Buscar

Distúrbio do crescimento e da diferenciação celulares(1)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Distúrbios do crescimento e da diferenciação celulares
UDF
Disciplina: Patologia geral
Prof. VIRGILIO GALVÃO
virgiliophd@outlook.com
<número>
Crescimento e diferenciação
Crescimento celular
Multiplicação celular,
Desenvolvimento normal dos organismos,
Reposição celular,
Crescimento e diferenciação celulares são processos essenciais para os seres vivos. O crescimento celular é entendido como a multiplicação celular, é responsável pela formação do conjunto de células que compõem o indivíduo. Ele é indispensável durante o desenvolvimento normal dos organismos e necessários para repor as células que morrem após seu período de vida ou por processos patológicos.
<número>
Crescimento e diferenciação
Diferenciação celular
Especialização morfológica e funcional das células,
Permite o desenvolvimento do organismo;
A diferenciação celular refere-se à especialização morfológica e funcional das células que permite o desenvolvimento do organismos como um todo integrado. Como esses dois processos – crescimento e diferenciação – recebem influência de grande número de agentes internos e externos ás células, não é surpresa que, com frequência, surjam transtornos nos mecanismos que os controlam. Na prática dos profissionais de saúde, os distúrbios do crescimento e diferenciação assumem grande importância, de um lado por sua elevada frequência, de outro pelas graves repercussões que podem provocar. 
 
<número>
As adaptações são respostas estruturais e funcionais reversíveis, isto é, alterações em número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica, ou funções das células,em resposta a alterações do seu ambiente devido ao estresses fisiológico mais excessivo e a alguns estímulos patológicos.
As adaptações fisiológicas normalmente representam respostas celulares à estimulação normal pelos hormônios (aumento da mama e do útero, induzido por hormônio durante a gravidez. As adaptações patológicas são respostas ao estresse que permite às células modular sua estrutura e função escapando, assim, da lesão. Tais adaptações podem ter várias formas distintas.
<número>
Adaptação
É o processo de progressiva adequação a uma nova condição estabelecida.
Oliveira; Bacchi, 2010
Em patologia as adaptações são fenômenos que ocorrem em células e tecidos, essencialmente reservíveis, mas que podem gerar consequências importantes, incluindo doenças altamente prevalentes e com elevada morbidade.
A resposta adaptativa pode constituir em um aumento do tamanho de células e da atividade funcional (hipertrofia), um aumento no número de células (hiperplasia), uma diminuição do tamanho e da atividade metabólica da célula (atrofia) ou uma mudança do fenótipo das células (metapalsia). Geralmente, quando o estresse é eliminado, a célula retorna a seu estado original
<número>
Tipos de adaptação celular
São alterações celulares adaptativas às condições de agressões que podem se manifestar como:
Alterações do volume celular
Estímulo acima do normal,
Ex: duplicação do número de mitocôndrias para aumentar a produção de ATP;
De maneira geral, é possível classificar as adaptações celulares de acordo com sua natureza e as principais alterações que revelam.
Alterações do volume celular quando uma célula sofre estímulos acima do normal, aumentando a síntese de seus constituintes básicos e seu volume, tem-se a hipertrofia. O aumento do volume é acompanhado de aumento das funções celulares. Ao contrário, se sofre agressão que resulta em diminuição da nutrição, do metabolismo e da síntese necessária para a renovação de suas estruturas, a célula fica com volume menor, fenômeno que recebe o nome de hipotrofia.
<número>
Tipos de adaptação celular
São alterações celulares adaptativas às condições de agressões que podem se manifestar como:
Alterações da taxa de divisão celular
Aumento da taxa de divisão celular acompanhado de diferenciação normal,
Ex: mama durante a gravidez;
Alterações da taxa de divisão celular. Aumento da taxa de divisão celular acompanhado de diferenciação normal recebe o nome de hiperplasia. Ao contrário, diminuição da taxa de proliferação celular é chamada hipoplasia. O termo aplasia (do grego a=ausência) é muito usado como sinônimo de hipoplasia , o que não é totalmente correto. Assim, fala-se comumente em anemia aplásica quando, na maioria das vezes, trata-se de anemia hipoplásica.
