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Do Direito Comercial ao Empresarial

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Licenciado para Gabriele Santos, E-mail: gabriele.con.santos@hotmail.com
Do Direito Comercial ao 
Direito Empresarial
Origem e Conceito: Comércio é uma palavra que tem origem
no latim commercium, significando: “permuta” (troca), “negócio” ou
“mercado”. O comércio é um fato social e econômico que advém da
atuação humana, no qual produz, coloca em circulação e/ ou aumenta a
utilidade das riquezas a partir da aproximação de pessoas, sempre com o
objetivo de lucro. Ademais, encontra-se também presente na prestação de
serviços e nas atividades ligadas ao terceiro setor.
Fases do Direito Comercial:
a) Fase subjetiva – Corporações de Ofício;
b) Fase objetiva – Atos de Comércio;
c) Fase subjetiva moderna – Teoria da Empresa.
Na Idade Média existiam as figuras das Corporações de Ofício, nas
quais se encontravam os comerciantes (burgueses). O Direito Comercial
surge às margens do Direito Civil (ligado principalmente aos senhores
feudais) e só se aplica aqueles inscritos nas corporações. No início do
século XIX, logo após a Revolução Francesa, surge o Código Comercial
francês (1808), que inaugura a fase objetiva do Direito Comercial.
Trata-se de uma lista taxativa com Atos de Comércio, as atividades
que porventura não estivessem na lista não eram consideradas atividades
comerciais, logo, eram regidas pelo Código Civil. Esta teoria foi substituída
pela Teoria da Empresa, criada pelo Código Civil italiano de 1942,
marcando o retorno ao aspecto subjetivo do Direito Comercial.
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Objeto, Fontes e 
Características
O Direito Empresarial é poliobjetivo, uma vez que se preocupa com
mais de um elemento socioeconômico: a) proteção do empresário,
enquanto núcleo imprescindível no desenvolvimento econômico; b)
regulamentador das relações jurídicas dos empresários entre si ou com
particulares; além de c) estabelecer diretrizes para regulamentação do
Direito Empresarial como direito custo no desenvolvimento da atividade
lucrativa.
Características do Direito Empresarial:
Especialidade: uma vez que regulamenta relações jurídicas da empresa.
Cosmopolitismo: por apresentar cunho universal e tendência à
internacionalização, que se intensifica com a globalização da economia,
recebendo influência de tratados e convenções internacionais. A
superação de fronteiras nacionais no desenvolvimento do comércio, a
efetivação de contratos mercantis com pessoas domiciliadas em países
diferentes e a criação de um mercado maior, sem se importar com
fronteiras, aumenta sua índole de cosmopolita, obrigando, inclusive, à
uniformização de vários diplomas legais. Aliás, essa é a tendência. Veja
alguns exemplos: Convenção de Varsóvia para transporte aéreo,
Convenção de Bruxelas para transporte marítimo, leis uniformes para
regulamentar a letra de câmbio, nota promissória e cheque etc.
Individualismo: busca do lucro, do resultado econômico. Essa
característica ainda está intimamente ligada ao empresário.
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ainda está intimamente ligada ao empresário.
Onerosidade: uma vez que a atividade econômica produz riqueza, afinal o
lucro é a retribuição por todo esforço empreendido na atividade
empresarial.
Liberalismo: por ter como princípios norteadores a liberdade contratual, a
livre iniciativa e a livre concorrência.
Dinamismo: a evolução dessa área do direito segue o ritmo das
necessidades empresariais, suas normas disciplinam os novos contratos
mercantis que vão surgindo, alteram o regime de falência, instituem as
recuperações de empresas, entre outros pontos que têm sofrido inovação
nos últimos anos.
Informalismo: em virtude da celeridade nas relações empresariais.
Fragmentarismo: por abranger um complexo de normas aplicáveis às
relações jurídico-empresariais.
Massificação: em virtude do advento de dois importantes contratos, o de
adesão e o contrato-tipo, que vêm acentuando as operações empresariais
de massa.
- Fontes do Direito Empresarial:
Leis: Código Comercia, Código Civil, e Legislação empresarial;
Costumes; 
Analogia; e
Jurisprudência.
Fique sabendo!
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Empresário Individual
Empresário é quem exerce com habitualidade, atividade econômica de
maneira organizada.
Requisitos (art. 972, CC)
a) Capacidade: o incapaz (menor ou incapacidade superveniente) não
pode começar atividade empresarial, mas pode continuar (974, CC).
Requisitos: deve estar devidamente assistido ou representado, necessita
de autorização judicial;
b) Livre de impedimentos: o falido e o servidor público estão impedidos de
exercer a atividade empresarial. O servidor púbico e o militar na ativa
podem ser sócios, mas não podem exercer a atividade empresarial
diretamente (administrar).
1. O empresário individual casado pode alienar bens destinados à
atividade empresária, sem a autorização do cônjuge, independente do
regime de bens.
2. Quem exerce atividade rural tem a faculdade de se registrar na junta
comercial, tornando-se empresário desta forma (971, CC)
ATENÇÃO
REGISTRO (Lei 8934/94, art. 5° e 32; art. 967 a 969, CC):
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Órgãos:
• DNRC – Departamento Nacional de Registro Comercial – autarquia
federal vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior. Sua principal função é fiscalizar as Juntas Comerciais.
• Juntas Comerciais – órgão estadual. Já que o nome empresarial é
registrado na Junta Comercial, que é estadual, sua proteção é Estadual.
Quando sede e filial estiverem em estados diferentes é necessário averbar
no registro da sede e registrar no Estado em que está a filial. Funções:
arquivamento (registro ou averbação); autenticação (dos livros e
certidões); o que é arquivado na junta é público, o que é autenticado não
é.
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Microempreendedor 
Individual
Conceito: É Micro Empresário Individual todo aquele que fatura
anualmente bruto até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), sendo essa
categoria reservada ao empresário individual.
Características:
a) Registro na Receita Federal: Não é necessário o registro na Junta
Comercial.
b) Responsabilidade por dívidas: Responde pelas dívidas com seu
patrimônio.
Lei complementar nº 123/2006: Art. 18-A: § 1: Para os efeitos desta Lei
Complementar, considera-se MEI o empresário individual que seenquadre
na definição do art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil, ou o empreendedor que exerça as atividades de
industrialização, comercialização e prestação de serviços noâmbito rural,
que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$
81.000,00 (oitenta eum mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional
e que não esteja impedido de optar pelasistemática prevista neste artigo.
c) Impostos:
Lei
Complementar nº 123/2006: “Art. 18-A, § 3º:
V - o Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada
pelo Comitê Gestor, valor fixo mensal correspondente à soma das
seguintes parcelas: a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco
centavos), a título da contribuição prevista no inciso IV deste parágrafo; b)
R$ 1,00 (um real), a título do imposto referido no inciso VII do caput do
art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ICMS; e c) R$
5,00 (cinco reais), a título do imposto referido no inciso VIII do caput do
art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ISS;
VI - sem prejuízo do disposto nos §§ 1º a 3º do art. 13, o MEI terá isenção
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dos tributos referidos nos incisos I a VI do caput daquele artigo, ressalvado
o disposto no art. 18-C.
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimentomensal, mediante
documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições:
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;
II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no
inciso XII do § 1º deste artigo;
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS,
observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo;
V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do §
1º deste artigo;”
d) Empregado:
Lei
Complementar nº 123/2006: Art. 18-C. Observado o disposto no art. 18-A,
e seus parágrafos, desta Lei Complementar, poderá se enquadrar como
MEI o empresário individual que possua um único empregado que receba
exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial da categoria
profissional.
e) Documentos:
Lei
Complementar Nº 123/2006: Art. 26: § 1º O MEI fará a comprovação da
receita bruta mediante apresentação do registro de vendas ou de
prestação de serviços na forma estabelecida pelo CGSN, ficando
dispensado da emissão do documento fiscal previsto no inciso I do caput,
ressalvadas as hipóteses de emissão obrigatória previstas pelo referido
Comitê.
A Lei Complementar n° 123/06 instituiu uma série de benefícios para as
empresas qualificadas como Microempresas ou Empresas de Pequeno
Porte optantes pelo Simples Nacional, Apesar disso, permanecia a
dificuldade para o registro de pequenos autônomos e ambulantes que
viam na burocratização e nos custos da abertura de seu empreendimento
um grande entrave ao seu desenvolvimento.
