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Resumão de civil 2

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Resumo de Direito Civil II 
 
Aula 1 – Direito das obrigações e Aula 2 - Elementos Constitutivos das Obrigações e Classificação das 
Obrigações 
“Obrigação é o vínculo jurídico que nos adstringe necessariamente a alguém, para solver alguma coisa, em 
consonância com o direito civil” 
DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO: 
a) o subjetivo, concernente aos sujeitos da relação jurídica (sujeito ativo ou credor e sujeito passivo ou 
devedor); 
b) O objetivo ou material, atinente ao seu objeto, que se chama prestação; 
c) O vínculo jurídico ou elemento imaterial (abstrato ou espiritual); 
DOS SUJEITOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL (elemento subjetivo): 
Os sujeitos da obrigação, tanto o ativo como o passivo, podem ser pessoa natural ou jurídica, de qualquer 
natureza, bem como as sociedades de fato. Devem ser, contudo, ser determinados ou, ao menos, determináveis 
(indeterminação inicial). Só não podem ser absolutamente indetermináveis. 
Ocorre a indeterminação inicial e posterior determinação do sujeito, por exemplo, quando o ganhador na 
loteria apresenta o bilhete premiado; quando se promete recompensa a quem encontrar determinado objeto ou 
animal de estimação; e quando a unidade condominial é alienada, passando o adquirente, como novo 
proprietário, a responder pelo pagamento das despesas condominiais, que têm natureza propter rem, dentre 
outras inúmeras hipóteses. 
 Qualquer pessoa, maior ou menor, capaz ou incapaz, casada ou solteira, tem qualidade para figurar no polo 
ativo da relação obrigacional, inexistindo, de um modo geral, restrição a esse respeito. Se não for capaz, será 
representada ou assistida por seu representante legal, dependendo ainda, em alguns casos, de autorização 
judicial. 
 Também as pessoas jurídicas, de qualquer natureza, como dito inicialmente, de direito público ou 
privado, de fins econômicos ou não, de existência legal ou de fato (CPC, art. 12, VII), podem legitimamente 
figurar como sujeito ativo de um direito obrigacional. 
 O sujeito ativo pode ser individual ou coletivo, conforme a obrigação seja simples ou solidária e conjunta. 
Pode a obrigação também existir em favor de pessoas ou entidades futuras, ou ainda não existentes, como 
nascituros e pessoas jurídicas em formação. Pode haver substituição de credor na cessão de crédito, sub-
rogação, novação, estipulação em favor de terceiro, etc. 
 O devedor é o sujeito passivo da relação obrigacional, a pessoa sobre a qual recai o dever de cumprir a 
prestação convencionada. É dele que o credor tem o poder de exigir o adimplemento* da prestação, destinada 
a satisfazer o seu interesse, por estar adstrito** ao seu cumprimento. 
 Pode o devedor ser, também, determinado ou determinável, como acontece frequentemente nas obrigações 
propter rem. É mutável em várias situações e hipóteses, especialmente na novação subjetiva por substituição 
de devedor (CC, art. 360, II), por exemplo. 
DO OBJETO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL (elemento objetivo) 
 Objeto da obrigação é sempre uma conduta ou ato humano: dar, fazer ou não fazer (dare, facere, 
praestare, dos romanos). E se chama prestação, que pode ser positiva (dar e fazer) ou negativa (não fazer). É 
a ação ou omissão a que o devedor fica adstrito e que o credor tem o direito de exigir. 
 Qualquer que seja a obrigação assumida pelo devedor, ela se subsumirá sempre a uma prestação: 
a) de dar - que pode ser de dar coisa certa (CC, arts. 233 e seguintes) ou incerta (indeterminada quanto à 
qualidade: CC, art. 243). 
b) de fazer - que pode ser infungível ou fungível (CC, arts. 247 e 249). 
c) de não fazer - (CC, arts. 250 e seguintes). 
A prestação (dar, fazer e não fazer) é o objeto imediato (próximo, direto) da obrigação. Na compra e venda, 
como vimos, o vendedor se obriga a entregar, que é modalidade de obrigação de dar, a coisa alienada. A 
obrigação de entregar (de dar coisa certa) constitui o objeto imediato da aludida obrigação. 
 A prestação ou objeto imediato deve obedecer a certos requisitos, para que a obrigação se constitua 
validamente. Assim, deve ser lícito, possível, determinado oudeterminável, deve ser, também, 
economicamente apreciável. 
 Para saber qual o objeto mediato (distante, indireto) da obrigação, basta indagar: dar, fazer ou não fazer 
o quê? No citado exemplo da compra e venda, se o vendedor se obrigou a entregar um veículo, este será o 
objeto mediato da obrigação, podendo ser também chamado de “objeto da prestação”. 
 Objeto mediato ou objeto da prestação é, pois, na obrigação de dar, a própria coisa. Na de fazer, a obra 
ou serviço encomendado (obrigação do empreiteiro e do transportador, p. ex.). Não se confunde, pois, o ato 
da prestação, a que o obrigado se encontra vinculado, com a coisa material, sobre o qual aquele ato incide. 
 DA IMPOSSIBILIDADE DO OBJETO: 
 O objeto deve ser possível, quando impossível, o negócio é nulo. A impossibilidade do objeto pode ser 
física ou jurídica. 
 A Impossibilidade física é a que emana de leis físicas ou naturais. Configura-se sempre que a prestação 
avençada ultrapassa as forças humanas, como por exemplo, a que impede o cumprimento da obrigação de 
colocar toda a água dos oceanos em um copo d’água. 
 A Impossibilidade jurídica do objeto ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe, expressamente, 
negócios a respeito de determinado bem, como por exemplo, a herança de pessoa viva (CC, art. 426), o bem 
público (CC, art. 100) e os gravados com a cláusula de inalienabilidade. 
 O objeto da obrigação deve ser determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou suscetível 
de determinação no momento da execução). 
VÍNCULO JURÍDICO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL (elemento abstrato) 
a) débito ou vínculo espiritual ou pessoal – é o vínculo que une o devedor ao credor e exige que aquele 
cumpra pontualmente a obrigação; 
b) responsabilidade ou vínculo material – confere ao credor, não satisfeito o direito, de exigir judicialmente 
o cumprimento da obrigação, submetendo àquele os bens do devedor. 
DISTINÇÃO ENTRE OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE 
Obrigação x responsabilidade – não se confundem, pois, obrigação e responsabilidade. A responsabilidade 
só surge se o devedor não cumpre espontaneamente a obrigação. A responsabilidade é, pois, a consequência 
jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional 
Obrigação sem responsabilidade e responsabilidade sem obrigação – malgrado a correlação entre obrigação 
e responsabilidade, uma pode existir sem a outra. As dívidas prescritas e as de jogo constituem exemplos de 
obrigação sem responsabilidade. O devedor, nestes casos, não pode ser condenado a cumprir a prestação, isto 
é, ser responsabilizado, embora continue devedor. Como exemplo de responsabilidade sem obrigação pode 
ser mencionado o exemplo do fiador, que é responsável pelo pagamento do débito somente na hipótese de 
inadimplemento da obrigação por parte do afiançado, este sim originariamente obrigado ao pagamento dos 
aluguéis, por exemplo. 
1. Classificadas quanto ao objeto 
O objeto da obrigação pode ser mediato ou imediato. 
- Imediato: a conduta humana de dar, fazer ou não fazer. 
Ex.: Dar a chave do imóvel ao novo proprietário. 
- Mediato: é a prestação em si. 
Ex.: O que é dado? A chave. 
De acordo com essa classificação, podemos destacar: 
• Obrigações de dar, que se subdivide em dar coisa certa ou incerta; 
Ex.: Dar um documento a alguém. 
• Obrigação de fazer; 
Ex.: Fazer uma reforma em parede divisória entre terrenos. 
• Obrigação de não fazer; 
Ex.: Não fazer um muro elevado a certa altura. 
2. Classificadas quanto aos seus elementos 
A obrigação é composta por três elementos,que são: 
- Elemento subjetivo, ou seja, os sujeitos da relação (ativo e passivo), 
- Elemento objetivo, que diz respeito ao objeto da relação jurídica, e 
- Vínculo jurídico existente entre os sujeitos da relação. 
Dividem-se, portanto, as obrigações em: 
• Simples: que apresenta todos os elementos no singular, ou seja, um sujeito ativo, um sujeito passivo e 
um objeto. 
• Composta ou Complexa: contrária a primeira, apresenta qualquer um dos elementos, ou todos, no 
plural. Por exemplo: um sujeito ativo, um sujeito passivo e dois objetos. Esta, por sua vez, divide-se 
em: 
 
