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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * Cláudio de Oliveira Santos Colnago Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais – FDV Teoria da Constituição UNIDADE III – AS DIVERSAS ABORDAGENS DO FENÔMENO CONSTITUCIONAL * * * Conteúdo da Unidade Constituição em sentido sociológico. Constituição em sentido político. Constituição em sentido jurídico. Superioridade hierárquica da norma constitucional. Classificação das Constituições. * * * Constituição Constituição como fenômeno cultural: não há Constituição sem o ser humano. Conseqüência: Multiplicidade de formas de se encarar o fenômeno constitucional. * * * Concepção Sociológica Conferência em Berlim: 1862 Busca pela essência de uma Constituição Diz Lassalle: “todos os povos sempre tiveram uma Constituição”. Ferdinand Lassalle * * * Concepção Sociológica Lassalle sustentava a existência de duas “Constituições”. A primeira seria a chamada “Constituição - folha de papel”. A segunda seria a chamada “Constituição – fatores reais de poder”. * * * Folha de Papel Documento que contém normas fundamentais de organização do Estado e da Sociedade. Não se trata, segundo Lassalle, de uma “verdadeira” Constituição. * * * Folha de Papel Caso do incêndio: destruição de todas as normas escritas. Isso faria com que o Legislador criasse normas sem nenhum parâmetro de limitação? * * * Concepção Sociológica Para Lassalle, a resposta seria negativa. Motivo: uma Constituição é muito mais do que uma folha de papel, visto que ela é criada pela sociedade. A sociedade, por sua vez, contém regras próprias e não escritas acerca de sua organização. Tais regras são chamadas de “fatores reais do poder”. * * * Fatores Reais de Poder “Os fatores reais do poder que atuam no seio de cada sociedade são essa força ativa e eficaz que informa todas as leis e instituições jurídicas vigentes, determinando que não possam ser, em substância, a não ser tal como elas são". "Esse é, em síntese, em essência, a Constituição de um país: a soma dos fatores reais do poder que regem uma nação". * * * Concepção Sociológica Para Lassalle os “Fatores Reais do Poder” sempre estariam acima da “Folha de papel”. Assim, uma Constituição escrita que pretendesse mudar o status quo estaria fadada à ineficácia. Somente seria efetiva uma Constituição escrita que estivesse de acordo com os fatores reais do poder. * * * Exemplo * * * Exemplo Constituição de 1967 e Regime Militar pós-1964 * * * Crítica a Lassalle Konrad Hesse * * * Konrad Hesse Aula inaugural – Universidade de Freiburg – Alemanha – 1959. Embate entre “Constituição jurídica” e “Constituição real” nem sempre tem a última como vencedora. “Vontade de Constituição” versus “Vontade de poder”. * * * Konrad Hesse “A Constituição não configura, portanto, apenas a expressão de um ser, mas também de um dever-ser”. “Constituição real e Constituição jurídica estão em uma relação de coordenação”. Constituição jurídica: pretensão de eficácia, que leva à sua força normativa. * * * Concepção Política A Constituição seria uma “decisão política fundamental”. Ao editar um documento e chamá-lo de Constituição, o povo positiva dois fenômenos Constituição Leis Constitucionais Carl Schmitt * * * Concepção Política Somente a “decisão política fundamental” seria a “verdadeira” Constituição. Decisão política fundamental: forma de governo, exercício do Poder e direitos fundamentais. Tudo o que não fosse “decisão política fundamental” mas que estivesse no texto da Constituição seria Lei Constitucional. * * * Concepção Jurídica Constituição como realidade normativa = dever-ser Dualidade de concepções da Constituição como “dever-ser”: Lógico-jurídica Jurídico-positiva HANS KELSEN * * * Concepção Jurídica Constituição em sentido lógico-jurídico: norma hipotética fundamental, pressuposta, que confere validade a todo o sistema jurídico. Constituição em sentido jurídico-positivo: conjunto de normas postas que estabelecem o procedimento de edição de todas as demais normas do sistema. * * * Concepções Qual destas concepções é a mais adequada? Resposta: Todas aos mesmo tempo! A Constituição é um fenômeno complexo e pressupõe seu estudo sob um enfoque sociológico, político e jurídico. * * * Supremacia Constitucional * * * Supremacia Constitucional Características da Constituição como “Lei Suprema”: Autoprimazia normativa Fonte primária de produção jurídica * * * Supremacia Constitucional Autoprimazia normativa: Normas constitucionais não dependem de outras normas para terem validade. Pressuposto: produção democrática do texto constitucional – reflexo dos anseios sociais. * * * Supremacia Constitucional Fonte primária de produção jurídica: Fundamenta a validade de todas as demais normas do sistema Orienta a forma e o conteúdo das normas ordinárias Converte o direito ordinária em “direito constitucional concretizado”. * * * Classificação das Constituições Critérios de classificação: Eficácia: normativas, nominais ou semânticas Forma: escritas ou costumeiras. Distribuição: codificadas ou esparsas. - Conteúdo: materiais ou formais. - Origem: promulgadas ou outorgadas. - Elaboração: dogmáticas ou históricas. - Estabilidade: imutáveis, rígidas, flexíveis e semi-rígidas. - Extensão: sintéticas ou analíticas. * * * Critério: eficácia Normativas Conseguem implementar a maior parte de suas disposições Nominais Não conseguem implementar a maior parte de suas disposições Semânticas Servem somente como fachada para camuflar as relações de poder – não há sequer pretensão de torná-la efetiva * * * Critério: forma Constituições Escritas. Constituições Costumeiras. * * * Critério: distribuição Constituições Codificadas. Um único texto constitucional. Constituições Esparsas. Vários textos em conjunto que formam o “bloco de constitucionalidade”. * * * Critério: conteúdo Constituições Formais. Conteúdo consiste em normas formalmente e materialmente constitucionais. Constituições Materiais/Substanciais. Conteúdo consiste somente em normas materialmente constitucionais. * * * Critério: origem Constituições Promulgadas. Constituições geradas por um processo democrático e independente, em que é garantida a manifestação da vontade do povo por representantes eleitos. Constituições Outorgadas. Constituições geradas por um processo não-democrático, normalmente impostas por ditaduras ou governos arbitrários. * * * Critério: elaboração Constituições Dogmáticas. Aprovadas seguindo uma ideologia determinada, representando um “retrato” do momento político de sua elaboração. Constituições Históricas. Formadas através de processo dialético e histórico de lentas evoluções e involuções. * * * Critério: estabilidade Constituições Imutáveis. Constituições Rígidas. Constituições Flexíveis. Constituições Semi-rígidas. * * * Critério: estabilidade Constituições Imutáveis. Não permitem qualquer alteração. Constituições Rígidas. Permitem alterações através de processo qualificado, mais difícil do que o processo de aprovação das leis ordinárias. * * * Critério: estabilidade Constituições Flexíveis Permitem modificação pelo mesmo processo de modificação da legislação ordinária. Constituições Semi-Rígidas. Combinação das Constituições Rígidas com as Flexíveis: alguns dispositivos somente podem ser alterados pelo processo especial. Os demais, pelo processo de legislatura ordinária. * * * Critério: extensão Constituições Sintéticas. Constituições curtas, que estatuem somente poucas normas sobre a organização do Estado e os direitos fundamentais. Constituições Analíticas. Constituições extensas, que visam regular todo e qualquer fato da vida através da Constituição.
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