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MACROECONOMIA II AULA 5 – MODELO “KEYNESIANO” SIMPLES P/ ECONOMIAS ABERTAS 5. Função Importações (M) Determinantes das importações (bens e serviços): Taxa de câmbio real : vimos que quando a taxa de câmbio real se desvaloriza, os produtos nacionais ganham competitividade em relação aos estrangeiros; e vice- versa (suposição: condição de Marshall-Lerner válida). Portanto, quanto mais desvalorizada a taxa de câmbio real (maior ), menores as importações M, e quanto mais valorizada a taxa de câmbio real (menor ), maiores as importações M. Nível de produção/renda real interna (PIB): quando maior o PIB, maior o tamanho do mercado nacional; portanto, maiores as importações; e vice-versa; ↑Q→↑M; e vice-versa: ↓Q→↓M; Outros fatores: Grau de protecionismo do país sob análise em relação aos produtos do resto do mundo: > protecionismo, < importações; e vice-versa; Comportamento dos preços (em dólar) dos produtos importados (Pm*); Avanço tecnológico da economia nacional em relação à estrangeira: > avanço, < importações; e vice-versa; Muitos outros... Síntese matemática: M = M + mQ - s0, m > 0 = propensão marginal a importar; s0 > 0 = parâmetro que mede a sensibilidade das importações aos preços relativos, isto é, à taxa de câmbio real; M = importações autônomas, isto é, que não dependem nem de Q, nem de ; engloba todos os demais fatores (protecionismo, avanço tecnológico relativo da indústria nacional, etc.) • Quanto maior o protecionismo interno e/ou o avanço tecnológico relativo da indústria nacional, menor M ; e vice-versa. 6. Função Exportações (X) Determinantes das exportações (bens e serviços): Taxa de câmbio real : quando a taxa de câmbio real se desvaloriza, os produtos nacionais ganham competitividade em relação aos estrangeiros; e vice-versa (condição de Marshall-Lerner suposta válida). Portanto, quanto mais desvalorizada a taxa de câmbio real (maior ), maiores as exportações X, e quanto mais valorizada a taxa de câmbio real (menor ), menores as exportações X. Nível de demanda (= produção real) externa: quando maior a produção/demanda externa, maior a demanda dos outros países pelos produtos nacionais; portanto, maiores nossas exportações para eles; e vice-versa; Seja Q* = produção/renda/PIB real do resto do mundo: • ↑Q*→↑X; e vice-versa: ↓Q*→↓X; Outros fatores: Grau de protecionismo do resto do mundo em relação aos produtos nacionais: > protecionismo externo, < exportações; e vice-versa; Comportamento de preços (em dólar) dos produtos de exportação (Px*); Avanço tecnológico da economia nacional em relação à estrangeira: > avanço, > exportações; e vice-versa; Muitos outros... Síntese matemática: X = X + xQ* + s1, x > 0 = parâmetro que mede a participação das exportações domésticas na economia mundial (PIB do resto do mundo); propensão do resto do mundo a importar produtos domésticos; s1 > 0 = parâmetro que mede a sensibilidade das exportações aos preços relativos, isto é, à taxa de câmbio real; X = exportações autônomas, isto é, que não dependem nem de Q*, nem de ; engloba todos os demais fatores (protecionismo externo, avanço tecnológico relativo da indústria nacional, etc.) • Quanto maior o protecionismo externo e/ou menor o avanço tecnológico relativo da indústria nacional, menor X ; e vice-versa. 7. Função exportações líquidas Para efeito de simplificação, ao invés de lidar com funções exportações e importações separadamente, os manuais recorrem a uma função que una ambas, qual seja, a chamada função exportações líquidas (ou seja, exportações menos importações de bens e serviços não fatores). Seja T = X – M as exportações líquidas. Temos então que: T = X – M = X + xQ* + s1M + mQ - s0 Rearrumando: T = X - M + (s0 + s1) + xQ* - mQ Para simplificar, façamos: s = s0 + s1, onde s representa a sensibilidade das exportações líquidas a variações da taxa de câmbio real; e T = X M , onde T = “exportações líquidas autônomas”; Resulta: T = T + s + xQ* - mQ Perceba que as exportações líquidas autônomas T aumentam tanto quando X aumenta quanto quando M diminui (e vice-versa). Assim, T aumenta quando: Diminui o protecionismo externo; Aumenta o protecionismo doméstico; Melhoram os “termos de troca” = ↑(Px/Pm); Outros fatores que aumentam X ou reduzem M ; E vice-versa. 