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Editorial 
 
Quando se atua em qualidade da água para consumo humano, surge a necessidade de 
conhecer, estabelecer, estudar e controlar o conjunto de características que fazem (ou não) 
com que ela seja considerada adequada para este fim. No trabalho Controle Dinâmico da 
Qualidade da Água é apresentado como a Sanepar controla a qualidade do produto que 
distribui. As atividades de controle constituem balizamento fundamental aos processos 
produtivo e distributivo, pois permite que os mesmos sejam ajustados sempre que a qualidade 
da água se apresentar diferente da estabelecida. 
A qualidade da água distribuída pela Sanepar foi avaliada pela Universidade Federal. Observou-
se que nenhum dos 16 locais de coleta de água apresentou positividade para coliformes totais e 
fecais, revelando que se trata de água própria para o consumo. 
A qualidade da água distribuída pode ter vinculação com a qualidade do manancial. Nesta 
edição da Sanare - Revista Técnica da Sanepar é avaliada a situação da bacia do Rio 
Pirapó, utilizada com o manancial de abastecimento para a cidade de Maringá. Buscou-se 
identificar os fatores que contribuíram para a degradação ambiental daquela bacia. Conclui-se 
que diante das condições observadas quanto ao trato do solo e à disposição das áreas urbanas, 
a degradação está se acentuando rapidamente, podendo em breve tornar-se inviável a sua 
utilização para o abastecimento público. 
A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) está investindo em novas 
tecnologias para monitoramento de qualidade das águas de seus mananciais. O objetivo é obter 
respostas rápidas e confiáveis para evitar que possíveis variações bruscas na qualidade da água 
nas represas possam provocar impactos no tratamento e atingir o consumidor final. Por meio 
de um sistema de estações remotas e unidades de recepção de dados, o monitoramento é feito 
em tempo real. Desde meados da década de 70, a Sabesp controla a densidade das algas nas 
suas represas. O sistema rastreia em intervalos pré-determinados as condições do manancial. 
Caso ocorram alterações, por meio de sinais de rádio é dado o alarme aos técnicos que operam 
o sistema, que assim podem tomar providências imediatas. 
Na Europa e nos Estados Unidos muitas organizações adotam o menor custo inicial de compra 
como determinante em seus processos de aquisição de equipamentos. No trabalho 
Apresentando o modelo Life Cycle Cost (custo de propriedade) aplicado a sistemas de bombas 
são apresentados aspectos de custos que, se considerados no momento de aquisição ou 
melhoria, podem auxiliar a aumentar a competitividade e a eficiência dos processos produtivos 
das empresas, inclusive das regidas pela Lei 8.666. 
O tratamento do esgoto doméstico e a destinação adequada dos resíduos do tratamento, os 
biossólidos, também constituem um grande desafio para o setor de saneamento. Nesta edição 
são apresentados três estudos sobre o assunto: Valoração de biossólidos como fertilizantes e 
condicionadores de solos; Argila nodulizada versus carvão ativado como leitos, suporte de filtros 
biológicos no tratamento de esgotos domésticos e Agressividade de sulfetos ao concreto de 
reatores tipo Ralf. 
 
 
 
 
 
 
OPINIÃO 
AS PERSPECTIVAS DA RECIRCULAÇÃO DAS ÁGUAS DE 
LAVAGEM DE FILTROS EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE 
ÁGUA 
 
