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DRENAGEM URBANA 1 DRENAGEM URBANA BIBLIOGRAFIA: AZEVEDO NETTO, J. M. e outros. Manual de hidráulica. 8ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. CETESB/DAEE. Drenagem Urbana, Manual de Projeto. São Paulo, 1980. 1. HIDROLOGIA BÁSICA PARA DRENAGEM 1.1. PRECIPITAÇÕES Grandezas características das chuvas: Altura pluviométrica (ℎ): altura que a água caída atingiria sem considerar a infiltração e o escoamento superficial. Medida em pluviômetros ou pluviógrafos. Duração da chuva (𝑡). Intensidade (𝑖): 𝑖 = ℎ 𝑡 Frequência (𝑓): é o número de vezes que uma chuva de uma determinada intensidade e duração pode ser igualada ou superada em um determinado espaço de tempo (geralmente um ano). Período de retorno ou recorrência (𝑇): é o período de tempo (geralmente anos) para que uma chuva de uma determinada intensidade e duração possa ser igualada ou superada. 𝑇 = 1 𝑓 Com o tratamento estatístico dos dados de chuva de uma localidade é possível obter uma equação que represente a variação da intensidade da chuva (𝑖)com o período de retorno (𝑇) e a sua duração (𝑡) para aquele local. São equações do tipo: DRENAGEM URBANA 2 𝑖 = 𝑎𝑇𝑛 (𝑡 + 𝑏)𝑚 𝑎, 𝑏,𝑚 e 𝑛 são valores típicos da localidade. Para a cidade de Uberlândia - MG, a seguinte equação foi proposta por Eliana Aparecida Justino em dissertação de mestrado defendida na FECIV – UFU: 𝑖 = 28,97𝑇0,159 (𝑡 + 14)0,825 sendo 𝑖 em 𝑚𝑚 𝑚𝑖𝑛⁄ , 𝑇 em 𝑎𝑛𝑜𝑠 e 𝑡 em 𝑚𝑖𝑛. 1.2. ESCOAMENTO SUPERFICIAL 1.2.1. Coeficiente de escoamento (𝐶): Também chamado coeficiente de deflúvio ou de “runoff”. É a relação entre deflúvio superficial direto máximo em 𝑚𝑚 𝑚𝑖𝑛⁄ e a intensidade média da chuva em 𝑚𝑚 𝑚𝑖𝑛⁄ . Tabelas com valores comuns do coeficiente de escoamento: DESCRIÇÃO DA ÁREA 𝐶 Área Comercial o Central o Bairros 0,70 a 0,95 0,50 a 0,70 Área Residencial o Residências Isoladas o Unidades Múltiplas (separadas) o Unidades Múltiplas (conjugadas) o Lotes com 2.000 m² ou mais 0,35 a 0,50 0,40 a 0,60 0,60 a 0,75 0,30 a 0,45 Área com prédios de apartamentos 0,50 a 0,70 Área Industrial o Indústrias Leves o Indústrias Pesadas 0,50 a 0,80 0,60 a 0,90 Parques, Cemitérios 0,10 a 0,25 “Playgrounds” 0,20 a 0,35 Pátios de estradas de ferro 0,20 a 0,40 Áreas sem melhoramentos 0,10 a 0,30 DRENAGEM URBANA 3 CARACTERÍSTICAS DA SUPERFÍCIE 𝐶 Ruas o Pavimentação asfáltica o Pavimentação de concreto 0,70 a 0,95 0,80 a 0,95 Passeios 0,75 a 0,85 