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Exame Clínico e Laboratorial (Aula 2) Definição Conhecimento das características gerais da doença e sintomas apresentados e contexto familiar e socio-cultural. Anamnese Identificação; Características gerais do paciente; Condições Fisiológicas Grupo Etário Identificar diferentes aspectos da saúde e do comportamento alimentar OBJETIVO Importância Anamnese Clinico Nutricional A anamnese deve conter: Identificação do paciente Nome Idade Sexo Raça Estado Civil Profissão Renda Familiar Escolaridade Anamnese Clinico Nutricional 2) Queixa principal Principal sintoma que incomoda o paciente falta de ar, dor de barriga, dor de cabeça, etc Exemplo . Anamnese Clinico Nutricional 3) Diagnóstico Principal Parecer emitido pela equipe médica sobre a condição patológica do indivíduo. Exemplo . Câncer Gátrico, Insuficiência Renal Crônica, Diabetes Mellitus, etc. Anamnese Clinico Nutricional 4) História da Doença Atual Relato claro e cronológico dos desenvolvimento da doença que levaram o paciente à internação ou consulta. Relato da terapêutica (medicamentosa) “Paciente refere dor na região gástrica há cerca de 6 meses, acompanhado de perda de peso de 8kg, náusea, vômito e perda de apetite, etc.” Exemplo . Anamnese Clinico Nutricional 5) História Patológica Pregressa DOENÇAS DA INFÂNCIA DOENÇAS CRÔNICAS INFORMAÇÕES SOBRE CIRURGIAS ACIDENTES TRANSFUSÕES DE SANGUE “Paciente nega HAS, diabetes mellitus, e DCI (Doenças Comuns da infância) e relata ter feito cirurgia pra retirada de apêndice há 10 anos, apresenta gastrite diagnosticada há 5 anos...” Exemplo . Anamnese Clinico Nutricional História Familiar Idade, condições de saúde e causa se óbito de cada membro da família imediata “pai teve câncer de intestino, mãe hipertensa, irmão teve câncer de esôfago...” Exemplo . Anamnese Clinico Nutricional História Social Tabagismo Uso de álcool Drogas Escolaridade Religião Situação Domiciliar (nº de moradores, esgoto, fossa) Anamnese Clinico Nutricional Avaliação do Estado Mental LOTE Onde está? Onde mora? Qual o dia da semana? Qual o seu nome? Anamnese Clinico Nutricional Avaliação da Função Intestinal Aspectos das fezes Número de evacuações Percepção do paciente sobre a Diarreia Anamnese Clinico Nutricional Informações do COMPORTAMENTO alimentar Relações afetivas e situacionais com os alimentos Preferências Aversões Restrições Acesso Exame Físico Definição O exame clínico nutricional constitui-se método direto de avaliação do estado nutricional, porque baseia-se na observação de sinais e sintomas das manifestações orgânicas produzidas pela insuficiência e/ou excesso de consumo alimentar. VASCONCELLO, 2008 Semiologia Nutricional Identificação de sinais que podem levar a sintomas não informados pelo paciente, um instrumento obrigatório do processo de avaliação nutricional. Exame Físico sintoma é toda a informação subjetiva descrita pelo paciente. sinal refere-se a toda alteração objetiva, que afeta algum dos sentidos do examinador ATENÇÃO!!! Exame físico 1. CABEÇA E PESCOÇO 1.1 FÁCEIS AGUDA Exausto, cansado, não consegue manter olhos abertos por muito tempo. Músculos orbiculares palpebrais são os primeiros que se cansam. Exame físico 1. CABEÇA E PESCOÇO 1.1 FÁCEIS CRÔNICA Paciente parece deprimido, triste, pouco diálogo. Estado de humor comprometido. Depressão?? Muitas vezes o que esta motivando um paciente a se comportar como deprimido é a desnutrição. (avaliação psicológica e nutricional) Exame Físico 1. CABEÇA E PESCOÇO MUSCULATURA TEMPORAL Atrofia temporal Exame físico CABEÇA E PESCOÇO BOLA GORDUROSA DE BICHART (BGB) A perda da BGB resulta da redução prolongada de reserva calórica (massa gorda) Primeiramente o paciente atrofia a musculatura temporal, o consumo da BGB, fica para uma fase mais tardia. Sinal “asa quebrada” - perda de BGB e musculatura temporal Duarte, 2002; Rosa, 2008 1.Atrofia temporal 2. Perda da bola gordurosa de Bichart 3. Sinal de Asa Quebrada Exame Físico 1 CABEÇA E PESCOÇO