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Unidade II Positivismo, Marxismo e Sociologia Compreensiva

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Fundamentos de 
Sociologia Aplicada 
às Organizações
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Avelar Cesar Imamura
Revisão Técnica:
Profa. Ms. Katia Maria Lima 
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Positivismo, Marxismo e Sociologia Compreensiva
• O Positivismo e os PrimeirosMovimentos Sociológicos
• Comte e o Positivismo
• Durkheim: Fatos Sociais,Solidariedade e Coesão
• O Marxismo
• Materialismo Econômico
• Materialismo Histórico
• Revolução Social
• Estrutura Social
• A Sociologia Compreensiva de Max Weber
• Metodologia Weberiana
 · Conhecer as origens do positivismo e sua importância no pensamen-
to social no Brasil.
 · Tratar sobre o marxismo e a abordagem de Max Weber no pensa-
mento social, bem como Durkheim e Marx, observando as correntes 
do pensamento sociológico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Positivismo, Marxismo
e Sociologia Compreensiva
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Positivismo, Marxismo
O Positivismo e os Primeiros 
Movimentos Sociológicos 
Quando mencionamos pensamento sociológico, podemos dizer que a primeira 
corrente teórica sistematizada foi o positivismo, a fim de demonstrar e definir a 
particularidade do estudo científico da sociedade, distinguindo-se das demais 
Ciências existentes e definindo os contornos de uma nova Ciência, cujo objeto 
primordial anunciava-se como a sociedade. Com isso, o positivismo definiu o 
objeto, o método e os conceitos fundamentais da nova disciplina.
A Sociologia desenvolveu-se quando a racionalidade das Ciências Naturais 
alcançava status de substituta da religião e tradição na explicação do mundo e da 
realidade – trata-se do chamado cientificismo.
O cientificismo caracteriza-se pela crença no poder absoluto, e prati-
camente exclusivo, da razão humana para compreender a realidade e 
traduzi-la sob a forma de leis naturais. Tais leis representariam regras para 
o funcionamento e desenvolvimento da natureza e do ser humano. “O 
emprego sistemático da razão, do livre exame da realidade, representou 
um grande avanço para libertar o conhecimento do controle teológico, da 
tradição e da ‘revelação’” (MARTINS, 1988, p. 18, grifo nosso).
Podemos dizer que o positivismo foi, enquanto teoria que propôs uma Ciência 
da sociedade fundada a partir de um modelo científico natural, fruto do movimento 
iluminista, mesmo frente o fato de seu principal formulador, Auguste Comte, vê-lo 
como reação às ideias revolucionárias do iluminismo. 
Foi, provavelmente, o francês Condorcet (1753-1794) o primeiro a formular 
a proposta de uma Ciência da sociedade estruturada conforme o modelo das 
Ciências Naturais, uma Matemática Social, isto é, precisa, numérica e rigorosa, que 
permitiria um conhecimento verdadeiramente objetivo dos fatos sociais. Segundo 
Condorcet, toda Ciência e conhecimento sobre a sociedade, até então, estiveram 
submetidos aos interesses e preconceitos das classes poderosas. Esta seria uma 
marca do positivismo, já colocada por Condorcet, a Ciência da sociedade, assim 
como as Ciências Naturais, deveria desvencilhar-se das paixões e dos interesses, 
elementos que perturbam a produção do conhecimento. 
O primeiro a utilizar o termo positivo ao tratar dessa nova Ciência, ao propor 
uma Ciência Positiva, foi Saint-Simon (1760-1825), discípulo direto de Condorcet, 
do qual apreendeu parte de suas principais ideias. Saint-Simon buscou inspira-
ção em outra Ciência Natural que se destacava no período, a Biologia; por sua 
vez, sua Ciência da sociedade teria por modelo a Fisiologia, em uma espécie de 
Fisiologia Social.
8
9
A ideia de que a Ciência e a razão seriam capazes de captar a dinâmica das 
sociedades e de que existiriam leis naturais regulando o seu desenvolvimento foi 
ganhando força durante o século XVIII e, aos poucos, minando os antigos princípios 
de autoridade, os quais oriundos da tradição e religião. Nesse momento, diversos 
pensadores conservadores, voltados a restabelecer o passado, consideraram que 
o caos e a ausência de moralidade e solidariedade que as sociedades nascidas 
das duas grandes revoluções – Francesa e Industrial – revelavam eram fruto do 
enfraquecimento das antigas instituições protetoras, destacadamente a Igreja, que 
tinham promovido e sustentado a estabilidade e coesão social anteriores.
