicamentos: Por ordem alfabética de nomenclatura. D: armazenar formas farmacêuticas diversas, no mesmo local. V: Fácil separação Por ordem alfabética de formas farm.* V: Separa-se por forma farmacêutica e em ordem alfabética, sendo muito eficiente. D: Não muito funcional Por ordem alfabética de fornecedores. D: O funcionário ter que associar o medicamento ao fornecedor. Haverá similaridade de medicamentos em locais diferentes. * Por grupo farmacológico. D: Necessidade de ter pessoal técnico na área; Um medicamento pode pertencer a um ou mais grupos farmacológicos Por ordem de codificação. Os medicamentos são codificados um a um, numa sequência técnica, sendo este o modelo mais ideal. D: Codificação incorreta no momento de digitação de entrada ou saída. V: Associação de ferramentas de informática, como o código de barras. * Armazenamento II – Medicamentos controlados Armazenados, por lei, em armário fechado, com controles informatizados, e relatórios que ao final do mês são enviados aos orgãos competentes do MS. Ex. Cytotec, Diazepan, Permanganato III – Medicamentos especiais Armazenados em locais diferentes dos demais medicamentos ( geladeira, alto custo, importados, com dificuldade de aquisição) * Sistemas de Distribuição Dose Coletiva: A farmácia envia os medicamentos a serem utilizados nas 24hs ou até para uma semana de tratamento, totalizados pela enfermagem, em uma requisição. V: O mais simples; envolve menos custo de implantação e operação. D: Maiores riscos de perda, desvios, não faturamento, erros de administração, saída por unidade de internação; formação de subestoques; a farmácia não recebe a prescrição médica. * Dose individualizada ou Semi-coletiva A farmácia envia os medicamentos a serem utilizados nas 24hs, de todos os pacientes de forma individualizada e identificada, totalizados pela farmácia, através da análise da prescrição médica. V: Diminuição dos sub-estoques, das perdas e desvios, dos erros de administração; faturamento mais próximo do real, que quando associado à informática, permite o faturamento na própria dispensão. D: Maior custo de dispensação; Diminuição da vel do fluxo de dispensação; * Dose Unitária: A farmácia, através da análise da prescrição médica, fornece o medicamento em uma fita, separada por compartimentos definidos por horário, para as 24hs de tratamento. D: Maior investimento em pessoal , equipamentos e insumos. Depende de apoio direto da administração hospitalar; Grande volume de devoluções. V: Diminuição dos erros de dispensação e administração; menor perda e desvios, subestoques zerados; faturamento confiável * Dose Unitária: (Conceitualmente) A farmácia, através da análise da prescrição médica, fornece o medicamento em uma fita, separada por compartimentos definidos por horário, para as 24hs de tratamento, de um determinado paciente; porém os medicamentos saem da farmácia já fracionados, manipulados e prontos para serem administrados. D: MUITO investimento em pessoal , equipamentos e insumos; Depende de apoio direto da administração hospitalar; maior volume de perda por devoluções. V: Diminuição TOTAL dos erros de dispensação e administração; menor perdas e desvios, sub-estoques zerados; faturamento confiável . *Atualmente mais explorado para NPP e citostáticos. * Inventários É a “contagem” que relaciona todos os ativos que compõe o patrimônio do hospital, e que comprova sua existência. (Medicamento = Ativo) Tipos: De constituição : no início das atividades do almoxarifado. De gestão: durante o ano ou períodos determinados pela administração De dissolução: no encerramento das atividades * Auditoria de Estoques Objetivo: Valores adquiridos = quantidades fiscais Coerência entre valores pagos e de mercado Verificar os procedimentos para apuração de estoque e inventários Observar se não há itens sem movimentação Verificar se a utilização dos itens foi feita com finalidade lícita. * Sites interessantes Agência de Medicamentos e Alimentos americana - FDA - www.fda.gov Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa – www.anvisa.gov.br Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva - Abrasco - www.abrasco.org.br Atenção Farmacêutica – www.farmclin.com Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde - www.bireme.br Conselho Federal de Farmácia - CFF - www.cff.org.br * Sites interessantes Conselho Regional de Farmácia de São Paulo - CRF - www.crfsp.org.br Farmácia Hospitalar – www.farmaciahospitalar.com Fundação Oswaldo Cruz - www.fiocruz.br Medscape – www.medescape.com National Library of Medicine - Medline - www.nlm.nih.gov Organização Nacional de Acreditação - ONA - www.ona.org.br Ordem dos Farmacêuticos (Portugal) - www.ordemfarmaceuticos.pt Organização Mundial da Saúde – OMS - www.who.int Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar - www.sbrafh.org.br
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