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Apostila 5. EXECUÇÃO PENAL

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Direito Penal 
Prof. Danilo Pereira 
Este material é fruto de pesquisa e trabalho intelectual de Danilo Pereira. Foi encaminhado aos alunos com fins de complementação de estudos. É 
proibida a reprodução, comercialização, utilização, encaminhamento, cópia, uso ou disponibilização por quaisquer meios (inclusive plataformas virtuais 
ou de relacionamento) sem autorização do Autor. 
 
Execução Penal. Progressão de regime. Remição de pena. Unificação de penas. Detração penal. 
 
EXECUÇÃO PENAL 
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições da sentença. Pressupõe-se que o juiz de direito, 
que é o juiz da condenação, na sentença, observou tudo aquilo atinente à aplicação da pena, especialmente 
no que tange a reprovação ao crime praticado, inclusive quanto a espécie e quantidade de pena (art. 110 
LEP). Toda vez que o sujeito é condenado, é expedida a guia de recolhimento (art. 105 LEP), que pode 
ser provisória (quando a sentença não transitou em julgado, ou seja, o sentenciado apelou) ou definitiva 
(quando a sentença transitou m julgado, ou seja, quando o sentenciado não apelou, ou, se apelou, seu 
recurso foi julgado pela instância superior e já transitou em julgado). Assim, tanto o preso provisório 
quanto o definitivo terão todos seus direitos advindos pela L. 7.210/84 assegurados na execução penal, 
onde compete ao juiz da execução decidir, especialmente quanto aos benefícios previstos para fins de 
obter sua liberdade, cujo passaremos a estudá-los. 
 
Execução provisória 
A fundamentação da possibilidade de executar pena antes do trânsito em julgado (ou seja, enquanto apela 
o sentenciado) é jurisprudencial - Súmula 716 STF: “Admite-se a progressão de regime de cumprimento 
de pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da 
sentença condenatória.” Não obstante recentemente o STF autorizou a execução provisória de pena, 
expedindo-se mandado de prisão ao réu solto, quando a partir da condenação em segunda instância, ainda 
que antes do trânsito em julgado1. À evidência que é um verdadeiro absurdo considerando o Princípio 
Constitucional da Presunção de Inocência (art. 5º, LVII), o Princípio da ampla defesa e contraditório (art. 
5º, LV), além do Princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV CF) considerando que recursos e ações 
em instâncias superiores (STJ e STF) compreendem também o devido processo legal, além do direito ao 
duplo grau de jurisdição. 
 
PROGRESSÃO DE REGIME (art. 33, § 2º CP e 112 LEP): 
Diz o § 2º do artigo 33 do CP que as penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva. O CP apenas refere-se às penas privativas de liberdade porque nas outras previstas (multa e 
restritivas de direitos não há privação da liberdade) e, logo, não há que se falar em sistema progressivo 
para aplicação de uma pena restritiva de direitos. 
 
Conceito 
Progressão é a passagem do regime mais rigoroso para o mais brando, com base no lapso de cumprimento 
de pena e comportamento carcerário. Qual é o regime mais brando? Ora, aquele imediatamente posterior 
ao que o sujeito se encontra: o mais brando que o fechado é o semiaberto; o mais brando que o 
semiaberto é o aberto. Não há regime mais brando que o aberto, que é a última etapa da progressão de 
 
1 “1. A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o 
princípio constitucional da presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal. 2. Habeas corpus denegado.” (STF – HC 126.292/SP) 
Direito Penal 
Prof. Danilo Pereira 
Este material é fruto de pesquisa e trabalho intelectual de Danilo Pereira. Foi encaminhado aos alunos com fins de complementação de estudos. É 
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regime, digamos, aquele cuja liberdade do sujeito é “quase” total (afinal há algumas obrigações que ele 
deve observar para não “perder” este regime, ou, tecnicamente falando, regredir de regime). 
 
Requisitos (art. 112 LEP) 
a) objetivo: cumprimento de 1/6 de pena no regime anterior; 
b) subjetivo: bom comportamento carcerário atestado pelo diretor do estabelecimento: tem bom 
comportamento aquele que não tem faltas disciplinares (arts. 49 e ss. LEP) anotadas em seu prontuário. 
 
Obs.: para o condenado por crime contra administração pública (art. 312 a 359 CP), além destes dois 
requisitos, sua progressão fica condicionada à reparação dos danos causados ou a devolução do produto 
obtido com o ilícito (art. 33, § 4º CP). 
 
