Buscar

TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS (TTP)

Prévia do material em texto

TEORIAS E TÉCNICAS PSICOLÓGICAS
O que é Psicoterapia? A psicoterapia é um método de tratamento mediante o qual um profissional treinado, valendo-se de meios psicológicos, especialmente a comunicação verbal e a relação terapêutica, realiza uma variedade de intervenções com o intuito de influenciar um cliente ou paciente, auxiliando-o a modificar problemas de natureza emocional, cognitiva e comportamental, já que ele o procurou com esta finalidade. É, portanto, um tratamento baseado em princípios psicológicos que envolve um profissional treinado e um paciente ou cliente portador de transtorno mental, problema ou queixa e é adaptado a cada paciente ou cliente em particular. Em termos gerais, a psicoterapia é uma prática de atenção psicológica que visa auxiliar o indivíduo a lidar com seu sofrimento emocional.
	A psicoterapia distingue-se de outras modalidades de tratamento por ser muito mais uma atividade colaborativa entre o paciente e o terapeuta do que uma ação predominantemente unilateral, exercida por alguém sobre outra pessoa, como ocorre com outros tratamentos médicos (ex: cirurgia). O processo terapêutico pode proporcionar mudanças significativas e reações de enfrentamento, assim como melhoria da qualidade de vida do sujeito e perspectivas de crescimento, tanto pessoal como relacional.
Critérios para que um modelo psicoterápico seja considerado consolidado: 
• Deve estar embasado em uma teoria abrangente, que ofereça uma explicação coerente sobre a origem, a manutenção dos sintomas e a forma de eliminá-los. 
• Os objetivos a que se propõe modificar devem ser claramente especificados. 
• Devem existir evidências empíricas da efetividade da técnica proposta. 
• Deve haver comprovação de que as mudanças observadas são decorrentes das técnicas utilizadas e não de outros fatores. 
• Os resultados devem ser mantidos a longo prazo. 
• Deve apresentar uma relação custo efetividade favorável na comparação com outros modelos ou alternativas de tratamento.
PSICANÁLISE (Freud)
	As chamadas terapias psicodinâmicas são frequentemente referidas como terapias expressivo-suportivas. Ela é uma terapia mais exploratória e expressiva quando seu objetivo preferencial é a análise das defesas, da transferência e obtenção de insigth sobre conteúdos inconscientes, e é mais suportiva quando se propõe a fortalecer as defesas e suprimir os conflitos inconscientes.[1: Esta abordagem terapêutica assenta na crença de que o nosso comportamento é determinado por processos mentais inconscientes. Estes processos são, na sua maioria, constituídos durante a infância.]
A Psicanálise significa, na PRÁTICA:
	• Um conjunto de teorias psicológicas sobre o funcionamento mental, sobre a formação da personalidade e de aspectos do caráter, tanto aqueles considerados normais como os psicopatológicos (sexualidade infantil, inconsciente dinâmico, conflito psíquico, mecanismos de defesa e formação dos sintomas são alguns dos conceitos-chave). 
	• Um método ou procedimento de investigação de conteúdos mentais, especialmente os inconscientes (livre associação, análise dos sonhos, análise da transferência). 
	• Um método psicoterápico que se propõe a efetuar modificações no caráter por meio da obtenção de insight, mediante a análise sistemática das defesas, na chamada neurose de transferência. 
TÉCNICA:
	• O analista adota uma atitude neutra, sentando-se às costas do paciente, não havendo um contato visual direto. O paciente é convidado a expressar livremente e sem censura seus pensamentos, sentimentos, fantasias, sonhos, imagens, assim como as associações que lhe ocorrem, sem prejulgar sua relevância ou significado (associação livre).
	• O analista faz o paciente observar determinadas conexões entre fatos de sua vida mental (interpretação), particularmente emoções e fantasias relacionadas com a pessoa do terapeuta (transferência), que passam despercebidas e refletir sobre o seu significado subjacente (inconsciente).
	• Se estabelece uma regressão e uma relação transferencial por parte do paciente, que passa a deslocar para a pessoa do terapeuta pensamentos e sentimentos, voltados, originalmente, para pessoas importantes do seu passado, repetindo padrões primitivos de relacionamento. Dessa forma, o passado se torna presente, na chamada neurose de transferência.
