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27/03/2014 1 Prof. Ms. Agenor Messias Silvestre Jr agenor@uninove.br Microbiologia Aula 5 Microbiota Normal e Patogênese Microbiota Normal e Patogênese e Doenças Infecciosas causadas por Bactérias. 27/03/2014 2 Microbiota Normal CONCEITO: Conjunto de microrganismos presente na superfície da pele e de algumas mucosas que se instala no indivíduo ao nascimento permanecendo até sua morte. PELE: Pele com e sem pelos (glabra) MUCOSAS: Mucosa “com microbiota”: conjuntiva; do trato respiratório superior (cavidade nasal, nasofaringe, orofaringe, laringe); oral; do intestino grosso; da vagina; uretra distal; Mucosa estéril: brônquica; alveolar; uterina; da bexiga 27/03/2014 3 CONCEITO: Comensal: espécie que se utiliza de indivíduos de outra espécie para facilitar a obtenção de alimentos, porém sem prejuízo para a outra espécie. EX. microbiota normal. Simbionte: quando dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes estabelecem uma relação mutuamente vantajosa. Ex. E. coli do intestino grosso; Parasitismo (um organismo se beneficia e um é lesado). Ex. Bactérias que causam doenças; Saprófita: que não causa doença. Relações entre a Microbiota Normal e o Hospedeiro Os microrganismos e as doenças humanas • Os microrganismos causadores de doenças são denominados patógenos. 27/03/2014 4 Patologia, Infecção e Doença • Patologia é o estudo científico da doença. • A patologia está relacionada com a etiologia (causa), a patogênese (desenvolvimento) e os efeitos da doença. • Infecção é a invasão e o crescimento de patógenos no corpo. Grande quantidade de bactérias saprófitas no intestino e na boca dificulta a instalação de um patógeno. Bactérias do intestino produzem substâncias antibióticas às quais elas próprias são imunes. Colonização do recém-nascido é um estímulo para o desenvolvimento do sistema imune. Bactérias intestinais são produtoras de vitamina K, e auxiliam na digestão e absorção de nutrientes BENEFÍCIOS DA MICROBIOTA NORMAL 27/03/2014 5 Microrganismos deslocados do seu sítio normal no corpo humano (Ex: S. epidermidis em cateter) Quando patógenos potenciais ganham vantagem competitiva devido a população diminuída de competidores inofensivos (Clostridium difficile) Quando algumas substâncias alimentares inofensivas comumente ingeridas são convertidas em derivados carcinogênicos pelas bactérias no colo (Ex: ciclamato – cicloeximida) Pacientes imunocomprometidos – microbiota normal pode multiplicar em excesso e causar infecções. MALEFÍCIOS DA MICROBIOTA NORMAL Relações entre a Microbiota Normal e o Hospedeiro Efeitos deletérios Bromidrose Cárie Alitose Placa bacteriana 27/03/2014 6 Imunodeficiência severa combinada, ou SCID Microbiota Normal e o Hospedeiro Menino da Bolha - David Vetter (1971 – 1984) Transmissão por contato: • A transmissão por contato direto envolve o contato físico íntimo entre a fonte da doença e o hospedeiro suscetíveis. • A transmissão por fômites (objetos inanimados) constitui um contato indireto. • A transmissão por saliva ou muco na tosse ou espirro é denominada transmissão por perdigotos. Transmissão de Doenças 27/03/2014 7 Prevenção da transmissão por contato direto; Transmissão por gotículas Transmissão por veículo: • A transmissão por um meio como a água, alimentos ou ar é denominada transmissão por veículo. • A transmissão pelo ar refere-se a patógenos transportados em gotículas de água ou pó a uma distância maior que 1 metro. Transmissão de Doenças 27/03/2014 8 Transmissão por vetores • Vetores artrópodes transportam os patógenos de um hospedeiro para outro por transmissão mecânica e biológica. • Mecânica é o transporte passivo de patógenos pelas patas do inseto; • Biológica: Processo ativo e mais complexo; Transmissão de Doenças Transmissão de Doenças Contato Veículo Vetor 27/03/2014 9 Importância atual das doenças infecciosas Doenças Infecciosas causadas por Bactérias. Tuberculose - É causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), atacando os pulmões. Lepra ou hanseníase - É transmitida pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e causa lesões na pele e nas mucosas. Coqueluche -Doença que ataca crianças, produzindo uma tosse seca característica, causada pela bactéria Bordetela pertussis. - Tétano - É produzido pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani), que pode penetrar no organismo por ferimentos na pele ou pelo cordão umbilical do recém nascido quando este é cortado por instrumentos não esterilizados. É uma doença perigosa, que pode levar o indivíduo à morte, sendo por isso obrigatória a vacinação. 