Pensando nesta situação foi que referido diploma legal teve sua redação
alterada pela Lei Complementar n° 128/08 que, dentre outras disposições,
trouxe maiores oportunidades de regularização das pessoas físicas que
exercem a empresa de forma autônoma, com a criação do
Microempreendedor Individual (MEI).
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O conceito de MEI encontra-se disposto no Art. 18-A, §1º da Lei
Complementar n° 123/06, onde afirma tratar-se do empresário individual,
ou seja a pessoa física que desenvolva uma empresa nos termos do Art.
966 do Código Civil, que, não estando impedido de optar pelo referido
regime, tenha auferido receita-bruta no ano-calendário anterior de até R$
36.000,00 (trinta e seis mil Reais), ou quando em início de atividade, o
valor de R$ 3.000,00 (três mil Reais) multiplicado pela quantidade de
meses de efetivo funcionamento no ano-calendário anterior, bem como
que seja optante pelo Simples Nacional. Tal regramento possibilita aos
autônomos, ou mesmo ambulantes, como a costureira, manicure,
professores particulares, dentre outros, a sua regularização, contribuindo
com o pagamento de tributos de forma mais “benevolente”, e em troca,
usufruindo de benefícios antes apenas deferidos para os que já
participavam do mercado formal.
No que se refere a abertura, inscrição, registro, alvará, licença, cadastro e
demais atos necessários ao regular funcionamento, a Lei Complementar n°
123/06, em seu Art. 4º, §3º, defere a sua gratuidade, inexistindo taxas,
emolumentos e demais custos a serem pagos, o que representa um grande
avanço, uma vez que possibilita a regularização de uma maior quantidade
de autônomos que não podiam arcar com as elevadas custas exigidas dos
empresários que optem pelo regime comum.
Estabelece ainda um procedimento simplificado de registro, onde se utilize
nos formulários a serem preenchidos apenas com os requisitos mínimos
constantes no Art. 968 do Código Civil, reduzindo toda a burocracia do
processo comum de registro de empresas.
Por tratar-se de um empresário individual, deverá ser adotado um nome
empresarial no ato de sua constituição que deverá ser do tipo firma,
composto do próprio nome do empresário, ou de suas abreviações,
podendo ser acrescido da atividade explorada.
De acordo com o Art. 7º, Parágrafo Único, o MEI possui ainda o direito de
receber alvará expedido pelo município para o devido funcionamento
mesmo se estiver instalado em área desprovida de regulação fundiária
legal ou com regulamentação precária, ou quando a empresa for
desenvolvida na sua própria residência, desde que, neste caso, a atividade
exercida não demande grande circulação de pessoas.
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A opção por este regime deverá acontecer no início do ano-calendário, e
será irretratável até o seguinte, mas produzirá seus efeitos a partir do
início das atividades, desde que observadas as instruções do Comitê
Gestor.
A partir da opção pelo enquadramento, o Microempreendedor individual
será considerado optante pelo Simples Nacional, nos termos do Art. 13 da
Lei Complementar n° 123/06, passando a contribuir com um valor fixo na
forma do Art. 18, V da referida lei, abaixo transcrito:
“V - o Microempreendedor Individual recolherá, na forma regulamentada
pelo Comitê Gestor, valor fixo mensal correspondente à soma das
seguintes parcelas:
a) R$ 45,65 (quarenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos), a título da
contribuição prevista no inciso IV deste parágrafo;
b) R$ 1,00 (um real), a título do imposto referido no inciso VII do caput do
art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ICMS; e
c) R$ 5,00 (cinco reais), a título do imposto referido no inciso VIII do caput
do art. 13 desta Lei Complementar, caso seja contribuinte do ISS;”
Vale ressaltar que em conformidade com o Art.18, VI, não estarão os
optantes por este regime diferenciado sujeitos à incidência dos impostos
constantes no Art. 13, I a VI, abaixo transcritos:
“Art. 13...
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;
II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no
inciso XII do § 1o deste artigo;
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS,
observado o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo;
V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do §
1º deste artigo;
VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de
que trata o art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso
das pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de prestação de
serviços previstas nos incisos XIII a XXVIII do § 1o e no § 2o do art. 17 desta
Lei Complementar;”
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Apesar disto, para o empresário fazer a opção por estes benefícios
deferidos pelas alterações introduzidas pela Lei Complementar n° 128/08,
deverá sofrer algumas limitações no desenvolvimento de sua atividade.
Primeiramente não poderá a empresa ser tributada pelas formas
constantes nos Anexos IV e V da Lei Complementar n° 123/06. Não poderá
ainda possuir mais de um estabelecimento, e, para evitar possíveis fraudes
ao sistema pretendido pelo legislador, está impedido de participar como
titular, sócio ou administrador de outra empresa, mesmo que meramente
como sócio investidor.
A lei autoriza apenas a contratação de um único empregado que receba
apenas o valor correspondente a 1 (um) salário mínimo ou o valor
referente ao piso salarial da categoria, sendo que o gasto com previdência
será de 3% (três por cento) sobre o salário do empregado.
O MEI poderá ser desenquadrado desta condição por comunicação do
próprio empresário à Secretaria da Receita Federal do Brasil, por opção ou
de forma obrigatória. Poderá ainda ocorrer de ofício, quando verificado
que o empresário deixou de fazer a devida comunicação.
Quando feita por opção do próprio interessado, deverá ser efetuada no
início do ano-calendário, produzindo seus efeitos desde o começo do
mesmo.
Por outro lado o desenquadramento será obrigatório sempre que o
empresário passa a não possuir alguma das exigências necessárias ao
enquadramento,ou tornar-se incompatível a tal regime especial, como
quando precisa contratar mais de um empregado ou quando sua receita
bruta ultrapassar a estipulada para a opção, devendo neste caso ser
comunicado até o último dia útil do mês subsequente ao da situação que o
originou. Caso a empresa seja desenquadrada por comunicação
obrigatória, os seus efeitos irão variar de acordo com o motivo que o levou
a ocorrer.
Se extrapolado o limite fixado de receita bruta, os efeitos do
desenquadramento ocorrerão a partir de 1º de janeiro do ano-calendário
subsequente ao da ocorrência do excesso quando não houver extrapolado
em 20% (vinte por cento) do limite fixado.
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Caso extrapole referida porcentagem os efeitos irão retroagir até o início
das atividades ou do ano-calendário. Quando a causa for outra que não
referente aos limites de receita bruta anual, os seus efeitos se darão a
partir do mês subsequente ao da ocorrência da situação impeditiva.
Desenquadrado do regime do MEI, o empresário passará a recolher os
tributos em conformidade com a regra geral do Simples Nacional a partir
da data do início de seus efeitos, salvo no caso de ter sido extrapolado a
receita bruta anual em percentual inferior a 20%, ocasião em que deverá
recolher a diferença, sem acréscimos, em parcela única, juntamente com a
da apuração do mês de janeiro do ano-calendário subsequente ao do
excesso, na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor.
O novo regramento possibilitou uma grande facilitação à legalização dos
empresários que exerciam sua atividade de forma autônoma ou mesmo
ambulante, apesar disso deixou de avançar em alguns pontos
fundamentais para a sua perfeita aplicabilidade, como o fato de se levar
em conta a renda bruta no cálculo do limite anual para enquadramento.
Agir desta forma poderá dificultar a manutenção dos empresários neste
sistema, principalmente os que necessitem do pagamento de aluguel de
ponto ou que possuam obrigações decorrentes da contratação do único
funcionário permitido. Isto tudo sem levar em conta as despesas
necessárias para o próprio desenvolvimento da atividade.
Espera-se que o sistema pretendido pelo legislador realmente funcione,
mesmo que necessário maior aprimoramento posterior dos regramentos
do instituto, atendendo desta forma aos anseios dos empresários que
buscam o exercício regular de sua empresa e da sociedade que passa a
contar com mais uma fonte tributária de recursos para seu próprio
custeio.
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EIRELI
EIRELI - EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) foi
instituída pela Lei 12.441, de 11 de julho de 2011. Foi criada para
desenvolver uma alternativa à responsabilização ilimitada que caracteriza
o empresário individual, que deve responder com todos os seus bens pelas
obrigações empresariais contraídas, independentemente de estarem
vinculados à atividade empresarial.
CONCEITO
Permitir, direta ou indiretamente, o exercício individual da empresa, com
limitação de riscos, evitando a incidência da responsabilidade da atividade
empresarial do empresário individual sobre seu patrimônio pessoal.