	• Por intermédio das interpretações, centradas na análise e na resolução da referida neurose transferencial, o paciente poderá obter insight sobre tais padrões primitivos de relações interpessoais, compreender a origem de traços patológicos de seu caráter, reviver emoções perturbadoras associadas a figuras do passado (pai, mãe, irmãos), modifica-las e livrar-se dos sintomas.
• Aliança terapêutica: uma relação terapêutica de boa qualidade é uma condição sine qua non (sem a qual não é possível) para todas as terapias; a aliança terapêutica é importante para o sucesso da terapia; o paciente deve gostar do terapeuta e aceitá-lo (algumas patologias dificultam o estabelecimento desta relação, como personalidades esquizoides, paranoides, narcísicas).
• Objeto: refere-se a qualquer pessoa que tenha sido importante na vida de um indivíduo; parte infantil internalizada, de pais internalizados e de uma relação entre estas figuras. Estas internalizações podem ser deslocadas para as figuras do presente (figura do analista, no caso de uma análise).
• Transferência: acontecimento, laço, conexão, articulação entre o analista e o paciente; deslocamento para um objeto da atualidade de todos os impulsos, defesas, atitudes, sentimentos e respostas experimentadas nas relações com os primeiros objetos de sua vida; repetição de situações cujas origens se encontram no passado.
• Manejo da Transferência: a estruturação do setting analítico (divã, sessões várias, associação livre, neutralidade do analista) promove a regressão do paciente e a repetição de elementos contidos nas relações de objeto primitivas; o analista encontra-se no centro da neurose do paciente; induz-se o paciente a buscar uma nova solução.
• Contratransferência: define-se por ser a transferência do analista em relação ao paciente ou a resposta do analista à transferência do paciente; a contratransferência é vista hoje como parte legítima da relação terapêutica; há a contratransferência perturbadora ou patológica, onde o terapeuta utiliza seus pacientes para gratificar impulsos inconscientes como: necessidade de amor e aprovação, voyeurismo, curiosidade, agressão, necessidades masoquistas, de controle e manipulação.
• Insigth: principal fator curativo, trata-se do novo conhecimento do paciente sobre si mesmo; tornar consciente o inconsciente por meio da análise dos fenômenos transferenciais e da interpretação dos impulsos e mecanismos de defesa, provocando uma reorganização de processos mentais, antes inconscientes.
PSICOLOGIA ANALÍTICA (Jung)
		Jung foi sujeito de suas próprias experiências no que se refere à investigação do inconsciente. Tudo o que ocorria com ele, incluindo os sonhos, fantasias, intuições, etc., que para a maioria das pessoas passaria despercebido, era para Jung uma fonte de pesquisa e análise. 
	Ele salientava, sempre que tinha oportunidade, que o homem deveria ser visto por inteiro, ou seja, como um todo; pertencente a uma comunidade, num determinado momento, não poderia, portanto, ser visto, dissociado do seu contexto social, cultural e universal.
	Quando Jung manteve contato com a obra de Freud, ficou tão entusiasmado com o trabalho deste outro gênio que não tardou em conhecê-lo. A admiração foi mútua, Freud também gostou do jovem Suíço e logo fez dele um dos difusores de suas ideias. O “casamento”, porém, durou pouco. Jung mostrava-se inquieto com algumas posições de Freud a respeito, principalmente, da teoria da libido. Freud, por sua vez, não admitia ver a sua teoria por outro ângulo, não dava abertura para outras interpretações diferentes das dele. Jung não aceitava as insistências de Freud, de que as causas dos conflitos psíquicos envolveriam algum trauma sempre denatureza sexual. Freud, por outro lado, não admitia o interesse de Jung pelos fenômenos espirituais como fontes válidas de estudo em si. O rompimento de Jung com Freud, entretanto, acaba por trazer ao mundo um grande benefício. O ponto crucial do desentendimento entre os dois gênios foi ponto de partida para Jung. Enquanto a teoria de Freud busca as causas, a de Jung busca a direção, a finalidade. Jung teve que alçar voo sozinho em busca de respostas para si mesmo e, de certa forma, para provar que suas ideias eram válidas e as de Freud tinham valores parciais, mergulhou no mais profundo de sua alma, conectou-se com seu inconsciente. 
• Enquanto para Freud a libido é somente sexual, para Jung a libido é toda a energia psíquica.
• O conceito de inconsciente também difere de Freud para Jung. Para Freud, o inconsciente é um depósito de rejeitos do consciente. Para Jung o inconsciente existe “a priori”. O ser humano nasce inconsciente e traz com ele muitos conteúdos herdados dos ancestrais. Assim, o inconsciente existe “antes”, é pré-existente ao consciente.
