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PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 1 PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DA CLASSE I PLANO SAGITAL Classe I, II e III PLANO VERTICAL Mordida aberta anterior Dentoalveolar: circunscrita, localizada nos dentes anteriores de canino a canino e relacionada a um padrão de crescimento esquelético equilibrado, tem um fator etiológico ambiental; Esquelética: padrão de crescimento vertical com interposição lingual e deglutição atípica; Mordida profunda Dentoalveolar: o padrão de crescimento não é excessivamente horizontal, desgastes dentários, bruxismo acentuado, parafunção; Esquelética: padrão de crescimento horizontal excessivo, altura facial curta; PLANO TRANSVERSAL Mordida cruzada posterior: dentoalveolar: um dente envolvido Mordida cruzada posterior com desvio funcional: quando em MI, a mordida cruzada é unilateral com desvio da linha média; manipular em RC; Mordida cruzada posterior esquelética: envolvimento bilateral da maxila. ASPECTOS INTRABUCAIS Trespasse vertical Relação do canino Relação do pré-molar Relação do primeiro molar Trespasse horizontal Relação do canino decíduo Relação da face distal do segundo molar PERFIL FACIAL Semelhante a um indivíduo com perfil facial normal. PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 2 PROBLEMAS ASSOCIADOS À MÁ-OCLUSÃO DE CLASSE I Mordida cruzada anterior; Mordida cruzada posterior; Mordida aberta; Mordida profunda; Apinhamento; Anquilose; Impacções; Perdas precoces; Agenesias; Supranumerários. APINHAMENTO DENTAL Anomalia de posição dentária caracterizada pela falta de espaço para o correto alinhamento; Pode estar em qualquer tipo de má-oclusão; Exame dos modelos: DM = EP – ER DM: discrepância de modelo EP: espaço presente (osso alveolar) ER: espaço requerido (dentes) TIPOS DE APINHAMENTO Apinhamento primário Origem genética; Sinal: discrepância no perímetro do arco na região anteroinferior; Prevenção: não há; Tratamento: equilibrar o espaço requerido e espaço presente. Apinhamento secundário Origem ambiental (perda prematura, cárie, erupção ectópica do 1º molar permanente); Sinal: falta de espaço para dentes posteriores; Prevenção: mantenedores de espaço, higiene, dieta, controle de cárie; Tratamento: recuperação de espaço / redução do material dentário (extração ou desgaste). Apinhamento terciário Origem evolutiva e crescimento mandibular (para frente e para baixo); Sinal: apinhamento dos incisivos inferiores – adultos; Prevenção: ajuste oclusal e contenção permanente; Tratamento: bom senso / desgastes interproximais. PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 3 PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DA CLASSE II MANDIBULAR “Para que haja equilíbrio é necessário ter boa relação entre músculo, dente, base óssea e a ortopedia funcional”. CLASSE II Tem influência genética (modulada pelo tratamento precoce); Grande complexidade; Relação alterada e desfavorável entre os dentes, músculos e bases ósseas: retrusão mandibular, protrusão maxilar ou ambas; Divisão 1: incisivos superiores vestibularizados; Divisão 2: incisivos centrais verticalizados e laterais vestibularizados; Diagnóstico: feito através da cefalometria e complementado pelas seguintes informações: idade, sexo, potencial de crescimento, características faciais e colaboração do paciente; A fase ideal para intervenção é o pico do crescimento maxilar e mandibular, que acompanham a curva de crescimento neural e geral. O crescimento pode ser avaliado através do crescimento das vértebras cervicais ou radiografia carpal. RELAÇÃO MAXILA-MANDÍBULA Maxila e mandíbula à frente (biprognata); Maxila e mandíbula pra trás (biretrognata); Combinação de ambas (Maxila: SNA 86; Mandíbula: SNB: 78); A relação entre maxila e mandíbula é definida pelo padrão basal (osso) e padrão dental em relação ao terço superior da face. APARELHO ORTOPÉDICO FUNCIONAL Dispositivo que utiliza a própria função da musculatura como meio terapêutico para tentar devolver o equilíbrio