<número>
Tipos de adaptação celular
São alterações celulares adaptativas às condições de agressões que podem se manifestar como:
Alterações da diferenciação celular
Modificação do estado de diferenciação normal,
Ex: mudança fenotípica para maior proteção da célula;
Alteração da diferenciação celular quando a célula de um tecido modifica seu estado de diferenciação normal, tem-se a metaplasia (do grego meta = mudança).
O fenótipo são as características observáveis ou caracteres de um organismo como, por exemplo: morfologia, desenvolvimento, propriedades bioquímicas ou fisiológicas e comportamento. 
O fenótipo resulta da expressão dos genes do organismo, da influência de fatores ambientais e da possível interação entre os dois.
O termo “fenótipo” (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico) é empregado para designar as características apresentadas por um indivíduo, sejam elas morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Também fazem parte do fenótipo características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação. 
Entre as características fenotípicas visíveis, podemos citar a cor de uma flor, a cor dos olhos de uma pessoa, a textura do cabelo, a cor do pelo de um animal, etc. Já o tipo sanguíneo e a sequência de aminoácidos de uma proteína são características fenotípicas revelada apenas mediante testes especiais.
<número>
Tipos de adaptação celular
São alterações celulares adaptativas às condições de agressões que podem se manifestar como:
Alterações do crescimento e da diferenciação celulares
Proliferação celular e redução de diferenciação,
Proliferação celular autônoma;
Se há proliferação e redução ou perda de diferenciação, fala-se em displasia (do grego dys = imperfeito, irregular). A proliferação celular autônoma, em geral acompanhada de perda ou redução da diferenciação, é chamada neoplasia (do grego neo = novo).
<número>
Alterações do volume celular
Hipertrofia 
Atrofia (Hipotrofia)
Alterações da taxa de divisão celular
Hiperplasia 
Hipoplasia
Alterações da diferenciação celular
Metaplasia
Alterações do crescimento e da diferenciação celulares
Displasia 
Neoplasia
De maneira geral, é possível classificar as adaptações celulares em quatro grupos. Alterações de crescimento celular temos três tipos atrofias que ocorrem geralmente por decréscimo de nutrientes, estimulação diminuída, hipoplaisa que é um estágio intermediário entre atrofia e hipertrofia e a hipertrofia que ocorre por demanda e estimulação aumentada. Alterações na proliferação e diferenciação celular temos a hiperplasia causada por aumento de demanda e estimulação, metaplasia decorrente a irritação crônica e por último a displasia que apresenta alterações simultâneas de crescimento e proliferação que em estágios iniciais ainda é possível que possua reversibilidade.
<número>
Normal
Hiperplasia
Atrofia
Hipertrofia
Adaptado do Livro Patologia Processos Gerais 
Relações entre atrofias, hipertrofias e hiperplasias. Atrofias e hipertrofias são polos de um mesmo espectro de alterações decorrentes de modificação (diminuição e aumento, respectivamente) de estímulos de sobrevivência celular. Individualmente, células atróficas são diminuídas de tamanho, enquanto células hipertróficas têm seu tamanho aumentado. Entretanto, além de possuírem células de menor volume, tecidos ou órgãos atróficos apresetam diminuição da celularidade em decorrência de morte celular por apoptose. Hipertrofias e hiperplasias, por outro lado, são alternativas de adaptação de tecidos submetidos à hiperestimulação. Tecidos com bom potencial regenerativo intrínseco respondem com aumento
de celularidade, isto é, realizam hiperplasia predominantemente. Tecidos com baixo potencial regenerativo intrínseco respondem com hipertrofia como resposta à hiperestimulação. Dada a variedade de tecidos que compõem alguns órgãos, não é de se estranhar que a hipertrofia e hiperplasia simultâneas possam justificar aumentos de massa/volume em deerminadas situações. Na hipertrofia não existem células novas, apenas cálulas maiores, aumentadas devido a um aumento da quantidade de proteínas estruturais e de organelas.