• Para Jung, o inconsciente não é estático e rígido, formado pelos conteúdos que são reprimidos pelo ego. Ao contrário, o inconsciente é dinâmico, produz conteúdos, reagrupa os já existentes e trabalha numa relação compensatória e complementar com o consciente.
O Inconsciente Pessoal ou Individual é aquela camada mais superficial de conteúdos, cujo marco divisório com o consciente não é tão rígido. Corresponde àqueles aspectos que em algum momento do desenvolvimento da personalidade não foram compatíveis com as tendências da consciência e foram, portanto, reprimidas. Também estão, no inconsciente pessoal, percepções subliminares, ou seja, aquelas que foram captadas pelos nossos sentidos de forma subliminar, que nem nos demos conta de termos contato com o fato em si. Conteúdos da memória que não necessitam estar presentes constantemente na consciência estão presentes no inconsciente pessoal. Todos estes conteúdos formam no Inconsciente Pessoal um grande banco de dados que poderão surgir na consciência a qualquer momento (para Freud, é o subconsciente).
A grande descoberta de Jung foi o Inconsciente Coletivo. Segundo ele, o inconsciente coletivo é a camada mais profunda da psique e constitui-se dos materiais que foram herdados da humanidade. A existência do inconsciente coletivo não depende de experiências individuais, como é o caso do inconsciente pessoal, porém, seu conteúdo precisa das experiências reais para expressar-se, já que são predisposições latentes. Jung chamou de arquétipos a estes traços funcionais do inconsciente coletivo. Salienta ele: 
“Existem tantos arquétipos quantas as situações típicas da vida. Uma repetição infinita gravou estas experiências em nossa constituição psíquica, não sob a forma de imagens saturadas de conteúdo, mas a princípio somente como formas sem conteúdo que representavam apenas a possibilidade de um certo tipo de percepção e de ação. ”
	Jung salienta que o mérito da observação de que os arquétipos existem não pertence a ele e, sim, a PLATÃO, com seu pensamento “de que a ideia é preexistente e supra-ordenada aos fenômenos em geral. ”
	Com o desenvolvimento da consciência, o ser humano, que é gregário por natureza, necessita desenvolver algumas características básicas para a adaptação social em contraste com seus instintos animalescos. É a PERSONA o arquétipo desta adaptação. O nome vem da antiga máscara usada no teatro grego, ou seja, persona é a máscara ou fachada aparente do indivíduo exibida de maneira a facilitar a comunicação com o seu mundo externo, com a sociedade onde vive e de acordo com os papéis dele exigidos. O objetivo principal é o de ser aceito pelo grupo social a que pertence. A persona é muito importante, na medida em que dependemos dela em nossos relacionamentos diários, no trabalho, na roda de amigos ou na convivência com nosso grupo.
	Em seus aspectos benéficos, a persona auxilia a convivência em sociedade, extremamente importante em nossos atuais dias. Também transmite uma certa sensação de segurança, na medida em que cada um desempenha exatamente o papel dele esperado, da melhor forma possível. No sentido nefasto da persona, há o perigo de o indivíduo identificar-se com o papel por ele desempenhado fazendo com que a pessoa se distancie de sua própria natureza. Aqueles que são possuídos por sua persona, tornam-se pessoas difíceis de conviver, são rígidos em sua persona e exigem dos demais que se comportem igual a ele. A persona serve também como proteção contra nossas características internas as quais achamos que nos desabonam e, portanto, queremos esconder.
	Sendo a persona a face externa da psique, a face interna, a formar o equilíbrio são os arquétipos da anima e animus. O arquétipo da anima, constitui o lado feminino no homem, e o arquétipo do animus constitui o lado masculino na psique da mulher. Ambos os sexos possuem aspectos do sexo oposto, não só biologicamente, através dos hormônios e genes, como também, psicologicamente através de sentimentos e atitudes. 
	A valorização social do comportamento viril no homem, desde criança e o desencorajamento do comportamento mais agressivo nas mulheres, poderá provocar uma anima ou animus subdesenvolvidos e potencialmente carregados de energia, atuando no inconsciente. 