27/03/2014 10 Doenças Infecciosas causadas por Bactérias. Disenterias bacterianas - Constituem a principal causa de mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos, onde as classes mais pobres vivem em péssimas condições sanitárias e de moradia. São causadas por diversas bactérias como a Shigella e a Salmonella, e pelos bacilos patogênicos. - Gonorréia ou blenorragia -É causada por uma bactéria, o Gonococo (Neisseria gonorrheage), transmitida por contato sexual. Provoca ardência, corrimentos pela uretra. Seu tratamento deve ser feito sob orientação médica pois exige o emprego de antibióticos. -Sífilis -É provocada pela bactéria Treponema pallidium, que também é transmitida pelo contato sexual. Um sinal característico da doença é o aparecimento, próximo aos órgãos sexuais, de uma ferida de bordas endurecidas, indolor, o "cancro duro", que regride mesmo sem tratamento. Meningite meningocócita É uma infecção das meninges. É causada pelo meningoccoco (Neisseria meningitidis) os sintomas são febre alta, náuseas, vômitos e rigidez dos músculos da nuca. O doente deve ser Prof. Dr. Agenor Messias Silvestre Jr agenor@uninove.br Microbiologia Aula 6 Classes de antibióticos E Mecanismos de resistência 27/03/2014 11 Introdução Antibióticos estão entre os fármacos mais prescritos no mundo. O uso indiscriminado aumenta o custo de tratamento, produz inúmeros efeitos colaterais e interações medicamentosas e favorece a resistência bacteriana. Histórico dos antibióticos e descobertas relacionadas Alexander Fleming: Descobriu o primeiro antibiótico e salvou milhares de vidas. Certo dia, em 1928, ele estava em seu laboratório checando algumas culturas de bactérias estafilococos. Uma cultura em particular chamou sua atenção: ela permaneceu descoberta acidentalmente por diversos dias, e havia sido contaminada por um esporo de fungo. Ao redor dessa colônia fúngica, ocorreu a inibição do crescimento bacteriano. 27/03/2014 12 Características gerais das drogas antimicrobianas Toxicidade Seletiva: característica que todo antimicrobiano deveria apresentar, pois reflete-se na capacidade de atuar seletivamente sobre o microrganismo, sem provocar danos ao hospedeiro. Drogas que atuem sobre funções e estruturas microbianas inexistentes em eucariotos geralmente tem maior toxicidade seletiva e índice terapêutico (Penicilina). Procariotos Eucariotos Característicasgerais das drogas antimicrobianas Espectro de ação: Refere-se à diversidade de organismos afetados pela droga. Geralmente os antimicrobianos são de pequeno ou de amplo espectro. Drogas de amplo-espectro são importantes para o tratamento de infecções , onde o MO ainda não foi identificado, e o paciente ter urgência no início do tratamento. Porém esse grupo de ATB destroem a microbiota normal do hospedeiro. Microbiota – compete com os patógenos e limita os seu crescimento. 27/03/2014 13 1. Inibição da síntese da Parede Celular: 2. Ligação à Membrana Citoplasmática:3) 3. Inibição da síntese de ácidos nucléicos: I 4. nibição da tradução: 5. Antagonismo metabólico: MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS 1) Inibição da Síntese da Parede Celular (Peptidoglicano) A penicilina age no processo de SÍNTESE do peptidioglicano, assim, somente células que estejam em crescimento ativo serão afetadas por esse grupo de ATB. A ação do antimicrobiano resulta na inibição do crescimento bacteriano e na maioria dos casos, morte celular. Praticamente todos os antibióticos dessa classe são bactericidas. Mecanismos de Ação 27/03/2014 14 1) Inibição da Síntese da Parede Celular (Peptidoglicano) Mecanismos de Ação Células humanas NÃO possuem parede celular constituída por peptideoglicano, logo esse grupo de ATB apresenta pouca toxicidade para as células do hospedeiro. 