NATUREZA JURÍDICA
Natureza Simples = Tudo o que pode ser uma sociedade simples poderá
ser uma EIRELI. Exemplos: sociedade de arquitetos, de médicos, de
contadores, de dentistas etc. Será registrada no cartório (registro Civil de
Pessoas Jurídicas).
Natureza Empresarial = Será registrada na Junta Comercial.
CAPITAL SOCIAL
Conforme o caput do art. 980-A, a empresa individual de responsabilidade 
limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do 
capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) 
vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
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Esse pagamento poderá ser feito mediante dinheiro ou bens de natureza 
móvel ou imóvel. A integralização deve ser feita no ato da constituição, 
provando-se com a declaração feita e, caso não seja verdadeira, haverá 
sanções. Por outro lado, não há necessidade de alteração do capital social em 
razão de posterior aumento do salário-mínimo.Uma vez subscrito e 
efetivamente integralizado, o capital da empresa individual de 
responsabilidade limitada não sofrerá nenhuma influência decorrente de 
ulteriores alterações no salário mínimo.
CARACTERÍSTICAS
-Exercício da atividade empresarial por uma pessoa com responsabilidade 
limitada, sem comprometer o patrimônio pessoal;
-Não há necessidade de constituir sócio “fantasma”, como ocorre em 
sociedades limitadas;
-O empresário, mesmo individual, adquire personalidade jurídica;
-Redução da informalidade, com a regularização da situação do empresário 
individual de fato, que exercia a atividade à margem da lei;
-Se o empresário for o único sócio em uma empresa já registrada com outro 
regime jurídico, ele pode convertê-la em Eireli, assumindo, portanto, a 
condição de Eireli derivada;
-O empresário tem a liberdade de escolher o modelo de tributação que melhor 
adapte a sua atividade ao porte da empresa, podendo optar, inclusive, pelo 
Simples Nacional;
-Os ramos de atividade econômica permitidos à Eireli são amplos e abrangem 
todas as atividades comerciais, industriais, rurais e de serviços.
-O empresário não pode ter mais de uma Eireli registrada em seu nome;
-Exigência de capital social mínimo de 100 vezes o salário-mínimo vigente no 
país.
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Estabelecimento 
Empresarial
CONCEITO DE ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Para Fábio Ulhoa Coelho, o estabelecimento empresarial, é o conjunto de
bens que o empresário reúne para exploração de sua atividade econômica.
Compreende os bens indispensáveis ao desenvolvimento da empresa,
como mercadorias em estoque, máquinas, veículos, marca e outros sinais
distintivos, tecnologia etc. Trata-se de elemento indissossiável à empresa.
Quanto à definição legal, determina o art. 1.142 do Código Civl que o
estabelecimento empresarial corresponde ao “complexo de bens
organizado, para o exercício da empresa, por empresário ou por sociedade
empresária”.
A partir da leitura do dispositivo legal, tem-se que o Estabelecimento
Empresarial é a reunião organizada de diversos bens, em um determinado
local, a fim de se exercer atividade empresarial da forma mais
eficiente/lucrativa possível.
O empresário, no desempenho de sua atividade econômica, com o
objetivo de fazer circular bens e serviços, utiliza-se de bens corpóreos e
incorpóreos, os quais utiliza-dos de forma organizada, possibilitam o
exercício profissional empresarial, o qual termina por atrair a clientela da
atividade exercida pelo empresário.
ATENÇÃO : Estabelecimento é um elemento indissociável da empresa, mas
com ela não se confunde, uma vez que esta é a atividade econômica
desenvolvida no estabelecimento. Da mesma forma que não se confunde
com o empresário, que é pessoa física ou jurídica, que explora a atividade
econômica e é titular dos direitos e obrigações dela decorrentes.
Estabelecimento também não se confunde com patrimônio do
empresário.
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NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Atualmente, a doutrina dominante entende que o estabelecimento
empresarial corresponde a uma universalidade de fato, tendo em vista que
corresponde a um conjunto de bens que se mantém unidos para obtenção
de uma determinada finalidade, em razão da vontade do empresário.
CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
O estabelecimento empresarial,como visto, compõe-se da reunião de bens
necessários à confecção do objetivo empresarial. A doutrina costuma
dividir osreferidos bens em materiais e imateriais. Os bens materiais são
representados pelos bens tangíveis, tais como o estoque, os mobiliários,
os utensílios, veículos, maquinaria e todas as demais coisas utilizadas na
atividade empresária.
Por outro lado, os bens imateriais, são aqueles bens de propriedade do
empresário que não são suscetíveis de apropriação física e que são fruto
da inteligência ou do conhecimento humano, como é o caso dos bens
integrantes da propriedade industrial (patente de invenção, modelo de
utilidade, desenho industrial e a marca), o segredo industrial, o nome
empresarial e o ponto (local onde o empresário está localizado).
A reunião das duas espécies de bens estará sempre presente no
estabelecimento empresarial. Porém, cabe destacar que alguns
doutrinadores, entendem que o aviamento, potencial de lucratividade da
empresa, está incluído dentre os bens imateriais. Contudo, não se trata
propriamente o aviamento de um bem, tendo em vista que não integra o
patrimônio do empresário, mas indica o potencial de atração de clientela
e, consequentemente, de lucro, sendo atributo do estabelecimento
empresarial, este sim de propriedade do empresário. Portanto,
tecnicamente é incorreto classificar o aviamento como bem imaterial que
compõe o estabelecimento.
Parte da doutrina também classifica a clientela como bem imaterial, tal
afirmação consiste em absurdo maior do que considerar o aviamento
como elemento do estabelecimento. Ora, a clientela é composta de
pessoas, e como tal, não pode ser alvo de apropriação ou propriedade por
parte de alguém.
ELEMENTOS CORPÓREOS
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Os elementos corpóreos representam todos os bens, tanto móveis como
imóveis, que estão destinados para realização da atividade empresária,
bem como ocupam lugar no espaço.
Bens Móveis
1. MERCADORIAS:
As mercadorias, são os produtos destinados ao mercado e que estão
preparados para o consumo, ou seja, são todos os bens que o empresário
adquire com a finalidade de revenda, tais bens são expostos no
estabelecimento empresarial e, como tal, fazem parte de sua composição.
Do conceito exposto acima, concluímos que não podem ser mercadorias
os bens imóveis e os bens fora do comércio, porquanto não podem ser
revendidos pelo comerciante, em sua atividade empresária, bem como
inferimos que as mercadorias são corporais, móveis, comercializáveis,
valoráveis economicamente e permanecem no tráfico mercantil.
A partir destas constatações, temos as seguintes características das
mercadorias:
a)corporalidade: distingue as mercadorias dos direitos e dos bens
imateriais;
b) mobilidade: exclui os bens imóveis;
c) aptidão para o tráfico: estão prontas para serem postas em circulação;
d) valor patrimonial próprio: intrínseco, da própria coisa, excluindo-se o
título de crédito;
e) permanência atual no tráfico mercantil.
2. ACESSÓRIOS DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL:
Os acessórios do Estabelecimento Empresarial representam todas as
coisas móveis que são utilizadas na atividade empresarial. Assim como as
mercadorias, fazem parte do estabelecimento e são tangíveis, contudo,
diferenciam-se pelo fato de não serem destinados à revenda.
Como exemplos de acessórios podemos citar o mobiliários, as estantes, os
tapetes, as carteiras, as vitrines, os armários, os quadros, máquinas e
utensílios, alguns destes se destinam a tornar o ambiente agradável para a
clientela, enquanto outros tem finalidade direta em relação à atividade
empresária. Como exemplo desta segunda situação, podemos citar as
máquinas registradoras, calculadoras e demais elementos com fim útil
direto.
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Bens Imóveis
A doutrina indaga se o imóvel no qual se encontra fixado o
estabelecimento empresarial, trata-se de elemento deste. A fim de
responder a este questionamento, temos que desde tempos passados,
que os imóveis não fazem parte da órbita do Direito Empresarial, muito
embora possam ser adquiridos para revenda com fito de lucro. No
entanto, quando os imóveis pertencem ao empresário, para o seu
estabelecimento ou para um serviço necessário à empresa comercial – tais
como armazéns para depósitos de mercadorias, prédios apropriados para
instalação de usinas, estacionamentos para cargas etc. -, esses imóveis se
incorporam ao estabelecimento empresarial, na hipótese de ser vendido o
estabelecimento comercial, figuram no mesmo, salvo se de modo diverso
ficar estipulado pelos contratantes.