• Cumulativas: os objetos aparecem relacionados com a conjunção "e". Somando-se, então, os dois 
objetos. 
Ex.: "A" deve dar a "B" um livro e um caderno. 
• Alternativas: os objetos aparecem relacionados com a conjunção "ou". Alternando então, a opção por 
um ou outro objeto. 
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 10.000,00 ou um carro. 
• As obrigações que possuem multiplicidade de sujeitos são classificadas como: 
• Divisíveis: são as obrigações em que o objeto pode ser dividido entre os sujeitos. 
Ex.: Determinada quantia em dinheiro - R$ 1.000,00. 
• Indivisíveis: são as obrigações em que o objeto não pode ser dividido entre os sujeitos. 
Ex.: Um animal, um veículo etc. 
• Solidárias: não depende da divisibilidade do objeto, pois decorre da lei ou até mesmo da vontade das 
partes. Pode ser solidariedade ativa ou passiva, de acordo com os sujeitos que se encontram em número 
plural dentro da relação. 
Quando qualquer um deve responder pela dívida inteira, assim que demandado, tendo direito de 
regresso contra o sujeito que não realizou a prestação. Ex.: "A" e "B" são sujeitos passivos de uma 
obrigação. "C", sujeito ativo, demanda o pagamento total da dívida a "A", que cumpre a prestação 
sozinho e pode, posteriormente, cobrar de "B" a parte que pagou a mais. 
3. Obrigações de Meio e de Resultado 
- Obrigação de meio é aquela em que o devedor, ou seja, o sujeito passivo da obrigação, utiliza os seus 
conhecimentos, meios e técnicas para alcançar o resultado pretendido sem, entretanto, se responsabilizar caso 
este não se produza. Como ocorre nos casos de contratos com advogados, os quais devem utilizar todos os 
meios para conseguir obter a sentença desejada por seu cliente, mas em nenhum momento será 
responsabilizado se não atingir este objetivo. 
- Obrigação de resultado é aquela que o sujeito passivo não somente utiliza todos os seus meios, técnicas e 
conhecimentos necessários para a obtenção do resultado, como também se responsabiliza caso este seja 
diverso do esperado. Sendo assim, o devedor (sujeito passivo) só ficará isento da obrigação quando alcançar 
o resultado almejado. Como exemplo para este caso temos os contratos de empresas de transportes, que têm 
por fim entregar tal material para o credor (sujeito ativo) e se, embora utilizado todos os meios, a 
transportadora não efetuar a entrega (obter o resultado), não estará exonerada da obrigação. 
 
