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POLÍTICAS PÚBLICAS: O QUE SÃO, PARA QUE SERVEM E COMO SÃO CONSTRUÍDAS 1) Por que estudar políticas públicas a) interesse científico: permite compreender uma sociedade (variável depende ou seja, que forças sócio-econômicas e em que tipo de sistema político elas foram engendradas; variável independente: que efeitos e impactos a política causa na sociedade b) interesse profissional: a compreensão das causas e das conseqüências da política permite aplicar o conhecimento da ciência social para solução de problemas 2) A natureza holística do conceito de políticas públicas a) São vários os usos do termo polícia política: São fenômenos da luta pelo poder (a concorrência entre partidos, grupos de interesse, e outras categorias sociais) Marco de orientação para a ação, um programa ou uma perspectiva de atividade São processos de conversão de intenções políticas em conseqüências sobre determinados grupos sociais Conjunto de práticas e de normas que emanam de um ou vários atores públicos (formas de intervenção, regulamentação, provisão, prestação de serviços) Política pública é o resultado da atividade de uma autoridade investida de poder público e legitimidade governamental � 3) Política Pública, Programa e Projeto Política pública formada por vários programas e implica um conjunto razoavelmente consistente de decisões interligadas e de ações voltadas para implementar as decisões Programa Conjunto coerente de ações e projetos de intervenção em uma dada área Projeto instrumento de implantação de um programa social projeto de descentralização 4) Política Pública e Políticas Sociais não há distinções importantes entre os estudos sobre políticas públicas e políticas sociais os estudos sobre políticas públicas buscam explicar a natureza da política e seus processos os estudos sobre políticas sociais discutem o Estado do Bem Estar Social, sua origem e conseqüência; abrangem hoje: política e gestão de serviços sociais (saúde, educação) segurança pública, grupos minoritários. Quilombolas, índicos, raça. Gênero, desigualdade social Política Pública: os estudiosos concentram-se no processo e procuram respostas para o por que e como: Não focalizam o conteúdo da política, seu foco é o processo Política social: os estudiosos tomam o processo como pano de fundo e focam nas conseqüências da política: o que a política faz ou fez; Focam nas questões que a política busca resolver Políticas Públicas Políticas Econômicas: ações que visam a manutenção e o estabelecimento do equilíbrio entre mercado e sociedade Políticas Sociais: saúde, educação, moradia, segurança, trabalho e assistência social 5) O que é Política Pública alocação imperativa de valores pelo Estado para a sociedade (compromisso do Estado com os direitos econômicos, políticos e sociais, culturais dos cidadãos) Por que a política pública é pública? em função do seu caráter imperativo (são ações e decisões revestidas de autoridade soberana do poder público) Uma política pública envolve mais que uma decisão e requer diversas ações estrategicamente selecionadas Decisão Política: escolha dentre um leque de alternativas conforme a hierarquia das preferências dos atores/decisores (qualquer política implica decisão política: Uma decisão política implica adequação entre fins buscados e meios disponíveis Nem toda decisão chega a se constituir em política pública Política Pública implica atividades políticas: processamento pelo sistema político dos inputs originários do meio ambiente ou dentro (withputs) no interior do sistema político que geram produtos/resultados das atividades políticas outputs O sistema político, portanto, processa demandas (inputs) e transforma-as em procedimentos formais e informais (POLÍTICAS PÚBLICAS) Inputs: demandas externas Withputs: demandas internas do próprio sistema Outputs: produtos/resultados Inputs/ Withputs Demandas Suporte ou Apoio Bens/ serviços Participação no sistema político Controle São inputs necessários para que o governo cumpra seus objetivos: - não estão vinculadas a nenhuma política específica - estão direcionados para o sistema político (para garantir a governabilidade) - Obediência e cumprimento das leis e regulamentos, tais como: - atos de participação