Então, percebe-se que o critério para definirmos se o imóvel faz ou não faz
parte do estabelecimento empresarial é o de determinar a sua utilidade e
importância para a atividade comercial desenvolvida pelo empresário. Se o
imóvel está destinado a servir o estabelecimento, logicamente, será um de
seus elementos constitutivos, contudo, se o imóvel não possui função no
estabelecimento, consequentemente, dele não fará parte.
ELEMENTOS INCORPÓREOS
Ponto Empresarial
O ponto empresarial é o local em que está situado o estabelecimento
comercial e é para onde a clientela se dirige. Pode ter existência física ou
virtual (exemplo, o endereço eletrônico – site – internet). Qualquer que
seja a sua realidade, é tutelado por lei.
Diante do conceito apresentado, percebemos que o ponto empresarial
não é apenas uma realidade física, o prédio, casa ou terreno onde está
fixado o estabelecimento empresarial, mas é, de forma simples, o local
onde os clientes buscam os serviços ou bens oferecidos pelo empresário,
daí os sítios de internet também serem considerados pontos comerciais.
O ponto pode ser muito importante para o sucesso da empresa ou ocupar
posição secundária para a atividade empresarial. Assim, se pensarmos em
um comércio varejista a localização em rua de grande circulação de
pessoas e a proximidade de alguns equipamentos urbanos como paradas
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de ônibus ou estações de trem são fatores facilitadores na atração da
clientela. Contudo, tratando-se, por exemplo, de empresa de
telemarkenting, o local onde se fixa o seu estabelecimento pouco
importará para o sucesso do negócio.
De acordo com o art. 51 da Lei n.º 8.245/91, para que o empresário tenha
direito à renovação compulsória do contrato de locação do ponto
comercial será necessário o cumprimento de três requistos – formal,
temporal e material, verbis:
“Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá
direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que,
cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo
determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos
ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo
prazo mínimo e ininterrupto de três anos.”
Portanto, para fazer jus à renovação compulsória o empresário deverá ter
realizado contrato de locação por escrito e com prazo determinado
(requisito formal); com o prazo mínimo de contrato a renovar ou soma dos
contratos escritos ininterruptos de 5 (cinco) anos (requisito temporal),
bem como deverá explorar o mesmo ramo de comércio pelo prazo mínimo
e ininterrupto de três anos (requisito material).
Preenchido tais requisitos, o direito à renovação deverá ser exercido
dentro do prazo decadencial de um ano, no máximo, e seis meses, no
mínimo, antes do término do prazo do contrato a ser renovado, nos
termos do art. 51, § 5º da Lei n.º 8.245/91.
Entretanto, o art. 52, da referida lei, elenca as hipóteses em que o locador,
mesmo presentes os requisitos do art. 51 não estará obrigado a renovar, in
verbis:
“Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras
que importarem na sua radical transformação;ou para fazer modificações
de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;
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II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de
fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da
maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.”
Impende ressaltar que, na segunda hipótese, o imóvel não poderá ser
destinado ao uso no mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também
envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences, bem como
não terá cabimento em shopping centers (art. 52, § 1º e 2º, da Lei
8.245/91).
Outrossim, nas referidas hipóteses, o locatário possuirá direito a
indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que
tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de
comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro,
em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da
entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras
determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar (art.
52, § 3º da Lei n.º 8.245/91).
Nome Empresarial
Assim como as pessaos físicas, todo empresário, pessoa física ou jurídica,
precisa de um nome para se apresentar nas relações de fundo econômico,
a fim de adquirir direitos e assumir obrigações atinentes à empresa que
exerce.
O nome é elemento de identificação do empresário, não se confundindo
com outros elementos identificadores como as marcas, o nome de
domínio e o título do estabelecimento. O nome identifica o empresário, a
marca identifica uma determinada categoria de produtos e serviços; o
nome de domínio indica a página na rede mundial de computadores e o
título do estabelecimento identifica o ponto. Portanto, por representarem
realidades distintas, gozam de diferente tratamento pelo Direito.
A partir do registro do nome empresarial, o qual é realizado perante a
Junta Comercial, ele passa a merecer proteção jurídica, garantindo-se,
assim, sua exclusividade, nos termos do art. 5º, XXXIX, da Constituição
Federal:
"Art. 5º ...
(...)
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
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temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais,
à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País;"
A referida proteção é reiterada no art. 33 da Lei n.º 8.934/94 (Lei do
Registro Público de Atividades Mercantis) e no art. 13, § 1º da Instrução
normativa n.º 43/96 do Departamento Nacional de Registro do Comércio.
Tais dispositivos afirmam, expressamente, que a proteção ao nome da
empresa advém do arquivamento dos atos constitutivos perante a junta
comercial competente.
O sistema da veracidade (adotado no Brasil) baseia-se nos princípios da
exclusividade e novidade, a fim de se evitar confusão entre os
empresários. A exclusividade evita que o mesmo nome seja registrado
mais de uma vez, e a novidade prescreve que não poderão ser criados
nomes repetidos ou semelhantes aos já existentes. Também, por esse
sistema, o nome deve ser o mais puro reflexo da realidade, proibindo-se a
indicação de informações falsas no nome. Por fim, no sistema de liberdade
plena, os empresários poderão adotar qualquer forma de nome e, no
sistema misto ou eclético, inicialmente, deverão ser observados os
princípios do sistema da veracidade. Apesar disto, neste último sistema,
caso ocorra a sucessão, o mesmo nome poderá ser usado ainda pela
pessoa que adquirir os direitos sobre a empresa sem qualquer restrição.
Existem duas espécies de nome empresarial: a firma e a denominação.
Alguns empresários só podem adotar uma espécie e outros podem adotar
qualquer das duas espécies. Nesse sentido, o empresário individual só
pode adotar a firma, enquanto a sociedade anônima só pode utilizar a
denominação, por fim, a sociedade limitada pode utilizar qualquer uma
das duas espécies.
Propriedade Industrial
Propriedade Industrial é o conjunto de direitos resultantes das concepções
da inteligência humana que se manifestam ou produzem na esfera da
indústria. Os elementos industriais são protegidos pelo Ordenamento
Jurídico, bem como podem ser resumidos nos seguintes bens: a patente
de invenção, a patente de modelo de utilidade; o registro de desenho
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industrial e da marca, os quais, por estarem a serviço da atividade
empresarial fazem parte, consequentemente, do estabelecimento
empresarial.
O empresário titular dos bens supracitados pode utilizá-los com
exclusividade, podendo autorizar, por meio de licença, o seu uso por
terceiros. Importante destacar que tais direitos são concedidos pelo
Estado, através do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI),
Autarquia federal, dependendo a exclusividade da concessão da patente
ou do registro pela referida entidade.
PATENTE
A patente tanto poder dizer respeito à invenção, como ao modelo de
utilidade. A invenção consiste em um ato inédito do gênio humano. Assim,
se alguém projeta algo que desconhecia, terá produzido uma invenção,
contudo, para que detenha privilégio sobre o projeto, é necessário que
nenhuma outra pessoa tenha conhecido e registrado o projeto
anteriormente.
Modelo de utilidade é o objeto de uso prático suscetível de aplicação
industrial, com novo formato de que resulta melhores condições de uso ou
fabricação. Não há, propriamente, invenção, mas acréscimo de utilidade
de alguma ferramenta, instrumento de trabalho, utensílio, pela ação da
novidade parcial que se lhe agrega.
Portanto, o modelo de utilidade não é uma criação inteiramente nova, mas
algum melhoramento parcial em algo já existente, podendo tal “invenção
parcial” gozar de proteção pelo ordenamento jurídico de forma autônoma
à invenção cuja utilidade foi melhorada. Ressalte-se que o modelo de
utilidade também é chamado de “pequena invenção”.
A patenteabilidade de invenções e modelos de utilidade dependem dos
requisitos da novidade; atividade inventiva; aplicação industrial e não
impedimento. O requisito da novidade obriga que o invento seja
desconhecido da comunidade científica, técnica ou industrial, para que
possa ser concedido o direito industrial. A atividade inventiva impõe para a
concessão da patente a necessidade de que a invenção não seja uma
decorrência óbvia do estado de técnica, e que o modelo de utilidade não
decorra do uso comum ou vulgar do estado da técnica.