4. Obrigações Civis e Naturais 
- Obrigação civil é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, mediante ação 
judicial. 
Ex.: a obrigação da pessoa que vendeu um carro de entregar a documentação referente ao veículo. 
- Obrigação natural permite que o devedor não a cumpra e não dá o direito ao credor de exigir sua prestação. 
Entretanto, se o devedor realizar o pagamento da obrigação, não terá o direito de requerê-la novamente, pois 
não cabe o pedido de restituição. 
Ex.: Arts. 814, 882 e 564, III do Código Civil. 
"Artigo 814 CC - As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a 
quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito". 
 
5. Obrigações Puras e Simples; Condicionais; a Termo e Modais 
As obrigações possuem, além dos elementos naturais, os elementos acidentais, que acabam muitas vezes por 
caracterizá-las. Estes elementos são: a alteração da condição da obrigação, do termo e do encargo ou do modo. 
- Obrigações puras e simples são aquelas que não se sujeitam a nenhuma condição, termo ou encargo. 
Ex.: Obrigação de dar uma maçã sem por que, para que, por quanto e nem em que tempo. 
- Obrigações condicionais são aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto para 
atingir seus efeitos. 
Ex.: Obrigação de dar uma viagem a alguém quando esta pessoa passar no vestibular (condição). 
- Obrigações a termo submetem seus efeitos a acontecimentos futuros e certos, em data pré estabelecida. O 
termo pode ser final ou inicial, dependendo do acordo produzido. 
Ex.: Obrigação de dar um carro a alguém no dia em que completar 18 anos de idade. 
- Obrigações modais em que o encargo não suspende a "aquisição nem o exercício do direito, salvo quando 
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva", de acordo com o 
artigo 136 do Código Civil. 
Ex.: Pode figurar na promessa de compra e venda ou também, mais comum, em doações. 
6. Obrigações de Execução Instantânea; Diferida e Periódica 
Esta classificação é dada de acordo com o momento em que a obrigação deve ser cumprida. Sendo 
classificadas, portanto, em: 
- Obrigações momentâneas ou de execução instantânea que são concluídas em um só ato, ou seja, são sempre 
cumpridas imediatamente após sua constituição. 
Ex.: Compra e venda à vista, pela qual o devedor paga ao credor, que o entrega o objeto. "A" dá o dinheiro a 
"B" que o entrega a coisa. 
- Obrigações de execução diferida também exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente da 
anterior, sua execução deverá ser realizada em momento futuro. 
Ex.: Partes combinam de entregar o objeto em determinada data, assim como realizar o pagamento pelo 
mesmo. 
- Obrigações de execução continuada ou de trato sucessivo (periódica) que se satisfazem por meio de atos 
continuados. 
Ex.: As prestações de serviço ou a compra e venda a prazo. 
 
7. Obrigações Líquidas e Ilíquidas 
- Obrigação líquida é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um 
algarismo ou algo que determine um número certo. 
Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 500,00 ou 5 sacos de arroz. 
- Obrigação ilíquida depende de prévia apuração, já que o montante da prestação apresenta-se incerto. 
Ex.: "A" deve dar vegetais a "B", não se sabe quanto e nem qual vegetal. 
Diversos artigos do Código Civil estabelecem essa classificação. Citamos, então, os seguintes: arts. 397, 407, 
369, 352, entre outros. 
 