<número>
Alterações do volume celular
Atrofia (Hipotrofia)
Hipertrofia
<número>
Atrofia (Hipotrofia)
Atrofia (do grego a=negação; trophos=alimento);
Diminuição do tamanho e da função da célula ou órgão;
A célula diminui de volume e reduz suas funções diferenciadas;
Reversível;
Células viáveis;
Pode-se considerar atrofia como uma resposta adaptativa ao estresse, na qual a célula diminui de volume e paralisa suas funções diferenciadas, reduzindo assim sua capacidade de energia, isso ocorre devido a compressão, desregulação endócrina, desuso/desnervação, caquexias (cânceres, HIV), doenças degenerativas, envelhecimento, inanição e obstrução vascular. Com a restauração das condições normais as células atroficas mostram-se completamente capazes de reassumir suas funções diferenciadas; o tamanho da célula aumenta até a normalidade e as funções especializadas, como a síntese de proteínas ou a força de contração retornam ao seu nível original. Deve ser enfatizado que embora as células atróficas tenham a sua função diminuída, elas não estão mortas.
<número>
Como ocorre a atrofia celular?
Pode resultar da síntese proteica diminuída
Redução da atividade metabólica;
Aceleração da degradação de proteínas
Ativação da via ubiquitina-proteossamo
Participa praticamente de todas as atrofias,
A atrofia celular ocorre essencialmente pela aceleração da degradação de proteínas e digestão de componentes internos por diferentes mecanismos como apoptose ou autofagia(comer a si próprio) é o processo no qual a célula privada de nutrientes digere seus próprios componentes no intuito de encontrar nutrição e sobreviver., ação de lisossomos e suas enzimas e principalmente ativação da via ubiquitina-proteossomo, participa praticamente de todas as atrofias, independentemente de etiologia. Requer ATP para ocorrer
.
<número>
Ativação da via ubiquitina-proteossomo
Fatores desencadeantes da atrofia  Enzimas ubiquitinaligases  Ubiquitinação (proteína + ubiquitina)  Proteossomo (complexo proteico encarragado pela proteólise). 
A deficiência de nutrientes, desuso ativam as ligases da ubiquitina (monômeros de uma pequena proteína denominada ubequitina), essas enzimas serão responsáveis pela união das proteínas que serão degradas com a ubiquitina processo denominado de ubiquinização, após esse fenômeno as proteínas marcadas são reconhecidas e carreadas para os proteossomos que serão responsáveis pela degradação proteica.
A ubiquitinação é um processo que ocorre nas células no qual uma proteína é marcada por moléculas de ubiquitina com o objectivo de ser reconhecida por um proteossoma onde é degradada.
<número>
Atrofia (Hipotrofia) pode ser:
Fisiológica
É decorrente de fatores como:
Perda da estimulação endócrina,
Útero diminui de tamanho após o parto
Menopausa,
Envelhecimento (atrofia senil)
Senilidade por redução generalizada da atividade metabólica e o ritmo de proliferação celular diminui,
A hipotrofia pode ser fisiológica ou patológica. A primeira é a que acorre na senilidade, quando todos os órgãos e sistemas do organismo reduzem suas atividades metabólicas e o ritmo de proliferação celular diminui. Como afeta todo o indivíduo, não há prejuízo funcional porque fica mantido um novo estado de equilíbrio
<número>
Atrofia (Hipotrofia) pode ser:
Patológica
É decorrente de fatores diversos como:
Inanição,
Diminuição da carga de trabalho,
Compressão,
Diminuição do suprimento sanguíneo;
Desnervação;
Inanição deficiência nutricional, por qualquer causa, resulta em hipotrofia mais ou menos generalizada;
Desuso, ocorre em órgãos ou tecidos que ficam sem uso por algum tempo. O exemplo clássico é o dos músculos esqueléticos quando são mobilizados por aparelhos ortopédicos;
Compressão é decorrente da pressão exercida por uma lesão expansiva, como tumores, cistos, aneurismas;
Obstrução vascular diminuição do fornecimento de oxigênio e nutrientes causa hipotrofia do órgão correspondente.