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Por fim, a aplicação industrial obriga que a invenção ou modelo de
utilidade sejam de aproveitamento industrial, bem como o não-
impedimento impõe que a invenção ou o modelo de utilidade não estejam
dentre aqueles proibidos pela lei, tais como, os dispostos no rol do art. 18,
da Lei n.º 9.279/96, in verbis:
“Art. 18. Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem
e à saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer
espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e
os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes
de transformação do núcleo atômico; e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos
transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade -
novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e
que não sejam mera descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são
organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que
expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição
genética,uma característica normalmente não alcançável pela espécie em
condições naturais.”
REGISTRO DE DESENHO INDUSTRIAL E DE MARCA
O uso de desenhos industriais e de marcas dependem de registro no INPI
para que possam ser explorados de forma exclusiva. O registro industrial é
considerado um ato administrativo de efeito constitutivo, ou seja, a partir
dele se cria o direito industrial. Portanto, o uso da marca ou do desenho
industrial não confere exclusividade a quem o faz, mas apenas o registro
pode fazê-lo.
O art. 95, da Lei n.º 9.279/96, define desenho industrial como “a forma
plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e
cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado
visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de
tipo de fabricação industrial.”
Destarte, o desenho industrial diz respeito à forma dos objetos tem como
objetivo conferir um ornamento harmonioso para distinguir o objeto de
outros do mesmo gênero.
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Conceitua-se marca: Chamam-se marcas os nomes, palavras,
denominações, monogramas, emblemas, símbolos, figuras e quaisquer
outros sinais usados com o fim de distinguir mercadorias, produtos
industriais ou serviços de outros semelhantes.
Assim, a marca é o signo que identifica produtos e serviços, como Coca-
Cola, Toyota e Texaco.
O registro do desenho industrial está sujeito aos requisitos da novidade,
originalidade e desimpedimento. O primeiro tem a mesma conotação da
novidade no registro de patentes, devendo o desenho ser algo novo, não
compreendido no estado da técnica; pelo segundo, o desenho industrial
deve ter configuração própria, não encontrada em outros objetos, ou
combinando elementos já conhecidos, representar forma nova; por fim,
pelo terceiro, o desenho industrial não deve estar entre aqueles que a lei
proíbe o registro, de acordo com o rol do art. 100, da Lei n.º 9.279/96,
verbis:
“Art. 100. Não é registrável como desenho industrial:
I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra
ou imagem de pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença,
culto religioso ou idéia e sentimentos dignos de respeito e veneração;
II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela
determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.”
O registro da marca está sujeito aos requisitos da novidade relativa, não-
coincidência com marca notória e não-impedimento. De acordo com o
primeiro, não se exige da marca que seja algo totalmente novo, devendo
ser nova a utilização daquele signo de identificação de produtos ou
serviços em uma determinada classe, ou conjunto de atividades
econômicas afins. De acordo com o segundo, as marcas notórias, mesmo
que não registradas no INPI, merecem tutela do direito industrial, em
razão da convenção de Paris. O último impede o registro, como marcas, de
determinados signos, de acordo com o rol do art. 124, da Lei n.º 9.279/96,
verbis:
“Art. 124. Não são registráveis como marca:
I - brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento
oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou internacionais, bem como a
respectiva designação, figura ou imitação;
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II - letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de
suficiente forma distintiva;
III - expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e
aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas ou
atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou idéia e
sentimento dignos de respeito e veneração;
IV - designação ou sigla de entidade ou órgão público, quando não
requerido o registro pela própria entidade ou órgão público;
V - reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de
título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de
causar confusão ou associação com estes sinais distintivos;
VI - sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente
descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, ou
aquele empregado comumente para designar uma característica do
produto ou serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor,
qualidade e época de produção ou de prestação do serviço, salvo quando
revestidos de suficiente forma distintiva;
VII - sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda;
VIII - cores e suas denominações, salvo se dispostas ou combinadas de
modo peculiar e distintivo;
IX - indicação geográfica, sua imitação suscetível de causar confusão ou
sinal que possa falsamente induzir indicação geográfica;
X - sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência,
natureza, qualidade ou utilidade do produto ou serviço a que a marca se
destina;
XI - reprodução ou imitação de cunho oficial, regularmente adotada para
garantia de padrão de qualquer gênero ou natureza;
XII - reprodução ou imitação de sinal que tenha sido registrado como
marca coletiva ou de certificação por terceiro, observado o disposto no
art. 154;
XIII - nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, artístico, cultural,
social, político, econômico ou técnico, oficial ou oficialmente reconhecido,
bem como a imitação suscetível de criar confusão, salvo quando
autorizados pela autoridade competente ou entidade promotora do
evento;
XIV - reprodução ou imitação de título, apólice, moeda e cédula da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios, ou de
país;
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XV - nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e
imagem de terceiros, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou
sucessores;
XVI - pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, nome artístico
singular ou coletivo, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou
sucessores;
XVII - obra literária, artística ou científica, assim como os títulos que
estejam protegidos pelo direito autoral e sejam suscetíveis de causar
confusão ou associação, salvo com consentimento do autor ou titular;
XVIII - termo técnico usado na indústria, na ciência e na arte, que tenha
relação com o produto ou serviço a distinguir;
XIX - reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com
acréscimo, de marca alheia registrada, para distinguir ou certificar produto
ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou
associação com marca alheia;
XX - dualidade de marcas de um só titular para o mesmo produto ou
serviço, salvo quando, no caso de marcas de mesma natureza, se
revestirem de suficiente forma distintiva;
XXI - a forma necessária, comum ou vulgar do produto ou de
acondicionamento, ou, ainda, aquela que não possa ser dissociada de
efeito técnico;
XXII - objeto que estiver protegido por registro de desenho industrial de
terceiro; e
XXIII - sinal que imite ou reproduza, no todo ou em parte, marca que o
requerente evidentemente não poderia desconhecer em razão de sua
atividade, cujo titular seja sediado ou domiciliado em território nacional ou
em país com o qual o Brasil mantenha acordo ou que assegure
reciprocidade de tratamento, se a marca se destinar a distinguir produto
ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou
associação com aquela marca alheia.”
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Sociedades
A) PERSONALIZADAS
A partir do registro:
- Na Junta Comercial: sociedade empresária.
No Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas: sociedade simples (não
empresária). Na OAB: sociedade de advogados.
B) NÃO PERSONALIZADAS:
Não possui personalidade jurídica, logo não foi registrada em nenhum dos
órgãos acima citados.
1. Sociedade comum/ de fato/ irregular (art. 986 a 990 do CC)
Não é registrada,logo não possui personalidade jurídica. Os sócios
respondem ilimitadamente e solidariamente. Os credores devem atingir,
primeiramente, o patrimônio especial (bens dos sócios utilizados na
atividade empresarial). Quando tais bens terminarem, os credores podem
acionar os sócios. Trata-se de um benefício de ordem legal. Contudo é
excluído do benefício de ordem o sócio que contratou pela sociedade.
Pode ser alvo de falência, mas os falidos serão os sócios.
2. Sociedade em conta de participação (art. 991 a 995 do CC)
Não é registrada, logo não possui personalidade jurídica. Malgrado a lei
falar que esta sociedade pode ser registrada em Cartório de Notas, isso
não significa que a mesma possui personalidade jurídica; esta só surge com
o registro na Junta Comercial, no Cartório Civil de Pessoas Jurídicas e na
OAB.
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Sócio ostensivo: é o que aprece para terceiros (contrata). É o que realiza o
objeto social (atividade empresarial). Este tipo de sócio responde
ilimitadamente. Somente a ele podem ser cobradas as dívidas. Somente
ele pode ser alvo de falência. Sócio participante/oculto: não aparece
perante terceiros (não contrata), assim não responde perante terceiros. A
depender do contrato, o sócio participante pode responder tão somente
ao sócio ostensivo. Somente o sócio ostensivo pode ser alvo de falência.
3. Sociedade em nome coletivo (art. 1039 e ss do CC)
Possui personalidade jurídica. A sociedade em nome coletivo pode ser
simples ou empresária, a depender da atividade. Os sócios são
necessariamente pessoas físicas que respondem ilimitadamente e
solidariamente. Os credores devem acionar, primeiramente, o patrimônio
da pessoa jurídica. Quando tais bens acabarem, os bens dos sócios podem
ser atingidos.
4. Sociedade comandita simples (art. 1045 e ss do CC)
Possui personalidade jurídica. Pode ser uma sociedade empresária ou
simples, a depender da atividade exercida. Sócio comanditado só pode ser
pessoa física. Este tipo de sócio administra e responde ilimitadamente.
Sócio comanditário pode ser pessoa física ou jurídica.