8. Obrigações Principais e Acessórias 
- Obrigações principais são aquelas que existem por si só, ou seja, não dependem de nenhuma obrigação para 
ter sua real eficácia. 
Ex.: Entregar a coisa no contrato de compra e venda. 
- Obrigações acessórias subordinam a sua existência a outra relação jurídica, sendo assim, dependem da 
obrigação principal. 
Ex.: Pagamento de juros por não ter realizado o pagamento do débito no momento oportuno. 
É importante, portanto, ressaltar que caso a obrigação principal seja considerada nula, assim também será a 
acessória, que a segue. 
 
9. Obrigações com Cláusula Penal 
Acarretam multa ou pena, caso haja o inadimplemento ou o retardamento do acordo. A cláusula penal tem 
caráter acessório e, assim sendo, se considerada nula a obrigação principal, não haverá nenhuma multa ou 
pena à parte inadimplente. São divididas em: 
• Compensatórias: quando determinadas para o caso de total descumprimento da obrigação. 
Ex.: Se "A" não pagar R$ 500,00 a B, deverá reembolsá-lo no montante de R$ 800,00. 
• Moratórias: com a finalidade de garantir o cumprimento de alguma cláusula especial ou simplesmente 
poupar a mora. 
Ex.: Se "A" nãopagar em determinada data, incorrerá em multa de R$ 1.000,00. 
10. Obrigações Propter Rem 
Constituem um misto de direito real (das coisas) e de direito pessoal, sendo também classificadas como 
obrigações híbridas. Obrigação propter rem é aquela que recai sobre determinada pessoa por força de 
determinado direito real. Existe somente em decorrência da situação jurídica entre a pessoa e a coisa. 
Por exemplo, as obrigações impostas aos vizinhos, no direito de vizinhança, por estarem figurando como 
possuidores do imóvel. 
 
Aula 3 - Obrigações de dar coisa certa 
No que tange a obrigação de dar, podemos perceber duas alternativas possíveis, 
que são: obrigação de dar coisa certa e a obrigação de dar coisa incerta. A coisa 
certa é percebida pelo objeto pretendido da obrigação, objeto no qual a 
obrigação recai. 
A coisa certa pode ser observada através da sua individualização por gênero, 
espécie, qualidade e quantidade. O objeto prestacional é considerado intangível, 
pelo fato de não caber ao devedor poder cumprir a obrigação com uma coisa 
diferente da prevista, desta forma, o credor não é obrigado a aceitar outro objeto 
ainda que mais valioso (art. 313, CC). 
Por outro lado, a coisa incerta poderá ser analisada apenas por gênero e 
quantidade (art. 243, CC). Por este motivo, a coisa incerta, ao contrário da certa, 
é indeterminada, fungível e até mesmo é considerada como obrigação genérica. 
O inadimplemento, por sua vez, pode ser CULPOSO ou NÃO CULPOSO. 
Portanto, ter-se-á culpa quando houver algum dos requisitos elencados a seguir: 
 
Podemos observar em contra partida, que a excludente de culpabilidade, que é 
considerada pelo direito civil o caso fortuito e a força maior. 
Se o devedor recebe o preço e se recusa a entregar a coisa, o credor não pode tomá-la, resolvendo-
se o litígio em perdas e danos (389). A obrigação não geral direito real ( = sobre a coisa), mas 
apenas direito pessoal ( = sobre a conduta). Excepcionalmente, admite-se efeito real caso a coisa 
continue na posse do devedor (ex: A combina vender a B o capacete de Ayrton Senna, B paga mas 
depois A recebe uma oferta melhor e termina vendendo o capacete a C; B não pode tomar o 
capacete de C, mas caso estivesse ainda com A poderia fazê-lo através do Juiz; esta é a 
interpretação do art. 475 do CC que vocês estudarão em Civil 3). Então o 389 é a regra e o 475 
(execução forçada do contrato) é a exceção. 
 