Tanto a patológica como a fisiológica as alterações celulares fundamentais são idênticas. Elas representam uma retração da célula para um tamanho menor no qual a sobrevivência é ainda possível; um novo equilíbrio é adquirido entre o tamanho da célula e a diminuição do suprimento sanguíneo, da nutrição ou da estimulação hormonal.
Uma situação comum de atrofia é aquela do tecido mscular esquelético pela falta de exercícios. Membros superiores e inferiores pouco exercitados ou sem exercício físico deixam de receber estimulação nervosa adequada à manutenção de sua musculatura.
<número>
Tipos de Atrofia (Hipotrofia)
Atrofia por diminuição da carga de trabalho 
Forma mais comum;
Exemplos:
Imobilização,
Repouso prolongado
Retorno a normalidade;
A atrofia por desuso está relacionada com a redução de demanda funcional é a forma mais comum de atrofia. Exemplo mais comum de se perceber a atrofia é quando imobilizamos algum membro, repouso prolongado no leito, astronautas submetidos a longos períodos em regime de baixa gravidade.
Com o retorno da atividade normal, há restauração do tamanho e funções normais.
<número>
Tipos de Atrofia (Hipotrofia)
Atrofia por obstrução vascular
Mudanças nas condições de perfusões do tecido, ocasionando diminuição da quantidade e disponibilidade de nutrientes;
Exemplo:
Atrofia renal
Crescimento de neoplasias 
http://www10.uniovi.es/anatopatodon/modulo2/tema01_alteracion/02atrofia.htm
A obstrução vascular causa diminuição do fornecimento de oxigênio e nutrientes causa hipotrofia do órgão correspondente. Muitas doenças obstrutivas das artérias renais, por exemplo, causam hipotrofia do rim.
Atrofia renal pela progressiva diminuição do fluxo sanguíneo em artérias renais obstrutivas com placas de aterosclerose
A isquemia gera um suprimento inadequado de oxigênio. E pode ser de dois tipos: Total  quando ocorre interrupção da perfusão tecidual pelo oxigênio, acarretando morte celular. Parcial ocorre após olusão incompleta de um vaso sanguíneos ou em ´´areas de circulação colateral inadequada após oclusão vascular completa. Isso acarreta uma redução crõnica o fornecimento de oxigênio. Nessas ciscunstâncias, a atrofia é comum. Ela ocorre, em geral, ao redor das bordas pouco perfundidas da necrose isquemica (infartos) do coração, cérebro e rins, após oclusão vascular nesses órgãos.
Crescimento de tumores pode acosionar atrofiados tecidos adjacentes em decorrência de prejuízo de perfusão sanguínea.
<número>
Atrofia
Em A cérebro normal de adulto jovem em B atrofia do cérebro em um homem de 82 anos com doença cerebrovascular aterosclerótica, resultando da redução do suprimento sanguíneo. Note que a perda de substância adelgaça o giro e alarga os sulcos. 
A atrofia do cérebro é consequência do envelhecimento e ru=edução do suprimento sanguíneo
<número>
Hipertrofia
Hipertrofia (do gr. hyper = excesso, além; trophos = nutrição, metabolismo);
Aumento do tamanho da célula;
Células com capacidade limitada de divisão celular;
Ocorre em resposta ao aumento de:
Demanda funcional,
Produção de hormônios,
Compensação,
A hipertrofia é um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. E esse aumento ocorre porque as células aumentam sua capacidade estrutural e funcional. 
As células capazes de divisão podem responder ao estímulo submetendo-se a hiperplasia e a hipertrofia, enquanto que células que não se dividem, como por exemplo, as fibras miocárdicas, o aumento da massa tecidual é devido à hipertrofia.