política - respeito à autoridade dos governantes e aos símbolos nacionais - disposição para pagar impostos - para prestar serviços (serviço militar) Saúde, educação, estrada, transportes, Segurança Pública Normas de higiene, Previdência social, Controle de produtos alimentícios - Direito de voto dos analfabetos - Acesso a cargos públicos para estrangeiros - Direitos de greve - organização de associações políticas - Corrupção - Preservação ambiental - Informação política - Estabelecimento de normas pra o comportamento dos agentes públicos e privados A ausência de input de apoio, ou seja, falta de apoio ao governo ou ao sistema político se dá quando: O não pagamento dos impostos pelos empresários A sonegação de impostos Abstenção eleitoral Manifestações contra os governantes Os Withputs também expressam demandas e apoio que provém do próprio sistema político dos agentes do executivo (ministros, burocratas, tecnocratas) dos parlamentares, dos governantes do Estado, do judiciário. Grande parte da atividade política se destina à tentativa de satisfazer demandas que lhes são dirigidas pelos atores sociais ou e pelos próprios agentes do sistema político As demandas podem ser novas ou recorrentes Preservação ambiental X reforma agrária Quando ocorre acúmulo de demandas e o sistema político não consegue encaminhar soluções aceitáveis o sistema passa a lidar com crise de governabilidade (ameaça à estabilidade do sistema) Pressões resultantes da combinação do excesso ou complexidade de demandas novas ou recorrentes com withpust contraditórios e redução do apoio ou suporte 6- Caracterizando a Política Pública 1- Variedades de políticas públicas por área substantiva: (social, urbana, saúde, agrícola) por parâmetro manipulado pelos executores da política: (creditícia, monetária, cambial, fiscal) por jurisdição política-administrativa: (federal, regional, estadual, municipal) 2- Natureza das Políticas Públicas: Arenas Decisórias Distributivas: são financiadas pelo conjunto da sociedade e os bens e serviços são distribuídos atendendo a necessidades individualizadas, ou seja, o governo distribui recursos a uns, sem que isso afete outros grupos ou indivíduos. São políticas que nem chegam a ser políticas mas decisões individualizadas. EX: isenção tarifária, concessão de canais de TV a grupos empresariais privados. Regulatórias: envolve discriminação no atendimento das demandas de grupos e, assim, a relevo em distinguir beneficiados e prejudicados por essa política controlam e regulam certas atividades políticas Redistributivas: caracterizam-se pelo jogo de soma zero (para que alguns ganhem outros têm que perder) Constitucionais: ou regras institucionais (são políticas públicas que estabelecem regas sob as quais outras políticas públicas são selecionadas) Finalidade Preventivas ou Passivas: visam a minimizar ou impedir a ocorrência de problema social grave, todos contribuem para seu financiamento indireto por meio do sistema tributário. Compensatórias ou Ativas: compreendem os programas sociais que visam a solucionar problemas gerados pela ineficiência do sistema político em assegurar a coesão e o equilíbrio sociais, ou seja, remediam problemas gerados em larga escala por ineficiência de políticas preventivas anteriores. Pressupõem formas diversas de financiamentos (taxas, contribuições, tributos, etc.) Tem impacto reduzido no contexto porque o fator originário do problema não é alterado. Alcance das ações Universalistas: destina-se a todosindistintamente (saúde, educação, etc) Focalizadas: destinadas a um público específico ou a alguma condição específica (Bolsa Família). Em outras palavras, os destinatários são definidos pelo nível de necessidades, pobreza ou risco. � 7- Atores Políticos Públicos Privados Tecnocratas Políticos (parlamentares) Burocratas conhecimento técnico (especialistas) Weber - Empresários (influenciam nas políticas públicas) - Trabalhadores (sindicatos/ONGs) - Agentes internacionais (FMI, PNUD, UNESCO) - Mídia (formadores de opinião) - Altos diretores de empresas públicas ou privadas - Podem ser públicos ou privados POLÍTICOS BUROCRATAS Têm racionalidade eleitoral Não têm racionalidade eleitoral Ordenam interesses e definem prioridade Seguem normas técnicas e acatam prioridades