morfofuncional; Aparelhos ortopédicos funcionais: bionatores de Balters; reguladores funcionais de Fränkel; propulsores (twin-blocks); ALTERAÇÕES MICROSCÓPICAS INDUZIDAS PELOS APARELHOS FUNCIONAIS Neoformação óssea na fossa glenóide e no côndilo; Sobrecorreção para diminuir a recidiva; PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 4 Dificuldade de manter alterações obtidas. GENÉTICA > ESTÍMULO > REDIRECIONAMENTO CRANIOFACIAL OBJETIVOS Reposicionamento anterior da mandíbula; Equilíbrio da musculatura facial; Melhoria das relações das bases apicais; Tentativa de diminuir as extrações e cirurgias futuras. INDICAÇÕES Paciente em fase de crescimento ativo; Padrão de crescimento horizontal; Período máximo puberal. CONTRAINDICAÇÕES Classe I com discrepância óssea e dentária; Pacientes com alteração facial anteroinferior excessiva e crescimento vertical; Pacientes com estenose nasal; Paciente sem potencial de crescimento. OPÇÕES DE TRATAMENTO Bionator de Balters Normalização da função; Alteração postural da mandíbula em relação a maxila; Equilíbrio do sistema estomatognático; Indicado para retrusão mandibular, mordida aberta com ou sem alteração esquelética e prognatismo mandibular; Promove a coordenação da musculatura interna e externa; Mais utilizado. ALTERAÇÕES PROMOVIDAS NA MANDÍBULA Aumento da protrusão mandibular; Aumento do crescimento efetivo na mandíbula; PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 5 Liberação do potencial de crescimento. ALTERAÇÕES PROMOVIDAS NA MAXILA Sem efeitos sobre a maxila; Restrição do crescimento maxilar; Inclinação do incisivo central inferior para vestibular. EFEITOS NO PERFIL TEGUMENTAR Retrusão do lábio superior; Protrusão do lábio inferior; Diminuição do overjet, diminuição do ANB, aumento da AFAI. EFEITOS DENTOALVEOLARES Inclinação lingual do incisivo central superior; Inclinação vestibular do incisivo inferior; Extrusão e movimento mesial do molar inferior (desgaste do acrílico). VANTAGENS Correção da relação anteroposterior das bases ósseas (classe II divisão I); Melhora no perfil facial, tornando-o harmonioso; Restrição do crescimento anteroposterior ou aumento do comprimento mandibular; Controla a erupção vertical dos dentes Promove alterações da posição neuromuscular proporcionando um equilíbrio muscular, evitando extrações de dentes permanentes. DESVANTAGENS O sucesso da terapia ortodôntica depende da colaboração do paciente; Problemas funcionais: dificuldade na fala, adaptação na cavidade bucal e enjoos; Muitas horas de uso e perda frequente dos aparelhos removíveis. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os aparelhos ortopédicos funcionais apresentados podem ser entendidos como instrumentos auxiliares no tratamento ortopédico desde que os pacientes se enquadrem nos seguintes critérios: má-oclusão de classe II divisão 1, fase final da dentição mista, bom potencial de PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 6 crescimento, direção resultante de crescimento mandibularpredominantemente horizontal, possibilidade de projeção dos incisivos e lábio inferior para anterior e pacientes que se recusem a utilizar os aparelhos extra orais. PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 7 PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DA CLASSE II MAXILAR INTRODUÇÃO O redirecionamento da maxila ocorre para frente e para baixo ou para trás e para cima; O momento exato de intervenção é na fase de crescimento e desenvolvimento craniofacial; Para que haja bom funcionamento do sistema estomatognático é importante que haja equilíbrio entre forma e função; O tratamento da classe II na fase adulta se dá com a cirurgia ortognática ou através de tratamentos compensatórios (extração seriada, desgastes ou distalização de molares permanentes), pois não há picos de crescimento; Origem dentoalveolar / esquelética (excesso maxilar, deficiência mandibular ou ambas); Diagnóstico > Planejamento > Tratamento efetivo. POSSIBILIDADES DE PROBLEMAS EM CLASSE II Classe II divisão I: incisivos superiores