No caso das hipertrofias
patológicas, o aumento no volume celular e o consequente aumento do tecido ou órgão são reflexos de uma doença de base.
<número>
Hipertrofia
Para que ocorra hipertrofia é necessário:
Fornecimento de oxigênio e nutrientes,
As células devem ter suas organelas e sistema enzimático íntegros,
Inervação preservada;
Bogliolo pág 235.
<número>
Hipertrofia
É uma forma de adaptação das células e órgãos frente a maior exigência de trabalho, podendo ser:
Fisiológica,
Patológica;
Durante a gravidez, o aumento fisiológico do útero ocorre como consequência da hipertrofia e hiperplasia do músculo liso estimulado pelo estrôgenio.
Células da musculatura estriada esquelética e do coração podem sofrer apenas hipertrofia em resposta ao aumento de demana porque no adulto, elas possuem capacidade limitada de divisão.
Exemplo patologico é o aumento cardíaco que ocorre com hipertensão ou doença da valva aórtica.
<número>
Hipertrofia Fisiológica
Exercícios musculares intensos;
Mecanismo programado pelo próprio organismo
Desenvolvimento das mamas durante a lactação;
Hipertrofia fisiológica do útero;
Puberdade;
As hipertrofias fisiológicas são vistas em indivíduos que realizam exercícios musculares intensos. As células musculares esqueléticas sofrem mudanças de expressão gênica, ocasionando aumento na síntese de proteínas do citoesqueleto e produção de novas organelas, principalmente, mitocôndrias. 
Outro exemplo de hipertrofia fisiológica é o desenvolvimento das mamas durante a lactação, nesse caso, as estruturas celulares mais importantes são as responsáveis pela produção e secreção de substâncias, como o retículo endoplasmático e o aparelho de Golgi, além do citoesqueleto, que desempenha importante papel no transporte vesicular.
O massivo crescimento fisiológico do útero durante a gravidez constitui um bom exemplo de aumento do órgão induzido por hormônio, resultante principalmente de hipertrofia das fibras musculares. A hipertrofia celular é estimulada por hormônios estrogênicos que agem nos receptores de estrogênio do músculo liso, resultando em maior síntese de proteínas do músculo liso e em aumento do tamanho celular.
A maior produção de hormônios sexuais na puberdade promove a hipertrofia dos órgãos sexuais juvenis e dos órgãos associados às características sexuais secundárias.
<número>
Hipertrofia Fisiológica do Útero
Hiperplasia fisiológica do útero,durante a gravidez. A mostra a aprerência macroscópica do útero normal e do útero grávido (removido por hemorragia pós-parto). 
B células musculares lisas uterinas, pequenas e fusiformes, de um útero normal, comparadas com C células do útero grávido, roliças e grandes, no mesmo aumento de B. 
<número>
Hipertrofia patológica
“O aumento no volume celular e o consequente aumento do tecido ou órgão são reflexos de uma doença de base”. (Oliveira, D.E; Bacchi,C.E, 2010)
As hipertrofia patológicas não são programadas e aparecem em consequência de estímulos variados.
<número>
Hipertrofia Patológica
Hipertensão arterial sistêmica;
Defeitos valvares;
Gera hipertrofia devido a sobrecarga no coração;
Adaptado de Robbins & Contran, 2010
Indivíduos com hipertensão arterial sistêmica ou defeitos valvares desenvolvem hipertrofia da musculatura cardíaca em virtude da sobrecarga do coração, que precisa dispensar mais força para o bombeamento de sangue. Nessa situação, as células do miocárdio modificam seu padrão normal de expressão gênica, aumentando a produção de determinadas proteínas, por exemplo, os miofilamentos e reexpressando genes previamente silenciados, como por exemplo, as formas fetais ou neonatais de proteínas contráteis, levando a substituição de cadeia pesada alfa da miosina pela forma beta que apresenta uma contração mais lente e é energeticamente mais econômica.