Progressão em crimes hediondos 
Os crimes hediondos estão exaustivamente nomeados no art. 1º, da L. 8.072/90 (LCH): 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido 
por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V, VI2 e VII3); 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 
129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro 
grau, em razão dessa condição4. 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine) 
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). 
VII-A – (VETADO) 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B) 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou 
de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (acrescido pela L. 12.978, de 21.05.2014) 
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei 
no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. 
Por interpretação do art. 2º da LCH, são equiparados a crimes hediondos a prática da tortura, o 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo. 
 
 
 
2 Incluído pela L. 13.104, de 9.03.2015. 
3 Incluído pela L. 13.142, de 6.07.2015. 
4 Incluído pela L. 13.142, de 6.07.2015. 
Direito Penal 
Prof. Danilo Pereira 
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proibida a reprodução, comercialização, utilização, encaminhamento, cópia, uso ou disponibilização por quaisquer meios (inclusive plataformas virtuais 
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Lapso para progressão em crimes hediondos 
Existem duas situações: 
1ª. antes da Lei. 11.464, de 28.03.2007: a progressão era vedada expressamente pela lei 8.072/90, salvo 
para crime de tortura, onde a lei 9.455/97 previu a possibilidade. O STF havia sumulado a matéria 
expressamente afirmando que a progressão para o crime de tortura não se estende para os crimes 
hediondos e assemelhados (Súmula 698 STF). Já haviam alguns acórdãos direcionados pela 
inconstitucionalidade dessa vedação. Em fevereiro de 2.006, o Pleno do STF, por 6 votos a 5, acabou por 
entender inconstitucional o § 1º do art. 2ºda lei 8.072/90 (que vedava a progressão para crimes hediondos 
e seus assemelhados – previa “regime integralmente fechado”), entendendo assim a possibilidade de 
progressão para os sentenciados por estes crimes. Levou-se em consideração o Princípio da 
Individualização da Pena para permitir-se a progressão (HC nº 82.959-7, Relator Min. Marco Aurélio). 
Assim, pacificamente passou a permitir a progressão de regime para crimes hediondos após o julgamento 
deste habeas corpus observando o lapso de 1/6 da pena. 
 
2ª. pós Lei 11.464 de 28.03.2007: esta lei nada mais fez do que impor um regramento mais gravoso para 
os sentenciados por crimes hediondos, assim alterando o § 1º do art. 2º da L. 8.072/90, que foi declarado 
inconstitucional pós julgamento do habeas corpus citado acima. Vejamos os requisitos para progressão par 
os crimes hediondos a partir dessa nova lei: 
1. requisito objetivo: 
a) apenado primário: cumprimento de 2/5 da pena. 
b) apenado reincidente: cumprimento de 3/5 da pena: veja-se que o legislador não falou em reincidência 
específica, ou seja, condenação anterior por crime hediondo também. Assim, o sujeito que tem uma 
condenação por furto anteriormente teria de cumprir 3/5 se vem a ser condenado pela segunda vez e 
tratar-se de crime hediondo esta nova condenação. Entendemos que esta não foi a intenção do legislador, 
e fazendo uma interpretação sistemática cremos que a reincidência deva ser específica, ou seja o sujeito já 
teria uma condenação anterior por crime hediondo e venha a ser novamente condenado por crime dessa 
natureza. Mas, a lei silenciou. 
2. requisito subjetivo: bom comportamento carcerário (art. 112 LEP). 
 
Assim, temos a seguinte situação: 
 
Crimes comuns Crimes hediondos ocorridos 
antes da L. 11.464/07 (28.03.07) 
Crimes hediondos ocorridos 
após da L. 11.464/07 (28.03.07) 
Lapso para cumprimento da 
pena para fins de 
progressão de regime: 1/6 
da pena sempre. 
Lapso para cumprimento de pena 
para progressão de regime: 1/6 da 
pena, seja para sentenciado primário 
ou para reincidente. (HC 94025, 
93669 STF). 
Lapso para cumprimento de pena 
para progressão de regime: 
Sentenciado primário: 2/5 
Sentenciado reincidente: 3/5 
Direito Penal 
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Obs.: 
1. porque o lapso exigido pela L. 11.464/07 (2/5 ou 3/5) não pode ser aplicado aos crimes anteriores a 
sua vigência? Como sabido, como se trata de matéria estabelecida no CP, vigente o Princípio da 
Irretroatividade da lei penal (art. 2º CP e art. 5º, XL CF), onde, apenas retroage a lei penal em duas 
hipóteses: a que seja benéfica (novatio legis in mellius) e a que revogue um crime (abolitio criminis). 
2. quando o sujeito progride do regime fechado para o regime semiaberto, para fins de nova progressão 
(ao regime aberto) o lapso (1/6; 2/5 ou 3/5) será sobre o restante da pena, e não do total. 
3. Em trâmite na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pretende 
retirar de condenados por crimes hediondos o direito a progressão de regime prisional - PEC 364/09. 
 