Aula 4 - Obrigações de Dar Coisa Incerta; de Fazer e de Não Fazer 
obrigação de dar coisa incerta: nesta espécie de obrigação a coisa não é única, singular, exclusiva 
e preciosa como na obrigação de dar coisa certa, mas sim é uma coisa genérica determinável pelo 
gênero e pela quantidade (243). Ao invés de uma coisa determinada/certa, temos aqui uma coisa 
determinável/incerta (ex: cem sacos de café; dez cabeças de gado, um carro popular, etc). Tal 
coisa incerta, indicada apenas pelo gênero e pela quantidade no início da relação obrigacional, vem 
a se tornar determinada por escolha no momento do pagamento. Ressalto que coisa “incerta” não 
é “qualquer coisa”, mas coisa sujeita a determinação futura. Então se João deve cem laranjas a 
José, estas frutas precisam ser escolhidas no momento do pagamento para serem entregues ao 
credor. 
Esta escolha chama-se juridicamente de concentração. Conceito: processo de escolha da coisa 
devida, de média qualidade, feita via de regra pelo devedor (244). A concentração implica também 
em separação, pesagem, medição, contagem e expedição da coisa, conforme o caso. As partes 
podem combinar que a escolha será feita pelo credor, ou por um terceiro, tratando-se este artigo 
244 de uma norma supletiva, que apenas completa a vontade das partes em caso de omissão no 
contrato entre elas. 
Após a concentração a coisa incerta se torna certa (245). Antes da concentração a coisa devida não 
se perde pois genus nunquam perit (o gênero nunca perece). Se João deve cem laranjas a José não 
pode deixar de cumprir a obrigação alegando que as laranjas se estragaram, pois cem laranjas são 
cem laranjas, e se a plantação de João se perdeu ele pode comprar as frutas em outra fazenda 
(246). 
Todavia, após a concentração, caso as laranjas se percam (ex: incêndio no armazém) a obrigação 
se extingue, voltando as partes ao estado anterior, devolvendo-se eventual preço pago, sem se 
exigir perdas e danos (234, 389, 402). Pela importância da concentração, o credor deve ser 
cientificado quando o devedor for realizá-la, até para que o credor fiscalize a qualidade média da 
coisa a ser escolhida. 
obrigação de fazer: conduta humana que tem por objeto um serviço. Conceito: espécie de obrigação 
positiva pela qual o devedor se compromete a praticar algum serviço lícito em benefício do credor. 
Enquanto na obrigação de dar o objeto da prestação é uma coisa, na obrigação de fazer o objeto 
da prestação é um serviço (ex: professor ministrar uma aula, advogado redigir uma petição, cantor 
fazer um show, pedreiro construir um muro, médico realizar uma consulta, etc.). E se eu quero 
comprar um quadro e encomendo a um artista, a obrigação será de fazer ou de dar? Se o quadro 
já estiver pronto a obrigação será de dar, se ainda for confeccionar o quadro a obrigação será de 
fazer. 
A obrigação de fazer tem duas espécies: 
fungível: quando o serviço puder ser prestado por uma terceira pessoa, diferente do devedor, ou 
seja, quando o devedor for facilmente substituível, sem prejuízo para o credor, a obrigação é 
fungível (ex: pedreiro, eletricista, mecânico, caso não possam fazer o serviço e mandem um 
substituto, a princípio para o credor não há problema). As obrigações de dar são sempre fungíveis 
pois visam a uma coisa, não importa quem seja o devedor (304). 
infungível: ao credor só interessa que o devedor, pelas suas qualidades pessoais, faça o serviço 
(ex: médico e advogado são profissionais de estrita confiança dos pacientes e clientes). Chama-se 
esta espécie de obrigação de personalíssima ou intuitu personae ( = em razão da pessoa). São as 
circunstâncias do caso e a vontade do credor que tornarão a obrigação de fazer fungível ou não. 
Obrigação de não-fazer: trata-se de uma obrigação negativa cujo objeto da prestação é uma 
omissão ou abstenção. Os romanos chamavam de obrigação ad non faciendum. Conceito: vínculo 
jurídico pelo qual o devedor se compromete a se abster de fazer certo ato, que poderia livremente 
praticar, se não tivesse se obrigado em benefício do credor. O devedor vai ter que sofrer, tolerar 
ou se abster de algum ato em benefício do credor. Exemplos: o engenheiro químico que se obriga 
a não revelar a fórmula do perfume da fábrica onde trabalha; o condômino que se obriga a não 
criar cachorro no apartamento onde reside; o professor que se obriga a não dar aula em outra 
faculdade; o comerciante que se obriga a não fazer concorrência a outro, etc. Pode haver limite 
temporal para a obrigação (1.147). 
 Como na autonomia privada a liberdade é grande, as obrigações negativas podem ser bem 
variadas, mas obrigações imorais e anti-sociais, ou que sacrifiquem a liberdade das pessoas, são 
proibidas, ex: obrigação de não se casar, de não trabalhar, de não ter religião, etc. Tudo é uma 
questão de bom senso, ou de razoabilidade. Gosto muito da expressão “razoável”, é uma expressão 
muito ligada ao Direito, inclusive tem um artigo no site sobre a razoabilidade na aplicação da lei, 
confiram! 
 A violação da obrigação negativa se resolve em perdas e danos, então se o engenheiro 
divulgar a fórmula do perfume terá que indenizar a fábrica. Mas se for viável, o credor poderá exigir 
o desfazimento pelo devedor (ex: José se obriga a não subir o muro para não tirar a ventilaçãodo 
seu vizinho João, caso José aumente o muro, João poderá exigir a demolição, 251). No caso do 
perfume não há como desfazer a revelação do segredo, então uma indenização por perdas e danos 
é a solução (389). 
 
