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ROTEIRO MORFO SISTEMA NERVOSO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESTADO DO PARÁ
MEDICINA
LABORATÓRIO MORFOFUNCIONAL
Instrutores do Laboratório Morfofuncional
Prof. Railson Acioli de Souza
Prof. Wellington Oliveira
Prof. Nelson Abrahão da Penha
Profa. Ilce Moreira
ROTEIRO DE ATIVIDADES
MÓDULO V – NERVOSO
SETEMBRO DE 2017
2° ETAPA
Pró-Reitoria Acadêmica
Coordenadoria de Graduação
Área de Ciências Ambientais, Biológicas e da Saúde
CURSO DE MEDICINA
MD2- Módulo V - Problema 1 
OBJETIVOS DO LABORATÓRIO MORFOFUNCIONAL:
Morfofisiologia das células nervosas (neurônios):
1-Após a leitura de livros texto e atlas histológicos no capítulo que aborda a morfofisiologia das células nervosas, responda o que se pede:
a)Caracterizar e diferenciar fisiologicamente os neurônios sensoriais, motores e interneurônios, bem como, caracterizar e diferenciar morfologicamente os neurônios multipolares, bipolares e unipolares (ou pseudo-unipolares);
Neurônios: 3 categorias gerais.
-Sensoriais: Transmitem impulsos dos receptores para o SNC. Seus prolongamentos incluem fibras nervosas aferentes somáticas e viscerais. As fibras aferentes somáticas transmitem as sensações de dor, temperatura, tato e pressão a partir da superfície corporal, transportam a sensação dolorosa e a propriocepção dos órgãos dentro do corpo. As aferentes viscerais, transmitem os impulsos dolorosos e outras sensações a partir dos órgãos internos, mucosas, glândulas e vasos sanguíneos. 
-Motores: Transmitem impulsos do SNC ou dos gânglios para as células efetoras. Seus prolongamentos incluem as fibras nervosas eferentes somáticas e viscerais. Os neurônios eferentes somáticos enviam impulsos voluntários para os músculos esqueléticos. Já os eferentes viscerais transmitem impulsos involuntários para o músculo liso, células de condução cardíaca (fibras de purkinje) e glândulas. 
-Interneurônios: ou neurônios intercalados, formam uma rede de comunicação e de integração entre os neurônios sensoriais e os motores. 
Neurônios: classificação com base no número de prolongamentos que se estendem a partir do corpo celular.
-Multipolares: tem um axônio e dois ou mais dendritos. A direção dos impulsos é do dendrito para o corpo celular até o axônio ou do corpo celular para o axônio. Nele os dendritos e o corpo celular, são porções receptoras da célula e sua membrana plasmática é especializada para geração de impulsos. O axônio é a porção condutora da célula e sua membrana plasmática é especializada para a condução de impulsos, sua porção terminal (terminação sináptica) contém vários neurotransmissores (pequenas moléculas liberadas na sinapse que afetam outros neurônios, células musculares e epitélio granular).
-Bipolares: Tem um axônio e um dendrito, são raros, são frequentemente mais associados aos receptores para os sentidos especiais (paladar, tato, visão, audição e equilíbrio). Geralmente, encontrados na retina do olho e nos gânglios dos nervos vestibulococlear da orelha.
-Unipolares ou pseudo-unipolares: tem um prolongamento ou axônio, que se divide próximo do corpo celular em dois ramos axônicos longos. Um ramo se estende até a periferia e o outro até o SNC. Esses dois ramos são a unidade de condução. Os impulsos gerados nas arborizações(ramos) periféricas do neurônio que são a porção receptora da célula. Cada neurônio desenvolve-se a partir de um bipolar, a medida que seu axônio e dendrito migram ao redor do corpo celular e se fundem em um único prolongamento. A maioria é composta de neurônios sensoriais localizados próximo ao SNC. Os corpos celulares dos neurônios sensoriais estão situados nos gânglios da raiz dorsal e nos gânglios dos nervos cranianos. 