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Ao promover a Revolução Francesa com a 
qual alcança o almejado poder político a 
burguesia deixa de ser uma classe revolu-
cionária para se tornar a classe dominante 
na França.
A desordem e a anarquia social denunciada 
por diversos pensadores correspondem 
aos novos confl itos gerados agora entre a 
burguesia e o proletariado.
Comte e o Positivismo
A transição do positivismo de concepção crítica e de oposição à ordem 
estabelecida para a filosofia da ordem e harmonia social completou-se com Auguste 
Comte (1798-1857). Discípulo direto de Saint-Simon em seus primeiros anos de 
estudo, rompeu com o seu mestre por considerá-lo, juntamente com Condorcet, 
demasiadamente crítico e negativo. Na concepção comtiana, o pensamento deveria 
ser totalmente positivo, não havendo dimensão crítica ou negativa na análise social, 
acreditando que Condorcet não descobriu, como Comte o fez, as leis da Sociologia 
devido à sua postura e preconceitos revolucionários. 
Comte, com o positivismo, foi o primeiro a sistematizar o pensamento sociológico, 
definindo o seu objeto, estabelecendo conceitos e métodos de investigação. 
Acreditava no poder exclusivo da razão, sua capacidade de conhecer a realidade 
e traduzi-la na forma de leis naturais; tais leis permitiriam regular e controlar o 
comportamento e a vida humana. Inicialmente, Comte denominou a Sociologia 
de Física Social, sob a influência do êxito e reconhecimento obtidos pelas Ciências 
Naturais, aplicando seus métodos de investigação às Ciências da sociedade.
9
UNIDADE Positivismo, Marxismo
Conforme indicou Löwy (1985), são três as ideias principais do positivismo: 
1. Ahipótese fundamental de que a sociedade humana é regulada por leis 
naturais, portanto, invariáveis e independentes da vontade e ação humana. 
Assim como a lei da gravidade, não é possível impedir ou modificar as leis 
da sociedade. Deste modo, “[...] o que reina na sociedade é uma harmonia 
semelhante à da natureza, uma espécie de harmonia natural [...]” (LÖWY, 
1985, p. 36);
2. Em consequência da primeira hipótese, os métodos e procedimentos para se 
conhecer a sociedade são exatamente os mesmos utilizados para conhecer 
a natureza;
3. Assim como as Ciências da natureza são objetivas, neutras, livres de juízos 
de valor, igualmente as Ciências da sociedade devem funcionar segundo 
este modelo de objetividade científica.
A ideia fundamental do método positivista é de que a Ciência só pode ser objetiva 
e verdadeira quando eliminar totalmente qualquer interferência de preconceitos e 
prenoções. Para os positivistas, portanto, as Ciências Sociais não teriam vínculo 
com classes sociais, posições políticas ou ideologias. 
Ao estudar a história da humanidade para compreender melhor as leis que 
regulam o seu desenvolvimento, Comte, herdeiro das ideias de Condorcet de que 
a humanidade está em permanente desenvolvimento ou evolução, formulou o que 
chamou de lei fundamental.
Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada 
ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados 
de históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico 
ou abstrato, estado científico ou positivo. Em outros termos, o espírito 
humano, por sua natureza, emprega sucessivamente, em cada uma de 
suas investigações, três métodos de filosofar, cujo caráter é essencialmente 
diferente e mesmo radicalmente oposto [...]. Daí três sortes de filosofia 
que se excluem mutuamente: a primeira é o ponto de partida necessário 
da inteligência humana; a terceira, seu estado fixo e definitivo; a segunda, 
unicamente destinada a servir de transição (COMTE, 1983, p. 4).
Para Comte, nessa evolução do pensamento e das Ciências, a Sociologia 
representa o ápice do desenvolvimento, o coroamento do pensamento científico, 
é a Ciência capaz de coordenar e condensar o saber das demais Ciências. De 
acordo com a lei dos três estados, portanto, todas as Ciências e o espírito humano 
desenvolvem-se a partir de três fases:
1. Estado teológico – neste momento, a explicação da realidade ocorreria 
a partir da crença na intervenção de seres sobrenaturais, exercendo papel 
relevante de coesão social;
2. Estado metafísico – a metafísica impõe o abstrato na explicação dos fatos, 
não a natureza, bem como a argumentação no lugar da imaginação. O 
espírito metafísico corresponderia à substituição dos reis pelos juristas, 
compreendendo-se a sociedade como originária de um contrato; 
10
11
3. Estado positivo – neste momento do desenvolvimento das Ciências ocorreria 
a subordinação da imaginação e da argumentação à observação dos fatos 
concretos. Cada observação deveria, necessariamente, corresponder a um fato. 
Para Comte, representando os novos interesses da burguesia empenhada na 
ordem, as sociedades europeias estavam em estado de profundo “caos social”. 
Crítico das ideias iluministas, viu nestas o “veneno da desintegração social”, ou 
seja, ideias iluministas, na sociedade industrial, somente poderiam levar à desunião 
entre os homens. Para superar tal situação, seria necessário atingir e estabelecer 
definitivamente o “estado positivo”, deixando para trás os preconceitos e as 
noções equivocadas, frutos da imaginação ou do fervor religioso; estabelecendo 
definitivamente o domínio da Ciência e da razão.
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
Comte vê os estados teológico e metafísi-
co como etapas necessárias ao desen-
volvimento da humanidade, mas sua 
perpetuação causa entraves à ciência e ao 
verdadeiro conhecimento do real.
O estado positivo deve estabelecer sua 
superioridade.
De acordo com Comte, com a supremacia do estado positivo e da Ciência, 
estabelece-se como consenso que não deve haver liberdade de consciência com 
relação às questões sociais. Assim como na Física, na Matemática e na Biologia, 
cabe aos sábios determinar os princípios. Aos sociólogos cabe a análise isenta da 
realidade e a elaboração das medidas necessárias à sociedade; ao Estado cabe a 
execução dessas medidas.
Durkheim: Fatos Sociais,
Solidariedade e Coesão
Mesmo com o reconhecimento devido a Comte por sua contribuição para 
a instituição da Sociologia enquanto Ciência, foi, sem dúvida, Émile Durkheim 
(1858-1917) um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Socio-
logia como Ciência empírica e para a sua instauração no meio acadêmico, tornan-
do-se o primeiro professor universitário dessa disciplina. É referência metodológica 
obrigatória de boa parte da literatura positivista na área das Ciências Sociais. 
11
UNIDADE Positivismo, Marxismo
A Sociologia pode ser definida, segundo Durkheim, como a Ciência das 
instituições, da sua gênese e do seu funcionamento. Na fase positivista, que marca 
o início de sua produção, considera que, para tornar-se uma Ciência autônoma, 
essa esfera do conhecimento precisava delimitar seu objeto próprio, os fatos sociais 
e o método adequado à sua observação. 
Definir e descrever um método próprio à Sociologia, capaz de tornar o 
conhecimento da vida social científico, superando as dificuldades do senso comum, 
permeado pela interferência das tradições e valores pré-científicos, foi uma das 
primeiras preocupações do autor. Tal método deveria ser semelhante ao adotado 
nas Ciências Naturais, contudo, com as adaptações necessárias ao reino social. Com 
base em suas experiências práticas na observação da realidade social, Durkheim 
elaborou regras para a observação dos fatos sociais:
• Considerar os fatos sociais como coisas – descrevê-los pelos seus caracteres 
exteriores que possam ser apresentados por meio da observação;
• Afastar os preconceitos e as noções pré-concebidas;
• Definir previamente tais fatos pelos caracteres exteriores que lhes são comuns; 
• Considerá-los sem tomar em conta as suas manifestações individuais.
Logo, fatos sociais compreendem:
“[...] toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o 
indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de 
uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente 
das manifestações individuais que possa ter” (DURKHEIM, 1971, p. 11). 
Alguns aspectos permitem caracterizar um fato social. Primeiro, são “[...] 
maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a propriedade marcante 
de existir fora das consciências individuais [...]” (DURKHEIM, 1971, p. 2), ou seja, 
são exteriores ao indivíduo, definidos fora desse e independentes de sua existência, 
tendo por substrato a sociedade; são práticas, crenças e modos de agir que existem 
antes do indivíduo nascer e continuarão a existir após a sua morte.
Segundo, são capazes de se impor às consciências individuais:
“[...] são também dotados de um poder imperativo e coercitivo, em vir-
tude do qual se lhe impõe, quer queira, quer não. Não há dúvida de que 
esta coerção não se faz sentir, ou é muito pouco sentida quando com ela 
me conformo de bom grado, pois então torna-se inútil” (DURKHEIM, 
1971, p. 2). Fatos sociais, portanto, impõem-se aos membros da socie-
dade, sendo a coerção maior ou menor conforme a resistência que se 
opõe aos mesmos.
12
13
Assim, pois, o fato social é algo dotado de vida própria, externo aos membros 
da sociedade e que exerce sobre os seus corações e mentes uma autoridade que 
os leva a agir, pensar e sentir de determinadas maneiras. É por isso que o “reino 
social” está sujeito a leis específicas e necessita de um método próprio para ser 
conhecido, diferentemente do que acontece no “reino psicológico”,este que pode 
ser entendido por meio da introspecção. 
Da perspectiva desse autor, a sociedade não é o resultado de um somatório dos 
indivíduos vivos que a compõem, ou de uma mera justaposição de suas consciências. 
Ações e sentimentos particulares, ao serem associados, combinados e fundidos, 
fazem nascer algo novo e exterior àquelas consciências e às suas manifestações. 
A sociedade, então, mais do que uma soma, é uma síntese e, por isso, não se 
encontra em cada um desses elementos, assim como os diferentes aspectos da vida 
não se acham decompostos nos átomos contidos na célula – a vida está no todo e 
não nas partes. 
Segundo Durkheim, todos possuem duas consciências: uma individual, que é 
única a cada indivíduo e lhe coloca problemas de ordem individual; outra coletiva 
ou comum, caracterizada como um conjunto de ideias, sentimentos e hábitos que 
exprimem em cada indivíduo o grupo do qual faz parte. 
Essa consciência comum ou coletiva corresponde ao “[...] conjunto das crenças 
e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade [que] 
forma um sistema determinado que tem vida própria” (DURKHEIM, 1983, p. 52), 
isto é, independente dos indivíduos.
Os laços que unem os membros entre si e ao próprio grupo constituem a 
solidariedade, a qual pode ser orgânica ou mecânica; de acordo com o tipo de 
sociedade cuja coesão procuram garantir. Quando a personalidade individual quase 
inexiste, quando os indivíduos se identificam uns com os outros por semelhanças 
mútuas, sentindo-se atraídos para manterem-se unidos, ocorre entre os quais aquilo 
de Durkheim denomina solidariedade mecânica. 
Em sociedades onde se desenvolve a divisão do trabalho, a unidade do organismo 
é maior quanto maior é a individualidade das partes, isto é, uma solidariedade mais 
forte e efetiva surge da interdependência entre os membros da sociedade. Para 
esta solidariedade, na qual cada membro individual executa uma função para a 
manutenção do todo, Durkheim deu o nome de solidariedade orgânica.
13
UNIDADE Positivismo, Marxismo
O Marxismo
Pode-se dizer que no final da primeira metade do século XIX, particularmente no 
ano de 1848, com a publicação do Manifesto do Partido Comunista, dos alemães 
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), tenha se desenvolvido o 
que posteriormente seria nominado como marxismo.
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
A obra é uma espécie de “divisor de águas” no pensamento de Marx, pontuando 
o fim de um longo período de reflexões filosóficas – desde a elaboração de sua tese 
de Doutoramento, intitulada Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito 
e Epicuro, defendida em 1841 na Universidade de Berlim –; para uma etapa de 
estudos políticos.
Figura 4
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
14
15
Nesta segunda fase, Marx resolveu um antigo problema na cisão entre idealistas 
– que pensavam modelos ideais de sociedade, por exemplo – e materialistas – 
estes alicerçados nas condições materiais de transformação das sociedades –, 
propondo aquilo que definiu como práxis: a ação transformadora da realidade, 
rumo à concretização da idealidade. Obviamente, o ideal vicejado por Marx apenas 
se constituiria, em sua teoria, diante das possibilidades materiais de tornar-se real.
Com base nisso, Marx, nessa fase, centrou seus esforços na crítica política ao 
modelo de sociedade vigente ao seu tempo, perscrutando suas raízes mais longínquas 
na história da humanidade para defender um modelo de sociedade que superaria os 
antagonismos de suas precedentes, levando o homem ao desenvolvimento máximo 
de suas potencialidades. 
Assim, há uma dimensão fundamentalmente sociológica na elaboração teórica 
de Marx, pois lançou as bases do marxismo que, para além da Sociologia, constituiu 
um dos mais significativos cabedais teóricos da contemporaneidade. Serviu tanto 
como instrumento para a organização da classe trabalhadora e para o surgimento 
dos partidos políticos de esquerda em todo o mundo, como para influenciar revolu-
ções sociais, tais como as revoluções Chinesa e Russa, por exemplo; e, ainda, para 
conformar uma intelectualidade engajada com a transformação da realidade social 
em nome dos menos favorecidos, aquela que se denomina marxista. 
O princípio fundamental do marxismo é o materialismo, ou seja, a única realidade 
seria a matéria e suas forças, em transformação contínua. Assim, a matéria, para 
Marx, não consistiria em uma composição estática, inerte, mas em constante 
movimento e transformação. 
De fato, o princípio já estava na filosofia pré-socrática – estudada pelo “jovem 
Marx” –, no materialista Heráclito de Éfeso (540-470 a.C.) e seu célebre exemplo 
de que um homem nunca se banharia no mesmo rio duas vezes, pois, na segunda 
vez, nem as águas do rio seriam as mesmas, nem o homem permaneceria igual. 
Para esse pensador, tudo flui. 
Materialismo Econômico
Para Marx, a base econômica seria determinante para o desenvolvimento das 
sociedades. 
Sua visão contrapôs-se à de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), este 
que foi professor e reitor da Universidade de Berlim, onde Marx estudou, e para 
quem “as ideias determinam todas as condições da sociedade”; para Marx e Engels, 
“a economia determina, inclusive, as ideias”, assim, para o marxismo “a economia 
molda a sociedade”. 
Marx entendia que as relações econômicas de produção de determinada 
sociedade permitiriam compreender todos os seus demais aspectos. Para isso, 
15
UNIDADE Positivismo, Marxismo
focou a sua análise nos modos de produção, a partir dos quais se conformariam os 
demais aspectos da vida social, de forma adaptativa ao sistema econômico vigente.
O estudo dos processos tecnológicos empreendidos nas atividades produtivas; 
a divisão do trabalho decorrente da organização da produção; a estratificação 
social resultante da divisão do trabalho; a distribuição dos bens e produtos; seu 
consumo; a própria organização social; a remuneração da mão de obra; o regime 
de propriedade e as leis que legitimam essas relações são elementos fundamentais 
para a compreensão das sociedades. 
Segundo essa visão, a estrutura econômica exerceria um papel determinante 
no processo de transformação das sociedades humanas. Dessa adviriam mudanças 
no cotidiano dessas sociedades, moldando seus aspectos político-ideológicos e 
culturais, pois se constituiria fundamentalmente das próprias formas de relação de 
produção que as regeriam. 
A transformação das sociedades estaria, portanto, intrinsecamente relacionada 
ao movimento de suas estruturas econômicas, ou seja, com a forma como o homem 
interfere na natureza para atender às suas necessidades de sobrevivência. 
Materialismo Histórico
Para Marx, as sociedades, ao longo da história, estariam também em perene trans-
formação, conforme vimos, determinadas pelas mudanças em sua base econômica.
Essas transformações se dariam por meio de uma marcha triádica, ou seja, 
a partir de três elementos: tese, antítese e síntese. Essa formulação advém de 
uma reapropriação que Marx fez da dialética proposta por Hegel, daí dizer-se: da 
dialética hegeliana.
O movimento se daria da seguinte forma: tudo o que existe na natureza constitui 
tese; porque tudo está em movimento – como vimos –, tudo o que existe em 
natureza se transforma, em especial, em direção ao seu oposto – por exemplo: 
a madeira se transforma naturalmente de forma a deixar de ser madeira, quando 
começa a se decompor –, a esse contrário, que nega a tese, chamamos de antítese 
(anti + tese); o choque da tese com o seu contrário – ou as suas contradições, como 
no exemplo dado, de a madeira naturalmente se decompor –, teria como resultado 
a síntese, ou seja, algo novo – uma matéria nova, no exemplo dado, produto da 
decomposição da madeira. 
Essa mesma lógica verifica-se, segundo Marx, na mudança das sociedades, que 
tambémse decompõem e se transformam em algo novo. Tais transformações 
seriam determinadas, como vimos, pela base econômica. Assim, uma base 
econômica determinada, como o capitalismo, por exemplo – ao tempo de Marx, 
que era o tempo da industrialização –, seria a tese dessa sociedade: o chamado 
16
17
modo de produção capitalista. Seus antagonismos ou contradições – antítese – 
seriam exatamente as condições de penúria e extrema exploração vividas pelo 
proletariado, a classe trabalhadora nas fábricas. No momento em que o proletariado 
não suportasse mais a sua condição de exploração e se voltasse contra o explorador 
– a burguesia –, ocorreria o choque que produziria um novo modo de produção, 
ou seja, a síntese.
Quadro 1
Tese
( o que existe) ( suas contradiçoes)
Antítese = Síntese
O novo
Assim, a expressão do materialismo histórico seria a luta de classes: o momento 
de choque entre uma classe dominante – cuja ordem seria a tese – e as classes 
dominadas – cuja condição de exploração seria a antítese. 
Com base na dialética hegeliana (tese + antítese = síntese), Marx elaborou a 
sua teoria explicativa sobre a sucessão dos modos de produção da vida social: 
“Todo modo de produção já traz em si o germe que provocará sua deterioração 
e o surgimento de um modo de produção novo”, tendo como “motor” dessas 
transformações a “luta de classes”. Para Marx, a luta de classes seria, então, o 
“motor da história”, da transformação da base econômica das sociedades e, assim, 
das próprias sociedades. 
Quadro 2
Meios de Produção: São os meios necessários para garantir a existência material 
do Homem, como a terra e os instrumentos/ferramentas para a transformação 
da natureza naquilo que possa saciar as necessidades humanas (uma enxada, um 
arado, uma máquina numa indústria, por exemplo).
A origem da divisão da sociedade em classes sociais estaria na propriedade 
privada dos meios de produção.
No momento em que um indivíduo se outorga proprietário de determinado meio 
de produção, como a terra, por exemplo, distingue-se de todos os demais que não 
são proprietários. Decorre daí a divisão do trabalho social, entre os proprietários 
dos meios de produção e aqueles que são proprietários apenas de sua força de 
trabalho. Trata-se, para Marx, de uma relação fundamentalmente de exploração, 
na qual há exploradores e explorados. Percebemos então que, segundo essa 
perspectiva, a divisão do trabalho social determina papéis e identidades sociais 
que, segundo o marxismo, estão na base das desigualdades, por parte daqueles que 
são proprietários dos meios de produção e expropriam a força de trabalho alheia. 
17
UNIDADE Positivismo, Marxismo
Em determinado momento, então, essa condição de exploração se tornaria de 
tal forma insuportável que adviria daí a consciência dessa condição, chamada por 
Marx de “consciência de classe”: o “combustível” necessário para ativar a luta de 
classes, o mencionado “motor” das transformações sociais subsequentes.
Revolução Social
A luta de classes encontra expressão máxima na forma da revolução social, que 
então cria a nova ordem de produção, síntese do velho e do novo. 
Trata-se da síntese dialética que vimos em Hegel e depois em Marx: a nova ordem 
já traz em si o germe de sua ruína, suas contradições internas que provocarão a 
antítese, esta que, em choque com a tese, gerará a síntese – o novo.
A história da humanidade seria, então, a história da luta de classes, e a luta de 
classes dependeria, por sua vez, da consciência de classe. Assim, compreende-se 
porque para Marx “a violência é a parteira das novas sociedades”. 
A revolução como expressão da luta de classes, dada pelas contradições do 
capitalismo – expressão máxima da exploração a que teriam chegado as relações 
entre proprietários dos meios de produção e proprietários da própria força de 
trabalho –, levaria ao socialismo – propriedade dos meios de produção centrada 
no Estado –, fase transitória ao comunismo – ausência de propriedade privada dos 
meios de produção e, com isso, ausência de relações de exploração. 
Estrutura Social
A estrutura social, no marxismo, é formada pelas relações de produção: o fator 
econômico é, portanto, o determinante fundamental na configuração das sociedades, 
pois o papel do indivíduo na sociedade advém da função que desempenha na 
divisão do trabalho social. 
As relações de produção determinariam as formas de consciência, organizações 
políticas, religião, lei, filosofia, Ciência, arte, literatura e até mesmo a moralidade. 
Nessa perspectiva, o Estado – que não fosse o socialista – seria a superestrutura 
criada a serviço da classe dominante, proprietária dos meios de produção, a fim de 
manter essas relações inalteradas em favor dos dominadores. 
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A Sociologia Compreensiva de Max Weber
Max Weber é um nome de grande importância dentro do pensamento social. 
Suas contribuições teóricas criaram as bases da Sociologia Moderna, juntamente 
com Durkheim e Marx. O estudo de seu pensamento possibilita a aquisição de 
importante ferramenta na compreensão das ações humanas e das sociedades. 
Para Weber, o objeto da Sociologia é a ação social, esta que é a conduta humana 
à qual o próprio agente associa um sentido. Trata-se daquela ação orientada 
subjetivamente pelo agente, levando em conta a resposta ou reação de outros 
indivíduos. É preciso ver o que Weber entende por sentido, afinal, estava mais 
preocupado com enfatizar que o sentido é aquele subjetivamente visado pelo agente 
– e não um sentido correto da ação ou algum sentido definido como verdadeiro. 
Interessa, enfim, aquele sentido que se manifesta em ações concretas e que envolve 
um motivo sustentado pelo agente como fundamento de sua ação. Para Weber, 
a Sociologia é uma Ciência voltada à compreensão interpretativa da ação social, 
para a sua explicação causal e para os seus efeitos (COHN, 2003).
Em Economia e sociedade, Weber distingue quatro tipos de ação social: 
1. Ação racional em relação a um fim – por exemplo, o desempregado que 
procura um emprego; 
2. Ação racional em relação a um valor – quando o sujeito age racionalmente 
não para alcançar um resultado, mas para permanecer fiel a um valor, como 
no caso do capitão que vai a pique com o navio que afunda, ao invés de 
abandoná-lo; 
3. Ação afetiva – aquela ditada pela emoção ou pelo humor do agente; 
4. Ação tradicional – aquela ditada por hábitos, costumes e crenças.
5. Esses tipos de ação encontram-se mais ou menos mesclados na vida social, 
mas a sua classificação é necessária para se poder interpretar a vida social 
(REALE; ANTISERI, 2003). 
O conceito de motivo permite estabelecer uma ponte entre o sentido da ação 
social e a compreensão dessa ação por parte do cientista social. Do ponto de 
vista do agente, o motivo é o fundamento da ação. Para o sociólogo, cuja tarefa é 
compreender essa ação, a reconstrução do motivo é fundamental, porque, da sua 
perspectiva, figura como a causa da ação (COHN, 2003). 
A tarefa do cientista social é descobrir os possíveis sentidos das ações humanas 
presentes na realidade social que lhe interesse estudar. O sentido, por um lado, 
é expressão da motivação individual. O caráter social da ação individual decorre 
da interdependência dos indivíduos. Uma pessoa age sempre em função de sua 
motivação e da consciência de agir em relação a outras pessoas. Por outro lado, a 
ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre. Muitas vezes, tais efeitos 
escapam ao controle e à previsão do agente (COSTA, 1998). 
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UNIDADE Positivismo, Marxismo
Ao cientista social compete captar o sentido produzido pelos diversos agentes em 
todas as suas consequências. As relações que o cientista estabelece entre motivos e 
ações sociais revelam as diversas instâncias da ação social – políticas, econômicas 
ou religiosas (COSTA, 1998).Weber distinguiu a ação social da relação social. Para esse teórico, relação 
social é uma ação cujo sentido é compartilhado pelos agentes envolvidos nessa 
ação. Por exemplo, um sujeito que pede uma informação a outro estabelece uma 
ação social: tem um motivo e age em relação a outro indivíduo, mas tal motivo não 
é compartilhado. Em uma sala de aula, onde o objetivo da ação dos vários agentes 
é compartilhado, existe uma relação social (COSTA, 1998). 
O cientista, como todo indivíduo em ação, age também guiado por seus motivos, 
sua cultura, tradição, sendo impossível descartar as suas pré-noções. Existe sempre 
uma parcialidade na análise sociológica, como em toda forma de conhecimento. 
As preocupações do cientista orientam a seleção e relação entre os elementos da 
realidade a ser analisada. Os fatos sociais não são coisas, mas acontecimentos que o 
cientista percebe e cujas causas procura desvendar. Uma vez iniciado o estudo, este 
deve se conduzir pela busca da maior objetividade na análise dos acontecimentos. 
A realização da tarefa científica não deve entrar em conflito com as crenças e 
ideias pessoais do cientista. O que garante a cientificidade de uma explicação 
é o seu método. Weber lembra que, embora os acontecimentos sociais possam 
ser quantificáveis, a análise do social envolve sempre uma questão de qualidade, 
interpretação, subjetividade e compreensão (COSTA, 1998).
Metodologia Weberiana
As reflexões metodológicas de Weber têm clara dívida com a filosofia do ilumi-
nismo. Os pontos de partida e chegada de sua análise correspondem ao indivíduo. 
Weber considerava o indivíduo e a sua ação como uma unidade básica. Incorporou 
o problema da compreensão da ação social em sua abordagem sociológica e cha-
mou a sua Sociologia de Sociologia Compreensiva ou Interpretativa (GERTH; 
WRIGHT MILLS, 1971). 
Para compreender os fenômenos sociais, Weber propôs um instrumento 
metodológico que chamou de tipo ideal. Trata-se de uma construção teórica 
abstrata a partir dos casos particulares analisados. O cientista constrói um modelo 
pelo estudo das diversas manifestações particulares do fenômeno, acentuando 
aquilo que lhe pareça característico desse mesmo fenômeno (COSTA, 1998). Para 
Weber (apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 473), o tipo ideal 
[...] obtém-se pela acentuação unilateral de um ou de vários pontos de 
vista e encadeando uma quantidade de fenômenos isolados, difusos e 
discretos, existentes que se encontram ora em grande número, ora em 
pequeno número, por vezes até ausentes, que se ordenam segundo 
aqueles pontos de vista unilateralmente evidenciados, em um quadro 
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conceitual homogêneo. Em sua pureza conceitual, esse quadro nunca 
poderá ser encontrado empiricamente na realidade: ele é uma utopia. 
E ao trabalho histórico se apresenta a tarefa de verificar, em cada caso 
individual, a maior ou menor distância da realidade daquele quadro ideal.
O tipo ideal não existe na realidade. É um instrumento de análise científica, uma 
construção do pensamento que permite conceituar fenômenos sociais e identificar 
na realidade observada as suas manifestações. Pode-se ver que o tipo ideal é 
instrumento metodológico de pesquisa com o qual construímos um quadro ideal – 
por exemplo, de protestantismo, de economia urbana, de capitalismo, da Igreja, de 
dominação etc. – para depois com esse medir ou comparar com a realidade efetiva, 
controlando a sua proximidade ou o seu distanciamento em relação ao modelo. 
Resumidamente, pode-se dizer que:
• O tipo ideal não se identifica com a realidade, não a reflete nem a expressa; 
• Ao contrário, em sua idealidade, o tipo ideal se afasta da realidade efetiva para 
afirmar melhor os seus diversos aspectos; 
• O tipo ideal não deve ser confundido com avaliação ou valor; 
• O tipo ideal, repetindo, pretende ser instrumento metodológico, de modo que 
os conceitos típicos ideais são uniformidades limites (REALE; ANTISERI, 2003).
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UNIDADE Positivismo, Marxismo
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Biografia de Max Weber
Para conhecer a biografia de Weber, acesse o link.
https://goo.gl/PBPsAV
Entre as Flores da Paixão e os Espinhos da Razão: Max Weber nos Jardins das Ciências Sociais
Para saber um pouco mais sobre o pensamento desse teórico, acesse o link.
https://goo.gl/KZdkkq
Max Weber: Elementos para uma Biografia Sociointelectual (parte II)
Para saber um pouco mais sobre o pensamento desse teórico, acesse o link.
https://goo.gl/yGtjBe
 Livros
As Etapas do Pensamento Sociológico
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Brachiopodes Dévoniens des Gisements de Ferroñes (Asturies) et de Sabero (Léon)
COMTE, Pierre. Brachiopodes dévoniens des gisements de Ferroñes (Asturies) et de 
Sabero (Léon). Masson et Cie., 1938.
Discurso sobre o Espírito Positivo
COMTE, Auguste. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Martins Fontes, 1990. 
O que é Positivismo
RIBEIRO, João. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 1996. 
História do Positivismo no Brasil
LINS, Ivan. História do positivismo no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacio-
nal, 1967. 
 Vídeos
O Capitalismo parte 2 - A Análise de Max Weber
https://goo.gl/121Wkq
Max Weber
https://goo.gl/WSxEYD
A Teoria Marxista
https://goo.gl/Fxbg11
Alienação
https://goo.gl/xZ5ffH
 Leitura
Revista Crítica Marxista
O Cemarx da Unicamp mantém uma publicação intitulada Revista Crítica Marxista:
https://goo.gl/sSNNB2
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Referências
ARON, R. As Etapas do Pensamento Sociológico. São Paulo: Martins Fon-
tes, 2002. 
COHN, Gabriel. Crítica e Resignação: Max Weber e a Teoria Social. Martins 
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COHEN, G. Forças produtivas e relações de produção. Revista Crítica Marxista. 
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COMTE, Pierre. Brachiopodes Dévoniens des Gisements de Ferroñes (Asturies) 
et de Sabero (Léon). Masson et Cie., 1938.
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Outros materiais