CABELOS Alopecia? Sem brilho? Quebradiço? Indagar o uso de produtos químicos Exame Físico 1 CABEÇA E PESCOÇO OLHOS Inspecionar quanto à cor Grau de palidez (++++) Paciente olha para cima Examinador Icterícia Coloração amarelada da pele e esclerótica(bilirrubina -pigmento biliar) Geralmente implica alterações na absorção de vitaminas lipossolúveis Consumo exagerado de betacaroteno Pessoas da raça negra Uso de algumas drogas (antimalárico) Exame Físico 1 CABEÇA E PESCOÇO CAVIDADE ORAL OBSERVAR A COLORAÇÃO E UMIDADE PRESENÇA DE NÓDULOS ULCERAÇÃO E RACHADURA NOS CANTOS GENGIVAS E DENTES LÍNGUA SALIVAÇÃO Glossite Magenta OBSERVE: Aspecto da língua: Lisa Inflamada Dolorosa Atrofia ou hipertrofia de papilas CARÊNCIA: Riboflavina Niacina Ácido fólico B12 Piridoxina Ferro Queilite angular Deficiência de zinco Deficiência de Riboflavina e Vitamina C MONILÍASE deficiência de zinco 29 Exame Físico Massa Muscular da região do pescoço e clavícula: Depleção Supra e infraclaviculares Fúrcula esternal Atrofia destas regiões indica que o paciente já perdeu massa muscular há muito tempo (perda crônica). Supraclavicular Infraclavicular Fúrcula esternal Exame Físico Supraclavicular Infraclavicular Fúrcula esternal Exame Físico Musculatura do Tórax: Retração Intercostal Menor força respiratória Exame Físico Musculatura paravertebral Reduz a força de sustentação do peso Cifose Capacidade ventilatória diminuida Depleção da Musculatura paravertebral Exame físico Membros superiores, Atrofia da musculatura bi e tricipital. Músculo adutor do polegar. Músculo adutor do polegar Exame Físico DESIDRATAÇÃO Inúmeras causas: Ingestão menor que necessidade, perda excessiva, vômitos, diarréia, fistula digestiva, sudorese e poliúria. Pinça com o polegar e indicador Pele desidratada, a prega se desfaz lentamente Nmlnfkevvkdknvk Exame Físico Musculatura de MII Atrofia da musculatura da coxa Perda da mm na porção medial Maior fraqueza nas pernas VALE Exame Físico Edema: A investigação depende da posição que o paciente passa a maior parte do tempo Região lombossacral maior tempo acamado Tornozelo, perna Posição Ortostática Semiologia Nutricional Edema: Sinal de cacifo Exame físico Edema Excesso de peso hídrico + tornozelo 1 kg ++ joelho 3-4 Kg +++ Raiz da coxa 5-6 Kg ++++ anasarca 10-12 Kg Olhos bem abertos!!! Avaliação Bioquímica Parâmetros Bioquímicos Fornecem medidas objetivas de alterações no Estado Nutricional; Possibilita seguimento longitudinal das intervenções nutricionais; Influenciados: Idade; Sexo; Estado Fisiológico; Condições ambientais; Fatores não nutricionais como drogas, estresse e injúria. Objetivo Diagnosticar possíveis deficiências nutricionais ainda na fase SUBCLÍNICA, quando o paciente não possui mais sinais clínicos Medicina preventiva Análise de concentrações de nutrientes ou metabólicos RESERVAS TECIDUAIS Estágio Fisiológico do consumo alimentar inadequado Parâmetros Laboratorias Mais sensíveis às alterações nutricionais do que os antropométricos; Associados a Antropometria e Métodos Subjetivos no diagnóstico nutricional; Maior associação com a morbimortalidade na população. (CUPPARI, 2002). Biomarcadores de Macronutrientes Energéticos Biomarcadores de Macronutrientes Energéticos Proteínas Plasmáticas Reserva de proteína visceral Pressão Oncótica Dosagens bioquímicas do compartimento visceral refletem o estado nutricional 49 Biomarcadores de Macronutrientes Energéticos OS MARCDORES DE PROTEÍNA VISCERAL SÃO POUCO ESPECÍFICOS COMO MARCADORES DO ESTADO NUTRICIONAL CORRELACIONANDO MAIS COM O PROGNÓSTICO DO PACIENTE ATENÇÃO Albumina Proteínasintetizada no fígado Ingestão de proteínas não é suficiente para manter a síntese proteica Desnutrição Doenças Hepáticas Indicador de prognóstico nutricional Albumina Fatores não nutricionais podem afetar seus valores: Infecção; Trauma cirúrgico; Lesão tecidual; Enteropatias exsudativas; Doenças hepáticas; Insuficiência cardíaca. HIPOALBUMINEMIA Albumina Classificação Valores Depleçãograve < 