2) Inibição da Síntese Protéica: Interagem com o ribossomo bacteriano. A diferença da composição dos ribossomos bacterianos com os dos mamíferos conferem a seletividade. São antibióticos bacteriostáticos. Mecanismos de Ação Ribossomos de procariotos são classificados como 70S tem duas subunidades 50S e 30S Ex.Macrolídeos - Cloranfenicol - Eritromicina - Estreptomicina - Tetraciclina 27/03/2014 15 2) Inibição da Síntese Protéica: 3) Inibição do Metabolismo Bacteriano: Antimetabólicos: A atividade enzimática específica do MO pode ser inibida competitivamente por um anti metabólico (molécula que se assemelha muito ao substrato normal da enzima). SULFAS: análogos do PABA TRIMETROPIM: análogos do ácido fólico. Mecanismos de Ação 27/03/2014 16 3) Inibição do Metabolismo Bacteriano: PABA é um substrato necessário para produção do ácido fólico, uma vitamina que funciona como coenzima para a síntese das bases nitrogenadas e aminoácidos. Mecanismos de Ação 4) Inibição da Síntese ou Atividade do Ácido Nucléico Interferem nos processos de replicação do DNA e transcrição nos MO. EX. Rifampicina , Metronidazol, Quinolonas, Novobiocina Mecanismos de Ação 27/03/2014 17 5) Alteração da Permeabilidade da Membrana Celular: Polimixina B: Afetam a permeablidade da membrana externa das bactérias Gram negativas. Gramicidina A: forma poros e canais na dupla membrana lipídica. Mecanismos de Ação São extremamente eficientes contra Gram negativos, pois afetam tanto a membrana citoplasmática como a membrana externa. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA 27/03/2014 18 Dentre os principais mecanismos de resistência podemos citar: IMPERMEABILIDADE À DROGA: Muitas bactérias Gram negativas são resistentes à penicilina G por serem impermeáveis à droga, ou por apresentarem alterações em proteínas de ligação à penicilina. No caso das sulfonamidas, o microrganismo pode também apresentar uma menor permeabilidade à droga. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA Alterar a entrada do antibiótico: Diminuição da permeabilidade Interior da bactéria Parede Celular Porina Antibiótico Antibióticos geralmente entram nas bactérias através de canais protéicos (porinas) da parede celular BETA LACTÂMICOS QUINOLONAS 27/03/2014 19 Alterar a captação do antibiótico: Diminuição da permeabilidade Interior of organism Parede Celular Nova porina Antibiótico Nova porina na parede celular impede a entrada de antibióticos na bactéria Pseudomonas aeruginosa Enterococos resistentes a penicilinas MECANISMOS DE RESISTÊNCIA INATIVAÇÃO: muitas drogas são inativadas por enzimas codificadas pelos microrganismos. Por exemplo, a penicilinase (b-lactamase) é uma enzima que cliva o anel b-lactâmico inativando a droga. Outras drogas podem ser inativadas em decorrência de modificações introduzidas pelo microrganismo, tais como a adição de grupamentos químicos. Assim, muitos microrganismos são capazes de promover a fosforilação ou acetilação de antibióticos. 27/03/2014 20 Inativação do Antibiótico Interior da bactéria Cell wall Antibiótico Sítio de Ação Ligação Enzima Ligação Enzima-ATB Enzimas ligadas aos antibióticos BETA LACTÂMICOS AMINOGLICOSÍDEOS CLORANFENICOL Interior da bactéria Parede Celular Antibiótico Sítio de Ação Enzyme Antibiótico destruído Antibiótic alteredo, Previne a ligação As enzimas destroem o antibiótico ou impedem que eles se liguem ao sítio de ação Inativação do Antibiótico 27/03/2014 21 MECANISMOS DE RESISTÊNCIA Modificação de enzima ou estrutura alvo: Por exemplo, alterações na molécula do rRNA 23S (no caso de resistência à eritromicina e cloranfenicol), alteração da enzima, no caso de drogas que atuam no metabolismo, ou uso de vias metabólicas alternativas. MECANISMOS DE RESISTÊNCIA Bombeamento para o meio extracelular: Efluxo da droga - No caso da resistência às tetraciclinas, em bactérias entéricas. 27/03/2014 22 Alterar a captação de antibióticos Aumento do Efluxo Interior da bactéria Cell wall Porina Antibiótico Entrada Saída Bomba Ativa Bombas no interior da bactéria fazem com que assim que o antibiótico entre ele seja “jogado fora” TETRACICLINAS QUINOLONAS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA Utilização de vias metabólicas alternativas A droga bloqueia a via metabólica usual, porém o MO se utiliza de uma via alternativa para obtenção do mesmo produto. EX. Enterococcus sp. - Utiliza o Ácido folínico na presença de sulfametoxazol na presença de sulfametoxazol (Ác. Fólico).
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