8. Função de Demanda Agregada (D) para Economias Abertas Agrega as funções até agora estudadas: D = C + I + G + X – M = C + I + G + T; Substituindo: D = C + [c(1-t) – m]Q + c( R -RLE) + GI + T = T + s + xQ*. Para simplificar, façamos A = GIC ; A = “absorção doméstica autônoma”. Resulta: D = A + T + [c(1-t) – m]Q + c( R -RLE) + xQ* + s. Representação gráfica: Obs: Como 0 < c(1-t) – m < 1, ângulo < 45o. Perceba que RLE, Q*, x, s e T afetam o coeficiente linear da função de demanda agregada, enquanto a propensão marginal a importar m afeta sua inclinação ou coeficiente angular; A presença de m > 0 faz com que a função de demanda agregada em economias abertas seja menos inclinada do que em economias fechadas. Q D +c( -RLE)+xQ* + s Coeficiente angular = c(1-t)-m Função Demanda Agregada Modificações no coeficiente angular fazem a função girar: Modificações no coeficiente linear deslocam a função paralelamente: Obs.: mudanças em c, x e s também deslocam a curva paralelamente. 9. Determinação do Equilíbrio entre Produção e Demanda Lembrando: dado o nível de preços, aumentos da demanda geram quedas dos estoques de produtos acabados abaixo do nível ótimo e, portanto, incentivam as empresas a aumentarem a produção até equiparar-se com demanda; e vice-versa. Em equilíbrio, produção/renda real (Q) = demanda agregada real (D); Podemos agora juntar a equação de demanda agregada com a condição de equilíbrio D = Q derivada da decisão de produção para encontrar a solução matemática e gráfica do modelo: Q D D1(↑ ;↑ ;↑ ;↑ ;↑↑ ;↓RLE;↑Q*) D0 D1(↑c;↓t;↓m) D0 Q D D2(↓c;↑t;↑m) Representação gráfica do equilíbrio: Aumentarão os níveis de produção, renda real e emprego os fatores econômicos que aumentam o coeficiente linear (deslocando a função D para cima e para a esquerda) ou o coeficiente angular (fazendo a função D girar no sentido anti-horário) da função de demanda agregada, e os diminuirão os que reduzem tais coeficientes (fazendo a função D deslocar-se paralelamente para baixo e para a direita e/ou fazendo-a girar no sentido horário). Matematicamente: D = A + T + [c(1-t) – m]Q + c( R -RLE) + xQ* + s D = Q (condição de equilíbrio) Substituindo Q no lugar de D na primeira equação, resulta: Q = A + T + [c(1-t) – m]Q + c( R -RLE) + xQ* + s Resolvendo esta equação para Q, encontramos o nível de produção real (ou PIB real) de equilíbrio do modelo: Qeq = m)t1(c1 s*xQ)RLER(cTA Obs: fórmula só é válida se Qeq Qp (produto potencial). Assim: Aumentam os níveis de produção/renda/PIB real (Q) e de emprego: Política fiscal expansionista: ↑G e/ou ↓t e/ou ↑R; Choques favoráveis de demanda: ↑ C e/ou ↑ I ; ↑c, ↑x e ↓m; Desvalorizações da taxa de câmbio real (↑; ↑ T : Aumento do protecionismo interno,redução do protecionismo externo, melhoria dos termos de troca (↑Px*/Pm*) e/ou melhorias tecnológicas em relação aos outros países, etc.; Aumento da produção/demanda/renda do resto do mundo (↑Q*); Qp D D0 Q0 D=Q 45o Q D ↓RLE (provocada, por exemplo, por uma redução das taxas de juros em outros países importantes); Diminuem os níveis de produção/renda/PIB real (Q) e de emprego: Política fiscal contracionista: ↓G e/ou ↑t e/ou ↓R; Choques desfavoráveis de demanda: ↓ C e/ou ↓ I ; ↓c, ↓x e ↑m; Valorizações reais da taxa de câmbio (↓; ↓ T : Redução do protecionismo interno (“abertura comercial”), aumento do protecionismo externo, piora dos termos de troca (↓Px*/Pm*) e/ou maior atraso tecnológico em relação aos outros países; Redução da demanda/produção/renda do resto do mundo (↓Q*); ↑RLE (provocada, por exemplo, por uma elevação nas taxas de juros em outros países); Cadeia lógica para determinação do nível de produção e emprego no modelo “keynesiano” simples para economias abertas: c RLE t R→C →I→DA→E→Q,N G → T Q Efeito multiplicador ( - ) P dado
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