<número>
Alterações da taxa de divisão celular
Hipoplasia
Hiperplasia
São denominadas de alteração de proliferação e diferenciação celulares os fenômenos nos quais a adaptação ocorre não por modificações na complexidade estrutural e funcional da célula, mas sim por aumento no número de células (hiperplasia), mudança no seu programa de diferenciação (metaplasia) ou ambos (displasia).
 
<número>
Hipoplasia
Hipoplasia (do gr. hipo = pouco, menos que; plasia = formação);
Diminuição da população celular de um tecido, de um órgão ou parte do corpo;
Conservação do padrão arquitetural básico;
Redução numérica de células;
A região afetada é menor e menos pesada do que o normal, mas conserva o padrão arquitetural básico.
<número>
Hipoplasia
Causas:
Problemas durante a embriogênese,
Diminuição do ritmo de renovação celular,
Aumento da taxa de destruição celular,
Problemas durante a embriogênese, pode causar defeito na formação de um órgão ou parte dele (hipoplasia pulmonar, hipoplaisa renal, hipoplasia da clavícula na síndrome disostose cleidocraniana)
<número>
Hipoplasia
Fisiológica
Involução do timo,
Gônadas no climatério,
Senilidade (apoptose);
Patológica
Anemias hipoplásicas,
Anomalias congênitas;
Fisiológica mais comuns são a involução do timo a partir da puberdade das gônadas no climatério. Na senilidade, ao lado da hipotrofia também existe hipoplasia de órgãos, por aumento da apoptose.
Patológica as de maior interesse prático são as da medula óssea provocadas por agentes tóxicos ou por infecções. Resultando nas anemias hipoplásicas acompanhadas ou não de redução no número das demais células sanguineas.
<número>
Hiperplasia
Aumento no número de células;
Ocorre se a população celular é capaz de se dividir (células lábeis ou estáveis);
A hiperplasia é decorrente de:
Maior demanda funcional ou hiperestimulação,
Compensação,
Desregulação endócrina;
Hiperplasia é o fenômeno de aumento na celularidade de um tecido em decorrência de maior demanda funcional ou hiperestimulação, que podem ser: aumento de demanda funcional; compensação; desregulação endócrina; inflamação.
Como regral geral, tecidos que possuem escasso número de células-tronco, isto é, baixo potencial regenerativo intrínsecos sofrem predominantemente hipertrofia; por outro lado, tecidos ricos em células-tronco, isto é, que apresentam elevado potencial regenerativo intrínseco conseguem responder aos mesmos estímulos com aumento no número de suas células.
A hiperplasia, como a hipertrofia, também podem surgir após maior demanda fisiológica. A resistência em grandes altitudes, nos quais o teor de oxigênio do ar é relativamente baixo, provoca hiperplasia compensatória dos precursores dos eritrócitos circulantes chamada de policetemia secundária.
A inflamação crônica ou a exposição crônica a lesão física ou química resulta em uma resposta hiperplásica. Por exemplo, a compressão provocada por sapatos mal ajustados provoca hiperplaisa da pele do pé, denominada calos ou calosidades.
<número>
Hiperplasia
Para que ocorra hiperplasia é necessário;
Estímulo,
Adequado suprimento sanguíneo,
Integridade morfofuncional das células,
Inervação adequada;
Assim como na hipertrofia, a hiperplasia é desencadeada por um agente que estimula funções específicas da célula. Nesse sentido, a hiperplasia também é uma forma adaptativa das células a uma sobrecarga de trabalho. Por isso mesmo, muitas vezes um órgão ou estrutura apresenta concomitante hipertrofia e hiperplasia, pois uma mesma causa (estímulo) pode desencadear os dois processos. 