Perdem mandatos por erros em políticas públicas (sanção no pleito eleitoral) Não perdem o cargo por erros nas políticas públicas, mas apenas pela conduta funcional (sanção em processo administrativo, eventualmente judicial Controlados pelo voto e pela opinião pública (responsabilidade eleitoral) Controlados e julgados pelos chefes (responsabilidade funcional) Liderança , inovação, responsividade política, ética de responsabilidade e engajamento político, comprometimento com o plano de governos Rotina, universalismo de procedimentos, prestação formal de contas, ética profissional de neutralidade técnica Formula, estabelece, reforma ou suprime as normas existentes, tanto no âmbito interno (aparelho do Estado) quanto em relação ao conjunto da sociedade Implementa normas (executa decisões já tomadas; não entra no mérito da questão) atuando essencialmente no âmbito do aparelho do Estado Ocupa cargos por eleição (vínculo político com o Estado) Ocupa cargo por meio de concurso regulado por normas gerais e universais (mérito); vínculo profissional com o Estado Faz o canal de ligação entre a sociedade e o Estado, representando interesses e opções ideológicas Está dentro do Estado: não faz a ponte entre a sociedade e o Estado Expressa a vontade de parceria dos cidadãos pelo princípio da representatividade Expressa a vontade do Estado pelo princípio da autoridade 8- Construindo Políticas Públicas Relevância dos estudos de políticas públicas Desenvolvimento e aprimoramento da teoria Ampliação do debate sobre a relação do Estado com a Sociedade e o Mercado Fundamentação teórica para as ações governamentais Etapas das políticas públicas Formação de agenda Formulação de objeto de intervenção Implementação Avaliação Implementação de Políticas Públicas Processo de transformação de idéias e planos governamentais em ações concretas Relevância do estudo da implementação Baixo investimento teórico sobre a dinâmica da implementação Reconhecimento de que raramente uma política é implementada tal como formulada Recorrência de problemas de natureza institucional, organizacional e ambiental durante a execução de planos Dimensões críticas do contexto da implementação Dimensão Institucional: falta de clareza na definição dos objetivos, metas e estratégias inadequação da teoria que informa a concepção da política diversidade de atores envolvidos na execução da política inexperiência dos atores com as estratégias de implementação incompatibilidade entre a natureza da política e as técnicas de gestão e forma de organização do trabalho Dimensão Organizacional excesso de burocracia (resistência à mudança ou à inovação tarefas fragmentadas e vários níveis hierárquicos departamentos isolados/desarticulados ausência de informações confiáveis e precisas para monitorar a implementação baixo grau de comunicação entre decisores e executores ausência de profissionais especializados inexistência ou baixo índice de incentivos para melhorar a gestão falta de motivação dos funcionários (baixos salários e ausência de política de atualização e capacitação) rotatividade dos atores políticos Dimensão Ambiental Dificuldade de participação dos beneficiários da política (baixo nível de informação, de influência e de organização) Distância entre os órgãos centrais de tomada de decisão e os executores da política. Modelos de Implementação Top down: a política é vista como um processo linear que se inicia com o estabelecimento de metas, definição de objetivos, competências e estratégias de execução e termina com a avaliação do seu impacto (separação entre quem formula e quem executa) Bottom-up: a política é vista a partir dos atores envolvidos na sua execução - foco nas estratégias, metas, atividades e contatos dos atores. Modelo Interativo: a política é vista como um processo de aprendizagem(formulação, execução e avaliação de impacto são etapas interdependentes) Avaliação e Monitoramento Avaliação ex-ante: estudo de viabilidade e sustentabilidade da ação Avaliação de processo: monitora e retroalimenta a ação Avaliação ex-post: analisa os resultados (eficiência, eficácia e efetividade da ação) Eficiência: os objetivos e metas foram alcançados com recursos e insumos definidos? Afere-se a relação entre cumprimento dos objetivos