Telhados 0,75 a 0,95 Terrenos relvados (solos arenosos) o Pequena declividade (2%) o Declividade média (2% a 7%) o Forte declividade (7%) 0,05 a 0,10 0,10 a 0,15 0,15 a 0,20 Terrenos relvados (solos pesados) o Pequena declividade (2%) o Declividade média (2% a 7%) o Forte declividade (7%) 0,15 a 0,20 0,20 a 0,25 0,25 a 0,30 1.2.2. Tempo de concentração (𝑡𝑐): É o tempo de duração da chuva para que toda a bacia hidrográfica passe a contribuir para a vazão na seção de drenagem estudada. Representa o tempo que a porção de chuva caída no ponto mais distante da bacia em relação à seção de drenagem gasta para atingir esta seção. Fórmulas empíricas para o cálculo do tempo de concentração: o Fórmula de Picking 𝑡𝑐 = 5,3 ( 𝐿2 𝐼 ) 1 3⁄ o Fórmula de Califórnia Highways and Public Works 𝑡𝑐 = 57( 𝐿3 𝐻 ) 0,385 𝑡𝑐 em 𝑚𝑖𝑛, 𝐿 extensão do talvegue em 𝑘𝑚, 𝐼 declividade média do talvegue em 𝑚 𝑚⁄ e 𝐻 diferença de cotas entre a seção de drenagem e o ponto mais alto do talvegue, em 𝑚. 1.2.3. Método racional Recomendável para bacias com até 500ℎ𝑎 (hectares). 𝑄 = 𝐶 ∙ 𝑖 ∙ 𝐴 DRENAGEM URBANA 4 𝑄 é a vazão de enchente na seção de drenagem, em 𝑚3 𝑠⁄ ; 𝐶 o coeficiente de escoamento; 𝑖 a intensidade média da chuva com duração igual ao tempo de concentração, em 𝑚3 𝑠 ⁄ × ℎ𝑎; 𝐴 a área da bacia, em ℎ𝑎. Para estimativa da intensidade da chuva 𝑖 de duração 𝑡 = 𝑡𝑐, com período de retorno 𝑇, pode-se utilizar: A equação da chuva, se conhecida. A altura da chuva de duração 30𝑚𝑖𝑛 e igual período de retorno, conforme procedimento a seguir. 𝑖 = ℎ 𝑡𝑐 𝑖 em 𝑚𝑚 𝑚𝑖𝑛⁄ , ℎ altura da chuva (𝑚𝑚) com duração 𝑡𝑐 (𝑚𝑖𝑛) igual ao tempo de concentração. A altura ℎ em 𝑚𝑚 de duração 𝑡𝑐 em 𝑚𝑖𝑛 pode ser estimada a partir da altura medida para chuva de duração 30𝑚𝑖𝑛, ℎ30 em 𝑚𝑚 com igual período de retorno, pela equação proposta por N. L. Souza Pinto e A. C. Tatir Holtz: ℎ = 0,264 ∙ ℎ30 ∙ 𝑡𝑐 0,392 DRENAGEM URBANA 5 DRENAGEM URBANA 6 EXEMPLO: Determinar a máxima vazão na seção de drenagem de uma bacia hidrográfica situada na zona rural da cidade de Catalão, para a recorrência de 25𝑎𝑛𝑜𝑠. Dados da bacia: o Área: 350ℎ𝑎; o Comprimento do talvegue: 3,2𝑘𝑚; o Desnível entre o ponto mais alto e a seção de drenagem: 110𝑚; o Solo formado por mistura de argila e areia recoberto por pastagens. SOLUÇÃO: Tempo de concentração (𝑡𝑐): 𝑡𝑐 = 57( 𝐿3 𝐻 ) 0,385 = 57( 3,23 110 ) 0,385 = 36𝑚𝑖𝑛 Intensidade da chuva (𝑖): 25 