	O homem, quando se apaixona por uma mulher, está projetando a imagem da mulher que ele tem internalizada. É fato que a pessoa que recebe a projeção é portadora, como dizia Jung, de um “gancho” que a aceita perfeitamente. O ato de apaixonar-se e decepcionar-se, nada mais é do que projeção e retirada da projeção do objeto externo. [2: A projeção é um processo inconsciente automático, através do qual um conteúdo inconsciente para o sujeito é transferido para um objeto, fazendo com que este conteúdo pareça pertencer ao objeto.]
	A sombra apresenta-se como o mais poderoso de todos os arquétipos, já que é a fonte de tudo o que existe de melhor e de pior no ser humano. A sombra é o arquétipo receptáculo dos aspectos que foram suprimidos no desenvolvimento da persona e, mais que isto, ela contém conteúdos que nem chegaram a passar pelo crivo do consciente. 
	Importante salientar, no entanto, que a sombra não é o lado oposto da consciência, mas representa o que falta a cada personalidade consciente. Um dos maiores trabalhos no processo de individuação, que consiste no desenvolvimento da personalidade total, é sem dúvida a integração da sombra na consciência. Normalmente, reconhecer a sombra implica em “arrumar encrenca” e colocar em questionamento toda a consciência de si: os hábitos, crenças, valores, afetividade, etc. Sendo o confronto com a sombra um dos primeiros aspectos do processo de individuação, é necessário um ego bem estruturado para reconhecer que tudo aquilo que projetamos nos outros, principalmente as coisas que menos gostamos, são nossas e de mais ninguém.[3: Processo pelo qual o ser humano chega ao autoconhecimento e é levado a estabelecer contato com o seu inconsciente (pessoal e coletivo). ]
	A sombra não possui, porém, somente aspectos negativos e rejeitados, possui também aspectos que impulsionam o ser humano para a criatividade e busca de soluções, quando os recursos conscientes se esgotaram. Por sorte, a sombra é insistente e não se sente acuada com a repressão exercida pela consciência, sempre arranja um jeito de se manifestar, a inspiração é uma destas maneiras.
	Quando, para a nossa adaptação social, desenvolvemos a persona, somos obrigados a descartar vários aspectos que não condizem com a atitude da consciência naquele momento. Estes aspectos poderão ser úteis em outra época de nossas vidas, poderão voltar, uma vez que não serão mais prejudiciais à nossa adaptação e poderão mudar o rumo de nossa história.
	Em suas pesquisas, Jung percebeu que a psique trilha um único objetivo, que é o encontro com seu próprio centro, a unicidade, é o retorno do ego às suas origens. Deu então a esse objetivo da vida psíquica o nome de INDIVIDUAÇÃO,que não é repentino, mas sim, se apresenta como um processo. Este processo se dá no confronto do consciente com o inconsciente, o que resulta num amadurecimento dos componentes da personalidade e na união destes numa síntese, como também na realização de um indivíduo único e inteiro. O processo de individuação é o eixo da psicologia Junguiana. É através dele que a pessoa vai se conhecendo, retirando suas máscaras, retirando as projeções lançadas anteriormente no mundo externo e integrando-as a si mesmo.
	Não se trata de um processo fácil e simples, nem tampouco ocorre linearmente. É um processo doloroso, difícil e ocorre em um movimento circunvolutório direcionado a um novo centro psíquico, o Self. O Self é o centro de toda a personalidade. Dele emana todo o potencial energético de que a psique dispõe. É o ordenador dos processos psíquicos. Conforme Hall observa “O Self é o principal arquétipo do inconsciente coletivo, assim como o sol é o centro do sistema solar. O ego é a maneira que a consciência tem de tomar conhecimento do Self e sem este conhecimento não haverá integração de conteúdos inconscientes, nem tão pouco individuação como uma “expansão da consciência”.
	Para Jung os complexos são os caminhos que nos permitem chegar ao inconsciente. “A via regia que nos leva ao inconsciente, entretanto, não são os sonhos, como ele [Freud] pensava, mas os complexos, responsáveis pelos sonhos e sintomas”. Portadores de uma carga energética substancial, os complexos têm como núcleo o arquétipo e, em torno deste núcleo vão se concentrando ideias ou pensamentos cheios de afetividade. Os complexos não são em si negativos, seus efeitos, no entanto, poderão ser. Porém como são nós de energia que possibilitam a movimentação da psique acabam por se tornarem grandes aliados que impulsionam o ser humano para o desenvolvimento psíquico.
	As tensões oriundas dos conflitos entre as instâncias da psique são inevitáveis e imprescindíveis, pois, são elas que constituem a própria essência da vida. Os conflitos existem porque existem oposições em qualquer parte da personalidade e o ego deve atender às exigências externas da sociedade e as exigências internas do inconsciente coletivo.
