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FIFHAMENTO CAP 16 NORMALIDADE E PATOGENIA DOS ESTILOS DE INTERPRETAR - MANUAL DA TECNICA PSICANÁLITICA DAVID ZIMERMAN

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Maria Vanessa Almeida Missena
 Estágio específico clínica
FICHAMENTO CAP 16 - Normalidade e Patogenia dos
Estilos de Interpretar.
O Uso de Metáforas
CARUARU/2017
Normalidade e patogenia dos estilos de interpretar. O uso das metáforas (p. 195 a 201) décimo sexto capitulo
Zimerman, David E. MANUAL DE TÉCNICA psicanalítica. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Neste capítulo, como o próprio título já explica, o autor irá discorrer sobre alguns estilos de interpretação adotados pelos profissionais da área para alcançarem o objetivo da psicoterapia ou análise. A princípio o autor destaca a importância de cada profissional ser fiel ao seu próprio estilo, desde que esse, não seja de natureza patogênica e não fuja à técnica. Dentre os vários estilos de interpretação, há, segundo Zimerman, os normais e os patogênicos. No que concerne os estilos normais, é importante frisar que são estilos complementares, e o que os tornam poderosos e eficientes, é a sincera inclinação do analista para com o paciente. É imprescindível que esse interesse no paciente não se confunda com o interesse pelo caso propriamente dito, que são coisas parecidas, porém em muito se distingue.
Referente aos estilos, vale salientar que, segundo o autor, existe uma linha tênue entre o estilo normal e o patogênico, tornando-se fácil ultrapassa-la, caso o uso de algum dos modos de interpretar seja muito focal ou engessado nesse próprio estilo. 
O teórico segue com a descrição dos estilos, sendo eles, na categoria normal: o dialético, coloquial, Indagativo, artístico, metafórico e construtivo. No estilo dialético, que fala por si só, é importante que o analista fique atento para que o paciente não entre em um círculo vicioso e esteja sempre o convidando a fazer as interpretações que não são do quinhão do psicoterapeuta. Já no estilo coloquial, onde o discurso é mais informal e descontraído, é preciso ponderar o fato de que o vínculo que se estabelece não faz referência a uma relação de amizade. Em relação ao estilo indagativo, onde o psicoterapeuta convida o paciente à reflexão através de questionamentos, é preciso uma maior atenção para que os questionamento estejam de acordo com a demanda e a fala do paciente, e que também, estejam respeitando o tempo do paciente sem que esses questionamentos se mostrem inquisitivos. O estilo construtivo exige um certo manejo para que não soe demasiado investigativo. Sobre o uso de metáforas é importante não ser clichê ou reducionista. 
No que diz respeito aos estilos patogênicos, torna-se indispensável muita cautela. O autor destaca de quais deve-se fugir. São eles: o doutrinário, pedagógico, deslumbrante, pingue-pongue, além disso e o estilo tímido. O estilo doutrinário beira a sugestionabilidade, tirando toda autenticidade do paciente; o pedagógico infantiliza o paciente e o intelectualiza, enquanto o analista massageia seu ego, se iludindo de que o processo irá evoluir com suas respostas prontas. O deslumbrante se desenrola quando há no terapeuta um desejo de reconhecimento junto ao desejo de provocar algum tipo de encantamento nos pacientes, típico de analistas narcísicos. O perigo desse estilo é que não existe um interesse real no paciente, nem tampouco um investimento real, na verdade o que acontece é um ofuscamento do paciente. O estilo pingue-pongue não deixa espaço para o silencio, anulando a função continente e não deixando espaço para o paciente pensar, sentir e analisar suas ações. O estilo “além disso...” faz com que o analista não se contente com as intervenções e resultados processados até então, e prossiga com mais especulação, negligenciando os aspectos que foram trazidos e atropelados pelo “além disso...”. O estilo tímido reduz o analista a um mero ouvinte, onde o receio de causar dano ao paciente fala mais alto, fazendo-o parecer inseguro. 
Além dos estilos normais e patogênicos, ainda contamos com os estilos demasiado sistêmicos. Alguns analistas ou psicoterapeutas abusam do silencio pelo fato do mesmo suscitar o desamparo e trazer à tona conflitos que acelerem no processo psicoterápico, mas de nada adianta o silencio se usado em demasia ou no tempo errado, e pior, se após o silencio, as palavras proferidas não tiverem serventia. Por outro lado, de nada vale interpretar em demasiado, mesmo sendo interpretações cabíveis, cabe ao analista ter o tato para não abarrotar o paciente de informações que talvez ele não dê conta de assimilar. Outro vilão, são os chavões, eles reduzem e tornam o processo cansativo e previsível, criando resistência no paciente. O estilo caçador de transferência não reduz ou despreza a importância de interpretar um conteúdo transferencial, o que está em questão nesse estilo é seu uso em demasia, assim como também não é nada elogiável uma postura muito rígida, fria e distante, tornando o processo formal e mecânico. 
Por fim o autor nos dá uma bela amostra do uso de metáforas, trazendo alguns casos clínicos e fazendo o paralelo com algumas metáforas usadas por ele em determinados momentos. Sobre as metáforas, entendo que o autor expressa sua funcionalidade e poder quando usadas no momento certo e da forma correta. Uma metáfora bem colocada suscita a reflexão e desenvolve uma capacidade de simbolização. Porém, assim como um bom vinho, só sirva em algumas ocasiões e o uso deve ser moderado.

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