Este tipo de sócio não administra e responde limitadamente (na mesma
medida do investimento feito). Os credores devem acionar,
primeiramente, os bens que compõe a pessoa jurídica. Quando esses bens
acabarem, os bens do sócio comanditado podem ser atingidos. O sócio
comanditário só perde o que investiu.
5. Sociedade limitada
- Nome empresarial: É registrado na Junta Comercial, logo possui proteção
estadual. De acordo com o art. 1164 do CC, o nome empresarial não pode
ser vendido (objeto de alienação) isoladamente.
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A sociedade limitada pode usar tanto a razão social quanto a denominação
social. Independente da escolha, após o nome escolhido deve constar a
expressão LTDA. Caso essa expressão seja suprimida, a responsabilidade
dos administradores será ilimitada e solidária (art. 1158 do CC).
- Capital social (art.1055 do CC)
É no contrato social onde é encontrado o valor do capital social. Este é
composto pela soma do que os sócios se comprometeram a disponibilizar
para a sociedade limitada. O capital social pode ser composto por dinheiro
ou bens (é necessária a avaliação). Nenhum sócio pode contribuir apenas
com trabalho (art. 1055, §2º, do CC). O capital social é divido em cotas;
estas podem ter valores iguais ou desiguais.
Responsabilidade dos sócios (art. 1052 do CC)
Razão social/firma social Denominação social
O nome da empresa é composto
pelo nome (sobrenome) dos sócios.
O nome empresarial é inventado.
As sociedades em nome coletivo e
em comandita simples só podem
usar razão social.
As sociedades anônimas só podem
usar a denominação.
Na sociedade limitada cada, sócio responde pela integralização da cota
que subscreveu. Assim, a sociedade X LTDA pode cobrar do sócio A, 20.
Todos os sócios são solidariamente responsáveis até o limite do que falta a
integralizar. Assim, na sociedade X LTDA, um credor pode acionar qualquer
dos credores no limite do que falta integralizar. Caso o sócio B pague, ele
pode mover ação regressiva contra o sócio A.
X LTDA – 100 
capital social
Investimento 
comprometido 
(subscrever)
Investimento 
efetivo 
(integralizar)
Investimento 
devido
Sócio A 70 50 20
Sócio B 30 30 0
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Observação: O incapaz não pode ser sócio se houver risco patrimonial e,
caso não haja risco, ainda depende de autorização judicial.
- Cessão de cotas (art. 1057 do CC)
Em caso de omissão no contrato social:
• Entre sócios: não precisa da anuência dos demais sócios (livre).
• Entre sócio e terceiro: se não houver a oposição de sócios que
representem mais de ¼ do capital social. Esse caso não se trata de direito
de preferência.
- Exclusão de sócios
As seguintes motivações de exclusão podem ser utilizadas por outros tipos
de sociedades:
* Sócio remisso (art.1058 do CC): o sócio remisso tem direito ao valor
integralizado.
* Exclusão judicial: os sócios podem ingressar com uma ação para excluir o
sócio por falta grave ou incapacidade superveniente. Nesse caso, o sócio
excluído possui direito de ressarcimento no valor atual da sua participação
na sociedade limitada.
* Exclusão do Sócio Minoritário ou Extrajudicial: falta grave, previsão no
contrato social para exclusão por justa causa - caso não haja a previsão do
contrato social, esse tipo de exclusão é inviabilizado – e a concordância da
maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social –
maioria de pessoas e da metade do capital social. O sócio excluído tem
direito a
ressarcimento (apurar exatamente aquilo que ela colocou na sociedade e o
que isso vale atualmente).
6. Sociedade Anônima
- Companhia aberta: permite negociação de ações na bolsa;
- Companhia fechada: não permite negociações de ações na bolsa de
valores; Não existe mista.
Ações: podem ser ordinárias (conferem direitos comuns ao acionista, art.
110, toda ação dá direito a voto) ou preferenciais (vantagens e
desvantagens: ex. maior participação no lucro, mas não tem direito a voto,
art. 111 6404/76)
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- Direitos comuns (art. 109):
*Participação nos lucros
*Direito de preferência na aquisição das ações
*Direito de retirada: possui todo acionista que não concorda com o uma
alteração no estatuto social – acionista dissidente. Possui direito de
reembolso.
-Direitos específicos (art. 15 da Lei das Sociedades Anônimas):
As ações podem ser:
-Ordinárias: além dos direitos elencados no art. 109, possui direito de
voto. Nesse tipo de ação, o voto plural é proibido – cada ação representa
um voto (art. 110, §2º).
Preferenciais: além dos direitos elencados no art. 109, possui outras
vantagens, quais sejam:
a) política: Possibilita o direito de voto e de veto. (art. 17, § 7o: Nas
companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial
de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual
o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o
poder de veto às deliberações da assembleia geral nas matérias que
especificar. e Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de
ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um ou
mais membros dos órgãos de administração. Parágrafo único. O estatuto
pode subordinar as alterações estatutárias que especificar à aprovação,
em assembleia especial, dos titulares de uma ou mais classes de ações
preferenciais e patrimonial).
b) patrimonial: está prevista no Estatuto a emissão de uma ação com uma
vantagem patrimonial – comprometimento de uma determinada quantia.
-Gozo ou fruição: compra de uma ação e sua guarda na tesouraria, por
qualquer motivo. É usadapara amortizar dívidas.
Art. 44. O estatuto ou a assembleia-geral extraordinária pode autorizar a
aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de ações,
determinando as condições e o modo de proceder-se à operação.
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§ 1º O resgate consiste no pagamento do valor das ações para retirá- las
definitivamente de circulação, com redução ou não do capital social, mantido
o mesmo capital, será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às
ações remanescentes.
§ 2º A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de
antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam
tocar em caso de liquidação da companhia.
§ 3º A amortização pode ser integral ou parcial e abranger todas as classes
de ações ou só uma delas.
§ 4º O resgate e a amortização que não abrangerem a totalidade das
ações de uma mesma classe serão feitos mediante sorteio; sorteadas ações
custodiadas nos termos do artigo 41, a instituição financeira especificará,
mediante rateio, as resgatadas ou amortizadas, se outra forma não estiver
prevista no contrato de custódia.
§ 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações
de fruição, com as restrições fixadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral
que deliberar a amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da
companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois de
assegurado às ações não a amortizadas valor igual ao da amortização,
corrigido monetariamente.
§ 6o Salvo disposição em contrário do estatuto social, o resgate de ações de
uma ou mais classes só será efetuado se, em assembleia especial convocada
para deliberar essa matéria específica, for aprovado por acionistas que
representem, no mínimo, a metade das ações da(s) classe(s) atingida(s).
Observação: É proibida a circulação de títulos ao portador a partir de 1990 –
elas são necessariamente nominativas. Logo, não há ações ao portador.
- Valores mobiliários: títulos que são estranhos ao capital social – não se
tratam de ações. Trata-se de títulos executivos extrajudiciais.
• Debêntures: direito de crédito contra a sociedade anônima, com
vencimento certo.
Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus
titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura
de emissão e, se houver, do certificado.
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Partes beneficiárias: direito de participação nos lucros da sociedade
anônima. Possui vencimento eventual, pois depende do lucro. Companhias
abertas (que negociam suas ações na bolsa de valores e no mercado de
capitais) não podem emitir partes beneficiárias. Hodiernamente, é utilizada
para remunerar trabalho, não para arrecadar dinheiro.
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem
valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes
beneficiárias".
§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito
eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais
(artigo 190).
§ 2º A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para formação
de reserva para resgate, se houver, não ultrapassará 0,1 (um décimo) dos
lucros.
§ 3º É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direitoprivativo de
acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos desta Lei, os atos dos
administradores.
§ 4º É proibida a criação de mais de uma classe ou série de partes
beneficiárias.
Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas
condições determinadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral, ou
atribuídas a fundadores/, acionistas ou terceiros, como remuneração de
serviços prestados à companhia.
Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias.
* Bônus de subscrição: confere o direito de preferência na aquisição de ações.
Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital
autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus
de Subscrição".
Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas
condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital
social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e
pagamento do preço de emissão das ações.
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A primeira oferta de ações, destinada a acionistas e com preço menor, tem
seu ingresso a terceiros concedido por meio de bônus de subscrição. A
segunda oferta de ações é para o público.
- Órgãos da Sociedade Anônima
Assembleia-Geral: lugar onde as decisões são tomadas. Pode ser ordinária
(conteúdo administrativo corriqueiro) ou extraordinária (assuntos
excepcionais).