com o menor custo possível. Eficácia: os objetivos e as metas previstas foram alcançados no tempo previsto e com a qualidade esperada? Afere-se a qualidade e a oportunidade da ação. Efetividade: a situação objeto da intervenção foi alterada? Afere-se o impacto da ação. � PORQUE ELABORAR PROJETOS O projeto é o mapa de orientação Um projeto não é improvisado: é planejado (consistente, realista, bem dimensionado, focalizado e, portanto, tem credibilidade, maior possibilidade de ser eficiente, eficaz e efetivo) Um projeto responde a uma série de perguntas: qual é o problema que justifica a elaboração do projeto? qual é a situação atual do problema quais são as possíveis alternativas de intervenção? qual é a melhor alternativa? Por que? que resultados pretende-se obter? que atividades serão realizadas para alcançar cada produto do projeto quem executará o projeto? para quem? em que prazo? em quanto tempo? que recursos são necessários para desenvolver o projeto quanto custará? qual será a fonte de financiamento? quem será o gerente do projeto como se fará o monitoramento da sua execução como serão avaliados os resultados e os impactos provocados pelo projeto? Pré-requisitos para elaboração do projeto experiência prévia em projetos, no tema escolhido e na área geográfica onde o projeto será realizado contar com informação sobre fontes de financiamentos (requisitos, prazos,condições de pagamento) identificar os atores importantes a serem consultados e envolvidos Conteúdo do Projeto: passos para a elaboração Diagnosticar o problema Definir os objetivos Escolher alternativas de intervenção Definir a população alvo e cobertura Definir produtos e as atividades Estimar metas e definir indicadores Planejar o monitoramento e a avaliação Preparar o cronograma de atividades Identificar equipe de trabalho e suas funções Calcular custos e orçamento 1) Diagnosticar o problema: exame detalhado do problema ou necessidade sobre a qual o projeto atuará (coleta de dados, informações) causas do problema Efeitos provocados pelo problema Gravidade e dimensão do problema A quem atinge O que pensam as pessoas atingidas pelo problema As possibilidades de preveni-lo O que poderá acontecer caso o problema não seja solucionado Grupos relevantes para conduzir o desenvolvimento do projeto O principal resultado do diagnóstico é a delimitação do problema e a descrição de sua situação inicial. Árvore (ou diagrama) de problemas: recurso metodológico para organizar a informação surgida do diagnóstico Tronco: problema que será tratado pelo projeto Raízes: causas que provocam o problemaGalhos e folhas: efeitos ou repercussões deste problema na população 2) Definir Objetivos Tronco: objetivo específico do projeto Galhos e folhas: efeitos positivos que se buscará com o projeto Raízes: meios através dos quais se fará a intervenção nas causas do problema para transformá-lo Objetivo central não é a mera construção de um equipamento ou entrega de serviço refere-se a uma população definida ( a quem atingirá) refere-se a uma localização (onde vai acontecer) deve afirma de forma propositiva e clara o que se quer com o projeto Objetivo específico Não é a mera entrega de um produto, mas o impacto que ele produz, eliminando ou diminuindo o problema. Exemplo: o objetivo de um projeto não pode ser construir uma escola. A construção de uma escola é um resultado (produto) que, junto com outros, que permite elevar o nível de escolaridade dos alunos, que é o objetivo central do projeto 3) Definir Produtos Os produtos de um projeto (também chamados resultados ou componentes) são a operacionalização do objetivo central. São os bens ou serviços (obras, capacitação, bolsas de estudo, etc) que se realizam por meio do projeto para atingir o objetivo de alteração do problema. Os produtos enunciados devem ser preciso, quantificáveis, realistas e alcançáveis no tempo estabelecido Cada produto envolve uma série de atividades 4) Definir Metas e Indicadores: Metas: o que se deseja alcançar Indicadores: instrumentos de medição destinados a estabelecer as alterações, o resultado ou impacto de uma atividade, projeto ou programa. devem ser mensuráveis (quantificáveis) conceitualmente claros (significar o mesmo para todos) válidos (medem exatamente o