<número>
Hiperplasia
Características das células hiperplásicas:
Não se multiplicam indefinidamente,
Conservam os mecanismos de controle da divisão celular,
Processo reversível;
Pode ser fisiológica ou patológica
Bogliolo pág:236
<número>
Hiperplasia Fisiológica
Hiperplasia Hormonal
Aumenta a capacidade funcional de um tecido;
Estimulação hormonal
Elevado nível de estrogênio
Ciclo menstrual
Hiperplasia Compensatória
Aumenta a massa tecidual após ressecção parcial
Exemplo: 
Hepatectomia parcial
A hiperplasia fisiológica pode ser dividida em:
Hiperplasia hormonal nos quais os sinais hormonais podem induzir um efeito hiperplásico
fisiológico, por exemplo, a elevação do estrogênio que ocorre na fase inicial do ciclo menstrual ocorre aumento no número de células do estroma uterino e do endométrio.
Em indivíduos que doam um lobo do fígado para transplantes, as células restantes proliferam de tal maneira que logo o órgão cresce e retorna ao seu tamanho original
<número>
Hiperplasia patológica
Hormonais
Hiperfunção da hipófise,
Excesso de TSH (hormônio tireóideo estimulante)  hiperplasia da tireoide,
Desequilíbrio entre estrogênio e progesterona hiperplasia do endométrio;
Causada por estimulação hormonal excessiva ou por fatores de crescimento. 
Exemplo, após um ciclo menstrual normal, há um aumento da proliferação do epitélio uterino que em geral é rigorosamente regulada pela estimulação dos hormônios hipofisários e pelo estrogênio ovariano e pela inibição por causa da progesterona. Entretanto, se o equilíbrio entre estrogênio e progesterona é alterado, há hiperplasia da endométrio, uma causa comum de sangramento anormal
<número>
Hiperplasia patológica
Estimulação por fatores de crescimento
Geralmente provocada por processos inflamatórios crônicos,
Excesso de produção de fatores de crescimento no tecido inflamado,
Inflamações de pele ou mucosa,
Ex: hiperplasia fibrosa inflamatória, lesões papilomatosas;
É importante notar que , em tais situações o processo hiperplásico permanece controlado; se a estimulação hormonal ou estimulação por fatores de crescimento cessa, a hiperplasia desaparece.
<número>
A hiperplasia nesse caso é provocad por fatores de crescimento que são produzidos pelos vírus ou pelas células infectadas.
<número>
Alteração da diferenciação celular
Metaplasia
Metaplasia
Metaplasia (do grego meta = para além, que transcende e plasein = formação);
É a conversão de um tipo de célula diferenciada em outro tipo da mesma linhagem;
Caracterizada pela reprogramação das células de um tecido; 
Alteração reversível;
Define-se por metaplasia o fenômeno de conversão de um tecido maduro e diferenciado em outro tecido igualmente diferenciado e maduro mas com outras características.
O mecanismo que leva ao aparecimento das metaplasias é sutil e envolve mudanças no perfil de expressão gênica das células sobreviventes de uma ação crônica em virtude da interpretação dos novos sinais disponíveis em seu novo e hostil microambiente. A maioria das metaplasias é explicada pela reprogramação gênica e proliferação celular de células-tronco somáticas em virtude dos novos estímulos no microambiente dos tecidos cronicamente agredidos.
Metaplasias são reversíveis, assim como atrofias, hipertrofias e hiperplasias. É importante salientar que, quando a metaplasia deixa de existir e o tecido retorna à sua condição original, não se trata de desdiferenciação das células metaplásicas, mas sim de sua substituição por células que retomaram o programa original de diferenciação
<número>
Metaplasia
Pode ser provocada por:
Traumas mecânicos repetitivos,
Irritação prolongada decorrente do calor,
Ação química do fumo sobre a mucosa respiratória;
Bogliolo Pág:237
<número>
Tipos de Metaplasia
Metaplasia do tipo colunar para escamoso
É a mais comum;
Ocorre no trato respiratório em resposta a irritação crônica;
Metaplasia do tipo escamoso para glandular
Substituição do epitélio escamoso por epitélio glandular;
Esôfago de Barret
<número>
http://patologia.net
Esôfago de Barret é uma resposta adaptativa que ocorre na parte final do esôfago, no qual ocorre a substituição do epitélio escamoso por mucosa glandular do tipo gástrico, nos casos de refluxo crônico do conteúdo gástrico, altamente ácido. Isso representaria uma resposta adaptativa que protege o esôfago dos efeitos lesivos do ácido e pepsina gástricos 
<número>
Metaplasia
Metaplasia do epitélio colunar normal para epitélio escamoso. A vemos um diagrama esquemático e em B fotomicrografia mostrando a metaplasia do epitélio colunar para epitélio escamoso em um brônquio.
