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Aula 01 Legislação Penal e Processual Penal Especial p/ Polícia Civil-GO (Agente) Professores: Marcos Girão, Paulo Guimarães Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 92 AULA 01: Crimes hediondos. Contravenções penais. Lei 12.037/2009 (Identificação Criminal). Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram o cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) SUMÁRIO PÁGINA 1. Lei nº 8.072/90 (Crimes Hediondos) 2 2. Decreto-Lei nº 3.0688/1941 (Contravenções penais) 8 3. Lei 12.037/2009 (Identificação Criminal) 27 4. Resumo do Concurseiro 34 5. Questões comentadas 52 6. Questões sem comentários 78 Olá, futuro policial civil! Nossa missão hoje é estudar três leis diferentes. Não vamos ter muito tempo, não é mesmo!? - Bons estudos! 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 92 1. LEI Nº 8.072/90 (CRIMES HEDIONDOS) Um crime é qualificado como hediondo porque é considerado muito grave, repugnante, aviltante. O legislador entendeu que esses crimes merecem uma maior reprovação por parte do Estado. Os crimes hediondos estão no topo da pirâmide da desvaloração axiológica criminal. São os crimes que causam mais aversão à sociedade. A Constituição da República menciona os crimes hediondos no art. 5º, XLIII. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; A prática de tortura, o tráfico de drogas e o terrorismo são mencionados especificamente pela Constituição. Esses são considerados crimes equiparados a hediondos. Axiologicamente, não há nenhuma diferença entre eles, mas Lei nº 8.072/1990, bem como a própria Constituição, mencionam esses crimes separadamente, de forma que não fazem parte do conjunto dos crimes hediondos, apesar de terem muitas vezes o mesmo tratamento. Os crimes hediondos e os crimes equiparados a hediondos são inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. A Lei dos Crimes Hediondos menciona ainda, em seu art, 2º, a impossibilidade de concessão de indulto: 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 92 Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto; II - fiança. A graça, o indulto e a anistia são formas de extinção da punibilidade. Anistia é o ato do Poder Legislativo por meio do qual se extinguem as consequências de um fato que em tese seria punível e, como resultado, qualquer processo sobre ele. É uma medida ordinariamente adotada para pacificação dos espíritos após motins ou revoluções. A graça, diferentemente, é concedida a pessoa determinada, enquanto o indulto tem caráter coletivo. Ambos, porém, somente podem ser concedidos por ato do Presidente da República, sendo possível a delegação dessa competência a Ministro de Estado, ao Advogado-Geral da União ou ao Procurador-Geral da República. A redação original do inciso II do art. 2º vedava também a concessão de liberdade provisória nos casos de crimes hediondos e equiparados. Você pode notar, entretanto, que a Constituição não fez qualquer menção à restrição da liberdade do acusado por tais crimes. Pelo contrário, o teor do art. 5º, LXVI, é no sentido de que ³QLQJXpP�GHYH�VHU�OHYDGR�j�SULVmR�RX�QHOD�PDQWLGR��TXDQGR�D�OHL�DGPLWLU� D� OLEHUGDGH� SURYLVyULD�� FRP� RX� VHP� ILDQoD´�� )RL� SRU� HVVD� UD]mR� TXH� R� dispositivo foi alterado em 2007, e hoje os crimes hediondos e equiparados são inafiançáveis, mas o acusado apenas pode ter sua liberdade restringida cautelarmente quando houver decisão judicial fundamentada, e apenas nos casos previstos em lei (art. 312 do CPP). Mas quais são os crimes hediondos? 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 92 Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); I-A - lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). VII-A ± (VETADO) VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 92 Antes da alteração sofrida pelos incisos V e VI em 2009, havia uma grande discussão doutrinária acerca da inclusão ou não do estupro (e atentado violento ao pudor) em suas formas qualificadas no rol dos crimes hediondos, pois os dispositivos mencionados apenas tratavam do caput dos artigos correspondentes do Código Penal. Hoje você pode notar que os dispositivos tratam do caput e dos parágrafos do art. 213. CRIMES HEDIONDOS CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS Homicídio por grupo de extermínio, e homicídio qualificado Tortura lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte, quando praticadas contra autoridade ou agente das Forças Armadas e polícias. Latrocínio Extorsão qualificada pela morte Extorsão mediante sequestroe na forma qualificada Tráfico de Drogas Estupro simples e de vulnerável Epidemia com resultado morte Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais Terrorismo Genocídio Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 92 Já houve muita controvérsia na Doutrina acerca da possibilidade de progressão de regime do condenado por crime hediondo. Com as alterações legislativas que sofreram os parágrafos do art. 2º, a discussão foi sepultada de uma vez por todas. § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. É interessante também saber que o juiz deve decidir fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade, caso haja condenação. A redação anterior do §1º era de que a pena seria cumprida integralmente em regime fechado. O §1º foi recentemente declarado inconstitucional pelo STF, em sede de controle difuso, no julgamento do HC 111840. Abaixo transcrevo trecho da ementa do julgado. Ordem concedida tão somente para remover o óbice constante do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, com a redação dada pela Lei nº 11.464/07, o qual determina que ³>D] pena por crime previsto neste DUWLJR� VHUi� FXPSULGD� LQLFLDOPHQWH� HP� UHJLPH� IHFKDGR³�� Declaração incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado. Recomendo que você tome bastante cuidado ao responder uma eventual questão de prova sobre esse tema, pois a banca pode ainda 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 92 não ter incorporado a nova Jurisprudência. Cuidado também com expressões que façam menção diretamente à lei. Essas são as tais ³TXHVW}HV�EOLQGDGDV´� É possível a progressão de regime do condenado por crime hediondo, sendo possível quando se der o cumprimento de 2/5 da pena (apenado primário), ou de 3/5 (reincidente). A Lei dos Crimes Hediondos determina que a pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado. Todavia, o STF já declarou este dispositivo constitucional em sede de controle difuso. Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. O art. 288 do Código Penal diz respeito ao crime de quadrilha ou bando. Quando a quadrilha ou bando tiver por objeto a prática de crimes hediondos ou equiparados a hediondos, haverá aumento de pena: a pena cominada pelo CP é de reclusão de 1 a 3 anos, enquanto, neste caso, será de reclusão de 3 a 6 anos. Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. O parágrafo único traz mais uma hipótese de delação premiada, aqui chamada de traição benéfica. É importante que você compreenda que, quanto a crimes hediondos, a delação premiada 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 92 somente se aplica quando houver quadrilha ou bando, formada especificamente para o fim de cometer crimes hediondos ou equiparados. Caso um participante da quadrilha ou bando denuncie o grupo às autoridades, levando ao seu desmantelamento, sua pena será reduzida de 1 a 2 terços. Um aspecto encarado pela Doutrina é o que diz respeito à prova do desmantelamento da quadrilha ou bando. Obviamente é muito difícil fazer essa comprovação, e nada impede que, mesmo que todos os componentes sejam presos, eles voltem a reunir-se no futuro para a prática dos mesmos crimes. O Poder Judiciário deve, portanto, encarar com parcimônia o dispositivo legal. DELAÇÃO PREMIADA NOS CRIMES HEDIONDOS TRAIÇÃO BENÉFICA - Apenas quando houver quadrilha ou bando formado especificamente para a prática de crimes hediondos ou equiparados a hediondos; - O participante ou associado da quadrilha ou bando precisa denunciá-la às autoridades, possibilitando seu desmantelamento; - A pena será reduzida de um a dois terços. 2. DECRETO-LEI Nº 3.0688/1941 (CONTRAVENÇÕES PENAIS) A infração penal é gênero, do qual são espécies os crimes e as convenções penais. A Doutrina traz outros sistemas de classificação, mas eles não são relevantes para sua prova. Do ponto de vista material, não há diferença entre crimes e contravenções. A Doutrina aponta como principal diferença a gravidade da conduta, ou, ainda, a natureza e quantidade da pena aplicável. Além da Lei das Contravenções Penais, há previsão de contravenções em leis especiais, a exemplo do Código Eleitoral e da Lei nº 8.245/1991 (Lei do Inquilinato). 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 92 As Contravenções Penais são, em regra, consideradas infrações de menor potencial ofensivo, e por isso submetem-se ao rito da Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais). O art. 109 da Constituição Federal, que trata da competência da Justiça Federal, não contempla o julgamento de contravenções penais. Estas, portanto, são sempre julgadas no âmbito estadual, ainda que atinjam bens, serviços e interesses da União. A exceção fica por conta do contraventor que goze de prerrogativa de foro perante a Justiça Federal. Se um Juiz Federal, por exemplo, praticar contravenção, ele deve ser julgado pela Justiça Federal. Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que a presente lei não disponha de modo diverso. Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Aplica-se às Contravenções Penais, subsidiariamente, as disposições do Código Penal e as do Código de Processo Penal. Também é aplicável a Lei nº 9.099/1995, uma vez que as contravenções penais são, em regra, infrações penais de menor potencial ofensivo. De acordo com a Jurisprudência dos Tribunais Superiores, não é possível extradição de estrangeiro por Contravenção Penal praticada no Brasil, pois o Estatuto do Estrangeiro só permite a extradição em razão de prática de crime, não fazendo qualquer menção às contravenções penais. Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. A inadmissibilidade da tentativa nas contravenções penais foi uma opção do legislador, e trata-se de medida de política criminal. Atenção aqui, pois já houve várias questões de concursos anteriores sobre esse tema. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 92 Não é punívela tentativa de contravenção penal. Art. 5º As penas principais são: I ± prisão simples. II ± multa. Esta é outra questão boba que já apareceu em provas várias vezes. As penas aplicáveis diante da prática de contravenção penal são diferentes daquelas previstas para os crimes. Não há reclusão e nem detenção, mas apenas multa e prisão simples. Quanto à multa, a lei prevê a possibilidade de sua conversão em prisão, mas isso não é mais possível, de acordo com o art. 51 do Código Penal. Hoje a multa é considerada dívida de valor, e, se não for paga, deve ser executada pela Fazenda Pública. A prisão simples tem sua aplicação limitada ao prazo máximo de 5 anos, e é aplicada de acordo com as regras do Código Penal, com as seguintes diferenças: a) Cumprimento da pena em regime aberto e semi-aberto; b) Obrigatoriedade de estabelecimento prisional especial ou, ainda, área especial da prisão comum; c) A separação obrigatória dos contraventores em relação aos presos condenados à reclusão ou detenção; d) No caso de prisão até 15 dias, o trabalho é facultativo; e) Se preso por tempo superior a trinta dias, o trabalho do preso será obrigatório; f) O tempo máximo de prisão é de 5 anos. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 92 As penas aplicáveis no caso de contravenções penais são a prisão simples e a multa. A Lei das Contravenções penais contém ainda a previsão de penas acessórias, mas a Doutrina é praticamente unânime no sentido de que o dispositivo foi tacitamente revogado pela reforma geral do código penal de 1984, visto que, um dos temas da reforma foi a abolição das penas acessórias do nosso ordenamento jurídico, convolando-as em efeitos da condenação. Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. A contravenção penal no estrangeiro não gera reincidência no Brasil, entendimento consoante ao disposto no art. 2º da Lei de Contravenções Penais. A ignorância da lei é definida como desconhecimento da existência da lei ± isso é o erro de direito. O Código Penal não libera essa hipótese, considerando o desconhecimento da lei inescusável. A disposição da Lei de Contravenções Penais, entretanto, é aplicável, pois nesse caso o erro de direito autoriza a aplicação do perdão judicial. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 92 Quanto à errada compreensão da lei ± erro de proibição ± pode-se dizer que o art. 8º da Lei de Contravenções Penais está tacitamente revogado pelo art. 21 do Código Penal. Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. Este é outro item que já foi cobrado em provas anteriores. A ação penal nas contravenções é pública e incondicionada, não sendo necessária qualquer manifestação do ofendido. A ação penal nas contravenções é pública e incondicionada, não sendo necessária qualquer manifestação do ofendido. A parte especial da Lei das Contravenções Penais é a que se dedica à tipificação das condutas. Reproduzi abaixo as contravenções, divididas da forma como a própria Lei faz, adicionadas dos comentários pertinentes. CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da autoridade, arma ou munição: Pena ± prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitui crime contra a ordem política ou social. O tema hoje é objeto do Estatuto do Desarmamento. Muitos doutrinadores entendem que o art. 18 continua em vigor no que se refere às armas brancas. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 92 Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade: Pena ± prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou ambas cumulativamente. § 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi condenado, em sentença irrecorrível, por violência contra pessoa. § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição: a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o determina; b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a tenha consigo; c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la. Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto: Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não constitui crime. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. Vias de fato são agressões sem dolo de lesionar e sem causar lesões, a exemplo de empurrões, bofetadas, tapas, etc. Trata-se de hipótese de subsidiariedade expressa, logo, somente sendo aplicável, se o fato não constituir crime e, por conclusão, a Contravenção Penal sempre será absorvida por crimes. O parágrafo único foi acrescentado pelo Estatuto do Idoso. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 92 Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental: Pena ± multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. § 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais. § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, internada. Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de quem de direito: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de crime de furto: Pena ± prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Gazua é uma chave falsa, um instrumento utilizado para arrombar fechaduras. Art. 25. Ter alguém em seu poder, depoisde condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou Há que se atentar para o sujeito ativo, indicado como o condenado definitivo por furto ou roubo, o vadio ou, ainda, o 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 92 quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima: Pena ± prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil réis a dois contos de réis. mendigo. A menção ao vadio e ao mendigo devem ser consideradas inconstitucionais, pois no nosso sistema não é mais admitida a presunção de periculosidade dessas pessoas. Art. 26. Abrir alguém, no exercício de profissão de serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela: Pena ± prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso. A matéria hoje é tratada pelo Estatuto do Desarmamento, devendo o art. 28 ser considerado revogado, pois a conduta atualmente configura crime. Apenas permanece vigente a tipificação da conduta de queimar fogos de artifício. A conduta de causar deflagração perigosa hoje é tipif icada pelo Estatuto do Desarmamento, e soltar balão aceso é considerado crime ambiental. Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 92 execução, dar-lhe causa: Pena ± multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitui crime contra a incolumidade pública. Art. 30. Omitir alguém a providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe: Pena ± multa, de um a cinco contos de réis. Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso: Pena ± prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa inexperiente; b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia; c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. Só há o crime se a omissão ocorre em relação à animal perigoso, ou seja, aquele animal capaz de causar danos ou ferimentos. $� H[SUHVVmR� ³animal de tiro´� está relacionada ao animal que transporta veículos. Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em aguas públicas: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. A parte do dispositivo que trata da direção de veículo automotor foi derrogada pelo Código de Trânsito Brasileiro. O restante, que trata da condução inabilitada de embarcação, continua em vigor. Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em Hoje o Código de Trânsito Brasileiro tipifica 3 crimes diferentes relacionados à direção 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 92 perigo a segurança alheia: Pena ± prisão simples, de quinze das a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis. perigosa de veículo automotor, mas o STF já decidiu que o art. 34 da LCP continua em vigor, pois há outras formas de direção perigosa não abrangidas pelo CTB. Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos, fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes: Pena ± prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes; b) remove qualquer outro sinal de serviço público. Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguém: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguém. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 92 Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reúnam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da associação: Pena ± prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. § 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de caráter secreto. § 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação. Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato não constitui infração penal mais grave; Pena ± prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. A lei prevê duas condutas distintas: provocar tumulto, cuja caracterização não depende de análise da finalidadedo agente; e portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, desde que em algum dos lugares expressamente elencados pelo legislador. Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto: Pena ± prisão simples, de quinze dias a seis 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 92 meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheios: I ± com gritaria ou algazarra; II ± exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III ± abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV ± provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. O STF já decidiu que só há contravenção penal se a perturbação atingir um número considerável de pessoas. Se ocorrer poluição sonora em níveis prejudiciais à saúde humana, haverá crime ambiental. CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. No Brasil, a moeda tem curso forçado. Isso significa que seu recebimento é obrigatório, não sendo possível ao comerciante trabalhar exclusivamente com outras formas de pagamento. Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 3RU� HVVD� UD]mR� R� ³GLQKHLUR� GH� EULQFDGHLUD´� sempre é fabricado em tamanhos diferentes, ou conta com grandes carimbos ou sinais indicando que não vale comercialmente. Art. 45. Fingir-se funcionário público: Pena ± prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de réis. Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 92 seja regulado por lei. Pena ± multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração penal mais grave. CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 47. Exercer prof issão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Só haverá contravenção se a prof issão for regulamentada. Caso contrário, o fato será atípico. Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros: Pena ± prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos de réis. Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de outra atividade: Pena ± multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis. CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele: Pena ± prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de A lei pune tanto o dono do local quanto o responsável pelo negócio. O funcionário que colabora com a efetivação do negócio no estabelecimento será considerado partícipe. O simples bolão de apostas, que toma proporções públicas, com um número indeterminado de pessoas participando, 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 92 decoração do local. § 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa do jogo pessoa menor de dezoito anos. § 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem é encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador. § 3º Consideram-se, jogos de azar: c) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte; b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas; c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. § 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público: a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa; b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar; c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar; d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino. caracteriza esta contravenção. O Jogo do Bicho, previsto no art. 58 da LCP, hoje é tratado pelo Decreto-Lei nº 6.259/1944. Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal: Pena ± prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis existentes no local. § 1º Incorre na mesma pena quem guarda, 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 92 vende ou expõe à venda, tem sob sua guarda para o f im de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de loteria não autorizada. § 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de bilhete, listas, cupões, vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio a obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra natureza. § 3º Não se compreendem na definição do parágrafo anterior os sorteios autorizados na legislação especial. Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio, bilhete de loteria, rifa ou tômbola estrangeiras: Pena ± prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco contos de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua guarda. para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação, bilhete de loteria estrangeira. Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria estadual em território onde não possa legalmente circular: Pena ± prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de um a três contos de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na circulação, bilhete de loteria estadual, em território onde não possa legalmente circular. Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria estrangeira:Pena ± prisão simples, de um a três meses, 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 92 e multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua guarda lista de sorteio de loteria estadual, em território onde esta não possa legalmente circular. Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de bilhetes, lista de sorteio, avisos ou cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela não possa legalmente circular: Pena ± prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de loteria, onde ela não possa legalmente circular: Pena ± prisão simples, de um a três meses, e multa, de cem a quinhentos mil réis. Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio, cinema, ou qualquer outra forma, ainda que disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes não seria legal: Pena ± multa, de um a dez contos de réis. Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração: Pena ± prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis. Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, aquele que participa da loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para Esse dispositivo foi derrogado pelo Decreto-Lei nº 6.259/1944, que passou a regulamentar especificamente as disposições sobre esta contravenção. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 92 terceiro. Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses. Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena. Existem muitas discussões sobre a constitucionalidade desta contravenção penal. O combate à ociosidade deve ser política de Estado, mas tornar a vadiagem conduta ilícita não é a melhor forma de estimular o trabalho. O exercício de ocupação ilícita, entretanto, continua sendo contravenção penal. É o caso, por exemplo, dos cambistas em shows e jogos de futebol. Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. A conduta pode ser praticada por meio de palavras, gestos ou outros atos. Haverá contravenção quando ocorrer em local público ou de acesso ao público. Não se confunde com o crime de ato obsceno (art. 233 do Código Penal), porque neste o agente pretende ser visto ou assume esse risco. Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de custódia e tratamento. Art. 63. Servir bebidas alcoólicas: I ± a menor de dezoito anos; II ± a quem se acha em estado de embriaguez; III ± a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais; A lei não determina que a conduta deva ser praticada em local específico para que haja contravenção. Há discussões acerca do crime tipificado no Estatuto da Criança e do Adolescente da conduta de vender, fornecer ou 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 92 IV ± a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequentar lugares onde se consome bebida de tal natureza: Pena ± prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. entregar ao menor substância que possa causar dependência. O STJ já decidiu que a contravenção continua aplicável, por ser mais específica, enquanto o crime do ECA estaria configurado quando fossem servidas outras substâncias entorpecentes que não o álcool. Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo: Pena ± prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis. § 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza em lugar público ou exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo. § 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público. Este tipo foi derrogado pela Lei nº 9.605/1998, que transformou a conduta em crime. Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovável: Pena ± prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente: I ± crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, desde que a ação penal não dependa de representação; II ± crime de ação pública, de que teve Este tipo é próprio: a contravenção somente pode ser praticada por servidor público (inciso I) ou por profissionais de saúde (inciso II). Se o agente tomou conhecimento do crime e não o denunciou, mas este era de ação penal privada, a conduta é atípica. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 92 conhecimento no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal: Pena ± multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Art. 67. Inumar ou exumar cadáver, com infração das disposições legais: Pena ± prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Inumar significa sepultar, enterrar. Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitui infração penal mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, faz declarações inverídicas a respeito de sua identidade pessoal, estado, profissão, domicílio e residência. Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal da União: Pena ± prisão simples, de três meses a umano, ou multa, de três a dez contos de réis, ou ambas cumulativamente. Esse monopólio atualmente é exercido por meio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 92 3. LEI 12.037/2009 (IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL) Agora estudaremos objetivamente a Lei n° 12.037/2009, que trata da identificação criminal do civilmente identificado. Essa lei regulamenta o inciso LVIII do art. 5° da Constituição Federal. Art. 5°, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei A regra, portanto, é que aquele que apresentou identificação civil não precise ser identificado criminalmente. Vamos agora estudar os detalhes e os casos em que a lei determina que se aja de forma diferente. A nova lei entrou em vigor substituindo a Lei n° 10.054/2000, que sempre recebeu severas críticas em alguns de seus dispositivos, sendo inclusive considerada inconstitucional por parte da Doutrina, principalmente por determinar a identificação criminal em virtude do cometimento de determinados crimes em detrimento de outros até mais graves. Analisaremos agora os principais dispositivos da nova lei. Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos: I ± carteira de identidade; II ± carteira de trabalho; III ± carteira profissional; IV ± passaporte; V ± carteira de identificação funcional; VI ± outro documento público que permita a identificação do indiciado. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 92 Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares. No Brasil não existe lei que obrigue a pessoa a identificar-se. Os doutrinadores, entretanto, são unânimes no sentido de que aquele que decide não se identificar deve estar pronto a assumir as consequências de tal decisão. A principal dessas consequências é a identificação criminal. A lista de documentos trazidas pelo dispositivo já foi cobrada em provas anteriores de forma bastante direta, incluindo aí o teor do parágrafo único, que diz respeito aos documentos de identificação militares. São válidos como documentos de identificação civil: - Carteira de Identidade; - Carteira de Trabalho; - Carteira Profissional; - Passaporte; - Carteira de identificação funcional; - Outro documento público que permita a identificação do indiciado. OBS: Os documentos de identificação militares são equiparados aos civis. Estando de posse de pelo menos um dos documentos mencionados no art. 2°, ninguém será, em geral, constrangido a sujar as PmRV� �³WRFDU�SLDQR´��RX�D� WLUDU� IRWRV�QD�'HOHJDFLD�GH�3ROtcia ± processo datiloscópico e fotográfico. Essa é a regra geral, mas o art. 3° trata das 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 92 hipóteses em que deve haver a identificação criminal mesmo quando o indivíduo esteja de posse de documento de identificação. Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I ± o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II ± o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III ± o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV ± a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V ± constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI ± o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado. Na antiga redação, o indiciado deveria submeter-se à identificação criminal, mesmo sendo identificado civilmente, somente pelo fato de ter cometido homicídio doloso, crime contra o patrimônio (se praticados mediante violência ou grave ameaça), crime de receptação qualificada, contra a liberdade sexual ou crime de falsificação de documento público. O fato de ter cometido determinado delito, por si só, não pode ser fundamento para submeter o acusado ao constrangimento da 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 92 identificação criminal. Tal dispositivo, da forma como estava redigido, foi por muitos considerado inconstitucional enquanto estava em vigor. Nas demais hipóteses, ou seja, quando o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; quando o documento for insuficiente para identificar o indiciado; quando o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes, perceba que haverá dúvida sobre a autenticidade do documento, ou, pelas suas condições, não seria possível identificar o acusado da conduta delituosa. O legislador autoriza ainda a identificação criminal quando esse procedimento for ³essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou GD�GHIHVD´� A nova redação traz, portanto, um conceito aberto. Quando a identificação criminal é indispensável à investigação? A essencialidade somente poderá ser analisada caso a caso, pelo magistrado, que deverá fazer o controle do ato, somente determinando a identificação em casos de extrema necessidade. Interessante que esse requerimento poderá ser feito também pela Defesa. Tal procedimento pode parecer estranho, mas não é. O procedimento pode servir, por exemplo, para comprovar a tese de negativa de autoria. Com a identificação criminal o advogado pode demonstrar que o indiciado é inocente, comprovando sua verdadeira identidade. Deverá ser realizada a identificação criminal, ainda, se ³FRQVWDU� GH� UHJLVWUos policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificaçmR�GRV�FDUDFWHUHV�HVVHQFLDLV´� Havendo registro de outros nomes ou se o estado de conservação do documento deixar dúvidas sobre a verdadeira identidade 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 92 do agente, a identificação torna-se necessária, até mesmo para que não haja dúvida sobre a real identidade do indiciado, evitando-se o constrangimento de imputar prática de crime a pessoa inocente. A identificação criminal do civilmente identificado pode ser realizada quando for essencialàs investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado. Caso haja excesso, deverá responder pela conduta a autoridade encarregada da identificação. Segundo Fernando da Costa Tourinho Filho, ³a identificação criminal é um procedimento usado para determinação da identidade e baseado no conjunto de dados e sinais que caracterizam o indivíduo, geralmente identificado pelas VDOLrQFLDV�SDSLODUHV�GRV�GHGRV´. Esse é o verdadeiro objetivo da identificação criminal: determinar a autoria do crime investigado, de forma adequada e certa, e não servir como forma de constrangimento policial em detrimento do indiciado que, muitas vezes, já se encontra preso. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 92 Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação. Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil genético. A identificação criminal, na maioria dos casos, é feita através da colheita de impressões digitais, além das fotografias. É possível, também a identificação pela arcada dentária e pelo exame de DNA, entretanto, pelo custo, na prática realiza-se o exame datiloscópico. A exceção a essa regra é o caso da identificação criminal considerada essencial para as investigações policiais, e autorizada pelo magistrado competente. Nesse caso, determina o parágrafo único do art. 5° que deve também ser colhido material biológico para fins de obtenção do perfil genético. Esse nada mais é que o conhecido exame de DNA. O perfil genético será armazenado em banco de dados para tal finalidade, gerido por unidade oficial de perícia criminal. Esses dados são sigilosos, e a própria Lei n° 12.137/2009 determina que quem permitir ou promover sua utilização para fins impróprios deve responder civil, penal e administrativamente. Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Essa dispositivo tem o escopo de preservar a identificação do indiciado da mídia sensacionalista e de populares exaltados, ou de 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 92 qualquer outro prejuízo (perda de emprego, por exemplo), enquanto não houver o trânsito em julgado de sentença condenatória. Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua identificação civil. Art. 7o-A A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito. O réu ou indiciado pode requerer a retirada das fotos dos autos, desde que apresente sua identificação civil. O art. 7° não trata, entretanto, da identificação datiloscópica, enquanto o art. 7°-A determina expressamente que o perfil genético que tenha sido armazenado em banco de dados continuará disponível até que tenha prescrevido o delito investigado. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 92 4. RESUMO DO CONCURSEIRO CRIMES HEDIONDOS CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS Homicídio por grupo de extermínio, e homicídio qualificado Tortura lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte, quando praticadas contra autoridade ou agente das Forças Armadas e polícias. Latrocínio Extorsão qualificada pela morte Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada Tráfico de Drogas Estupro simples e de vulnerável Epidemia com resultado morte Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais Terrorismo Genocídio Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. É possível a progressão de regime do condenado por crime hediondo, sendo possível quando se der o cumprimento de 2/5 da pena (apenado primário), ou de 3/5 (reincidente). A Lei dos Crimes Hediondos determina que a pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado. Todavia, o STF já declarou este dispositivo constitucional em sede de controle difuso. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 92 DELAÇÃO PREMIADA NOS CRIMES HEDIONDOS TRAIÇÃO BENÉFICA - Apenas quando houver quadrilha ou bando formado especificamente para a prática de crimes hediondos ou equiparados a hediondos; - O participante ou associado da quadrilha ou bando precisa denunciá-la às autoridades, possibilitando seu desmantelamento; - A pena será reduzida de um a dois terços. Não é punível a tentativa de contravenção penal. As penas aplicáveis no caso de contravenções penais são a prisão simples e a multa. A ação penal nas contravenções é pública e incondicionada, não sendo necessária qualquer manifestação do ofendido. CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da autoridade, arma ou munição: Pena ± prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitui crime contra a ordem política ou social. O tema hoje é objeto do Estatuto do Desarmamento. Muitos doutrinadores entendem que o art. 18 continua em vigor no que se refere às armas brancas. Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade: Pena ± prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou ambas cumulativamente. § 1º A pena é aumentada de um terço até 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 92 metade, se o agente já foi condenado, em sentença irrecorrível, por violência contra pessoa. § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição: a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o determina; b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a tenha consigo; c) omite as cautelas necessáriaspara impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la. Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto: Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não constitui crime. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. Vias de fato são agressões sem dolo de lesionar e sem causar lesões, a exemplo de empurrões, bofetadas, tapas, etc. Trata-se de hipótese de subsidiariedade expressa, logo, somente sendo aplicável, se o fato não constituir crime e, por conclusão, a Contravenção Penal sempre será absorvida por crimes. O parágrafo único foi acrescentado pelo Estatuto do Idoso. Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental: Pena ± multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. § 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 92 competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais. § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, internada. Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de quem de direito: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de crime de furto: Pena ± prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Gazua é uma chave falsa, um instrumento utilizado para arrombar fechaduras. Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima: Pena ± prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil réis a dois contos de réis. Há que se atentar para o sujeito ativo, indicado como o condenado definitivo por furto ou roubo, o vadio ou, ainda, o mendigo. A menção ao vadio e ao mendigo devem ser consideradas inconstitucionais, pois no nosso sistema não é mais admitida a presunção de periculosidade dessas pessoas. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 92 Art. 26. Abrir alguém, no exercício de profissão de serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela: Pena ± prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso. A matéria hoje é tratada pelo Estatuto do Desarmamento, devendo o art. 28 ser considerado revogado, pois a conduta atualmente configura crime. Apenas permanece vigente a tipificação da conduta de queimar fogos de artifício. A conduta de causar deflagração perigosa hoje é tipif icada pelo Estatuto do Desarmamento, e soltar balão aceso é considerado crime ambiental. Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa: Pena ± multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitui crime contra a incolumidade pública. Art. 30. Omit ir alguém a providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 92 conservação lhe incumbe: Pena ± multa, de um a cinco contos de réis. Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso: Pena ± prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa inexperiente; b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia; c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. Só há o crime se a omissão ocorre em relação à animal perigoso, ou seja, aquele animal capaz de causar danos ou ferimentos. A expresVmR� ³animal de tiro´� está relacionada ao animal que transporta veículos. Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em aguas públicas: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. A parte do dispositivo que trata da direção de veículo automotor foi derrogada pelo Código de Trânsito Brasileiro. O restante, que trata da condução inabilitada de embarcação, continua em vigor. Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia: Pena ± prisão simples, de quinze das a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis. Hoje o Código de Trânsito Brasileiro tipifica 3 crimes diferentes relacionados à direção perigosa de veículo automotor, mas o STF já decidiu que o art. 34 da LCP continua em vigor, pois há outras formas de direção perigosa não abrangidas pelo CTB. Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a vôos baixos, 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 92 fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim: Pena ± prisão simples, de quinze dias a trêsmeses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes: Pena ± prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes; b) remove qualquer outro sinal de serviço público. Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguém: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguém. Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 92 CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reúnam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da associação: Pena ± prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. § 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de caráter secreto. § 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação. Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato não constitui infração penal mais grave; Pena ± prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. A lei prevê duas condutas distintas: provocar tumulto, cuja caracterização não depende de análise da finalidade do agente; e portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, desde que em algum dos lugares expressamente elencados pelo legislador. Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto: Pena ± prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego alheios: O STF já decidiu que só há contravenção penal se a perturbação atingir um número 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 92 I ± com gritaria ou algazarra; II ± exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III ± abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV ± provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. considerável de pessoas. Se ocorrer poluição sonora em níveis prejudiciais à saúde humana, haverá crime ambiental. CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. No Brasil, a moeda tem curso forçado. Isso significa que seu recebimento é obrigatório, não sendo possível ao comerciante trabalhar exclusivamente com outras formas de pagamento. Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda: Pena ± multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 3RU� HVVD� UD]mR� R� ³GLQKHLUR� GH� EULQFDGHLUD´� sempre é fabricado em tamanhos diferentes, ou conta com grandes carimbos ou sinais indicando que não vale comercialmente. Art. 45. Fingir-se funcionário público: Pena ± prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de réis. Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado por lei. Pena ± multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 92 penal mais grave. CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 47. Exercer prof issão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena ± prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Só haverá contravenção se a prof issão for regulamentada. Caso contrário, o fato será atípico. Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros: Pena ± prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos de réis. Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de outra atividade: Pena ± multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis. CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES TIPIFICAÇÃO COMENTÁRIOS Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele: Pena ± prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos A lei pune tanto o dono do local quanto o responsável pelo negócio. O funcionário que colabora com a efetivação do negócio no estabelecimento será considerado partícipe. O simples bolão de apostas, que toma proporções públicas, com um número indeterminado de pessoas participando, 01406544108 Legislação Penal e Processual Penal Especial para PC-GO Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães ± Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 92 de decoração do local. § 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa do jogo pessoa menor de dezoito anos. § 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem é encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador. § 3º Consideram-se, jogos de azar: c) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte; b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas; c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. § 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público: a) a casa
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