Progressão por salto 
É aquela onde o sentenciado “salta” diretamente do regime fechado para o semiaberto. É vedada porque 
o sentenciado deve preencher os requisitos legais (objetivos e subjetivos) para obter o direito a progressão 
de regime como previsto em nosso sistema, ou seja, sempre do mais gravoso ao posteriormente menos 
gravoso. Hoje, é inquestionável o constrangimento ilegal ao manter o sentenciado em regime mais gravoso 
do que aquele ao qual foi condenado ou, por falta de vagas não fazê-lo progredir de regime. É corriqueiro 
manter o sujeito em regime fechado aguardando vagas em regime semiaberto. O STJ já consolidou que tal 
é ilegal, devendo o sentenciado aguardar a vaga em regime menos rigoroso, ou seja, em regime aberto 
(RHC 21973). Isso não significa “saltar”, mas o sentenciado aguardará a vaga em regime menos gravoso, e 
não o contrário. Afinal, não se pode jogar nas costas do sentenciado as mazelas estatais. 
 
Regressão de regime (art. 118 LEP) 
É a transferência do sentenciado do regime menos grave para o mais grave. Requisitos: 
1. praticar crime doloso ou cometer falta grave: o rol de faltas graves está no art. 50 LEP (há sindicância 
administrativa para apuração – art. 59 LEP). 
2. sofrer condenação por crime anterior cuja pena somada ao restante da execução torne incabível o 
regime menos grave. 
Neste caso, poderá haver “salto”, ou seja, dependendo da gravidade do fato praticado pelo sentenciado ou 
mesmo da quantidade de pena por um novo crime que vir a cometer, ou do não cumprimento das 
imposições estabelecidas no regime ao qual se encontra, poderá ir direto do regime aberto para o fechado. 
 
REMIÇÃO (art. 28/37 e 126/130 LEP) 
Tem sentido de perdão, quitação ou resgate. O tempo remido é computado com tempo de pena cumprida 
(art. 128 LEP). O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir 
(descontar) parte do tempo da execução de sua pena em quaisquer crimes, inclusive hediondos. O preso 
provisório também faz jus à remição (art. 126, §7º LEP). Hipóteses (art. 126 LEP) 
1. estudo: 1 dia de pena por cada 12 horas de frequência escolar divididos, no mínimo, em 3 dias: 
atividade de ensino fundamental, médio, profissionalizante ou superior, ou ainda requalificação 
profissional (art. 126, § 1º, I). Inclusive, podem ser realizadas por metodologia de ensino a distância e 
Direito Penal 
Prof. Danilo Pereira 
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deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais do curso frequentado (art. 126, § 2º LEP). No caso 
de conclusão de curso fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, será acrescido em 
1/3 o tempo a remir (art. 126, § 5º LEP) 
2. trabalho: 1 dia de pena por cada 3 dias de trabalho (§ 1º, art. 126 LEP), 
O trabalho do preso não é submetido à CLT (art. 28, § 2º LEP). 
 
Requisitos (art. 31 e ss. LEP) 
a) condenado em regime fechado ou semiaberto (art. 126 LEP). No caso condenado que cumpre pena em 
regime aberto, semiaberto ou que esteja em livramento condicional poderão fazer jus a remição por 
estudo, observado as regras do §1º, art. 126 LEP. 
b) jornada de no mínimo 6 h e máximo de 8 h, com descanso aos sábados e domingos; 
c) o estabelecimento deve atestar os dias de trabalho; 
d) adequação do trabalho adequada a idade e aptidão do sentenciado; 
 
Decisão da remição 
O responsável pelo estabelecimento prisional encaminhará mensalmente ao juízo das execuções criminais 
a cópia de todo registro das informações dos sentenciados que estejam trabalhando e/ou estudando, onde 
compete ao juiz da execução criminal homologar os dias de trabalho e conceder a remição (desconto) na 
pena (art. 129 e art. 66, III “c” LEP). Compete ao juiz declarar os dias remidos, ouvidos o Ministério 
Público e a defesa (art. 126, § 8º LEP) 
 
Perda dos dias remidos 
Reza o art. 127 LEP: “Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido, 
observando o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar”Remuneração do trabalho do preso (art. 28 e ss. LEP) 
Há obrigação do Estado de providenciar trabalho aos presos. O trabalho do preso será remunerado 
mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a ¾ do salário mínimo. A remuneração do trabalho serve 
para (art. 29, § 1º LEP): 
a) indenizar os danos causados no caso de determinação judicial (a L. 11.719 de 20.06.2008 modificou o 
art. 387 do CPP, onde em seu inciso IV prevê que o juiz “fixará valor mínimo para reparação dos danos 
causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido”); 
b) assistência à família do condenado; 
c) despesas pessoais do condenado; 
d) ressarcimento ao Estado das despesas com condenado. 
 