vestibularizados; Classe II divisão II: incisivos superiores verticalizados; Classe II com atresia maxilar e mordida aberta; Classe II com atresia maxilar e mordida profunda; Classe II com mordida cruzada unilateral e mordida aberta. CLASSE II ESQUELETAL Grande incidência na população; 90% de deficiência de mento; 70% de deficiência mandibular isoladamente; 20% de deficiência mandibular e excesso maxilar; 10% isoladamente excesso de maxila. ORTOPEDIA FUNCIONAL – ORTODONTIA Corrigir discrepâncias dentárias ou esqueléticas; Obter uma oclusão estética facial equilibrada; Obter um sistema neuromuscular equilibrado do ponto de vista morfofuncional. TRATAMENTO ORTOPÉDICO Tração cervical: tendência de crescimento horizontal; PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 8 Tração occipital: tendência de crescimento vertical. CLASSIFICAÇÃO DOS APARELHOS EXTRABUCAIS Tração alta: casquete; AEB Conjugado: bionator associado a um aparelho extra bucal (atua no sentido transversal); Máscara facial de Petit. AEB CONJUGADO Tratamento de classe II divisão I; Pré-adolescência – fase pré-pubertal. FORÇAS EXTRABUCAIS Tração média-alta; Elástico de ½; Cada elástico faz até 400 g de força. COMPONENTES Arco facial: angulação de aproximadamente 45º Arco vestibular Grampo e elástico: 2 a 5 dias Parafuso expansor; Placa de acrílico; Tempo mínimo de uso: 14 horas. CARACTERÍSTICAS FACIAIS Ângulo nasolabial fechado; Linha queixo-pescoço harmoniosa. Perfil convexo; Ausência de selamento labial. RELAÇÃO MAXILO-MANDIBULAR Maxila e mandíbula bem posicionada; Maxila bem posicionada e mandíbula retruída; Maxila retruída e mandíbula bem posicionada. PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 9 PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DA CLASSE III FUNÇÃO DO CLÍNICO GERAL EM RELAÇÃO A CLASSE III Interceptar o progresso das irregularidades dos tecidos moles e ósseo; Eliminar as discrepâncias esqueléticas e estabelecer ambiente mais favorável para o crescimento; Melhorar a oclusão; Simplificar a fase de aparelhagem fixa; Minimizar/eliminar a cirurgia ortognática; Melhorar a estética e efeitos psicológicos. CONSIDERAÇÕES ETIOLÓGICAS Hereditariedade Quanto maior a influência genética, menor é a chance de bons resultados; Função Problemas respiratórios; Lingual (musculatura, dimensão, hipertrofia de amígdalas); Oclusão: contatos prematuros (pode bloquear o crescimento da maxila e estimular a mandíbula). INCREMENTOS NO CRESCIMENTO FACIAL Masculino: 14 a 16 anos; Feminino: 9 a 12 anos; O padrão é estabelecido precocemente, por isso deve-se interceptar a função (tecido neuromuscular, respiração) durante a fase de crescimento. A correção dentária é feita posteriormente a fase de crescimento. POSSIBILIDADE DE TRATAMENTOS Dentição permanente Ortodontia ou cirurgia. Dentição decídua ou mista Ortopedia funcional dos maxilares (pelo menos 1 ano de tratamento); PREVENÇÃO E INTERCEPTAÇÃO DAS MÁS-OCLUSÕES - 2017 DIEGO MARDEGAN Página 10 Mentoneiras (necessidade de uso contínuo durante o período de crescimento); Máscaras faciais (avanço da maxila – apresentam melhores resultados); Tratamentos favoráveis, porém imprevisíveis: diagnóstico precoce (8 a 10 anos) – 60 a 70% de cura. MÁSCARA FACIAL (PROTRAÇÃO MAXILAR) Tratamento mais viável para interceptar a classe III; Fase de crescimento; Melhores resultados em curto período de tempo; Indicada para grande parte das classes III. COMPONENTES BÁSICOS Expansão rápida da maxila; Aparelho extrabucal (máscara facial); Elástico para protração (avanço). ALTERAÇÕES NAS SUTURAS Abertura da sutura; Estiramento das fibras; Neoformação óssea; Homeostase (largura). TRATAMENTO Precoce: 4 a 9 anos; 1ª fase: expansão rápida da maxila (5 a 10 dias) – avanço da maxila (no mínimo 3 meses); Ativação: ¼ de volta (manhã/noite); 2ª fase: reavaliação – ortopedia funcional dos maxilares / ortodontia. Objetivo: interceptar e conseguir deixar o trespasse horizontal e vertical adequado e estabelecer equilíbrio maxilomandibular.
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