Obrigação Natural: a obrigação civil produz todos os efeitos jurídicos, mas a obrigação natural não, 
pois corresponde a uma obrigação moral. Há autores que a chamam de obrigação degenerada. São 
exemplos: obrigação de dar gorjeta, obrigação de pagar dívida prescrita (205), obrigação de pagar 
dívida de jogo (814), etc. 
 A obrigação natural não pode ser exigida pelo credor, e o devedor só vai pagar se quiser, 
bem diferente da obrigação civil. Vocês sabem que se uma dívida não for paga no vencimento o 
direito do credor mune-se de uma pretensão, e a dívida se transforma em responsabilidade 
patrimonial. Mas tratando-se de obrigação natural, o credor não terá a pretensão para executar o 
devedor e tomar seus bens (189). A dívida natural existe, mas não pode ser judicialmente cobrada, 
não podendo o credor recorrer à Justiça. 
 Conceito: obrigação natural é aquela a cuja execução não pode o devedor ser constrangido, 
mas cujo cumprimento voluntário é pagamento verdadeiro. 
 
 
Aula 5 - Obrigações de Meio; de Resultado; Alternativas e Facultativas 
Obrigação Alternativa 
 
A obrigação simples só possui um objeto, mas a obrigação alternativa tem por objeto duas ou mais 
prestações, mas apenas uma será cumprida como pagamento. É muito comum na prática, até para 
facilitar e estimular os negócios (ex: vendo esta casa por vinte mil ou troco por terreno na praia; 
outro ex: um artista bate no seu carro e se compromete a fazer um show na sua casa ou a pagar o 
conserto; mais um ex: o comerciante que se obriga com outro a não lhe fazer concorrência, ou 
então a lhe pagar certa quantia; exemplo da lei: art. 1701, outro exemplo da lei, art 442). 
Características da obrigação alternativa: 
a) nasce com objeto composto, ou seja, duas ou mais possibilidades de prestação; 
b) o adimplemento de qualquer das prestações resulta no cumprimento da obrigação, o que 
aumenta a chance de satisfação do credor, sem ter que se partir para as perdas e danos, caso 
qualquer das prestações venha a perecer. Como o credor aceitou mais de uma prestação como 
pagamento, qualquer delas vai satisfazer o credor (253 e 256); a exoneração do devedor se dá 
mediante a realização de uma única prestação. 
c) o devedor pode optar por qualquer das prestações, cabendo o direito de escolha, de regra, 
ao próprio devedor (252); mas o contrato pode prever que a escolha será feita pelo credor, por um 
terceiro, ou por sorteio (817); essa escolha chama-se de concentração, semelhante a da obrigação 
de dar coisa incerta; ressalto todavia que não se confunde a obrigação alternativa com a de dar 
coisa incerta; nesta o objeto é único, embora indeterminado até a concentração; já na obrigação 
alternativa há pelo menos dois objetos; 
d) se o devedor, ignorando que a obrigação era alternativa, fizer o pagamento, pode repeti-lo 
para exercer a opção. É um caso raro de retratação da concentração, e cabe ao devedor a prova de 
que não sabia da possibilidade de escolha (877). 
e) nas obrigações periódicas admite-se o jus variandi, ou seja, pode-se mudar a opção a cada 
período (§ 2o do art. 252). A doutrina critica essa mudança de prestação porque gera instabilidade 
para o credor. 
 