que se propõe a medir) pertinentes (responder aos objetivos) oportunos (podem ser obtidos no momento da tomada de decisão sensíveis (refletem alterações na situação ou problema � Árvore (ou diagrama) de problemas: Um dos recursos metodológicos que podem ser utilizados para organizar a informação surgida na análise do problema (suas causas e efeitos) é a “Árvore de problemas”. É possível elaborar no projeto uma árvore de problemas, onde: - o tronco é o problema que será tratado pelo projeto - as raízes são as causas que provocam o problema - os galhos e as folhas serão as repercussões ou efeitos deste problema na população objetivo e na sociedade. O projeto atuará sobre as causas - raízes - do problema. A metodologia da árvore de problemas pode ser utilizada tanto em um pequeno grupo, como em reunião com uma comunidade. Ela é uma ferramenta útil para promover participação da população que será beneficiada pelo projeto. A delimitação do problema e do objetivo do projeto possibilita o debate, a troca de idéias, a busca de consenso e de uma visão comum sobre o que será tratado pelo projeto, assim como um engajamento de todos os envolvidos. Esse momento permite a participação e incorporação de atores diversos - técnicos, beneficiários, dirigentes, entidades parceiras. Como fazer: 1- A melhor forma para elaborar a árvore é começar por uma “chuva de idéias” sobre os problemas. Cada participante dá sua opinião a respeito e um coordenador (ou animador) anota em um painel ou quadro negro as sugestões que forem surgindo. 2- Em segundo lugar, o grupo realiza uma discussão das idéias que foram mencionadas. 3- Em seguida, com a ajuda do coordenador, o grupo constrói a árvore, utilizando fichas de cartolina de diversas cores ou tamanhos, que irão sendo pregadas no painel. Na ficha de tamanho maior se escreve o problema central (tronco) identificado pelos participantes. Em seguida, em fichas menores, se escrevem as causas que o provocam (e as sub-causas, se houver) (raízes). Por fim, se escrevem os efeitos do problema (galhos e efeitos) que os participantes do grupo vão identificando. Este exercício consiste não somente em identificar os problemas, mas também em classificá-los em ordem de importância e visualizar as relações de causa e efeito entre eles. Na ilustração a seguir apresentamos o esquema geral de uma árvore de problemas. Mais adiante será apresentada a árvore de problema do projeto-exemplo. Esquema geral da árvore de problemas O problema central: ( não é a falta de um equipamento ou serviço ( refere-se a uma população objetivo definida (a quem atinge) ( refere-se a uma localização definida (onde ocorre) � Observações importantes: 1- A princípio parece muito fácil chegar ao desenho da árvore, porém à medida em que o grupo discute, percebe-se o desafio que representa esta tarefa. Em geral são necessárias várias tentativas para ordenar os componentes da árvore, seja porque existem diferentes opiniões entre os participantes da discussão, seja porque são bastante complexas as relações de causa e efeito entre os problemas mencionados. Em geral as pessoas diretamente encarregadas de elaborar o projeto voltam várias vezes ao desenho da árvore, seja para corrigí-lo, seja para aperfeiçoá-lo, já que ao avançar na preparação do projeto podem tornar-se mais claras relações que não foram vistas inicialmente. 2- O problema central identificado não deve ser confundido com a falta de um serviço ou equipamento. Por exemplo, um problema central é o baixo nível de escolaridade das crianças e não a falta de escola. 3- A formulação do problema central requer mencionar onde ocorre e a quem atinge. Vantagens de utilizar a árvore de problemas: - é facil de realizar - favorece o trabalho coletivo e a discussão em grupo - permite identificar os efeitos mais imediatos e mais distantes de um problema - permite identificar as causas mais imediatas e mais distantes do problema - ajuda a visualizar as causas sobre as quais podemos atuar e selecionar as alternativas de solução para o problema Árvore de objetivos: A partir do mesmo recurso metodológico utilizado para a árvore de problemas, elabora-se uma árvore de objetivos. Nesta árvore: - o tronco é o objetivo específico do projeto; - os galhos e as folhas são os efeitos positivos que se buscará provocar com o projeto; - as raízes são os meios através do quais se intervirá nas causas do problema para transformá-lo Como fazer: Devem ser organizadas, em um painel ou quadro negro, fichas com temas surgidos a partir da chuva de idéias e da discussão do grupo. Neste momento as idéias são mais dirigidas do que na discussão sobre os problemas, pois o grupo já terá atingido um nível de consenso sobre o problema central e as relações entre causas e efeitos. 