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término
do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as
demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição
de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o
caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).
• Conselho de Administração: fixar diretrizes. Determinada o que será
levado para a Assembleia. É formada por, no mínimo, três acionistas eleitos
pela Assembleia-Geral ordinária. É obrigatório nas companhias abertas, nas
sociedades de economia mistas e nas sociedades de capital autorizado.
• Diretoria: representa e executa as decisões da Assembleia-Geral. É formado
por, no mínimo, duas pessoas, acionistas ou não, eleitas pelo Conselho de
Administração. Caso este não exista, caberá à Assembleia-Geral elegê-los.
• Conselho Fiscal: fiscalizar as ações da sociedade anônima.
Desconsideração da personalidade jurídica:
Abuso da personalidade jurídica nos casos de desvio de finalidade ou de
confusão patrimonial.
Afastamento temporário da personalidade jurídica para afetação dos bens
dos sócios pelo credor que provar o abuso.
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Art. 50 do Código Civil. Em caso de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial,
pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Em matéria ambiental ou consumerista, basta a existência de obstáculo ao
pagamento, logo não precisa de prova de abuso.
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Títulos de Crédito
De acordo como art. 887 do CC, título de crédito é o documento
necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, cujos
efeitos cambiários dependem do preenchimento dos respectivos
requisitos formais.
PRINCÍPIOS
a) Princípio da Cartularidade: OBRIGATORIAMENTE os títulos de crédito
necessitam ser reproduzidos em uma cártula (documento). Os títulos de
crédito são documentos de apresentação, ou seja, aquele que os possuir
necessita apresentá-lo para o devido pagamento. Ademais, para a
instrução da inicial da execução exige-se a exibição original do título, não
sendo suficiente a cópia autenticada.
b) Princípio da Literalidade: somente o que consta expressamente
consignado no título produz efeito jurídico-cambial perante o seu legítimo
possuidor. Desse modo, apenas o que está efetivamente inserido na
cártula terá validade nos títulos de crédito, de modo que o devedor saberá
quanto irá pagar (obrigação) e o credor saberá quanto irá receber (direito).
c) Princípio da Autonomia: o vícioem uma das relações não compromete
as demais. As relações jurídico-cambiais são autônomas e independentes
entre si mesmas. Em suma, é a garantia de cumprimento das obrigações
contidas no título de crédito, já que as relações entre os sujeitos não são
dependentes entre si.
d) Princípio da Abstração: é um sub princípio do princípio da autonomia. A
abstração só ocorre se houver a circulação do título. Quando circular, o
título de crédito se despreenderá da causa que lhe deu origem.
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CLASSIFICAÇÃO
A) Quanto ao modelo:
Título de Crédito Livre - não obedecem a rigidez da legislação quanto ao
formato gráfico ou qualquer disposição específica. Entretanto, embora
possam ser elaborados a critério do interessado, devem conter todos os
requisitos legais quanto aos elementos indispensáveis, conforme estabelece
a legislação. Estão classificados como modelos livres, a Nota Promissória e
Letra de Câmbio.
Título de Crédito Vinculado - é aquele cuja forma ou modelo deve obedecer,
respeitar, uma padronização obrigatória definida em lei. O Conselho
Monetário Nacional é quem define em lei a sua padronização. São
classificados como modelos vinculados, o cheque e a duplicata mercantil e de
prestação de serviços.
B) Quanto à Estrutura:
Como Ordem de Pagamento - composta por três partes na relação: 1- parte
que dá a ordem; 2- parte que recebe a ordem; 3- tomador/beneficiário. Os
títulos de crédito existentes como ordem de pagamento são: cheque, letra
de Câmbio e duplicata mercantil.
Como Promessa de Pagamento - o promitente faz uma promessa de
pagamento ao tomador/ beneficiário. O único título de crédito que é apenas
uma promessa de pagamento é a Nota Promissória.
C) Quanto às hipóteses de emissão:
Título de Crédito Causal - para sua emissão e circulação é indispensável que
esteja vinculado a uma determinada ocorrência prévia, ou seja, uma causa
prevista na legislação específica. Ex: duplicata.
Título de Crédito Não Causal - representa títulos de crédito cuja existência
não está vinculada a nenhum fato posterior ou anterior, servem para
documentar diversos tipos de negócio. Ex: o cheque e a Nota Promissória.
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D) Quanto à circulação:
Título de Crédito ao portador - não identifica o beneficiário do título, sendo,
portanto, transmissíveis por mera tradição ou entrega do título, não sendo
necessário o Endosso para sua transferência, podendo de forma prática ser
transferidos, indeterminadamente, considerado o seu prazo prescricional.
Desde a Lei 8.021/90, em regra, não se admite mais títulos ao portador,
exceto se houver previsão expressa em lei especial autorizando a emissão
deste título.
Título de Crédito Nominativo - que são os títulos que identificam o
beneficiário que o está recebendo e é efetuado pela tradição. No entanto,
são estabelecidas duas formas de transferência e responsabilidade junto a
esta transação:
1. Nominativo à ordem = circula por meio a tradição e do Endosso. Quem
transfere por endosso, responde pela existência do título e pelo pagamento.
2. Nominativo não à ordem = circula por meio da tradição e da cessão civil.
Quem transfere por cessão civil responde apenas pela existência, não
respondendo pelo pagamento do título.
Título de Crédito Nominal - corresponde ao título nominativo da doutrina
tradicional, que poderá ser transferido por endosso ou por cessão civil. (vide
art. 914 do CC)
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Principais Títulos de 
Crédito
CHEQUE
Conceito: É uma ordem de pagamento à vista, incondicional, contra um
banco, em razão de provisão que o emitente possui junto ao sacado,
proveniente essa de contrato de depósito bancário ou de abertura de
crédito. Em suma, o correntista (sacador) com o cheque dá uma ordem ao
Banco (sacado) para que dê determinada quantia a terceiro, credor do
cheque (tomador ou beneficiário).
Sujeitos:
- Sacador (emitente): é a pessoa que emite (saca) o cheque.
- Sacado (banco): é o banco que recebe o cheque tendo o dever de pagá-lo
com base nos fundos à disposição do sacador.
- Beneficiário (tomador): é a pessoa em cujo benefício o cheque é emitido.
O tomador pode ser terceiro ou o próprio sacador.
Aceite do cheque: O cheque, por ser uma relação contratual prévia entre
sacador e sacado, havendo dinheiro na conta do correntista, o banco não
poderá se recusar a dar o pagamento, em consequência, o cheque não
poderá sofrer qualquer aceite. Ele sendo dado será esta declaração do
aceite considerada como uma ação não escrita.
Cheque pós-datado: O STJ entende que o cheque que não é pós-
datado/pré-datado não perde sua característica de ser título cambial. A
pós-datação deve ser entendida dentro do cheque como a ampliação para
o prazo de apresentação para o pagamento do título de crédito. No
entanto, um cheque emitido com pós-datação, o tomador/credor do
cheque poderá apresentar o título antes ou protestá-lo.
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Mas, haverá consequência da quebra da boa-fé objetiva, de acordo com a
deslealdade com que age este tomador/credor do cheque. Poderá haver a
caracterização de dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-
datado (vide súmula 370 do STJ).
- A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral (Súmula
388, STJ).
Endosso no cheque: há endosso no verso, com simples assinatura, e no
anverso, com a assinatura e a expressão identificadora “endosso à”. Será
possível o endosso em preto (identificado o endossatário) e o endosso em
braco (não identificado o endossatário). Não há limite na realização do
endosso no cheque.
- Somente é possível a execução do endossante do cheque se o cheque for
apresentado dentro do prazo legal.
Prazo de apresentação:
30 dias - a contar do dia da emissão do cheque, se na mesma praça do
cheque e da apresentação.
60 dias - a contar do dia da emissão do cheque, se for a apresentação em
praça diferente.
- Com a apresentação do cheque, dá-se início ao seu prazo prescricional:
Para o devedor principal/avalista do devedor principal - 06 meses
contados do fim do prazo de apresentação para o pagamento do cheque
(mesmo que a apresentação tenha se dado anteriormente, de 30 ou 60
dias).
Para o co-devedor/avalista do co-devedor/endossante - 06 meses
contados do protesto (vide art. 47, II, da lei 7.357/85).
Direito de Regresso - 06 meses contados do pagamento (extrajudicial) ou
de quando foi demandado (citado em processo judicial).