2,4g% Depleçãomoderada 2,4a 2,9 g% Depleçãoleve 3 a 3,5g% Normal > 3,5g% Transferrina É uma beta-globina de síntese hepática, transportadora do ferro sérico. Vantagem: meia vida biológica curta, (8 dias), o que a torna mais susceptível às alterações no processo de síntese protéica. MAIS SENSÍVEL NA DESNUTRIÇÃO AGUDA E NO CONTROLE DE INTERVENÇÕES DIETOTERÁPICO O resultado de sua dosagem pode ser mascarado por vários fatores que afetam (aumentam) sua síntese hepática Deficiência de ferro e infecção. Doenças hepáticas, renais, de medula óssea, Insuficiência cardíaca congestiva e, Inflamações generalizadas. Transferrina Transferrina Classificação Valores Depleçãograve < 100mg% Depleçãomoderada 100 a 150mg% Depleção leve 150 a 200mg% Proteína Ligadora do Retinol Responsável pelo tranporte de Vitamina A Meia vida:12 horas; A TBPA tem meia vida de2 dias; Elas têm sido sugeridas como indicadores mais sensíveis, principalmente no reconhecimento do estágio agudo de DPC. Além da deficiência protéica, dentre os demais fatores determinantes da RBP e TBPA estão: As doenças hepáticas Hipotireoidismo; Fibrose cística do pâncreas,etc. Em pacientes renais os valores de RBP por deficiência de kcal, vit. A e zinco Proteína Ligadora do Retinol (RBP)e Pré-albumina que se liga à Tiroxina (TBPA) Classificação Valores Indicativo de desnutrição 3 – 5mg% Proteína Ligadora do Retinol (RBP)e Pré-albumina que se liga à Tiroxina (TBPA) Biomarcadores de Macronutrientes Energéticos Meia vida das proteínas plasmáticas x Estado Nutricional e sua alteração Proteína plasmática Meia-vida Valores de referência Albumina 14-20 dias 3,5-5,5g/dl Transferrina 8-9dias 200-400mg/dl Pré-albumina 2-3 dias 15,7-29,6mg/dl Proteína Ligada ao retinol 12 horas 2,6-7,6 mg/dl Quanto maior a meia vida, menos sensível é o indicador para avaliar alterações recentes do estado nutricional, bem como desnutrição aguda . 60 Avaliação do Compartimento Proteico Somático A avaliação do compartimento somático sugere a intensificação dos processos catabólicos no organismo Índice Creatinina Altura 3-metil-histidina Balanço Nitrogenado Avaliação do Compartimento Proteico Somático Índice de Creatinina/Altura Medir a massa corporal ou tecido metabolicamente ativo Produto do metabolismo proteico muscular que engloba 98% da creatina corporal Valores de Creatinina urinária ideal são observados na tabela de Walser (1987), em função da altura em cm e depois classificada segundo: Observada em laboratório por meio da urina de 3 dias consecutivos Excreção de Creatinina urinária de 24h de um indivíduo normal da mesma altura % de adequação de ICA Classificação >80 Normal 60 a 80 Depleção proteica moderada <60 Depleção proteica grave Avaliação do compartimento Proteico Balanço Nitrogenado Útil para avaliar ou direcionar o tratamento nutricional BN = g N INGERIDO – g N EXCRETADO BN = Ptn(g)/6,25 – (Ureia urinária g)/2,14 +4 Positivo = ANABOLISMO Igual a Zero = EQUILÍBRIO Negativo = CATABOLISMO Avaliação da Competência Imunológica Contagem Total de Linfócitos (CTL) Desnutrição – comprometimento na produção de células de defesa Utiliza-se o leucograma: CTL: % linfócitos x leucócitos (mL) / 100 Nível de desnutrição CTL (mm³) Depleção Leve 1.200 a 2000 células Depleção Moderada 800 a 1199 células/mm³ Depleção Grave < 800 células/mm³ Biomarcadores de Carboidratos Glicose Sanguínea de jejum Avaliação do Diabetes Mellitus e do metabolismo de carboidrato Recém Nascido: 40 a 80 mg/dl Crianças: 60 a 100 mg/dl Adultos: 70 a 100 mg/dl HIPOGLICEMIA HIPERGLICEMIA Glicose pós-prandial Hemoglobina glicada Reflete a concentração média de glicose nos últimos 2 a 3 meses que precedem o exame Biomarcadores de Carboidratos < 140 mg/dl 5,0 a 8,0% de Hb total Glicose Urinária Glicosúria acontece quando os valores de glc plasmática estão acima de 160 ou 200 mg/dl Biomarcadores de Carboidratos Até 160 mg/24h Biomarcadores de Lipídeos São formados por uma grande variedade: Colesterol Total Desejável: até 200 mg/dl Limítrofe: 200 a 239 