1- Em primero lugar, deve ser colocada a ficha com o objetivo a alcançar (tronco), afirmando em forma clara e propositiva o que queremos com o projeto; 2- Em seguida, são revisadas as causas da árvore de problemas e identificados os meios necessários para atuar sobre elas, que são escritos nas fichas e colocados como raízes da árvore de objetivos. O mesmo se faz com os efeitos negativos mencionados na árvore de problemas, que deverão ser analisados em termos positivos, isto é, buscando ver quais serão os fins atingidos (galhos e folhas) quando se atua sobre as causas do problema. A seguir se apresenta um desenho básico da árvore de objetivos de um projeto. Esquema geral da árvore de objetivos � Enfoque do Marco Lógico I. A matriz lógica de planejamento: resume a informação de um projeto de intervenção social e descreve, de modo operacional, seus aspectos mais importantes, permitindo verificar se a intervenção foi formulada corretamente, facilitando seu monitoramento e proporcionando uma avaliação satisfatória; é um instrumento que permite estabelecer relações entre os elementos essenciaisdo projeto, oferecendo a informação necessária para a análise da sua consistência interna. Permite apresentar de uma forma lógica e de fácil visualização os elementos básicos, revelando contradições, lacunas e equívocos do projeto; é um exercício de análise que permite apresentar os objetivos, produtos e atividades de um projeto e suas relações causais. Contribui para distinguir sem ambigüidades os objetivos e os meios para alcançá-los; utilizado em um enfoque integrado no desenvolvimento das diferentes fases do ciclo de um projeto, a matriz lógica contribui para melhorar a gestão do mesmo, já que permite o contraste contínuo e a análise integral e rápida do estado da intervenção em vários momentos ou fases. Fases do ciclo de projeto em que a Matriz Lógica é usada: elaboração: organiza a apresentação dos elementos principais do projeto, ajuda a testar a sua consistência e facilita a avaliação pela instituição que seleciona e financia; execução e monitoramento: é utilizada como um guia para a verificação do cumprimento da programação proposta e do alcance dos produtos; avaliação: orienta a análise da relação entre o alcance dos objetivos e o impacto provocado pelo projeto para a solução do problema. II. Composição da matriz: A matriz está formada por quatro colunas, que contêm: Resumo narrativo de objetivos a atividades (fim – propósito – produtos/componentes-atividades) Indicadores verificáveis objetivamente, com metas específicas a serem alcançadas Meios de verificação, especificando de onde se pode obter informação sobre os indicadores Supostos, fatores que estão fora do controle da unidade de execução do projeto e da entidade executora e que implicam riscos Indicadores verificáveis objetivamente Meios de verificação Supostos Fim Propósito Componentes/produtos Atividades � A lógica vertical da matriz: Indica o que o projeto ou programa pretende realizar e explicita as relações de causalidade entre níveis de objetivos e as incertezas ou riscos para o desenvolvimento da intervenção. A primeira coluna a esquerda da matriz lógica contem a cadeia de causalidade, isto é, as hipóteses de relações de causa efeito: utilizando os insumos para realizar certas atividades, serão obtidos determinados componentes ou produtos. Estes, por sua vez, sendo alcançados satisfatoriamente permitirão atingir o propósito ou objetivo central do programa. Ao atingir este propósito, o programa estará contribuindo para um objetivo mais amplo ou objetivo superior, ou fim. Objetivo superior / fim Impacto que o programa contribui a gerar. Existem outras intervenções ou programas que também contribuem para atingir este objetivo. objetivo