Sustação do cheque:
Revogação ou contra-ordem - somente o emitente pode dar esta contra-
ordem ou revogação, e somente produzirá efeitos depois do prazo de
apresentação do cheque.
Oposição ou sustação - pode ser dada pelo emitente ou pelo portador
legitimado. A sustação poderá ser feita mesmo durante o prazo de
apresentação do cheque.
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- O emitente dá a contra-ordem ao banco. O banco pagará apenas no
período de apresentação. No entanto, se for após o período de
apresentação, o banco sustará o cheque.
- Enquanto o título não for protestado, poderá haver sustação; após o
protesto do título, não poderá haver a sustação, apenas um cancelamento
do protesto, estando o título prescrito ou não.
Requisitos essenciais do cheque: (art. 1º da lei 7.357/85)
“Art . 1º O cheque contêm:
I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na
língua em que este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com
poderes especiais.”
- Na faltade qualquer um desses requisitos, haverá configuração da
nulidade do título, ou seja, não será válido como cheque.
NOTA PROMISSÓRIA
Conceito: É uma promessa de pagamento, constituindo compromisso
escrito e solene pelo qual alguém se obriga a pagar a outrem certa soma
em dinheiro.
Aplicam-se à nota promissória os dispositivos relativos à letra de câmbio,
com exceção daqueles que se referem ao aceite e a duplicidade. Ademais,
a nota promissória é título literal e abstrato. Importa frisar que a nota
promissória é diferente da letra de câmbio, fundamentalmente, no
seguinte aspecto: a nota promissória é promessa de pagamento, enquanto
a letra de câmbio é ordem de pagamento.
Sujeitos:
- Emitente (OU AINDA SACADOR, SUBSCRITOR OU PROMITENTE): é a
pessoa que emite a nota promissória, na qualidade de devedor do título.
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- Beneficiário (CREDOR OU TOMADOR): é a pessoa que se beneficia da
nota promissória, na qualidade de credor do título.
Características:
- A nota promissória é legislada pelo Decreto 57663/1966.
- Normalmente, a nota promissória é dada sob a égide de um contrato,
sendo assim, vincula-se o pagamento do acordado no contrato através de
uma nota promissória. Porém, a nota promissória vinculada a contrato não
goza de autonomia (súmula 258, STJ).
LETRA DE CÂMBIO
Conceito: É uma ordem de pagamento à vista ou a prazo e é criada através
do ato chamado de saque. O sacador dirige-se ao sacado com o objetivo
de que este pague a importância nela consignada a um terceiro chamado
tomador.
Sujeitos:
- Sacador (emitente): quem faz o saque, quando da criação da letra de
câmbio. É quem dá a ordem de pagamento.
- Sacado (pessoa a quem a ordem de pagamento é dirigida): quem deve
efetuar o pagamento
- Beneficiário/Tomador: é quem receberá o pagamento.
Requisitos:
1. Palavra “letra de câmbio”;
2. Mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
3. O nome daquele que deve pagar (sacado);
4. A época do pagamento;
5. A indicação da data em que e do lugar onde a letra é passada;
6. A assinatura do sacador.
Prescrição:
Cambiária - contra o sacado/aceitante, contra o sacador e endossantes e
contra os endossantes (uns contra os outros).
Monitória - “o prazo para ajuizamento de ação monitória em face do
emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar
do dia seguinte ao vencimento do título. Súmula 504, STJ.
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DUPLICATA
Conceito: A duplicata é o título de crédito à ordem extraído pelo vendedor
ou prestador de serviços que visa a documentar o saque fundado sobre
crédito decorrente de compra e venda mercantil ou prestação de serviços,
que tem como pressuposto a extração de uma fatura.
Sujeitos:
- Sacador: o vendedor da mercadoria, ou o prestador do serviço.
- Sacado: que recebe a venda ou a prestação.
- Tomador/Beneficiário: vendedor ou prestador.
Emissão da Duplicata:
- A duplicata é um título causal, porque apenas será emitida na hipótese
de ocorrência de uma compra e venda mercantil ou em caso da realização
de uma prestação de serviços.
- A duplicata é uma Ordem de pagamento.
- Não é obrigatória a emissão de uma duplicata, mas é obrigatória a
emissão de uma fatura ou também chamada de nota-fiscal fatura.
Aceite: Na duplicata o aceite é ato obrigatório. O sacado está obrigado a
dar o aceite para demonstrar que recebeu o objeto da compra e venda ou
a realização da prestação de serviços.
Após a emissão da duplicata (duplicata a prazo) o sacador terá um prazo
de trinta dias para fazer a remessa deste título ao sacado. O sacado, por
sua vez, ao receber a duplicata terá prazo de dez dias para devolver a
duplicata ao sacador com o aceite ou com as razões motivadoras da recusa
do aceite.
Vencimento: A duplicata tem de ser emitida somente á vista ou com data
certa.
Triplicata: é a segunda via da duplicata. Será emitida apenas no caso de
perda ou extravio da duplicata.
Protesto na duplicata:
- Protesto por falta de aceite - o sacador realiza o protesto por falta de
aceite quando o sacado devolver a duplicata emitida sem que no prazo de
dez dias tenha realizado o aceite ou que o devolva sem a razão de ter sido
feita a recusa do aceite.
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- Protesto por falta de devolução - será realizado pelo sacador, o protesto
por falta de devolução, quando o sacado reter a duplicata e a não a
devolver para o sacador passados os dez dias, prazo que ele tinha para dar
o aceite ou justificar a recusa.
- Protesto por falta de pagamento - ocorrerá quando o sacado não efetuar
o pagamento acordado no contrato da compra e venda ou na prestação de
serviço. Após o vencimento da duplicata só caberá o protesto por falta de
pagamento.
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Falência
A Lei 11.101/05 revogou a antiga lei de falência consubstanciada no
Decreto 7.661/45, trouxe inovações legislativas e, dentre outras
finalidades, destinou-se a: dar proteção ao crédito; assegurar mecanismos
de recuperação da empresa em crise; e retirar do mercado as empresas
irrecuperáveis.
CONCEITO
É o fato jurídico que atinge o comerciante, submetendo-o a um processo
judicial, para arrecadar meios de pagamentos devidos ao(s) credor(es), e
que não foram pagos pela impossibilidade material de fazê-lo, já que o
patrimônio disponível era menor do que o devido.
PRINCÍPIOS:
Destacam-se dois importantes princípios do Direito Falimentar:
1. Princípio da preservação da empresa: Mantendo-se a empresa em
funcionamento, evita-se que seus ativos se desvalorizem ou se
deteriorem. Isso contribui para que, no curso do processo falimentar,
quando for realizada a venda dos bens, consigam-se interessados em
adquirir o estabelecimento empresarial do devedor, dando continuidade à
atividade que ele desenvolvia.
2. Princípio da maximização dos ativos: Evitando-se a desvalorização e a
deterioração, consegue-se fazer com que no momento da venda esta seja
feita por um preço justo, o que em última análise interessa aos credores
da massa, visto que o dinheiro arrecadado será usado para o pagamento
de seus créditos.
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O processo de falência também atenderá aos princípios da celeridade e da
economia processual.
PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA
1. Pressuposto material subjetivo: devedor empresário.
2. Pressuposto material objetivo: insolvência (jurídica ou presumida) do
devedor.
3. Pressuposto formal: sentença declaratória de falência (natureza
constitutiva).
QUEM PODE REQUERER A FALÊNCIA
Podem requerer a falência do devedor (Arts. 97, 101 e 105 a 107 da Lei nº
11.101/2005):
1. O próprio devedor ("autofalência"), observadas as regras que constam
nos artigos 105 a 107 da Lei de Falências;
2. O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o
inventariante (falência de espólio);
3. O cotista ou o acionista do devedor na forma da Lei ou do ato
constitutivo da sociedade (Contrato ou Estatuto Social);
4. Qualquer credor.
DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA
Impontualidade:
Conforme artigo 94, I da Lei de Falências, a falência do empresário e da
sociedade empresária (devedor) pode ser decretada quando, sem
relevante razão de direito, o devedor não paga, no vencimento, obrigação
líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma
ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos, na data do pedido de
falência.
Essa hipótese tem como fator determinante a insolvência do devedor, que
se exterioriza, antes de tudo, pela sua impontualidade, no entanto, ela
pode ser requerida, pelo próprio devedor, cônjuge sobrevivente, qualquer
herdeiro do devedor ou o inventariante e pelo próprio credor.
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