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑟𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 30𝑚𝑖𝑛 𝑑𝑒 𝑑𝑢𝑟𝑎çã𝑜 } 𝑄𝑢𝑎𝑑𝑟𝑜 18.16−𝐶𝑎𝑡𝑎𝑙ã𝑜 → ℎ30 = 52𝑚𝑚 ℎ = 0,264 ∙ ℎ30 ∙ 𝑡𝑐 0,392 = 0,264 × 52 × 360,392 = 56𝑚𝑚 𝑖 = ℎ 𝑡𝑐 = 56 36 = 1,56𝑚𝑚 𝑚𝑖𝑛 = 0,26𝑚3 𝑠 × ℎ𝑎⁄⁄ Observar que 1𝑚𝑚 𝑚𝑖𝑛 = 1 6 𝑚3 𝑠 × ℎ𝑎⁄⁄ Coeficiente de escoamento (𝐶): Declividade média do terreno: 110 3.200⁄ = 0,034𝑚 𝑚⁄ = 3,4% Para superfície relvada, solos pesados, declividade média, 𝐶 = 0,20. Vazão na seção de drenagem (𝑄): 𝑄 = 𝐶 ∙ 𝑖 ∙ 𝐴 = 0,20 × 0,26 × 350 = 18,2𝑚3 𝑠⁄ DRENAGEM URBANA 7 2. MICRO DRENAGEM 2.1. INTRODUÇÃO O sistema de micro drenagem compreende os pavimentos das ruas, as sarjetas e guias, as bocas de lobo, as galerias de águas pluviais e canais de pequenas dimensões. É dimensionado para chuvas com recorrência ou período de retorno entre 2 e 10 anos. O sistema de macrodrenagem é constituído, em geral, por canais de maiores dimensões e são dimensionados para chuvas com período de retorno de 100 anos. 2.2. PERÍODO DE RETORNO (T) Para projetos de micro drenagem, são comuns os seguintes períodos de retorno: TIPO DE OCUPAÇÃO DA ÁREA T (anos) Residencial 2 Comercial 5 Áreas com edifícios de serviço público 5 Aeroportos 2 – 5 Áreas comerciais e artérias de tráfego 5 - 10 2.3. PARTES DO SISTEMA DE MICRO DRENAGEM 2.3.1. SARJETAS E SARJETÕES: a) Sarjetas simples: A vazão máxima das sarjetas simples pode ser calculada pela fórmula de Manning modificada por Izzard: 𝑄 = 0,375 ∙ ( 𝑍 𝑛 ) ∙ 𝑦8 3⁄ ∙ √𝑖 𝑇 𝐼 0,15 m 𝑦 θ DRENAGEM URBANA 8 𝑄 é a vazão em 𝑚3 𝑠⁄ . 𝑍 é o inverso da declividade transversal. 𝑍 = 𝑡𝑔𝜃. 𝑖 é a declividade longitudinal em 𝑚 𝑚⁄ . 𝑦 é a profundidade junto à guia ou meio fio em 𝑚. As guias, em geral têm 0,15𝑚 de altura e se admiteum enchimento máximo de 0,13𝑚. 𝑛 é o coeficiente de rugosidade. Na maioria dos casos, 𝑛 = 0,016. Fatores de redução recomendáveis devido a maiores possibilidades de obstrução no caso de sarjetas de pequenas declividades e de riscos para pedestres, no caso de grandes declividades, em virtude de velocidades de escoamento elevadas: Declividade da sarjeta (%) Fator de redução 0,4 0,50 1,0 0,50 3,0 0,50 5,0 0,50 6,0 0,40 8,0 0,27 10 0,20 EXEMPLO: Determinar a capacidade hidráulica da sarjeta de uma rua com declividade transversal 𝐼 = 3% e declividade longitudinal 𝑖 = 0,5%. SOLUÇÃO: 𝐼 = 𝑦 𝑇 = 1 𝑡𝑔𝜃 = 1 𝑍 𝑍 = 1 𝐼 = 1 0,03 = 33 Considerando 𝑦 = 0,13𝑚 e 𝑛 = 0,016: 𝑄 = 0,375 ∙ ( 𝑍 𝑛 ) ∙ 𝑦8 3⁄ ∙ √𝑖 𝑄 = 0,375 ∙ 33 0,016 ∙ 0,138 3⁄ ∙ √0,005 = 0,237𝑚3 𝑠 = 237 𝐿 𝑠⁄⁄ Para a declividade da sarjeta de 0,5%, o fator de redução é 0,50. Então, a descarga admissível é: 𝑄 = 0,50 × 0,237 ≅ 0,120𝑚3 𝑠⁄ = 120 𝐿 𝑠⁄ DRENAGEM URBANA 9 b) Sarjetas com seções compostas: 𝑄 = 𝑄1 − 𝑄2 + 𝑄3 EXEMPLO: Calcular a vazão admissível na sarjeta composta para as seguintes condições: 𝑦 = 0,13𝑚 𝑊 = 60𝑐𝑚 𝑡𝑔𝜃 = 24 𝑡𝑔𝜃′ = 50 𝑖 = 0,05𝑚 𝑚⁄ 𝑛 = 0,016 SOLUÇÃO: 𝑄1 = 0,375 ∙ ( 𝑍 𝑛 ) ∙ 𝑦8 3⁄ ∙ √𝑖 𝑊 𝑍 𝑦′ 𝑦′ 𝑦′ 𝑍′ ∙ 𝑦′ 𝑊 𝑦 θ θ' 𝑦 θ 1 θ 2 θ' 3 𝑍 = 𝑡𝑔𝜃 𝑍′ = 𝑡𝑔𝜃′ 𝑊 = 𝑍(𝑦 − 𝑦′) 𝑦′ = 𝑦 − 𝑊 𝑍 DRENAGEM URBANA 10 𝑄1 = 0,375 ∙ 24 0,016 ∙ 0,138 3⁄ ∙ √0,05 = 0,545𝑚3 𝑠⁄ = 545 𝐿 𝑠⁄ 𝑄2 = 0,375 ∙ 𝑍 𝑛 ∙ 𝑦′8 3⁄ ∙ √𝑖 𝑦′ = 𝑦 − 𝑊 𝑍 = 0,13 − 0,60 24 = 0,105𝑚 𝑄2 = 0,375 ∙ 24 0,016 ∙ 0,1058 3⁄ ∙ √0,05 = 0,309𝑚3 𝑠⁄ = 309 𝐿 𝑠⁄ 𝑄3 = 0,375 ∙ 𝑍′ 𝑛 ∙ 𝑦′8 3⁄ ∙ √𝑖 𝑄3 = 0,375 ∙ 50 0,016 ∙ 0,1058 3⁄ ∙ √0,05 = 0,643𝑚3 𝑠⁄ = 643 𝐿 𝑠⁄ 𝑄 = 𝑄1 − 𝑄2 + 𝑄3 𝑄 = 545 − 309 + 643 = 879 𝐿 𝑠⁄ Para a declividade da sarjeta de 0,05𝑚 𝑚⁄ = 5%, o fator de redução é 0,50. Então, a descarga admissível é: 𝑄 = 0,50 × 879 ≅ 440 𝐿 𝑠⁄ c) Sarjetões: EXEMPLO: Calcular a vazão admissível em um sarjetão com as seguintes características: 𝑡𝑔𝜃1 = 𝑡𝑔𝜃2 = 12 𝑦 = 0,15𝑚 𝑖 = 3% 𝑛 = 0,016 SOLUÇÃO: 𝑦 𝑇 𝜃2 𝜃1 𝑍 = 𝑇 𝑦 𝑜𝑢 𝑍 = (𝑡𝑔𝜃1 + 𝑡𝑔𝜃2) 𝑇 = 𝑦(𝑡𝑔𝜃1 + 𝑡𝑔𝜃2) DRENAGEM URBANA 11 𝑍 = 𝑡𝑔𝜃1 + 𝑡𝑔𝜃2 = 2 × 12 = 24 𝑄 = 0,375 ∙ 24 0,016 ∙ 0,158 3⁄ ∙ √0,03 = 0,619𝑚3 𝑠⁄ = 619 𝐿 𝑠⁄ Para a declividade do sarjetão de 3%, o fator de redução é 0,50. Então, a descarga admissível é: 𝑄 = 0,50 × 619 ≅ 310 𝐿 𝑠⁄ 2.3.2. BOCAS DE LOBO (BL) a) Posicionamento As bocas de lobo devem ser posicionadas de modo a conduzir o escoamento das sarjetas para as galerias de águas pluviais. As bocas de lobo devem ser colocadas: Em pontos baixos das sarjetas. Em pontos intermediários das sarjetas quando a capacidade hidráulica dessas exigir. Em áreas comerciais de grande movimento e em ruas adjacentes a escolas, hospitais e outros estabelecimentos similares podem ser convenientes construir galeria de águas pluviais mesmo quando a capacidade hidráulica das sarjetas não exigir. DRENAGEM URBANA 12 b) Tipos de bocas de lobo Sem depressão BOCA DE LOBO COMBINADA Com depressão BOCA DE LOBO MÚLTIPLA FIGURA: PRINCIPAIS TIPOS DE BOCA DE LOBO BOCA DE LOBO SIMPLES Com depressão Sem depressão BOCA DE LOBO COM GRELHA Sem depressão Com depressão DRENAGEM URBANA 13 c) Capacidade de engolimento das bocas de lobo Quando funcionam como vertedores os valores teóricos da capacidade de esgotamento