central / proposito Efeito ou alteração provocado pelo programa na situação inicial dos beneficiários e que justifica a existência do programa. Componentes / produtos Bens e/ou serviços que o programa produz e os que entrega aos beneficiários. São resultantes das atividades executadas. ATividades Ações que transformam os insumos em produtos / componentes A realização de cada um destes níveis de objetivos pode supor o cumprimento de certas premissas ou supostos (fatores externos) Para estruturar a coluna de objetivos do programa (lógica vertical), é indispensável haver definido com clareza o problema central que será enfrentado com a execução do programa. Objetivo geral do projeto (ou Fim, ou objetivo superior): define como o programa ou projeto contribuirá, a longo prazo, para a melhora na situação da população objetivo e solução do problema identificado. Não implica que o programa seja suficiente para atingir este fim. Objetivo central do projeto (ou propósito do projeto): anuncia em forma clara e concisa qual é a alteração se espera que o programa provoque na situação inicial dos beneficiários. Trata-se da indicação do efeito positivos duradouros provocados pelo programa nos beneficiários efetivos. Representa a mudança que o projeto provoca. Tal efeito ou mudança se alcança depois de completada a execução do projeto. A obtenção desta alteração permitirá considerar que o programa teve êxito, isto é, alcançou seu objetivo central ou propósito. Componentes ou produtos: são os resultados que se produzem durante a execução do projeto. São resultados específicos, tais como obras, serviços, estudos, capacitação, que são produzidos pelo executor com orçamento previsto. Cada um dos componentes deve ser necessário e todos juntos devem ser suficientes para alcançar o propósito. Se todos os componentes são produzidos de maneira adequada, se alcançará o propósito. Os componentes devem ser colocados como resultados ou produtos finais: escolas completadas, rodovias prontas, estudos terminados, casas construídas; alunos egressos; sistemas instalados; pessoal de saúde treinado, etc. Um componente é um bem ou serviço dirigido ao beneficiário final ou, em alguns casos, dirigido a beneficiários intermediários. Não é uma etapa no processo de produção do componente Atividades: são as ações que devem ser realizadas para obter cada um dos resultados; requeridas para produzir os componentes planejados. As atividades são apresentar na matriz lógica agrupadas por componente ou produto. A lógica horizontal da matriz No sentido horizontal, a matriz deve mencionar de forma precisa a medição dos efeitos do projeto, especificando indicadores chave e fontes de verificação dos mesmos. Indicadores objetivamente verificáveis No sentido horizontal a matriz define as metas a serem obtidas para cada nível do programa (atividade, componente e objetivos). Tais metas são estabelecidas utilizando indicadores, que são critérios de qualidade, quantidade e tempo para o alcance de cada um destes níveis de desempenho. Os indicadores identificarão a evidência que demonstra o alcançado em cada nível. Permitem medir se o objetivo foi alcançado; mostram como pode ser medido o êxito de um projeto Os indicadores de propósito medem o efeito direto (benefícios para os usuários) depois da execução do projeto. Os indicadores de componentes indicam que foram atingidos os produtos planejados. Meios de Verificação Esta coluna contém referência às fontes de dados onde podem ser obtida informação sobre a situação, comportamento ou desempenho de cada indicador durante a execução do projeto. Os que desenham os projetos devem identificar fontes ou fazer arranjos especiais para recolher informação, possivelmente como atividade do projeto, com seu custo correspondente. Onde obtemos evidência sobre os resultados atingidos em cada nível de objetivos e desempenho do programa ou projeto? Quais são os dados requeridos? Fontes secundárias: dados recolhidos regularmente e com freqüência são publicados. Fonte menos custosa, embora os dados possam requerer tabulação ou processamento para serem aplicados à população objetivo. Fontes primárias: se não há fonte secundária, temos que considerar coleta ou geração de dados. É fundamental definir quem financia