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Picornaviridae Brenner Boconcelo • A família Picornaviridae constitui uma das famílias mais extensas de virus, de pequeno tamanho com 30nm com RNA e cápside desnudo. • Engloba mais de 230 membros nos gêneros enterovirus, rinovírus, hepatovirus, cardiovirus, aphthovirus. • São resistentes a pH de 3 a 9, detergentes, sabão e inativação. • O gênero enterovirus de origem humana se classificam em Poliovirus, Cosxackie, Echovírus, Hepatite A, principalmente. • Os enterovirus humano possuem como único hospedeiro o Homem, estes virus se eliminam pelas fezes, causando uma infecção fecal-oral, sendo presente principalmente em aguas que utilizamos para beber, cozinhar, banhar-se, fazendo deles microrganismos resistentes aos processos de cloração da agua. • São constantes agentes que causam infecções por alimentação de mariscos, moluscos e ostras malcozidas. Gro. Enterovirus - Poliovirus • Possuem um RNA monocatenário lineal positivo • Possuem uma cápside desnudo icosaédrico. • Causam a poliomielite paralítica, uma doença infecciosa aguda que afeta o sistema nervoso central levando a destruição das motoneuronas na medula espinhal o que causa atrofia muscular e paralisia muscular. • São transmitidos via fecal-oral. • Sua replicação primária se dá na bucofaringe e no intestino, podendo estar presente nas fezes e faringe antes do início da enfermidade. • O virus se multiplica primeiro nas amigdalas, gânglios linfáticos do pescoço e nos linfócitos das placas de Peyer no íleo do paciente, depois o sistema nervoso é invadido pela circulação sanguínea. • O Poliovirus acede ao cérebro após infectar a musculatura esquelética e viajar ao longo dos nervos. Devido a ação citolítica do virus nas células nervosas, a localização e o número de células nervosas destruídas pelo virus determina a extensão da paralisia. • Se disseminam com maior frequência no outono e verão. • Os virus atenuados presente na vacina podem se tornar virulentos, dando lugar a enfermidade associada a vacina (Poliovirus tipo 2 e 3). • A enfermidade assintomática causada pelo Poliovirus constitui 90% dos casos, onde a infecção se limita a bucofaringe e intestino. • Na poliomielite paralitica, a taxa da doença é entre 1 a 2% dos infectados, onde surge após tratar a enfermidade menor sendo uma doença bifásica, nesta doença o virus através do sangue chega as células da haste anterior da medula espinhal e córtex motor cerebral, levando a infecção dos neurônios, podendo afetar somente um grupo de músculos ou uma paralisia flácida dos 4 membros. • A poliomielite bulbar pode provocar a paralisia da musculatura faríngea, cordas vocais e respiratórios. • Em casos, o paciente pode sofrer uma síndrome póspoliomielitico, onde é uma sequela que pode aparecer no individuo 30 a 40 anos mais tarde, levando ao deterioro muscular (se crê que, isto deve ao deterioro inicial dos neurônios no primeiro episódio anterior). • Há vacinas disponíveis na vacinação infantil contra a poliomielite. • A enfermidade leve é a mais frequente, onde o paciente possui sintomas como febre, fadiga, cansaço, vômitos, cefaleia, náuseas. • O Poliovirus pode causar também uma meningite asséptica, no qual o paciente irá apresentar dor e rigidez nas espaldas e pescoço, a recuperação é completa e rápida, apenas pequenas porcentagens na enfermidade leva a paralisia muscular. • O diagnóstico laboratorial pode ser feito através de exsudados faríngeos, e amostras de fezes. O virus pode ser identificado mediante PCR também. • O recém-nascido adquire anticorpos maternos no qual proporciona a ele proteção somente durante 6 meses. • Em 1988 a OMS lançou a campanha de radicalização da poliomielite, semelhante a radicalização à varíola. • A vacina em 4 doses ministradas via oral permite a criação de anticorpos no sistema digestivo, um dos locais no qual o virus se multiplica, imunizando deste modo o paciente. • Em gestantes e imunodeprimidos só se deve ministrar a SALK (vacina com virus inativo). Gro. Enterovirus - Coksackie • Os Coksackie se classificam em A, B e C • Possuem RNA monocatenário lineal • Possuem uma