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Gerenciamento dos Aspectos e Impactos Ambientais UNIDADE 1 1 1ª UNIDADE DISCIPLINA: GERENCIAMENTO DOS ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS Palavras do Professor Desejamos a você boas-vindas à disciplina de Gerenciamento dos Impactos Ambientais. Esta disciplina, conforme você pode ver no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), está dividida em quatro unidades. Na primeira unidade, você estudará a evolução da consciência ambiental, o sistema de gestão ambiental (SGA), a economia ambiental e aspectos regionais do meio ambiente no Brasil. Na segunda unidade, você estudará sobre levantamento de aspectos e impacto ambiental (LAIA), estudo dos impactos ambientais (EIA) e relatório de impactos ambientais (RIMA). Avançaremos estudando sobre os padrões ambientais e concluiremos a segunda unidade tratando de alguns fundamentos da ecologia. Já na terceira, você estudará sobre os planos de emergência ambiental, a gestão de resíduos sólidos, a gestão da qualidade total ambiental (TQEM) e a agenda de desenvolvimento sustentável e a agenda 21. Por fim, na última unidade, você estudará sobre o desenvolvimento sustentável, fazendo uma abordagem histórica, estudaremos algumas conferências sobre o meio ambiente e, por fim, aprofundaremos acerca das dimensões e desafios do desenvolvimento sustentável. Em cada unidade você encontrará um vídeo que deverá ser assistido no momento indicado no Guia de Estudo. Este vídeo irá complementar, além do Guia de Estudo, o livro texto, a fim de ampliar ainda mais o seu conhecimento acerca do tema tratado em cada unidade. Ao final de cada unidade você deverá realizar as atividades que constam no Ambiente Virtual de Apren- dizagem (AVA). Esperamos que você desfrute desta disciplina que foi feita especialmente para você e que ao final dela, você esteja mais preparado e capacitado para enfrentar o mercado profissional. vamos começar? Caso não tenha visto o vídeo de boas-vindas, no AVA, assista agora! Nele haverá algumas outras infor- mações. Após assistir ou caso já tenha assistido, vá para a Unidade I. Até lá! ??? 2 orientações da disciPlina 1. CONSCIÊNCIA AMBIENTAL: Evolução 1.1 Meio ambiente: externalidades negativas 2. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 3. A ECONOMIA AMBIENTAL E OS ASPECTOS REGIONAIS NO BRASIL Nesta primeira unidade você aprenderá como evoluiu a consciência ambiental. De uma época onde as questões ambientais eram simplesmente ignoradas até o mundo moderno, onde a preocupação com o meio ambiente está no nosso cotidiano e, dada a importância deste assunto, este será o tema de nossa videoaula desta primeira unidade, mas você só deverá assisti-lo quando for indicado neste Guia de Estu- do. Estudaremos também sobre a evolução da gestão ambiental. Este primeiro momento será dedicado para criar um bom fundamento sobre as questões ambientais e a importância de gerenciar os impactos causados ao meio ambiente. Após entendermos sobre a evolução da consciência ambiental e da gestão ambiental, iremos nos aprofundar sobre o Sistema de Gestão Am- biental (SGA). Cada empresa deve definir seu próprio SGA, baseado em padrões e normas ambientais. Por fim, você irá estudar os aspectos voltados ao meio ambiente com enfoque nas questões regionais do Brasil. Cada país, região, cidade, possui suas particularidades quando tratamos de meio ambiente e economia. Precisamos entender algumas destas nuances e perceber que sistemas que podem dar certo em outros países do mundo, pode não dar certo no Brasil. Um dos grandes erros dos gestores é importarem modelos prontos, com a falsa impressão que isso dará certo na sua empresa. O grande problema é que sua empresa se encontra em um “meio” diferente daque- la que ele copiou o modelo. Ao término desta unidade você terá estudado todos estes elementos. Caso não tenha entendido algum assunto, é de extrema importância que você solicite esclarecimentos ao seu tutor, pois ele me passará as dúvidas e eu esclarecerei imediatamente. Ok! Então vamos começar nossa viagem neste mundo que outrora era bem desconhecido. Perceberemos como as pessoas e as organizações mudaram sua visão em relação ao meio ambiente e como ela já faz parte das tomadas de decisões das pessoas e das empresas, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte. Observaremos como é possível gerenciar os impactos causados no meio ambiente, deixando ape- nas de ser um remediador dos danos