podem ser calculados da forma a seguir: Bocas de lobo simples ou de guia: 𝑄 = 1,7𝐿 × 𝑦3 2⁄ 𝑄 em 𝑚3 𝑠⁄ 𝐿 é o comprimento da abertura, em 𝑚 𝑦 é a altura da água nas proximidades, em 𝑚. Bocas de lobo de grelha: 𝑄 = 1,7𝑃 × 𝑦3 2⁄ 𝑃 é o perímetro da grelha, em 𝑚. Se um dos lados da grelha for adjacente à guia, ele não é incluído no perímetro. d) Eficiência das bocas de lobo É necessário reduzir os valores teóricos da capacidade de esgotamento das bocas de lobo devido a: Presença de detritos nas sarjetas. Irregularidades das sarjetas. Segurança em relação às hipóteses assumidas. LOCALIZAÇÃO NAS SARJETAS TIPO DE BOCA DE LOBO % PERMITIDA SOBRE O VALOR TEÓRICO PONTO BAIXO Simples Com grelha Combinada 80 50 65 PONTO INTERMEDIÁRIO Simples Grelha Longitudinal Grelha Transversal, ou Longitudinal com barras transversais Combinada 80 60 50 110% dos valores indicados para a grelha correspondente DRENAGEM URBANA 14 EXEMPLO: Dimensionar boca de lobo situada em ponto intermediário para a vazão de 120 𝐿 𝑠⁄ na sarjeta e um lâmina de água de 0,13𝑚. SOLUÇÃO: a) Como boca de lobo simples ou de guia: 𝑄 = 1,7𝐿 × 𝑦3 2⁄ 0,120 = 1,7𝐿 × 0,133 2⁄ → 𝐿 = 1,50𝑚 Eficiência: 80% (Tabela). Comprimento mínimo: 𝐿𝑚𝑖𝑛 = 1,50 0,80 = 1,88𝑚 b) Como boca de lobo de grelha longitudinal: Boca de lobo grelha padrão (𝑎 = 0,87𝑚 e 𝑏 = 0,29𝑚) Capacidade de esgotamento da grelha padrão: 𝑄 = 1,7𝑃 × 𝑦3 2⁄ 𝑃 = 𝑎 + 2𝑏 = 0,87 + 2 × 0,29 = 1,45𝑚 𝑄 = 1,7 × 1,45 × 0,133 2⁄ = 0,116𝑚3 𝑠⁄ = 116 𝐿 𝑠⁄ % permitida sobre o valor teórico: 60% (Tabela) 𝑄 = 0,60 × 116 = 69,6 𝐿 𝑠⁄ Número de grelhas necessárias: 𝑁 = 120 69,6 = 1,7 → 2 grelhas 𝑏 𝑎 DRENAGEM URBANA 15 c) Como boca de lobo combinada: Capacidade de esgotamento da grelha padrão (𝑎 = 0,87𝑚 𝑒 𝑏 = 0,29𝑚): 𝑄 = 1,7𝑃 × 𝑦3 2⁄ 𝑃 = 𝑎 + 2𝑏 = 0,87 + 2 × 0,29 = 1,45𝑚 𝑄 = 1,7 × 1,45 × 0,133 2⁄ = 0,116𝑚3 𝑠⁄ = 116 𝐿 𝑠⁄ Capacidade de esgotamento da boca de lobo combinada: % permitida sobre o valor teórico: 110% dos valores indicados para a grelha correspondente 𝑄 = 1,10 × 116 = 128 𝐿 𝑠⁄ Número de bocas de lobo combinadas necessárias: 𝑁 = 120 128 = 0,9 → 1 boca de lobo combinada 2.3.3. POÇOS DE VISITA São posicionados: Para receber as contribuições das bocas de lobo. Nas mudanças de direção, de declividade ou de diâmetro da galeria. Nas junções de trechos de galerias. Nas mudanças de diâmetro deve-se alinhar na mesma horizontal as geratrizes superiores dos tubos conforme mostra a figura. 