	Para Jung, o desenvolvimento humano se dá através do conhecimento de si mesmo, de sua Persona e sua Sombra, de suas habilidades e potencialidades, buscando o processo de individuação e expressão de sua totalidade. Individuação é a realização de algo único, próprio e exclusivo de cada indivíduo, que irá salientar a sua autonomia e responsabilidade no mundo com seu jeito particular de sentir, expressar e lidar com as diferentes influências ambientais, biológicas e psíquicas.
Que métodos são utilizados na terapia analítica de Jung? E quais são seus objetivos?
	A análise Junguiana propõe a análise dos sonhos, a imaginação ativa e técnicas expressivas. Não como técnicas vazias, sendo utilizadas somente pelo analista e, sim, favorecendo a relação analítica e necessitando da participação do paciente. Inclusive lida-se com algo já produzido pelo paciente: seu sonho, sua fantasia e suas imagens. O grande objetivo analítico é conduzir o paciente à sua individuação, a ser aquilo que se é, através da relação que se estabelece entre analista e paciente e entre o paciente e sua psique.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Terapia Comportamental
	Baseia-se nas teorias e nos princípios da aprendizagem para explicar o surgimento, a manutenção e a eliminação dos sintomas (os sintomas podem se originar por um condicionamento clássico e depois ser mantido por um condicionamento operante). 
Princípios 
• Condicionamento Clássico (Pavlov) 
• Condicionamento Operante (Skinner) 
• Aprendizagem Social (Bandura) 
• Habituação 
	No início, os comportamentalistas (chamados behavioristas radicais) só se interessavam pelo comportamento observável, mas recentemente a escola comportamental passou a se interessar pelos processos cognitivos. A tendência atual é integrar a terapia comportamental com a cognitiva. A terapia cognitivo-comportamental utiliza estes dois tipos de abordagem. 
Técnica da Comportamental:
• A exposição é a principal estratégia psicoterápica utilizada pela terapia comportamental. 
• Avaliação detalhada dos problemas do paciente – sintomas 
• Condições que determinaram seu aparecimento 
• Antecedentes e suas consequências 
• Eventuais desencadeantes 
• Atitudes reforçadoras do ambiente familiar 
• As cognições (pensamentos automáticos) que acompanham os sintomas 
• Mecanismos desenvolvidos pelo paciente para diminuir a ansiedade (realização de rituais) 
• Análise Comportamental 
Tratamento: “Nova Aprendizagem” 
Técnicas:
• Exposição – In vivo ou na imaginação, gradual ou instantânea. Muito comum: exposição virtual 
• Modelação – Demonstração de um comportamento desejável pelo terapeuta 
• Reforço Positivo – Tornar um evento agradável em razão de um comportamento desejável (elogiar, dar atenção, premiar) 
• Reforço Negativo – Remoção de algo desagradável como forma de estimular o comportamento desejável. 
• Extinção – Remoção de reforços positivos pode levar ao enfraquecimento e desaparecimento de um comportamento 
• Terapia Aversiva – Estímulo aversivo a um comportamento indesejável. 
TERAPIA HUMANISTA EXISTENCIAL
	A Psicologia Humanista surgiu na década de 50, ganhando força nos anos 60 e 70, como uma reação às ideias psicológicas pré-existentes - o behaviorismo e a psicanálise - embora não quisesse revisá-las ou adaptá-las, mas dar uma nova contribuição à psicologia. 
	As críticas ao BEHAVIORISMO giravam em torno de sua abordagem estreita, artificial e estéril da natureza humana, que reduzia o homem à máquinas e animais propensos ao condicionamento. A divergência à PSICANÁLISE se mostrava no questionamento à ênfase no inconsciente, nas questões biológicas e eventos passados, no estudo de pessoas neuróticas e psicóticas e na compartimentalização do indivíduo. 
	O existencialismo tem o homem como ponto de partida nos processos de reflexão e a fenomenologia, a consciência do ser sobre algo e a investigação da experiência consciente: o fenômeno. O ser e a existência do todo passa a ser a questão central. 
Existencialismo Fenomenológico, enquanto método apreendido pelo movimento humanista, se pauta em três questões:
Redução Fenomenológica: significa despir-se de todo conteúdo pré-existente, todas as crenças, conceitos, percepções, etc., com a finalidade de chegar à essência do objeto sem que haja interferência de pré-julgamentos.