Tendo em vista que a metaplasia é enquadrada como um tio de adaptação celular, é tentador e mesmo intuitivo supor que possam ser definida como substituição de um tecido menos adaptado, ou mais frágil, para outro mais adaptado, ou mais resistente. Entretanto, isso faz com que se ache que a metaplasia seja bem-vinda, mas ela é uma faca de dois gumes. Por exemplo, no caso dos fumantes as áreas que sofrem substituição do epitélio pseudoestratificado ciliado (epitélio respiratório) por epitélio estratificado escamoso perdem características importantes de sua fisiologia. Com essa mudança desaparecem as células produtoras de mucina e deixam de existir células com cílios em sua membrana apical. Em conjunto, essas alterações ocasionam maior vulnerabilidade do indivíduo a infecções respiratórias, visto que partículas e microrganismos que deveriam ser detidos pelo muco e removidos pela movimentação ciliar acabam por alcançar as células pulmonares. A deficiência de vitamina A pode induzir também a metaplasia escamosa no epitélio respiratório.
A metaplasia é uma faca de dois gumes as influências que induzem a transformação metaplásica, se persistirem, podem predispor a transformação maligna do epitélio.
<número>
Alterações do crescimento e da diferenciação celulares
Displasia
Neoplasias 
Displasia
Displasia (do gr. dis = anomalia, distúrbio, anormalidade; plasia = formação);
Proliferação
Diferenciação
Patogênese das displasias – é importante lembrar que proliferação e diferenciação celular são variáveis biológicas inversamente proporcionais
Desenvolvimento anômalo de tecidos ou órgãos. O termo é preferencialmente atribuído a distúrbios da diferenciação celular associado a desarranjo arquitetural de tecidos que a apresentam. O processo displásico está associado ao aumento subjacente da proliferação celular. 
Alterações do crescimento e da diferenciação celular acompanhadas de redução ou perda da diferenciação das células afetadas. 
Alterações do crescimento e da diferenciação celular;
Aumento da proliferação celular e redução na maturação;
<número>
Displasia
Alta taxa de divisão celular;
Apresentam atipias celulares e arquiteturais;
Aumento homogêneo do volume nuclear (cariomegalia);
Hipercromatismo nuclear;
Pleomorfismo nuclear;
Apresentam alta taxa de divisão celular e não conseguem executar a diferenciação adequadamente
A atipia mais importante nas displasias é a cariomegalia, resultante de alterações do conteúdo de DNA. 
A cariomegalia do gr. carion = núcleo; megalos = grande. Termo, originalmente utilizado por Gerorge Nicolas Papanicolau, para descrever o aumento homogêneo do núcleo de células do epitélio do colo do útero, sem alteração de suas características tintoriais ou morfológicas.
Há aneuploidia é uma aberração cromossômica numérica em que uma ou mais células do organismo apresentam número de cromosso maior ou menos que o normal da espécie. A aneuploidia é consequência da não-disjunção cromossômica durante a divisão celular, em que retardo na migração de um ou mais cromossomos, que não são incluídos nos núcleos das células filhas.
Poliploidia situação em que uma célula ou organismo apresenta quantidade superior àquela de conjuntos básicos de cromossomos que caracterizam a espécie. É uma aberração cromossômica numérica, observada em células neoplásicas malignas pouco diferenciadas.
Tudo isso demonstra que as displasias são processos complexos, nos quais há alterações dos genes que regulam a proliferação e a diferenciação das células de modo muito mais acentuado do que nas metaplasias.
<número>
Epitélio normal
Displasia epitelial moderada
<número>

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando