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FATORES RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES DE SAÚDE PESSOA TEMPO LUGAR NUT 392 – EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE AMBIENTAL Profa. Luciana Sant’Ana Profa. Milene Pessoa DNS/UFV Descrição epidemiológica Tempo – quando? Local – onde? População – quem? Variáveis rela=vas às pessoas A distribuição dos eventos em saúde requer a organização das informações quanto: • Sexo • Idade • Grupo étnico • Estado civil e família • Renda • Ocupação • Instrução • Classe social • Es=lo de vida (hábito de fumar, uso de drogas e álcool, consumo alimentar, prá=ca de a=vidade Tsica) Variáveis demográficas Variáveis sociais • Estudar os eventos à saúde em diferentes segmentos populacionais tem algum sen6do? Idosos e crianças têm riscos em saúde diferentemente de adultos? E entre homens e mulheres? É possível traçar intervenções prioritárias quando se estudam subgrupos populacionais? Analisando os resultados • Resultados devidos ao acaso (eventos na mesma frequência independente da estra6ficação populacional feita) • Resultados devidos a “vieses” de informação § Viés de seleção § Viés de aferição § Viés de confundimento • Resultados devido à explicações “reais” (e6ológicas) § Atributo das pessoas § Caracterís6cas do meio ambiente Formatos de informações em relação ao tempo • Série temporal ou cronológica: conjunto de observações ordenadas no tempo (diário, mensal, anual, semana epidemiológica) Ø Quais épocas de maior e menor incidências? Ø Previsão de ocorrências? • Componentes de uma série temporal – principais 6pos de variações: ü Geral – histórica ou secular (ou tendência) ü Cíclica (num intervalo de tempo x) ü Sazonal (ou estacional – ocorrência de evento numa dada estação do ano) ü Irregular (ou acidental – configuram epidemias) “Tendência secular” • Tem o propósito de detectar e interpretar a evolução da incidência de um evento em saúde • Obje6vo: saber se as frequências do evento variam com o tempo e as caracterís6cas destas variações • Tempo mínimo de observação: depende da possibilidade de perceber adequadamente um fenômeno (comportamento constante, ascendente, descendente?) Característica epidemiológica em relação ao TEMPO Tendência Histórica ou secular – mudança na frequência de uma doença por longo período (décadas). Figura 2 – Evolução temporal das taxas de mortalidade de tuberculose padronizadas por idade (por 100 000 habitantes) em São Paulo, Brasil, 1990-97. Tendência Histórica das taxas de mortalidade de tuberculose padronizadas por idade para a cidade de São Paulo. Variações cíclicas • Caracteriza osci lações periódicas de frequências dos agravos • Tempo mínimo de observação: deve ter 3 períodos de frequências altas na série VARIAÇÕES CÍCLICAS – flutuações bruscas na incidência de uma doença ocorridas em um período maior que um ano. Figura 3 - mostra a variação cíclica do sarampo na região Centro-oeste no período de 1980 a 1998. Característica epidemiológica em relação ao TEMPO Incidência de sarampo na cidade de São Paulo 1980-1998 Variações sazonais • Designa variações cíclicas, cujos ciclos configuram ritmo sazonal ü chuvoso x não chuvoso ü Inverno x verão • Diagrama de controle: forma de detectar variações sazonais • Tempo mínimo de observação: depende do evento em análise VARIAÇÕES SAZONAIS – a variação na incidência de uma doença, cujos ciclos coincidem com as estações do ano. Ex: meningite Característica epidemiológica em relação ao TEMPO Meningite por S. pneumoniae segundo mês e período. São Paulo, 1960-1977 Diagrama de controle ou índice endêmico -‐ conceitos • Representação gráfica • Nível endêmico: número esperado de frequências do evento nas diversas épocas do ano (mês a mês por ex.) • U=lizado para o acompanhamento da evolução temporal das doenças e para o diagnós=co de uma epidemia • Canal endêmico: estabelece limites superior e inferior para a frequência do evento Diagrama de Controle: Para construção do diagrama de controle plota-‐se nas ordenadas (eixo Y) a incidência da doença e no eixo das abscissas (eixo X) o intervalo u=lizado, geralmente a semana epidemiológica ou os meses do ano. Para a obtenção do canal endêmico existem diferentes métodos (técnicas esta^s=cas). -‐ Mediana e quar=s; -‐ Média, desvio padrão A mediana e os quartis permitirão desenhar a curva endêmica e determinar as quatro zonas que aparecem no gráfico. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Q1 Mediana Q3 1990 Zona de epidemia Zona de alerta Zona de segurança Zona de êxito Figura 1 – Diagrama de controle de dengue para o RJ, para o ano de 1995 (Baseado no período de 1988-1989-1993-1994). Variações irregulares Vigilância epidemiológica: “sistema de alerta montado para detectar o nível endêmico de algumas doenças, o que permite prever a proximidade de epidemias e indicar as épocas em que devem ser adotadas medidas mais enérgicas afim de evitá-‐las”. VARIAÇÕES IRREGULARES – são alterações inusitadas (não previsíveis) na incidência das doenças, diferente do esperado para a mesma. Ex: processo epidêmico é _pico de uma variação irregular. Terremotos, guerras, revoluções. Característica epidemiológica em relação ao TEMPO Definições -‐ Epidemia é a ocorrência, numa comunidade ouregião, de um grupo de doenças de natureza similar, em número claramente acima do que normalmente se espera (Brès, 1986). Quem? Onde? Quando? Por Que? pessoa / lugar / tempo / causa • Inclui qualquer 6po de doença; • Não há número universal de casos para se determinar uma epidemia. Ex.: Nos Estados Unidos, o aparecimento, nos úl6mos 25 anos, de 1 caso de varíola excederia o número esperado, enquanto que a ocorrência de 100 casos em um único ano, na E6ópia estaria abaixo do número de casos esperados; • Não há extensão geográfica especificada (cidades, países...) • Pode compreender qualquer período de tempo (horas, semanas, anos). Tipos/origem da epidemia: Epidemia Explosiva ou por Fonte comum Os indivíduos suscetíveis são simultaneamente expostos a um foco de infecção Ex: contraídos por água, alimentos Por contágio, progressiva ou propagada A doença é transmitida por pessoas ou animais doentes a pessoas sadias, por contato direto ou indireto. O aumento inicial do número de casos é mais lento Ex: meningite, tuberculose Tipos: explosiva e progressiva • Epidemia explosiva: há aumento expressivo no número de casos, em curto período de tempo. Segue-‐se um plateau com declínio no número de casos Normalmente, único agente causal (ex.: intoxicação alimentar) • Epidemia progressiva: aumento grada6vo do número de casos Fonte de infecção não é única Ocupa período de tempo maior que quando os casos são oriundos de uma mesma fonte (ex.: DST) Endemia • É a ocorrência de um número "normal ou esperado” de casos de uma doença numa comunidade ou região. Ex: Malária , esquistossomose Quem? Onde? Quando? Pessoa/lugar/tempo (fatores relacionados ao agente, ao ambiente ou ao susce_vel) • Área endêmica: região onde determinada doença apresenta-‐se em frequência conhecida e “constante”. -‐Surto: É uma ocorrência epidêmica, em que todos os casos estão relacionados entre si, a=ngindo uma área geográfica ou população ins=tucional pequena e delimitada (vilas, bairros, creches...) -‐ Comunidades mais fechadas. -‐Pandemia: Quando uma epidemia não se restringe a um determinado lugar, mas ocorre simultaneamente em vários pontos (como é o caso da gripe). Epidemia de grandes proporções (entre con=nentes, por ex.). Variáveis rela6vas ao lugar • Localização geográfica dos eventos em saúde • Objeto de estudo de disciplina na interseção da saúde e da geografia: geografia da saúde (geografia médica, geomedicina, geopatologia, medicina geográfica, patologia geográfica, epidemiologia geográfica) • Principais =pos de comparação: ü Entre países ü Entre unidades administra=vas dentro de um mesmo país ü Entre áreas urbanas e rurais ü Em nível local Definições • Casos autóctones: Casos contraídos pelo doente na zona de sua residência • Casos alóctones : Casos contraídos pelo indivíduo fora da zona de sua residência • Caso Primário: É o primeiro caso do qual origina os casos posteriores • Casos secundários: São os que ocorrem decorrido o período de incubação ou são descobertos por meio de inves6gação • Susce^vel: indivíduo exposto ao risco de adoecer por uma determinada doença
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