essa coleta; se for o projeto, isso deve estar especificado no orçamento e atividades, devendo ser considerada freqüência da coleta da informação. Quem fará a coleta? Será a entidade executora? Outra agência? Que quantidade de informação é requerida? Supostos, premissas ou fatores externos: Esta coluna inclui as condições externas ao programa, não controladas diretamente por ele, que são imprescindíveis para obter o êxito esperado, em cada um dos níveis de objetivos. Correspondem a acontecimentos, decisões ou condições que devem ocorrer para que se obtenham os distintos níveis de objetivos. O enfoque do Marco Lógico requer que sejam identificados riscos em cada nível: atividades, componentes, propósito e fim. Este risco se expressa na matriz lógica como um suposto que deve ocorrer, como uma condição que deve verificar-se para que seja atingidos os distintos níveis da coluna de objetivos. Supostos ou riscosse definem como estando fora do controle da gerência ou da entidade executora. Mas esta pode levar adiante atividades que aumentem a probabilidade dos supostos ocorrerem. A equipe deve se perguntar o que pode falhar em cada nível. Nas atividades podem faltar recursos ou estes chegarem fora do tempo, poderia haver mudança na prioridade do governo, uma greve, uma desvalorização monetária. Devem ser incluídos os supostos mais importantes. No desenho, essa coluna ajuda a identificar riscos que poderiam ser evitados através da inclusão de atividades adicionais e componentes do projeto. Se um suposto é crítico, mas a possibilidade de que ocorra é baixa, e não há atividade ou componente que poderiam reduzir a probabilidade de que ocorram, a equipe poderia concluir que é um projeto arriscado e que deveria ser abandonado, por ter um suposto fatal. Um projeto bem manejado é aquele no qual os riscos são manejados. Nomenclatura da Matriz Lógica por diversas instituições BID (1) GTZ (Método ZOPP) (2) CEPAL (3) COMISSão da Comu-nidade Européia (4) Fin Objetivo superior Objetivo geral Objetivo geral Propósito Objetivo do projeto Objetivo de impacto Objetivo específico Componentes Objetivos de resultados Objetivos de produtos Resultados Atividades Atividades Atividades Atividades Fontes: 1 - Banco Interamericano de Desarrollo. Evaluación: una herramienta de gestión para mejorar el desempeño de los proyectos. Marzo de 1997. 2 - VERA, Pamela, Guía metodológica para la evaluación ex-post de proyectos. ILPES, Santiago, Enero de 1997. 3 - CEPAL/OEA/CENDEC. Manual Formulação, avaliação e monitoramento de projetos sociais. Santiago, 1997 4 - Comisión de las Comunidades Europeas. Manual Gestión del ciclo de un proyecto. Febrero de 1993. � Árvore de objetivos: A partir do mesmo recurso metodológico utilizado para a árvore de problemas, elabora-se uma árvore de objetivos. Nesta árvore: - o tronco é o objetivo específico do projeto; - os galhos e as folhas são os efeitos positivos que se buscará provocar com o projeto; - as raízes são os meios através do quais se intervirá nas causas do problema para transformá-lo Como fazer: Devem ser organizadas, em um painel ou quadro negro, fichas com temas surgidos a partir da chuva de idéias e da discussão do grupo. Neste momento as idéias são mais dirigidas do que na discussão sobre os problemas, pois o grupo já terá atingido um nível de consenso sobre o problema central e as relações entre causas e efeitos. 1- Em primero lugar, deve ser colocada a ficha com o objetivo a alcançar (tronco), afirmando em forma clara e propositiva o que queremos com o projeto; 2- Em seguida, são revisadas as causas da árvore de problemas e identificados os meios necessários para atuar sobre elas, que são escritos nas fichas e colocados como raízes da árvore de objetivos. O mesmo se faz com os efeitos negativos mencionados na árvore de problemas, que deverão ser analisados em termos positivos, isto é, buscando ver quais serão os fins atingidos (galhos e folhas) quando se atua sobre as causas do problema. A seguir se apresenta um desenho básico da árvore de objetivos de um projeto. Esquema geral da árvore de objetivos F I N S Objetivo central M E I O S E F E I T O S Problema central C A U S A S F I N S Objetivo central M E I O S
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