e passando, através de uma boa gestão, a prevenir e minimizar os impactos. Vamos lá! 3 1. consciÊncia amBiental: evolução O momento agora será reservado para falarmos inicialmente sobre a evolução da consciência ambiental. Mas afinal, você sabe o que realmente significa “evolução da consciência ambiental”? Significa que o que entendemos hoje sobre o meio ambiente, preservação, conservação, coleta seletiva, descarte e etc., são compreensões do mundo moderno. Você lembra o quanto era comum no passado as pessoas jogarem lixo no meio da rua, pontas de cigarro por todos os lados, chicletes no chão, lixos espalhados na calçada? Hoje, de certa forma, o comportamento mudou. O homem gradativamente foi percebendo que os recursos naturais não são infinitos e que o ser é parte do meio. No passado, os recursos eram abundantes, os efeitos da poluição não eram tão visíveis e tampouco era um problema cujas pessoas tivessem interesse em resolver. É possível perceber que com o passar do tempo a sociedade começou a entender problemas relacionados às questões ambientais. Em determina- do momento as empresas também notaram que se não houvesse políticas de preservação, custos com a manutenção do meio ambiente, entre outras medidas, fatalmente iria comprometer o futuro do sistema produtivo, pela escassez de recursos naturais. Havia uma perspectiva de que se a sociedade continuasse a demandar recursos naturais na proporção que se requeria, certamente haveria um comprometimento das gerações futuras. E é a partir deste con- ceito que surge a definição de “desenvolvimento sustentável”, mas você só estudará sobre este assunto na última unidade. Então vamos continuar estudando mais sobre a evolução da consciência ambiental. veja o vídeo! Você deverá assistir neste momento ao vídeo em que o professor Ricardo Carvalho comenta sobre uma pesquisa realizada acerca da consciência ambiental, com duração de três minutos e trinta e nove segundos. Você só deve prosseguir com o estudo depois que assistir ao vídeo. Agora que você assistiu ao vídeo, vamos continuar com nosso estudo! Dada à relevância desta evolução na consciência sobre o meio ambiente e o entendimento, a seguir, da evolução da gestão ambiental, entendendo como ela se desenvolveu em termos de percepção por parte das empresas e governo, há uma vídeoaula nesta unidade sobre este assunto. https://www.youtube.com/watch?v=ZSZbiIq7sSA 4 acesse o ambiente virtual Você deve interromper neste momento a leitura deste Guia de Estudo e assistir a vi- deoaula que está na Unidade I do seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Você só deve seguir com a leitura deste Guia de Estudo após assistir ao vídeo indicado. Após assisti-lo, retorne para a leitura deste Guia de Estudo para que possamos continuar com nosso assunto. Um grande aliado para evolução desta consciência ambiental foi a educação ambiental que cresceu nos últimos anos. Você já ouviu falar em educação ambiental? Faça uma breve reflexão. Quantas vezes na sua vida a informação sobre o meio ambiente, a importância de preservar os recursos naturais, coleta seletiva, etc. chegou até você? Vamos descartar neste momento as mídias mais comuns: televisão, jornais, revistas e internet. Refiro-me só aquela informação que você recebeu na escola, na faculdade e no ambiente de trabalho. É provável que, dependendo de sua idade, a resposta seja: NENHUMA! Esse tipo de informação é bastante comum hoje, mas não era no passado. Porém, preciso fazer uma ressalva: VOCÊ não poderá mais responder “ne- nhuma”, pois neste momento você está tendo um contatodireto com a educação ambiental, capacitando você e qualificando-o para o mercado profissional. Neste sentido, é preciso entender que nem só os seres humanos evoluíram quando o assunto era meio ambiente, mas naturalmente, as organizações, formadas por pessoas, também foram ao longo dos anos mudando sua forma de exploração, utilização dos recursos naturais e a maneira de causar externalidades negativas. Uma dúvida muito comum, que sempre surge é: professor, o que é externalidade negativa? Diante disto, antes de continuarmos sobre a evolução da consciência ambiental nas empresas, com foco na gestão, vamos entender do que se trata de externalidade negativa quando envolvemos as questões ambientais. 