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DISCIPLINA: Imunologia & Microbiologia Profa. Me. Akemi Suzuki Cruzio COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE Organismos multicelulares - possuem algum sistema de defesa que distingue agentes infectoparasitários e elimina-os do hospedeiro. Grandes vertebrados - têm um sistema imune mais evoluído que pode discriminar o que é estranho e fazer uma resposta seletiva para o mesmo. Vantagem: - rápida adaptação do sistema imune aos agentes patogênicos que são mais frequentemente encontrados no meio ambiente local. Complexo principal de histocompatibilidade (MHC) - confere a capacidade de resposta rápida e específica COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE MHC - seus produtos desempenham papel no reconhecimento intercelular e na discriminação entre o próprio e não próprio. Descoberta - resposta imunológica aos tumores - na rejeição de transplantes de pele - no controle da resposta imune. Genes, localização - cromossomo 6 – humanos antígenos leucocitários humanos (HLA) codificam as - cromossomo 7 - camundongos moléculas antígenos de histocompatibilidade (H-2) do MHC COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE Classificação: - classes I processamento e apresentação - classes II de antígenos - classes III outras proteínas algumas, resposta imune - classes IV ex.: componentes do sistema complemento, citocinas ... Humanos ٥ 3 loci codificam as mols de classe I ٥ 3 loci gênicos de classe II - HLA-A - HLA-DP - HLA-B - HLA-DQ - HLA-C - HLA-DR 1 indivíduo 2 cópias de cada locus gênico 1 de cada progenitor COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE MHC de classe I - são expressas na membrana celular da maioria das células nucleadas dos vertebrados - são reconhecidas principalmente pelo TCR de linfócitos T CD8 Estrutura - 1 cadeia alfa atravessa a membrana plasmática * - alfa 1 e 2 interage com o TCR do linfócito T - alfa 3 se liga ao correceptor CD8 - 1 beta2-microglobulina fracamente ligada à membrana - domínio alfa, ligação não covalente COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE MHC de classe II - podem ser expressas na membrana celular - são expressas, principalmente, na superfície de células apresentadoras de antígenos profissionais ex.:células dendríticas, os macrófagos e os linfócitos B - são reconhecidas pelo TCR dos linfócitos T CD4 Estrutura - 1 cadeia alfa e 1 beta. - alfa 1 e beta 1 porção variável - extremidades da fenda de ligação são abertas ligação de peptídeos maiores TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Transplantação - ao ato de transferir células, tecidos ou órgãos de um local para outro Barreiras - desenvolvimento de técnicas cirúrgicas que permitem uma fácil re-implantação de tecidos avanço para o sucesso dos transplantes - extrema escassez de órgãos maioria dos órgãos vítimas de acidente poucos casos doadores vivos - sistema imunitário rejeição de tecidos transplantados Sistema imunitário - desenvolveu elaborados e eficazes mecanismos para proteger o organismo do ataque de agentes externos TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Sistema imunitário - esses mecanismos provocam a rejeição do transplante de qualquer indivíduo que não seja geneticamente idêntico ao receptor Solução - utilização de agentes imunossupressores fármacos e anticorpos específicos desenvolvidos para diminuírem a resposta imunitária aos transplantes efeito imunossupressor global uso prolongado deletério - novos métodos de indução de tolerância específica ao transplante, sem suprimir outras respostas imunitárias, estão a ser desenvolvidos, prometendo uma maior sobrevivência dos transplantes sem comprometer a imunidade do receptor TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Tipos de Transplante - a intensidade da resposta imune poderá variar de acordo com o tipo de transplante (graft). Tipos de acordo com a origem do tecido ٥ Autografts: - tecido transferido de um local do corpo para outro no mesmo individuo - rejeição geralmente ausente ex.: transferência de tecido epitelial vitimas de queimaduras vasos sanguíneos substituição de arteriais coronárias entupidas TRANSPLANTES E REJEIÇÃO ٥ Isografts: - entre indivíduos geneticamente idênticos - possível transplantar tecido sem que ocorra rejeição ex.: ratos clonados gêmeos monozigóticos ٥ Alografts: - tecidos ou órgãos transplantados entre membros da mesma espécie, geneticamente diferentes - seres humanos todos os transplantes de um individuo para outro exceção: gêmeos monozigóticos - tecido geneticamente diferente do receptor - geralmente reconhecido como non-self rejeição TRANSPLANTES E REJEIÇÃO ٥ Xenografts: - tecidos são transferidos entre espécies diferentes - elevada disparidade genética vigorosa rejeição falta significativa de órgãos doados poderá ser uma alternativa no futuro Bases imunológicas da rejeição MHC e HLA - sucesso de qualquer transplante capacidade de controlar a resposta imune adaptação do transplante evitando rejeição MHC - contém os principais genes responsáveis pelo reconhecimento de antígenos externos braço curto do cromossoma 6 TRANSPLANTES E REJEIÇÃO MHC - codificam proteínas da superfície da membrana celular - aloantígenos antigénios de leucócitos humanos (HLA) ٥ elevado polimorfismo permite o reconhecimento de antígenos self e non-self MHC classe I - reconhece antigénios proteicos externos ex.: tecidos transplantados MHC classe II - papel predominante na resposta imunitária inicial a antigénios de tecidos transplantados - em contato com um antígeno non-self, os HLA de classe II ativam os linfócitos TH (helper ou CD4+) que expansão clonal através da produção de citocinas reguladoras Representação esquemática da resposta imune a um alograft CD2 – binding adhesion molecule; CD58 – antígeno associado à função linfocítica (LFA-3); IL-1 – Lymphocyte-activating factor; IL-6 – B cell stimulating factor; TNF – tumor necrosis factor. TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Linfócitos T - o processo de reconhecimento de antigénios transplantados é conhecido como alorreconhecimento 2 vias Vias ٥ Via direta - envolve receptores nos linfócitos T do hospedeiro reconhecem antigénios intactos nas células do órgão transplantado ٥ Via indirecta - requer 1 APC processa o antigénio apresenta às células CD4+ - a interacção entre os linfócitos T e a APC processo complexo ativa outras vias de sinalização celular TRANSPLANTES E REJEIÇÃO ٥ Via indireta - a apresentação do antígeno através do complexo de receptores de linfócitos T não é suficiente para ativar os linfócitos T 1 sinal independente do antígeno é necessário poderá ser dado através de moléculas acessórias como a B7, moléculas de adesão intercelular (ICAMs) ou o ligando CD48. Processo de rejeição - após o reconhecimento cascata de eventos ao nível celular - a cinase protéica C é uma enzima responsável pela fosforilação de proteínas promove a liberação de cálcio intracelular ionizado TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Processo de rejeição - cálcio intracelular liga-se à calmodulina (proteína regulad. dependente de Ca) forma 1 complexo que irá ativar outras fosfatases, em particular a calcineurina - calvineurina desempenha 1 papel preponderante na ativação da transcrição do gene da IL-2 vai desfosforilar o fator nuclear de linfócitos T ativos (NFAT) - NFAT desfosforilado migra do citoplasma para o núcleo e adere a locais promotores induz a produção de citocinas - citocinas ativam outros linfócitos T destruição do órgão transplantado TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Linfócitos TH (CD4+) - após sua estimulação, produzem 1 citocina importante IL-2 - IL-2 funciona como sinalizador de outros linfócitos TH e CD8+ promove a expansão clonal de linfócitos T conduzindo a resposta imune Manifestações clínicas da rejeição Sinais comuns - febre - edemas - falta de ar -sintomas febris - aumento súbito de peso - dor - hipertensão - mudança no ritmo cardíaco - sensibilidade no local Tipos principais: hiperaguda, aguda e crónica TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Rejeição hiperaguda - ocorre minutos ou dias após a transplantação - deve-se à reação dos anticorpos IgG contra a classe I HLA no órgão transplantado - órgão perde sua função em decorrência da deposição de anticorpos, ativação do complemento e destruição vascular - transplantes renais são muito susceptíveis à rejeição hiperaguda - pode ser prevenida detectando o anticorpo com cross-matching simples antes da transplantação Rejeição aguda - mais comum nos primeiros 6 meses após a transplantação - após 6 meses corpo adapta-se ao novo órgão e a rejeição aguda é menos provável TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Rejeição aguda - rejeição mediada por linfócitos T infiltram o alograft sofrem expansão clonal destruição - drogas imunossupressoras são muito eficazes na prevenção Rejeição crônica - a função do alograft se vai lentamente deteriorando, existindo evidências histológicas de hipertrofia e fibrose - pode ocorrer em todos os tipos de transplante de órgãos - transplantes do coração manifesta-se tal como uma doença da artéria coronária - transplantes do pulmão como bronchiolitis obliterans - transplantes renais como fibrose intersticial progressiva, atrofia tubular e isquemia glomerular TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Rejeição crônica - etiologia não é clara há provas de que possa representar uma rejeição aguda de baixo grau - em todos os órgãos a patofisiologia é semelhante hipertrofia progressiva das artérias pequeno-médias fibrose intersticial atrofio e eventual falha no transplante - ocorre tendencialmente mais tarde no período pós-tranplantação pode desenvolver-se 6 a 12 meses após a transplantação - não existe um tratamento padrão para rejeições crónicas. TRANSPLANTES E REJEIÇÃO Terapia Imunossupressora Objetivo - prevenir o reconhecimento do alograft como non-self e a subsequente destruição dos tecidos transplantados - atualmente, são usados 4 grandes grupos de terapias imunossupressoras gerais: ٥ antimetabólitos ٥ metabólitos fúngicos ٥ corticosteróides ٥ radiação X - tratamentos mais específicos envolvem anticorpos monoclonais e o bloqueio dos sinais co-estimulatórios de linfócitos específicos . Contrariamente às terapias gerais, estas não comprometem tanto o estado imunitário do paciente, visto que não afectam o sistema imune na sua globalidade. Idealmente, o necessário seria um imunossupressor específico para um antigénio que reduzisse a resposta imunitária aos aloantigénios do transplante, enquanto preservasse a capacidade de resposta a outros antigénios.Outra terapia que poderá ter um carácter mais ou menos específico é a terapia antilinfócito, que poderá utilizar anticorpos policlonais ou monoclonais.
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