Obrigação Facultativa 
 
 É parecida, é uma prima pobre, mas não se confunde com a obrigação alternativa. É 
também muito rara, tanto que nosso Código não reservou para ela um capítulo próprio. Sua fonte 
está mais na lei do que no contrato, conforme exemplos que veremos abaixo. Ou seja, há casos 
específicos na lei que contemplam obrigações facultativas, porque as partes dificilmente contratam 
prevendo uma obrigação facultativa. 
 Conceito: é aquela cujo objeto da prestação é único, mas confere ao devedor o direito 
excepcional de substitui-lo por outro. 
Exemplo: art. 1234, assunto de Civil 4, então quem encontra coisa perdida deve restitui-la ao dono, 
e o dono fica obrigado a recompensar quem encontrou; mas o dono pode, ao invés de pagar a 
recompensa, abandonar a coisa, e aí quem encontrou poderá ficar com ela; pagar a recompensa é 
a prestação principal do devedor, já abandonar a coisa é prestação acessória do seu dono. O 
abandono da coisa não é obrigação, mas faculdade do seu dono. Ao invés de pagar a recompensa, 
tem o devedor a faculdade de dar a coisa ao credor. 
Outro exemplo: art. 1382, assunto de Civil 5, então imaginem que da Fazenda A sai um aqueduto 
para a Fazenda B, levando água, com a obrigação, ajustada em contrato, de que o dono da Fazenda 
A deverá conservar a obra. Pois bem, ao invés de manter o aqueduto, tem o dono da Fazenda A a 
obrigação facultativa de abandonar suas terras para o dono da Fazenda B. Ao invés de conservar 
o aqueduto, o devedor tem a faculdade de abandonar suas terras, dando-as ao vizinho. 
Ao nascer a obrigação o objeto é único, mas para facilitar o pagamento, o devedor tem a excepcional 
faculdade de se liberar mediante prestação diferente. É vantajosa assim para o devedor. 
Na obrigação facultativa, ao contrário da alternativa, o credor nunca tem a opção e só pode exigir 
a prestação principal, pois a prestação devida é única e só o devedor pode optar pela prestação 
facultativa. 
Ressalto que a impossibilidade de cumprimento da prestação principal extingue a obrigação, 
resolvendo-se em perdas e danos, não se aplicando o art. 253, pois, como já dito, a prestação 
acessória não é obrigação, mas faculdade do devedor. Então quem encontrar coisa perdida e não 
receber a recompensa, não poderá exigir o abandono da coisa, mas sim deverá processar o devedor 
pelo valor da recompensa. 
Diz-se que a obrigação é de meio quando o devedor promete empregar seus 
conhecimentos, meios técnicos para a obtenção de determinado resultado, sem, no 
entanto responsabilizar-se por ele. É o caso, por exemplo, dos advogados, que não se 
obrigam a vencer a causa, mas a bem defender os interesses dos clientes; bem como 
o dos médicos, que não se obrigam a curar, mas tratar bem os enfermos, fazendo uso 
de seus conhecimentos científicos. 
Quando a obrigação é de resultado, o devedor dela se exonera somente quando o fim 
prometido é alcançado de fato. Não o sendo, é considerado inadimplente, devendo 
responder pelos prejuízos decorrentes do insucesso. Exemplo clássico de obrigação 
dessa natureza é a assumida pelo transportador, que promete tacitamente, ao 
vendedor o bilhete, levar o passageiro são e salvo a seu destino. 
Costumam ser mencionadas também as obrigações assumidas pelo empreiteiro e pelo 
cirurgião plástico, quando este realiza trabalho de natureza estética ou cosmetologica. 
 