Obs.: 
1. pecúlio: aquilo que sobrar constituirá o pecúlio, em cadernetas de poupança, onde o preso resgatará 
quando obtiver sua liberdade. 
Direito Penal 
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2. a prestação de serviços à comunidade (art. 46 CP) não é remunerada. 
3. o art. 41, III da LEP é expresso sobre o direito a previdência social do condenado. O art. 39 CP 
também garante tal direito. O Decreto 3.048/99 que aprova o regulamento da previdência social prevê em 
seu art. 9º, inciso V, alínea “o” que são segurados obrigatórios da previdência social: “o) o segurado recolhido à 
prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais 
empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta 
própria;” 
 
UNIFICAÇÃO DE PENAS (art. 75/76 CP e 111 LEP): 
No Brasil se impôs limites ao cumprimento de pena, sendo certo que há proibição de alguns tipos de 
penas (art. 5º, XLVII): penas de morte, trabalhos forçados, cruéis, de banimento e de caráter perpétuo. O 
cidadão não pode cumprir uma pena muito extensa, porque na verdade, dependendo da idade, seria como 
se perpétua o fosse, morrendo na penitenciária. Assim, limita-se a 30 anos o máximo de pena que pode ser 
cumprida no Brasil (art. 75 CP). Unificar significa tornar a pena uma só. Unificação é a soma de todas as 
penas derivadas de diversas condenações do sentenciado par torná-la uma só. 
 
Obs.: 
1. art. 10, dec. lei 3.688/41 (lei das contravenções penais): a duração da pena de prisão simples não pode 
em caso algum ser superior a 5 anos. 
 
Requisitos 
1. mais de uma condenação; 
2. soma seja superior a 30 anos. 
3. infrações praticadas depois da unificação fazem com que o período anterior seja desprezado e seja 
refeita nova unificação com o acréscimo da nova pena. Se não fosse assim, o sujeito, cometeria todos os 
crimes que pretendesse pois saberia que não seria alterado o limite de sua pena. 
 
Obs.: a unificação deverá servir para tudo, ou seja, para todos benefícios, tais como livramento 
condicional, progressão de regime remição etc. Só que, para fins de benefícios se observará não o limite de 
trinta anos, mas o total das penas aplicadas. Ex.: sujeito com total de 60 anos de pena, para obter direito a 
progressão de regime deve cumprir 10 anos de pena, e não fazer o cálculo de 1/6 sobre os 30 (que daria 6 
anos para progredir), porque estaria igualando pessoas com situação jurídica diferente – princípio da 
individualização das penas – aquele que tem condenação por 300 anos não pode ser equiparado ao 
condenado por 30. Assim, condenado a 300 anos, fará jus a progressão com 1/6, ou seja, 50 anos, mas só 
cumprirá até limite de 30 (Súmula 715 STF). 
 
DETRAÇÃO PENAL (art. 42 CP) 
É o cômputo na execução da pena do tempo de prisão provisória. Provisória é aquela prisão antes do 
trânsito m julgado da sentença penal condenatória: preventiva, temporária, em flagrante, em razão da 
Direito Penal 
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sentença de pronúncia (júri) e da sentença condenatória recorrível. A pena cumprida no exterior (art. 8º 
CP) ou em hospital psiquiátrico (manicômio judiciário), a prisão administrativa, a pena restritiva de direito, 
todas estas serão computadas para fins de cálculo de pena. A L. 12.736, de 30.11.2012 acrescentou o §2º 
ao art. 387 CPP, que tem a seguinte redação: “O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou 
de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de 
pena privativa de liberdade.” 
 
Obs.: 
1. pena de multa não é computada porque é considerada dívida de valor (art. 51 CP); 
2. prisão administrativa: após a CF/88 (art. 5º, LXI) a prisão administrativa, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, deixou de existir. Antes existia prisão do declarado 
falido que não cumprisse as obrigações impostas, por exemplo. 
3. a prisão civil (devedor de alimentos) por analogia in bonam partem à prisão administrativa também é 
computada para fins de detração penal.

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