b)Proceder com a microanálise de cortes histológicos de células nervosas nas lâminas histológicas nº 154 e nº155, identificar e descrever as características histológicas e funções das células nervosas (neurônios): corpo celular, axônio e dendritos (Fotomicrografias 1, 2 e 3);
Células nervosas:
-Corpo celular: tem características de uma célula produtora de proteína. O corpo celular é a região dilatada do neurônio, que contém o núcleo grande e eucromático com um nucléolo proeminente e citoplasma perinuclear circundante. O citoplasma perinuclear revela reticulo endoplasmático rugoso (RER) abundante e ribossomos livres, ele também, contém numerosas mitocôndrias, um grande aparelho de golgi perinuclear, lisossomos, microtúbulos, neurofilamentos, vesículas de transporte e inclusões. O conteúdo ribossômico aparece como pequenos corpos( CORPÚSCULO DE NISSL), cada um deles corresponde a uma pilha de RER. Os corpúsculos de nissl, ribossomos livres e o aparelho de golgi estendem-se ate os dendritos, porém não ate o axônio(Área denominada de cone axônico, que não conta com organelas citoplasmáticas grandes e serve para distinguir entre axônios e dendritos).
É o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais, bem como pela maioria dos processos de degradação e renovação de constituintes celulares, inclusive de membranas.
-Axônio: São prolongamentos efetores que transmitem estímulos para outros neurônios ou para células efetoras. Principal função é transmitir informação do corpo celular para outro neurônio ou para uma célula efetora (ex: cél. Muscular). Cada neurônio só tem um axônio, o qual pode ser extremamente longo. Os axônios que se originam dos neurônios dos núcleos motores do SNC(neurônios do tipo I de golgi) podem viajar um metro para alcançar seus alvos efetores. Já os interneurônios do SNC(tipo II de golgi) tem axônios muito curtos. Ele se origina do cone axônico. Microtubulos, neurofilamentos , mitocôndrias e vesículas passam do cone axônico. Nele existe o segmento inicial que é a região do axônio entre o ápice do cone axonico e o inicio da bainha de mielina, nele é o local aonde é gerado o potencial de ação no axônio. Alguns grandes terminais axônicos são capazes de sintetizar proteínas locais, que podem estar envolvidas nos processos da memória.
-Dendritos: prolongamentos receptores que recebem estímulos de outros neurônios ou do ambiente externo (sua principal função). Localizados na vizinhança do corpo celular. Tem maior diâmetro que os axônios, não são mielinizados e geralmente são afunilados e formam arborizações extensas, as árvores dendríticas. Essas árvores aumentam significadamente a área de superfície do receptor de um neurônio. Geralmente, o conteúdo do citoplasma perinuclear do corpo celular e o citoplasma dos dendritos são semelhantes, exceção do C de golgi. Em sua base, podem ser encontrados, ribossomos e RER.
c)Na lâmina nº154, identificar, conceituar e descrever a função dos corpúsculos de Nissl (organelas citoplasmáticas presentes nessas células) (Fotomicrografia 1);
 Os corpúsculos de Nissl ou grânulos de Nissl ou também denominada substância cromófila, são acumulações basófilas, que se encontram no citoplasma de células nervosas. Estes grânulos são retículo endoplasmático rugoso(granuloso) (com ribossomas) e são locais de síntese de proteínas. O corpúsculos Nissl se encontram no pericário e na primeira porção dos dendritos, são ausentes no axônio e no cone de início do axônio. Sua presença permite notar-se uma coloração intensa, já que têm grande afinidade pelos corantes básicos ao fazer-se um estudo histológico.
Presente na Neuro-hipófise, atuam na produção de neurossecreções que são transportadas ao longo dos axônios e se acumulam nas suas extremidades, formando depósitos denominados de Corpos de Herring. 
O corpo celular dos neurônios é rico em retículo endoplasmático granuloso, que forma agregados de cisternas paralelas, entre as quais ocorrem numerosos polirribossomos livres. Esses conjuntos de cisternas e ribossomos se apresentam ao microscópio óptico como manchas basófilas espalhadas pelo citoplasma, os corpúsculos de Niss.