Marcelo Libânio 
Luiz Gustavo P. L. Carneiro 
 
A progressiva deterioração dos corpos d´água superficiais passíveis de serem empregados para 
abastecimento público tem acarretado a recorrente opção, pelos administradores dos sistemas 
de abastecimento, por mananciais mais distantes dos centros de consumo. Desta forma, 
prioriza-se a qualidade da água bruta, fator preponderante na definição da tecnologia de 
potabilização, em detrimento da redução dos custos de implantação e operação do sistema 
adutor. 
Para os sistemas de abastecimento nos quais verificam-se problemas de escassez ou custos 
elevados de adução da água bruta, em grande monta materializados no dispêndio de energia 
elétrica, descortina-se o reaproveitamento das águas de lavagem dos filtros, usualmente da 
ordem de 2,0 a 5,0 % do volume tratado. Aliado a uma análise econômica - contemplando o 
custo das instalações de recirculação e da água tratada, o percentual de perdas do sistema de 
distribuição e a tarifa praticada - alguns fatores podem ser arrolados. 
Inicialmente, vale mencionar que a pequena alteração nos parâmetros hidráulicos balizadores 
dos processos e operações unitárias inerentes à potabilização, devido ao aumento da vazão 
afluente, não constitui fator com relevância suficiente para inviabilizar a recirculação. A esta 
perspectiva relacionam-se outros fatores como o nível de proteção do manancial, a tecnologia 
de tratamento, o(s) método(s) de lavagem do meio filtrante e, quando pertinente, a eficiência 
das operações de floculação e decantação. 
O nível de proteção do manancial influencia na perspectiva de trans-missão das doenças de 
veiculação hídrica e na contaminação da água bruta por defensivos agrícolas. Desta forma, o 
reaproveitamento das águas de lavagem constitui-se alternativa mais viável para estações cujos 
mananciais estão localizados em bacias hidrográficas imunes às atividades pecuárias – o gado 
constitui-se em um dos reservatórios da criptosporidiose – e agrícolas nas quais o emprego de 
pesticidas seja corriqueiro. A delimitação da área de proteção do manancial usualmente 
restringe-se à área a montante da captação, quando a mesma ocorre diretamente dos cursos 
d’água, ou às cercanias do açude ou reservatório de acumulação. Contudo, tal controle 
freqüentemente inviabiliza-se quando a área da bacia hidrográfica excede oslimites do 
município abastecido, ultrapassando por vezes até, como para a cidade de São Paulo, os limites 
do próprio Estado. Os recentes comitês de bacias hidrográficas surgiram no bojo desta 
limitação. 
A recirculação da água de lavagem pode ser aplicada a estações de filtração direta – em 
escoamento ascendente ou descendente – ou tratamento convencional. Em relação às 
primeiras, a principal limitação consiste na possibilidade de potencialização microbiológica do 
afluente, pois a totalidade das partículas suspensas presentes na água bruta, e os 
microrganismos às mesmas associados, retorna ao início do tratamento. Um eventual erro de 
operação pode acarretar queda de qualidade do afluente ao tanque de contato, pois o tempo 
de detenção no interior da unidade de tratamento é significativamente inferior comparado às 
estações convencionais. A existência da unidade de decantação, na qual parcela significativa 
das partículas suspensas serão removidas, minimiza esta limitação, além do maior tempo para 
correção de eventuais erros de operação, pois o tempo de detenção nestas estações 
freqüentemente é superior a 3 horas quando do emprego de decantadores de escoamento 
horizontal. 
Uma exitosa implementação do reuso das águas de lavagem dos filtros ocorre em uma das 
maiores estações de tratamento no País de Gales, na cidade de Swansea, com vazão média da 
ordem de 2 m3/s, atingindo até 3 m3/s nos períodos de maior demanda. Esta unidade 
potabilizadora utiliza a tecnologia da filtração direta – em escoamento descendente, velocidades 
de aproximação da ordem de 170 m/dia e meio filtrante de areia e antracito -, com pré-
desinfecção e floculação hidráulica. A água bruta é oriunda de duas barragens em cascata, a 
primeira construída em meados do século XIX, concorrendo para afluir, por gravidade, à 
estação ao longo de todo ano água bruta com turbidez inferior a 10 uT. A coagulação sucede-
se com sulfato de alumínio e polieletrólito como auxiliar. As águas de lavagem das unidades 
filtrantes são acondicionadas em dois tanques e retornam ao início do tratamento respondendo 
por 2 a 3% da vazão afluente. Todavia, vale mencionar que, aliado às baixas taxas de filtração,a localização dos mananciais favorece a elevada qualidade bacteriológica da água bruta e a 
produção de efluente com turbidez inferior a 0,5 uT. 
Nas estações convencionais a eficiência da floculação e decantação interferem paradoxalmente 
na perspectiva de recirculação das águas de lavagem. Se fundamentado no conceito de 
múltiplas barreiras para remoção de microrganismos, especialmente cistos e oocistos de 
protozoários, a eficiência destas operações unitárias confere maior segurança sanitária ao 
efluente da estação de tratamento de água, por outro lado quanto mais longas forem as 
carreiras de filtração – conseqüência da menor carga de sólidos afluente – menos relevante 
torna-se o reaproveitamento destas águas no volume total produzido. No mesmo viés da 
redução do volume despendido na lavagem das unidades filtrantes inserem-se as lavagens 
superficial e auxiliar com ar. A título de ilustração, levantamento realizado pela American Water 
Works Association (AWWA) em 1999 concluiu, para um universo amostral de 543 estações, que 
20% e 70% das estações empregavam, respectivamente, lavagem auxiliar com ar e lavagem 
superficial. 
Por fim, para as estações convencionais os períodos do ano de baixa turbidez da água bruta 
propiciam a recirculação das águas de lavagem, elevando a concentração de partículas e 
favorecendo a formação dos flocos. Recente pesquisa em escala piloto avaliou o impacto na 
eficiência do tratamento convencional na remoção de oocistos de Criptosporidium, quando do 
reaproveitamento, sem qualquer tipo de pré-tratamento, das águas de lavagem dos filtros para 
taxas de recirculação de 4.3, 10 e 20%. A turbidez da água natural permaneceu inferior a 5,0 
uT, durante cinco das oito semanas do trabalho experimental, atingindo picos de 40 a 50 uT no 
restante do período. Os oocistos de Criptosporidium eram inoculados no início do tratamento a 
concentrações da ordem de 200 mil oocistos/100 L. A coagulação realizou-se com sulfato de 
alumínio e cloreto de polialumínio e a vazão afluente acarretou um tempo de detenção na 
unidade piloto de 6 horas. 
Ao longo dos ensaios a turbidez da água decantada variou entre 1,0 e 2,0 uT produzindo água 
filtrada com média de 0,03 uT – cujas unidades filtrantes operaram com taxa superior a 350 
m/dia – não apresentando alteração significativa com ou sem a recirculação das águas de 
lavagem. A remoção de oocistos de Criptosporidium apresentou-se ligeiramente superior 
quando da recirculação de 10% das águas de lavagem, comparada às três demais situações. 
Como mencionado anteriormente, os autores creditam, a despeito da temperatura da água 
bruta ter variado de 1,0 a 12,5oC, ao aumento da eficiência das etapas de coagulação, 
floculação e sedimentação a melhora da qualidade do filtrado quando do reaproveitamento das 
águas de lavagem dos filtros, fato especialmente notável para águas de baixa turbidez. 
Todavia, outras características porventura presentes na água bruta tais como, carbono orgânico 
total, manganês e alguns subprodutos da desinfecção podem inviabilizar tal operação. 
 