Intencionalidade: uma subcategoria dentro da filosofia medieval utilizada por Husserl para definir o estatuto da consciência, qualificada por estar dirigida para algo, ou de ser acerca de algo, possuída pela maior parte dos nossos estados conscientes.
Subjetividade e Intersubjetividade: o encontro entre a própria subjetividade e a do outro é chamado de intersubjetividade. É ela que, através da pluralidade de constituições de vários sujeitos, dá sentido ao mundo.
	A grande contribuição desta nova escola pode ser vista na ênfase da experiência consciente, na crença na integralidade entre natureza e a conduta do ser humano, no livre-arbítrio, espontaneidade e poder de criação do indivíduo e no estudo de tudo que tenha relevância para a condição humana. 
	A teoria humanista tem como principais teóricos Abraham Maslow (1908-1970) e Carl Rogers (1902-1987), os maiores responsáveis pela projeção dos seus postulados no mundo.
TÉCNICA:
Diálogo 
• O cliente e o terapeuta dialogam, comunicam sua perspectiva fenomenológica. 
• Diferenças de perspectiva são trabalhadas pela experimentação e o diálogo. 
Características do Diálogo 
• Inclusão – Incluir o outro na experiência sem julgamento, análise ou interpretação, retendo-se um senso de pessoa separada. 
• Presença - O terapeuta expressa observações, impressões, sentimentos, experiências que julgue relevantes, compartilhando sua perspectiva, modelando um diálogo. 
• Compromisso com o diálogo – Contato é algo que aconteceentre pessoas, na interação entre elas e pode enriquecer o processo terapêutico.
META:
• Conscientizar o cliente sobre: o que ele está fazendo, como ele está fazendo, como ele pode se modificar e se auto-valorizar. 
• Focaliza o processo (o que está acontecendo) e não o conteúdo (o que está sendo dito, o porquê). 
• Relacionamentos crescem através do contato. 
• O contato é a experiência de fronteira entre o “eu” e o “não-eu”. 
• Auxilia o sujeito a desenvolver seu próprio suporte. 
• Suporte é qualquer coisa que ajuda a pessoa a ter contato ou se isolar, quando do gerenciamento das fronteiras. 
• O diálogo centra-se em experienciar a pessoa como ela se apresenta, buscando o “verdadeiro self”, pelo acolhimento, aceitação e responsabilidade. 
A CLÍNICA NA ABORDAGEM HUMANISTA EXISTENCIAL:
• A ênfase é dada na profundidade da existência e não no passado. 
• Ao invés da transferência valoriza-se a qualidade da relação terapêutica. 
ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA (Carl Rogers):
	O núcleo básico da personalidade humana era tendente à saúde, ao bem-estar. A partir dessa concepção primária, o processo psicoterapêutico consiste em um trabalho de cooperação entre psicólogo e cliente, cujo objetivo é a liberação desse núcleo da personalidade, obtendo-se com isso a descoberta ou redescoberta da autoestima, da autoconfiança e do amadurecimento emocional.
	Há três condições básicas e simultâneas defendidas por Rogers que vão permitir a descoberta desse núcleo essencialmente positivo existente em cada um de nós. 
São elas:
A Consideração Positiva Incondicional - É receber e aceitar a pessoa como ela é e expressar um afeto positivo por ela, simplesmente por ela existir, não sendo necessário que ela faça ou seja isto ou aquilo;
A Empatia - Consiste na capacidade de se colocar no lugar do cliente, ver o mundo pelos olhos deles e sentir como ele sente, comunicando tal situação para ele, que receberá esta manifestação como uma profunda e reconfortante experiência de estar sendo compreendido, não julgado
A Congruência - É a condição que permitirá ao profissional, embora nutra um afeto positivo e incondicional por seu cliente e tenha a capacidade de “estar no lugar” dele, ter a habilidade de expressar de modo objetivo seus sentimentos e percepções, de modo a permitir ao cliente as experiências de reflexão e conclusão sobre si mesmo.
	Na abordagem rogeriana, a aplicação do seu método passa por um processo de amadurecimento do próprio psicoterapeuta, já que ele não pode simplesmente apropriar-se da “técnica”, antes que lhe seja próprio e natural agir conforme as condições desenhadas por Rogers. A expressão de uma afetividade incondicional só ocorre devidamente se brotar com sinceridade do psicólogo.

Continue navegando