1.1 meio ambiente: externalidades negativas As teorias pigouvianas, do economista inglês Arthur Pigou, conceituaram as externalidades como sendo uma falha de mercado. Estas teorias mudaram fortemente como as pessoas viam a relação entre o sis- tema produtivo e o meio ambiente. Ainda nesta unidade faremos uma abordagem sobre o que são estas taxas pigouvianas e como elas podem ser utilizadas em favor da preservação ambiental. ??? 5 leitura complementar Para expandir seu conhecimento, recomendo que você faça uma leitura complementar sobre Arthur Pigou e leia o artigo na Enciclopédia Livre. Após a leitura das páginas recomendadas, retorne a este Guia de Estudo. Fique sabendo que Externalidade é quando um terceiro sofre as consequências de uma decisão sobre o qual ele não participa dela. exemplo Vou tomar como exemplo uma indústria de confecção de jeans. Vamos supor que o des- carte de parte do índigo (azul), tingimento muito utilizado para as calças jeans, fosse descartado em um leito de rio próximo a fábrica. Observe que não há nenhum acordo entre o fabricante do jeans e as pessoas da cidade que se beneficiam do rio. Porém, com este descarte o rio fica inteiramente poluído, matando os peixes e contaminando a água que abastece a cidade. Observe que a população foi prejudicada por uma relação entre o fabricante e o consumidor dos jeans (pois demandava o jeans na cor azul) e que a população não tinha relação com estes agentes. Neste caso, a indústria cometeu uma externalidade negativa. Vamos imaginar outro exemplo? Imagine que próximo a sua casa abriu uma casa de festa. A poluição sonora, o trânsito provocado, o lixo gerado serão externalidades negativas provocadas e que irá contribuir negativamente ao meio. Agora que você já estudou sobre externalidade negativa, perceba que falei anteriormente que as empre- sas têm evoluído quanto a este tema. Tudo graças a uma evolução da gestão ambiental. É o que iremos estudar a partir de agora. Vamos lá? Assim como a consciência do próprio homem, as organizações também foram ao longo do tempo mudan- do seu entendimento sobre a gestão ambiental dentro das instituições. Você hoje, sendo gerente de uma organização, acha que seria capaz de ignorar as questões ambientais? Faça uma breve reflexão! Eu presumo que seja impossível. Seja na alta administração, nos cargos de coordenação e gerência ou nos cargos técnicos, as questões ambientais hoje são tratadas de forma explícita e já estão intrinsecamente nas decisões gerenciais de grandes empresas. Mas, você deve ter percebido que esta é uma visão moderna. No início, entidades privadas e do governo tinham um olhar voltado apenas para corrigir possíveis danos ao meio ambiente. Com o passar do tempo https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Cecil_Pigou 6 eles passaram a prevenir e, mais atualmente, utilizar inclusive a preocupação com as questões ambien- tais como uma ferramenta de marketing para promover a imagem da empresa. acesse sua Biblioteca virtual Para expandir este assunto, recomendo que você faça uma leitura complementar. Vá até a biblioteca virtual da Person e busque pelo livro: “CURSO DE GESTÃO AMBIEN- TAL”. Você deve ler o início do Capítulo 1 – Introdução à Questão Ambiental - deste livro, que compreende da página 3 a 5. Após a leitura das páginas recomendadas, retorne a este Guia de Estudo. Agora que você já estudou a evolução à consciência ambiental dos homens e viu uma breve abordagem na evolução da gestão ambiental, você irá estudar sobre os Sistemas de Gestão Ambiental (SGA). Cada empresa em uma economia produz diversos bens e serviços à sociedade. Você já imaginou se cada uma dela fosse realizar um sistema de gestão ambiental independente? Certamente nos depararíamos com diversos problemas ao longo do tempo. Devido a isto, foram criados padrões e normas ambientais – que será estudado na próxima unidade - no mundo e no Brasil, para que estas empresas tivessem um sistema de gestão ambiental padronizado. É o que iremos estudar a partir de agora. 