Autores 
 
Marcelo Libânio, 
engenheiro civil, mestre em Engenharia Sanitária e 
doutor em Hidráulica e Saneamento, professor adjunto do Departamento de Engenharia 
Hidráulica 
e Recursos Hídricos da UFMG, pesquisador do CNPq 
 
Luiz Gustavo P. L. Carneiro, 
acadêmico do 4.o ano de 
graduação em Engenharia Civil e monitor do Departamento de Engenharia Hidráulica e 
Recursos Hídricos da UFMG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OPINIÃO 
 
PROBLEMAS ECOLÓGICOS, 
TENTATIVAS DE SOLUÇÃO 
 
Enio Neth de Goss 
 
Um ecossistema consiste em um sutil equilíbrio entre forças contraditórias e de cooperação. Tal 
sistema se desenvolveu durante de milênios e foi moldado na luta pela sobrevivência. Quando 
os seres humanos intervêm e alteram qualquer elemento desse sistema equilibrado, a 
interferência tem conseqüência em todo ele – alguns morrem e outros aumentam a números 
alarmantes, porque ou a sua fonte natural de comida é escassa ou eliminada, ou os seus 
inimigos naturais são enfraquecidos ou mortos. O que era antes um sistema harmonioso, 
operante, autocorregidor e autolimitador pode tornar-se um tipo de câncer, desenvolvendo-se 
desproporcionalmente ou pode ainda murchar e morrer. De qualquer forma, a interferência 
humana criou mais problemas do que resolveu. Tal é a lição que só agora estamos aprendendo 
– e mesmo assim, com uma penosa lentidão. 
Os problemas ecológicos são problemas sociais porque ameaçam a sobrevivência humana; são 
problemas sociais porque são causados pelos padrões institucionalizados da atividade humana, 
padrões do pensamento humano e dos valores humanos. Assim, para que as soluções para as 
crises ecológicas sejam eficientes, devem atacar não só o problema do meio ambiente violado – 
mas também as causas – os padrões do comportamento humano que sustentam e legitimam a 
violação. 
Há quatro maneiras pelas quais os problemas ecológicos podem ser atacados: por meio de 
movimentos sociais, intervenção política, inovação tecnológica e autocorreção institucional. 
 