A denominação de corpúsculos de Nissl deve-se ao neurologista alemão Franz Nissl, que os descreveu no início do século XX, usando os corantes de anilina no estudo do sistema nervoso
Morfofisiológicadas células gliais:
1-Auxiliando-se na leitura dos mesmos recursos didáticos (livros e atlas histológicos), imagens e lâminas histológicas, responder aos seguintes objetivos:
a)Caracterizar a morfofisiologia das células da neuroglia ou gliais: oligodendrócitos, células de Schwann, microglia, células ependimárias e astrócitos (protoplasmático e fibroso), bem como, caracterizar e conceituar as fibras nervosas mielinizadas e amielinizadas;
Morfofisiologia céls da neuroglia:
Células de sustentação do sistema nervoso: a neuroglia. No SNP, as células de sustentação são denominadas neuroglia periférica e no SNC, neuroglia central.
NEURÓGLIA CENTRAL: existem 4 tipos:
-Oligodendrócitos: pequenas células que são ativas na formação e manutenção da mielina do SNC.A bainha de mielina no SNC é formada por camadas concêntricas da membrana plasmática do oligodendrócito, sua formação é mais complexa. Aparecem como pequenas células com um numero relativamente pequeno de prolongamentos quando comparados com os astrócitos. São alinhados em fileiras entre os axônios. Cada oligodendrócito emite diversos prolongamentos semelhantes a língua e encontram seu caminho na direção dos axônios, onde cada prolongamento se enrola em uma porção de um axônio, formando um segmento intermodal de mielina. Os múltiplos prolongamentos de um único oligodendrócito podem mielinizar um axônio ou vários axônios próximos. 
-Microglia: compreende células inconspícuas com pequenos núcleos escuros alongados que possuem propriedades fagocíticas. Elas normalmente representam 5% de todas as células gliais no SNC do adulto, porém proliferam e se tornam ativamente fagocíticas nas regiões de lesão ou doença. Elas são consideradas parte do sistema fagocpitico mononuclear e se originam das células progenitoras de granulócitos/monócitos.
Elas removem bactérias, células lesionadas e os resíduos celulares que sofrem apoptose. Elas também medeiam as reações neuroimunes. 
A micróglia é composta das menores células neurogliais e tem núcleos alongados e relativamente pequenos. Tanto seus prolongamentos, quanto o corpo celular são revestidos com numerosas espiculas. O MET revela numerosos lisossomos, inclusões e vesículas. Entretanto, a micróglia contém pouco RER e poucos microtúbulos ou filamentos de aquitina.
-Astrócitos (Protoplasmático e fibroso): são células morfologicamente heterogêneas que fornecem suporte físico e metabólico aos neurônios do SNC. São as maiores células neurogliais. Formam uma rede de células dentro do SNC e se comunicam com os neurônios para dar suporte e modular suas atividades. Eles não foram mielina e existem em dois tipos:
-Astrócitos protoplasmáticos: mais prevalentes na substancia cinzenta (revestimento mais externo). Eles são numerosos prolongamentos citoplasmáticos curtos e ramificantes.
-Astrócitos fibrosos: mais comuns no núcleo interno (substância branca). Eles tem menos prolongamentos e são relativamente retos.
Ambos os tipos de astrócitos tem feixes proeminentes de filamentos intermediários compostos de proteína ácida fibrilar glial(GFAP).
Os astrócitos são importantes nos movimentos dos metabólitos e resíduos para os neurônios e a partir deles. Ajudam a manter as zônulas de oclusão dos capilares que foram a barreira hematencefálica. Eles fornecem cobertura para as áreas desnudas dos axônios mielinizados- nó de ranvier e nas sinapses.Podem confinar os neurotransmissores a incisura sináptica e remover os mesmos em excesso por pinocitose. Eles também modulam as atividades neuronais por tamponarem a concentração de K+ no espaço extracelular do cérebro. 
-Céls ependimárias: são células colunares que revestem os ventrículos cerebrais e o canal da medula espinal.(revestimento do tipo epitelial). Esse revestimento é semelhante a epitélio das cavidades repletas de liquido do SNC. Elas formam uma única camada de células cubicas para colunares que tem características morfológicas e fisiológicas das células transportadoras de liquido. Elas estão ligadas firmemente por complexos juncionais localizados nas superfícies apicais. Elas carecem de uma lamina externa. A superfície basocelular exibe numerosos pregueamentos que se interdigitam com os prolongamentos dos atrócitos adjacentes. A superfície apical das células possui cílios e microvilosidades, que estão envolvidoas na absorção do liquido cefalorraquidiano. 
NEUROGLIA PERIFÉRICA: inclui as células de Scwann e as células satélites.