𝑏 𝑎 DRENAGEM URBANA 16 2.3.4. CAIXAS DE LIGAÇÃO Para receber tubos de ligação de bocas de lobo intermediárias ou para evitar mais de quatro ligações em poços de visita. 2.3.5. GALERIAS Dimensionadas admitindo escoamento em conduto livre com regime permanente e uniforme. Fórmula de Manning: 𝑛 ∙ 𝑄 √𝐼 = 𝐴 ∙ 𝑅𝐻 2 3⁄ 𝑄 é a vazão em 𝑚3 𝑠⁄ , 𝐼 a declividade em 𝑚 𝑚⁄ , 𝐴 a área molhada em 𝑚2, 𝑅𝐻 o raio hidráulico em 𝑚 e 𝑛 o coeficiente de rugosidade.Características 𝒏 Canais naturais Canais retilíneos com grama > 15 cm 0,30 – 0,40 Canais retilíneos com capim > 30 cm 0,30 – 0,60 Galerias de concreto Pré-moldado com bom acabamento 0,011 – 0,014 Moldado no local com formas metálicas simples 0,012 – 0,014 Moldado no local com formas de madeira 0,015 – 0,020 Sarjetas Asfalto suave 0,013 Asfalto rugoso 0,016 Concreto suave com pavimento de asfalto 0,014 Concreto rugoso com pavimento de asfalto 0,015 Pavimento de concreto 0,014 – 0,016 Pedras 0,016 𝑷𝑽 𝐷2 𝐷1 DRENAGEM URBANA 17 Di^sametrosd Geralmente admite-se escoamento a seção plena. Para esta condição, 𝐴 = 𝜋 ∙ 𝐷2 4 e 𝑅𝐻 = 𝐷 4 E a fórmula de Manning pode ser escrita das seguintes formas: Para calcular o diâmetro da galeria: 𝐷 = 1,548 ∙ ( 𝑛𝑄 √𝐼 ) 3 8⁄ Para calcular a vazão a seção plena: 𝑄𝑝 = 0,312 ∙ 𝐷8 3⁄ √𝐼 𝑛 Para calcular a velocidade a seção plena: 𝑉𝑝 = 1 𝑛 ∙ ( 𝐷 4 ) 2 3⁄ ∙ √𝐼 Para escoamento com seção parcial pode-se usar a tabela 18.3. Segundo A. Netto (1998), os critérios de dimensionamento dos sistemas de galerias devem ser estabelecidos, ou pelo contratante dos serviços, ou pela vivência do projetista. Os mais comuns são: Nas seções circulares, o diâmetro mínimo (300 mm); Nas seções retangulares, a dimensão mínima (altura = 0,50 m); As seções circulares são dimensionadas à seção plena ou 𝑦 = 0,95 × 𝐷 e as retangulares com altura livre mínima 0,10 × 𝐻, sendo 𝐻 = altura; Velocidade mínima (0,75 m/s); Velocidade máxima (5,0 m/s); A declividade econômica é igual a do terreno, mas limites de recobrimento e profundidade devem ser fixados (recobrimento mínimo = 1 m e profundidade máxima = 3,5 m); Os diâmetros não devem decrescer de montante para jusante; Nas mudanças de diâmetro (ou dimensões), as geratrizes superiores internas devem estar alinhadas. Os valores indicados acima, entre parênteses, são apenas sugeridos, uma vez que ainda inexiste norma brasileira com recomendações específicas. DRENAGEM URBANA 18
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