Aula 6 - Obrigações de Divisíveis e Indivisíveis; Introdução às Obrigações Solidárias e Aula 7 - 
Obrigações Solidárias 
As indivisíveis são aquelas cuja prestação, tem por objeto coisa ou fato não suscetível de divisão, só 
podendo ser cumprida por inteiro por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico. 
As indivisíveis são aquelas cuja prestação, tem por objeto coisa ou fato não suscetível de divisão, só 
podendo ser cumprida por inteiro por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico. Exemplo: um devedor deve “um cavalo” a dois credores. Estes 
credores não podem reparti-lo ao meio, por isso temos uma obrigação indivisível. Outro exemplo 
seria a entrega de uma joia a dois credores, se ela for partida ao meio com certeza seu valor será 
reduzido, por isso temos umaobrigação indivisível. 
As obrigações solidárias e indivisíveis têm conseqüências práticas semelhantes, mas são obrigações 
diferentes, vejamos: 
 - a obrigação indivisível é impossível pagar por partes, pois resulta da natureza da 
prestação (ex: cavalo, lote urbano, diamante, barco, fazer um quadro, etc). Já a obrigação solidária 
até poderia ser paga por partes, mas por força de contrato não pode, tratando-se de uma garantia 
para favorecer o credor. Na solidariedade cada devedor deve tudo, na indivisibilidade cada devedor 
só deve uma parte, mas tem que pagar tudo diante da natureza da prestação. Pelas suas 
características a solidariedade não se presume, decorre de contrato ou da lei (265). Exemplo de 
solidariedade decorrente de lei é a patroa que responde pelos danos causados a terceiros por sua 
empregada doméstica (932, III, 942 e pú). 
 - pode haver obrigação solidária de coisa divisível (ex: dinheiro), de modo que todos os 
devedores vão responder integralmente pela dívida, mesmo sendo coisa divisível. Tal solidariedade 
nas coisas divisíveis serve para reforçar o vínculo e facilitar a cobrança pelo credor. 
 - o devedor a vários credores de coisa indivisível precisa pagar a todos os credores juntos 
(260, I), mas o devedor a vários credores solidários se desobriga pagando a qualquer deles (269). 
- se a coisa devida em obrigação solidária perece, converte-se em perdas e danos, torna-se divisível, 
mas permanece a solidariedade (271 e 279). Se a coisa devida em obrigação indivisível perece, 
converte-se em perdas e danos e os co-devedores deixam de ser responsáveis pelo todo (263). 
 - o devedor de obrigação solidária que paga sozinho a dívida ao credor, vai cobrar dos 
demais co-devedores a quota de cada um, sem solidariedade que não se presume (265 e 283). 
Então A, B e C devem solidariamente dinheiro a D. Se A pagar a dívida toda ao credor, A vai cobrar 
a quota de B e C sem solidariedade entre B e C. 
 Elementos da obrigação solidária: a) multiplicidade de credores ou de devedores, ou ainda, 
de uns e de outros; b) unidade de prestação; c) co-responsabilidade dos interessados. 
Solidariedade ativa 
Configura-se pela presença de vários credores, chamados concredores, todos com o mesmo direito 
de exigir integralmente a dívida ao devedor comum (267). 
A solidariedade ativa é rara porque na sua principal característica está sua principal inconveniência 
(269). Assim, o devedor não precisa pagar a todos os concredores juntos, como na obrigação 
indivisível (260, I). Pagando apenas a um dos credores solidários, mesmo sem autorização dos 
demais, o devedor se desobriga, e se este credor for desonesto ou incompetente, e reter ou perder 
a quota dos demais, os concredores nada poderão reclamar do devedor, terão sim que reclamar 
daquele que embolsou o pagamento. 
Mas caso algum dos concredores já esteja executando judicialmente o devedor, o pagamento deverá 
ser feito ao mesmo (268), o que se chama de prevenção, ficando tal credor prevento para receber 
o pagamento com prioridade em nome de todos os concredores. 
Outro inconveniente é que se um dos credores perdoar a dívida, o devedor fica liberado, e os demais 
concredores terão que exigir sua parte daquele que perdoou (272). 
Como se vê, na solidariedade ativa cada credor fica sujeito à honestidade dos outros concredores. 
Por estes inconvenientes a solidariedade ativa é rara, afinal não interessa ao credor. 
Solidariedade passsiva 
Esta é comum e importante, devendo ser estimulada já que protege o crédito, reforça o vínculo, 
facilita a cobrança e aumenta a chance de pagamento, pois o credor terá várias pessoas para cobrar 
a dívida toda. 
E quanto mais se protege o credor, mais as pessoas emprestam dinheiro, e com mais dinheiro os 
consumidores se equipam, as lojas vendem, as fábricas produzem, os patrões lucram, geram 
empregos e o governo arrecada tributos. Como se sabe: proteger o crédito é estimular o 
desenvolvimento sócio-econômico. Entendo até que, por isso mesmo, para proteger o crédito, a 
solidariedade passiva, não a ativa, deveria ser presumida. Violando o art. 265, o art. 829 
acertadamente faz presumir a solidariedade passiva conforme será visto em fiança. 
Conceito: ocorre a solidariedade passiva quando mais de um devedor, chamado coobrigado, com 
seu patrimônio (391), se obriga ao pagamento da dívida toda (275). 
Assim, havendo três devedores solidários, o credor terá três pessoas para processar e exigir 
pagamento integral, mesmo que a obrigação seja divisível. O credor escolhe se quer processar um 
ou todos os devedores (pú do 275). Aquele devedor que pagar integralmente a dívida, terá direito 
de regresso contra os demais coobrigados (283). 
Na solidariedade passiva não se aplica o benefício de divisão e nem o benefício de ordem. O que é 
isso? 
Pelo benefício de divisão o devedor pode exigir a citação de todos os coobrigados no processo para 
juntos se defenderem. Isto é ruim para o credor porque atrasa o processo, por isso a solidariedade 
passiva não concede tal benefício aos co-devedores. 
Pelo benefício de ordem, o coobrigado tem o direito de ver executado primeiro os bens do devedor 
principal (ex: fiança, 827). Mas o fiador pode renunciar ao benefício de ordem e se equiparar ao 
devedor solidário (828, II). O avalista nunca tem benefício de ordem, sempre é devedor solidário, 
por isso se algum amigo lhe pedir para ser avalista não aceite, mas se ele insistir seja seu fiador 
com benefício de ordem, mas jamais fiador-solidário ou avalista. 
Fiança e aval são exemplos de solidariedade passiva decorrente de acordo de vontades. Então a 
Universidade quando financia o curso de um estudante, geralmente exige um fiador ou um avalista 
(897), de modo que se o devedor não pagar a dívida no vencimento, o credor irá processar o 
devedor, o fiador ou o avalista. Fiança será estudada em Civil 3 e aval em Direito Empresarial. 
Exemplos de solidariedade passiva decorrente da lei estão na responsabilidade civil (932), no 
comodato (585) e na gestão de negócios (pú do 867).

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