cápside desnudo • São transmitidos via fecal – oral • Os coksackievirus produzem diversas enfermidades ao ser humano, como meningite asséptica, enfermidades febris respiratórias, herpangina seguida de febre, síndrome de Bornholm, exantema viral de pés e mãos comum em crianças e lactantes, conjuntivite hemorrágica, miocardite, meningoencefalite. • Possuem a capacidade de se multiplicar em fibroblastos pulmonares de neonatos. • Os sintomas iniciais frequentes são febre, diarreia, cefaleia, vômitos, náuseas, para meningite asséptica. • A herpangina se caracteriza por febre, vesículas eritematosas presentes na faringe, arco faríngeo, amigdalas adenoides e palato mole. • O exantema viral de mãos e pés é uma enfermidade frequente em recém-nascidos, caracterizada por ulcerações bucais e faríngeas (pequenas ulcerações na face interna dos lábios inferiores, exantema vesicular nas palmas das mãos e pés que as vezes migra para os braços. • Pode se diagnosticar laboratorialmente isolando os virus em secreções faríngeas e fezes, se encontra cepas do virus no LCR, Imunofluorescência, PCR. • As crianças possuem uma taxa de incidência muito mais alta especialmente em verão, com enfermidades leves agudas e febris. • Possui alta capacidade de infectar todos os membros da família, porém nem todos apresentaram os sintomas clínicos. • Pleconaril pode ser utilizado na fase inicial da infeção, inibindo a penetração do vírus na célula do hospedeiro. Picornaviridae Brenner Boconcelo Gro. Enterovirus - Echovirus • Infectam o intestino humano • Causam meningite asséptica, encefalite, enfermidades febris com e sem exantema, resfriados comuns, e enfermidades oculares. • Em casos de meningites assépticas, o virus pode ser isolado do liquido cefalorraquidiano. • Não há medicamentos nem vacinas para os Echovirus. • Echovirus e Coksackie se associam mais em conjuntivites hemorrágicas e exantemas em crianças principalmente no verão e outono. Rinovirus • Possuem um RNA monocatenário lineal • Os rinovírus são a causa mais importante dos resfriados comuns. • São causantes comuns de infecciones respiratórias superiores. • São incapazes de multiplicar-se no tubo digestivo, pois são sensíveis a pH ácido. • O virus entra no organismo através dos narizes, olhos, boca e iniciam uma infecção das vias aéreas superiores incluindo a faringe. • Podem transmitir-se via inalação de aerossóis e fômites. • As células infectadas pelo virus secretam bradiquinina e histamina, o que provoca o catarro nasal. • Os Rinovirus são resistentes a dissecação, sabão e detergentes. • Alguns fármacos experimentais podem ser usados para inibir a perda da capsula do virus como rodanina ou arildona. • Junto ao coronavirus, constituem a principal causa do resfriado comum. • Uma importante lavagem de mãos constitui o principal meio de prevenção. • Se pode obter o virus de lavados nasais, normalmente as características clinicas do resfriado não requerem provas laboratoriais. Hepatovirus – Virus da Hepatite A • O virus da hepatite A provoca uma hepatite infecciosa que se transmite via fecal-oral. • Suas infecções são recorrentes do consumo de mariscos, aguas contaminadas, contato com fezes e alimentos contaminados. • Possui um genoma de RNA monocatenário positivo. • Possui uma cápside desnudo icosaédrico. • Antes era do gênero enterovirus, agora é classificado na família hepatoviridae. • Alcança o organismo através da mucosa da bucofaringe e do intestino, para alcançar as células parenquimatosas do fígado. • O VHA tem a capacidade de se multiplicar nos hepatócitos e nas células de Kupffer. • O VHA se elimina em grandes quantidades nas fezes. • Causaa enfermidade da Hepatite A. • Os sintomas da Hepatite A são similares aos do VHB por exemplo, onde são presentes icterícia, febre, astenia, náuseas, vômitos, perda de apetite e dor abdominal. • O diagnóstico laboratorial é indispensável para identificar o tipo de Hepatite, pode-se obter a partir da prova Elisa na detecção do IgM anti VHA • Tratamento através de profilaxia com imunoglobulina sérica e vacina Inativa frente ao VHA.
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