mg/dl Elevado: acima de 240 mg/dl HDL-Colesterol Biomarcadores de Lipídeos Transporte reverso do colesterol para ser metabolizado no fígado Masculino: acima de 40 mg/dl Feminino: acima de 50 mg/dl Após menopausa: acima de 60 mg/dl Fumo, Obesidade, Hipertrigliceridemia, sedentarismo, esteróides, antidepressivos LDL-Colesterol Maior proteína carreadora de colesterol no plasma e a molécula lipídica mais aterogênica no sangue Alta concentração de LDL está mais associada a doença coronariana e aterosclerose Biomarcadores de Lipídeos Desejável: 100-129 Limítrofe: 130-159 Elevado: 160-189 Muito Alto: ≥ 189 Triglicerídeos Ésteres provenientes da dieta; Sua elevação indica distúrbios metabólicos Desejável: até 150 Limítrofe: 150 a 200 Alto risco: 200-499 Muito alto risco: ≥ 500 Biomarcadores de Lipídeos Índice de Castelli Correlação entre o colesterol total, HDl e LDL colesterol Biomarcadores de Lipídeos Sexo Índice de Castelli I Colesterol /HDL Índice de Castelli II LDL/HDL Masculino Até 5,1 Até 3,3 Feminino Até 4,4 Até 2,9 WALLACH, 2003 Biomarcadores deVitaminas Lipossolúveis Vitamina A Apenas 1% da Vitamina A corporal está no plasma HIPERVITAMINOSE A: Dosagens de retinol esterificado Dosagem de retinol Adequado: > 30 µg/dL Inadequação: ≤ 10 µg/dL Sinais Clínicos Deficiência de vitamina A Mancha de Bitot Biomarcadores deVitaminas Lipossolúveis Vitamina E Concentrações séricas de α-tocoferol α-tocoferol: 5-20 µg/mL Deficiência: ataxia espinocerebelar, miopatia esquelética, retinopatia pigmentar, hemólise das hemáceas Biomarcadores deVitaminas Lipossolúveis Vitamina K Esta envolvida na estruturação de fatores coagulantes no organismo Formação óssea Estado nutricional: teste de coagulação sanguínea, tempo de protombina Deficiência: quadros hemorrágicos Biomarcadores deVitaminas Lipossolúveis Vitamina D Estado Nutricional Menor concentração de: 25(OH)D (mais sensível) Aceitável > 30 Baixa: < 25 Deficiente: <12nmol/L 1,25(OH)2D Aceitável: 48 a 100 pmol/L Biomarcadores de Vitaminas Hidrossolúveis Tiamina Níveis séricos: 126 a 214 UI Deficiência: Beribéri úmido: insuficiência Cardíaca e edema Beribéri Seco: neuropatia Biomarcadores de Vitaminas Hidrossolúveis Riboflavina Estado nutricional: coeficiente de ativação da glutationa redutase: 1 a 1,4 – adequado 1,7 – deficiência Riboflavina em eritrócito: 10-15mg/dl Riboflavina urinária: 0,21 – 0,32 Deficiência: dermatite oleosa, estomatite angular, queilose e glossite, edemas de membranas das mucosas faríngea e oral. Biomarcadores de Vitaminas Hidrossolúveis Niacina: Relação entre metil-piridona carboxamida e N-metilcotinamida urinária Adequado: 1,3 a 4,0 mg/dia Inadequado: < 1,0 mg/dia Deficiência: Pelagra – dermatite, diarreia, demência, podendo incluir insônia, ansiedade, desorientação, alucinações e delírios. Biomarcadores de Vitaminas Hidrossolúveis Piridoxina Piridoxina plasmática: 20-25nmol/L Piridoxina urinária (após consumo de 2g de triptofano): <65nmol/L Deficiência: queilose, estomatite angular, glossite, dermatite, polineurite , convulsões e anemia microcítica Acúmulo anormal de metabólitos do triptofano Biomarcadores de Vitaminas Hidrossolúveis Ácido Pantotênico Ação na síntese de ácidos graxos, biossíntese de esteroides, metabolismo energético Excreção urináriade ácido pantotênico reflete a ingestão alimentar: Inadequação < 4,5 µmol/24h Biomarcadores de Vitaminas Hidrossolúveis Cobalamina ou B12 Metabolismo de lipídeos e síntese de ácidos nucléicos Concentrações séricas: >150pg/ml Deficiência: Anemias megaloblástica e deterioração neurológica Biomarcadores de Vitaminas Hidrossolúveis Folato Síntese de DNA e RNA Folato plasmático: Adequado: 9,8 – 16,2 nmol/L Inadequado: < 6,8 nmol/L Biomarcadores de Vitaminas Hidrossolúveis Vitamina C Co-fator ou co-substrato de diferentes enzimas, participando da biossíntese do colágeno, da carnitina e norepinefrina e no metabolismo da tirosina Deficiência: fragilidade vascular e escorbuto
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