2. sistemas de Gestão amBiental Neste momento, vamos aprofundar no assunto para entender as bases teóricas de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), os três passos para criar a gestão ambiental e os três modelos de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) – incluindo o modelo ISO 14000, que abordaremos na próxima unidade. Antes de você entender efetivamente os três passos para criação da Gestão Ambiental, relembre a evo- lução da gestão ambiental. Você estudou anteriormente que, incialmente, a gestão do meio ambiente era apenas para corrigir um dano e, na concepção mais moderna, o marketing verde é utilizado para fisgar os clientes. A gestão ambiental deve ter ficado uma grande dúvida sobre como os gestores lidavam com o problema da poluição no Brasil: prevenir ou remediar? É sensato lembrar que com a industrialização a partir de 1930 até os dias atuais, a poluição de ar, a água e a terra no país é cada vez maior e cada vez mais preocupante. E então, se você fosse um gestor de uma empresa iria prevenir a poluição, por exemplo, ou só atuar corre- tivamente após a poluição gerada? Que tal você estudar agora um pouco sobre essas duas perspectivas? O que os gestores devem fazer: prevenir ou remediar? Já chamamos atenção para o crescente índice de poluição do ar, terra e água, no Brasil, nas ultimas décadas. 7 veja o vídeo! Para você fixar um pouco mais sobre esse assunto, recomendo que você pare neste momento a leitura deste Guia de Estudo e assista ao vídeo “Documentário sobre a poluição da água” que está neste link abaixo, com duração de três minutos e vinte e quatro segundos. O vídeo trata apenas da poluição da água, mas dá pra ver a dimensão do problema. Após assistir ao vídeo, retorne a este Guia de Estudo. Agora que você assistiu ao vídeo recomendado (se não assistiu, assista!) vamos assistir outro vídeo. veja o vídeo! O vídeo é um pequeno exemplo de políticas propostas para prevenção da poluição do ar. No lugar de multar os proprietários de veículos que poluem o ar, com objetivo de remediar o problema, a estratégia é de prevenir, evitando que carros que poluam saiam às ruas. O vídeo possui um minuto e cinquenta e três segundos de duração. Agora que você já estudou a dimensão do problema da poluição do meio ambiente, ainda deve estar na dúvida se o melhor é prevenir ou remediar o dano causado ao meio. Atualmente as empresas ainda cos- tumam remediar atuando verdadeiramente como “apagadores de incêndio”. Há três abordagens possíveis da gestão ambiental nas empresas. Estas três abordagens são: controle, prevenção e abordagem estratégica e são analisadas em três dimensões: preocupação básica, postura típica e percepção dos gestores. O primeiro passo é o controle da poluição. De forma geral as empresas realizam esse controle de duas formas principais: tecnologia da remediação e tecnologia end of pipe control. O primeiro é quando a empresa atua depois que os problemas de poluição já aconteceram e, no segundo caso, é controlar a poluição antes que ela aconteça. Agora que você já leu o primeiro passo, o segundo passo para criar uma gestão ambiental é a prevenção da poluição. Há um entendimento que as duas tecnologias de controle gastam mais dinheiro do que a prevenção,ou seja, é mais barato prevenir do que remediar. A prevenção utiliza três métodos básicos para gestão ambiental: reduzir, reutilizar e reciclar. Finalmente, o último passo após você ter lido como as empresas fazem a prevenção da poluição. Ele consiste em uma fase mais madura da gestão ambiental. É a consciência natural que a empresa tem que a sustentabilidade vai além de uma obrigação, ela pode ser usada como uma estratégia para aumentar as vendas. A abordagem estratégica alia a legislação ambiental com o marketing verde, como vimos na evolução da gestão ambiental. https://www.youtube.com/watch?v=qszsmTyMAd0 https://www.youtube.com/watch?v=qszsmTyMAd0 https://www.youtube.com/watch?v=A9Gem-Zsf8E 8 Vale destacar que cada sistema ambiental deve ser planejado e elaborado a partir de determinados padrões e normas ambientais. Deve haver uma interação entre o SGA da empresa e seu planejamento estratégico. Dificilmente um SGA dará certo se ele não tiver alinhado com os aspectos estratégicos da empresa como um todo. Caso o SGA seja feito de forma isolada, é provável que lá na frente ele se esbarre com outros objetivos da empresa e fracasse. Sobre os padrões ambientais que orientam os Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), você não deve se preocupar neste momento, pois ele será nosso assunto da Unidade II. Agora que você já estudou sobre os Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) e os três principais modelos, você estudará, a partir de agora, sobre a economia ambiental e os aspectos regionais do Brasil. Por mais elementar que possa parecer, ao realizar a gestão ambiental é necessário entender minimamente sobre economia ambiental e algumas particularidades brasileira. Esta é a função do nosso próximo assunto: Trazer para o nosso conhecimento alguns princípios e conceitos que ficaram perdidos com o passar do tempo. Vamos lá! 3. a economia amBiental e os asPectos reGionais no Brasil O momento agora será reservado para falarmos sobre os aspectos econômicos no Brasil. Este tema é bastante relevante e é fundamental que você o entenda. O Brasil apresentou altas taxas de crescimento econômico (PIB) nos últimos anos. Mas, para que isto fosse possível foram gerados de alguma forma alguns impactos ambientais, consequências da produção de qualquer bem ou serviço. Reflita: De quem é a responsabilidade pela solução desses danos? Seria uma solução pública ou privada? A grande questão hoje é buscar uma alternativa em que mantenha as empresas, indústrias, etc. produzin- do cada vez mais e, por outro lado, preservar o meio ambiente. Para entendermos. A partir desta questão voltamos a nossa polêmica inicial: Quem deve atuar para que um crescimento econômico esteja lado a lado com a preservação do meio ambiente? Para você entender melhor sobre isso, você estudará agora a visão de alguns economistas clássicos que viveram na época de Revolução Industrial e que influenciaram outros economistas (os neoclássicos). Para eles, o Estado não deveria intervir na economia. Quero que você pare agora a leitura deste Guia de Estudo, dê um gole no café ou na água que você está tomando agora – se não estiver tomando alguma coisa só pare e IMAGINE! Imaginar o que, professor? Imagine nossa sociedade sem a intervenção do Governo. Imagine que o go- verno não regulasse o mercado e que os preços de tudo que a gente compra fosse orientado apenas pelo comportamento de vendedores e compradores. Pense em uma situação em que os vendedores de roupas resolvessem duplicar o preço de suas mercadorias. Os compradores, que não tivessem aumento de renda (salário, por exemplo) iriam comprar menos roupas ou até mesmo deixar de consumir. O que os vendedo- res iriam fazer? Baixar os preços das roupas, sem intervenção do Governo. 9 Um dos economistas clássicos, chamado Adam Smith, no seu livro “A Riqueza das Nações”, explicou que o mercado funcionaria desta forma como se houvesse a atuação de uma mão invisível. Este tipo de pensamento ficou conhecido como laissez-faire, uma palavra francesa que significa “deixe fazer”. leitura complementar Para expandir seu conhecimento, recomendo que você faça uma leitura complementar sobre Adam Smith. Acesse o link e leia o artigo na Enciclopédia Livre. Após a leitura das páginas recomendadas, retorne a este Guia de Estudo. Para Pesquisar O laissez-faire de Adam Smith é um dos pensamentos mais conhecidos da economia mundial. Recomendo que você pesquise sobre “a mão invisível” de Adam Smith e leia sobre o laissez-faire. Tenho absoluta certeza que esta leitura lhe dará um ponto de vista bem interessante sobre o mercado atual e as relações com o meio ambiente. O problema é que, embora na teoria o mercado se ajustasse naturalmente, na prática isto não acontecia, pois os mercados apresentam algumas falhas de mercado. Ou seja, na prática outros fatores acabam in- fluenciando o comportamento de compradores e vendedores. Assim, surge a necessidade de que o Estado faça algumas intervenções. Uma das formas de intervenção pública para as questões ambientais já vimos anteriormente quando estudamos os padrões de qualidade ambiental, padrões de emissão e as externalidades. Desta forma, o governo deveria incentivar as empresas que causam impactos positivos ao meio ambiente e punir as que causam efeitos negativos. Uma das formas de punir as empresas é criar, por exemplo, impostos. Como já vimos, estes impostos ficaram conhecidos como taxa pigouviana. A ideia era que a empresa poluidora pagasse pelo estrago ambiental, ou seja, internalizar a externalidade. Ao aumentar seu custo de produzir (por causa do imposto pago pela poluição), ela repassaria este aumen- to ao consumidor através do aumento dos preços dos seus produtos e, naturalmente, os consumidores passariam a consumir de empresas mais baratas. Assim, seria melhor adquirir produtos de empresas que poluem menos. Por fim, a empresa poluidora iria perceber que era mais vantajoso não poluir. O grande problema é que o que podemos perceber hoje é que as empresas não reagem assim. Para uma empresa que não se preocupa com o meio ambiente, a taxa pigouviana não é uma solução para os danos ambientais. E alguns casos as empresas são capazes de usar o lema “poluo, mas pago”. A intervenção pública certamente é um caminho, mas porque as empresas dependeriam só delas para preservar o meio ambiente? Uma solução para isto seria o teorema de Coase. Ronald Coase acreditava que não era necessário o governo internalizar as externalizações. As pessoas envolvidas encontrariam https://pt.wikipedia.org/wiki/Adam_Smith 10 entre elas uma solução. Caso uma empresa poluísse um rio e prejudicasse os moradores de uma cidade, a solução seria encontrada pela empresa e a população, sem a intervenção do Estado. leitura complementar Para expandir seu conhecimento, recomendo que você faça uma leitura complementar sobre Ronald Coase. Acesse o link e leia o artigo na Enciclopédia Livre. Após a leitura das páginas recomendadas, retorne a este Guia de Estudo. Hoje quase não se leva em consideração a teoria de Coase. Quase não dá pra pensar nas questões ambientais sem a intervenção do Estado. A teoria de Pigou está em moda novamente. No Brasil, leis ambientais colocam em prática o princípio do poluidor pagador. acesse sua Biblioteca virtual Para profundar mais sobre este assunto recomendo uma leitura bastante interessante. Vá até a biblioteca virtual da Person e busque pelo livro com o título “Gestão Ambien- tal” – Academia Pearson (ATENÇÃO: Há dois livros com o mesmo título, você deve ficar atento para qual dele é o da PEARSON). Leia o Capítulo 3, da página 54 até a página 59. Após a leitura recomendada, você deve retornar a este Guia de estudo para encer- rarmos a nossa primeira unidade. Agora que você já leu as indicações, vamos concluir nossa Unidade I. Estamos chegando ao final da nossa primeira unidade e você deve ter notado o quão importante foi a evo- lução da consciência ambiental para a sociedade e, principalmente, a importânciada evolução ambiental para as empresas. Você aprendeu que as empresas também evoluíram quando tratamos de gestão ambiental e que pas- saram a estabelecer um verdadeiro compromisso com o meio ambiente e que só através dos padrões ambientais que iremos estudar mais profundamente na próxima unidade, as empresas são capazes de elaborar seus Sistemas de Gestão Ambiental (SGA). Concluímos o assunto abordando os aspectos ambientais no Brasil, explicando a função da taxa pigouvia- na e tratando do teorema de Coase. Com o fim desta unidade, você deu o primeiro passo na sua formação para o mercado profissional na dis- ciplina de gerenciamento dos impactos ambientais. Um gestor que possui habilidades em gerenciar uma empresa, uma equipe, sem perder o foco das questões ambientais, torna-se um profissional muito mais preparado para assumir uma vaga no mercado de trabalho. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ronald_Coase 11 Aqueles que já estão no mercado de trabalho e que ainda não atuam com foco no meio ambiental têm a oportunidade de começar a implantar sistemas de gestão ambiental em sua empresa. Agora, você está pronto para prosseguir nossa viagem. Até agora você entendeu algumas questões bá- sicas que se aprofundará nas próximas unidades. Nosso objetivo é fazer com que o entendimento sobre a gestão ambiental seja uma construção sob fortes alicerces. Foi esse o objetivo desta primeira unidade. Bases fortes, vamos seguir em frente e entender a importância do gerenciamento dos impactos ambien- tais para o sucesso de uma empresa e, claro, o seu sucesso profissional. Caso algum assunto tenha deixado você com dúvidas, é importante que você releia e tente esclarecer o que não ficou bem entendido. Nossa disciplina é estruturada para construirmos passo-a-passo o conheci- mento. Avançar sem ficar tudo completamente compreendido é como construir uma casa e deixar alguns espaços sem tijolos ou colunas... lá na frente tudo pode desmoronar! Encerramos neste momento todo o conteúdo da Unidade I. É importante que você tenha compreendido todo o assunto, pois ele é a base para compreensão das unidades seguintes. Na unidade II, veremos com mais detalhes sobre levantamento de aspectos e impacto ambiental (LAIA), estudo dos impactos ambientais (EIA) e relatório de impactos ambientais (RIMA). Avançaremos estudando sobre os padrões ambientais e concluiremos a segunda unidade tratando de alguns fundamentos da ecologia. acesse o ambiente virtual Agora, você deve ir ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e realizar as ativi- dades (caráter avaliativo) referentes ao conteúdo aprendido nesta primeira unidade. Caso você tenha dúvida (s), você deve entrar em contato com o (a) tutor (a) para que as esclareça. Encontramo-nos em breve na próxima unidade. Até lá!
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