Células de Scwann: no SNP elas produzem a bainha de mielina, que é rica em lipídios e circunda os axônios. Ela tem como função principal dar sustentação as células nervosas mielinizadas e não mielinizadas. Elas se desenvolvem a partir da crista neural e se diferenciam pela expressão do fator de transcrição Sox-10. Elas ajudam na limpeza de resíduos do SNP e orientam o crescimento dos axônios no SNP.
As células de scwann tem núcleos ovoides ou alongados, com núcleos evidentes. Em caso de injuria de nervos, elas desempenham papel importante na regeneração das fibras nervosas.
Um único axônio ou um grupo de axônios pode ser incluído em uma única invaginação da superfície da célula de schwann. Grandes células de schwann no SNP podem ter 20 ou mais sulcos, cada um contendo um ou mais axônios. 
Fibras nervosas mielinizadas: quando os axônios são envoltos por bainha de mielina são chamados assim. A bainha de mielina é formada por uma serie de lamelas concêntricas, originadas de voltas de membrana da célula glial ao redor do axônio, composta por lipídeos e proteínas, riqueza de fosfolípides. Componente particular a ela, proteína básica principal da mielina, mais encontrada no SNC.(No SNP ela tem constituição proteica diferente). Por ser isolante , a bainha de mielina permite a condução mais rápida do impulso nervoso. Ela permite a condução saltatória dos impulsos nervosos
Fibras nervosas amielinizadas: quando a ausência da bainha de mielina os axônios são chamados assim.No SNP, há fibras nervosas do SNA e algumas fibras sensitivas muito finas, que se envolvem por células de schwann, sem que haja formação de mielina. No SNC, as fibras amielinicas não apresentam envoltórios verdadeiros, ou seja, jamais uma célula glial envolve um axônio, a semelhança do que ocorre no periférico. Prolongamentos de atrocitos podem, no entanto, tocar os axônios amielinicos. Elas também são envelopadas e nutridas pelo citoplasma das céls de scwann. Elas conduzem impulso nervoso mais lentamente, pois os conjuntos de canais de sódio e potássio sensíveis a voltagem não tem como se distanciar, ou seja, a ausência de mielina impede a condução saltatoria.
b)Realizar a microanálise da lâmina histológica no 151, identificar, caracterizar e diferenciar histologicamente as células da glia: astrócitos protoplasmáticos e fibrosos (Fotomicrografias 4 e 5);
c)Realizar a análise microscópica das lâminas nº154, nº125 e nº126, identificar e caracterizar a presença de fibras mielínicas seccionadas transversalmente (axônio centralizado e imagem negativa da bainha de Mielina) (Fotomicrografia 6).
Morfofisiologia das fibras mielínicas e amielínicas:
a)Com o auxílio dos livros de neuroanatomia e imagens abaixo, classificar e diferenciar os tipos de fibras nervosas em relação a presença ou ausência da bainha de mielina, assim como da sua espessura e velocidade de condução; 
A espessura da bainha de mielina na mielinização é determinada pelo diâmetro do axônio e não pela célula de scwann. 
Neurofibras mielinizadas: possuem bainha de mielina (mais espessa), nódulos de Ranvier e alta velocidade de propagação.
Neurofibras amielinizadas: não possuem bainha de mielina (mais fina) ou nódulos de Ranvier, e tem baixa velocidade de propagação. 
b)Utilizando os livros de neurofisiologia e figuras abaixo, identificar e diferenciar os diferentes tipos de sinapses.
As sinapses podem ser classificadas quanto ao local de contato entre os neurônios, caso isto ocorra entre dois axônios, tem-se uma sinapse axoaxônica, caso ocorra entre dendritoe axônio, tem-se uma sinapse axodendrítica, e caso ocorra entre dois dendritos, tem-se uma sinapse dendro-dendrítica.
Elétrica: a transmissão de impulsos nervosos é feita diretamente entre as células por meio das junções GAP (composta por um estrutura hexagonal chamada de conéxon, que forma um canal que representa a via de fluxo de corrente elétrica entre as células).
Química: é a região em que a informação é transmitida por meio de mediadores químicos chamados neurotransmissores. Eles irão atuar em proteínas receptoras da membrana da célula pós-sináptica, podendo ter ação excitatória ou inibitória.

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