 Movimentos sociais 
Talvez a maior aquisição para o movimento ecológico tenha sido a conscientização crescente, 
por parte da sociedade ocidental de que algo precisa ser feito a favor do meio ambiente. Este 
elemento de conscientização é essencial para o melhoramento de um problema social. 
Compreendemos que o uso impróprio do meio ambiente tem sido, em potencial social, por 
muitos séculos. Mas somente há poucos anos tem havido interesse público amplo pela 
qualidade do meio ambiente. 
Organizações civis dedicadas à qualidade ambiental foram organizadas por toda sociedade 
ocidental. Muitas delas se dedicaram à educação do cidadão, ou seja, à criação de valores 
novos para o meio ambiente e seus problemas, por meio de campanhas de cartas, petições e 
assim por diante. Outras exerceram pressão com táticas de grupos de pressão em nível local: 
interrogando candidatos a cargos públicos e publicando os resultados da votação ambiental 
daqueles, exercendo cargos públicos. Outras táticas incluíram antigas leis que não estão sendo 
cumpridas, mas que são potencialmente úteis na luta para salvar o meio ambiente. As táticas 
do grupo de pressão resultaram na elaboração de novas leis e, em alguns casos, no mínimo 
para colocá-las em vigor, de forma eficaz. 
Se bem que poucas pessoas poderiam negar que o movimento ambiental dos últimos anos 
tenha tido impacto significante na opinião pública; pouca evidência existe para sugerir que esta 
tenha mudado em um plano mais fundamental, ou seja, tenha alcançado uma disposição em 
abandonar alguns "confortos materiais" para conseguir um meio ambiente melhor. Um 
governador de estado se compromete a aumentar a industrialização e assim criar novos 
empregos, bem como a melhorar a qualidade da água. E a primeira promessa, na maioria dos 
casos, é reforçada pela pressão de grupos mais poderosos que a última. 
Os criminosos reais por trás dos problemas ambientais, então, são os padrões de hábitos e as 
maneiras institucionalizadas de fazer as coisas. Embora o movimento ambiental tenha 
conseguido sensibilizado muitas pessoas a ver os problemas em termos de suas causas 
verdadeiras, de fato, pouco foi realizado para resolver esses problemas. 
 
 Intervenção política 
 Desde o desenvolvimento do movimento ambiental, os homens e órgãos do governo têm 
desempenhado um papel maior do que anteriormente em legislar contra a poluição e fazer 
vigorar tal legislação. A eficácia desta legislação varia muito. 
Considere o exemplo típico de um grupo de fábricas lançando fuligem ao ar e resíduos em 
riachos e lagos próximos. Um regulamento local proíbe tais práticas de poluição, mas o mesmo 
não vigora há décadas. Nos últimos anos,grupos atentos à poluição, com freqüência 
consistindo de voluntários de várias organizações antipoluição, trouxeram essas violações à 
atenção dos homens da lei, e insistiram quanto à execução do regulamento. Entretanto, mesmo 
quando o grupo de cidadãos obtêm êxito, as penalidades pela violação, embora severas para 
um indivíduo, são muitas vezes demasiado pequenas para uma companhia. Na verdade, a 
economia representada pela poluição do ar e da água tornou consideravelmente mais barato 
para as indústrias sujarem o meio ambiente e pagarem as penalidades do que corrigir o 
problema. Numa localidade, por exemplo, uma grande fábrica de alumínio estava poluindo um 
rio límpido da montanha e o seu divisor de águas rio abaixo. Quando a pressão foi realmente 
imposta, a fábrica simplesmente ameaçou desmontar tudo e ir embora. Vindo virtualmente do 
único grande empregador de uma vasta área do país, a ameaça teve um efeito muito real. A 
fábrica ainda está lá, e poluindo o rio. 
É concebível que os interesses mútuos do governo e da indústria irão eventualmente funcionar 
em benefício dos defensores do meio ambiente. Se o movimento ambiental tornar politicamente 
impossível que um homem público ignore os interesses públicos, então a indústria poderá ser 
responsabilizada pelo problema da poluição. E se as soluções tecnológicas para os problemas 
da poluição forem praticáveis, ou até possíveis, a pressão governamental poderá ser usada 
para forçar a indústria a providenciá-las. 
 
 Inovação tecnológica 
e autocorreção institucional 
 Uma maneira pela qual poderia ser desenvolvida a habilidade da tecnologia e da ciência em 
suavizar os problemas da poluição seria por meio da criação de "missões" com tarefas 
orientadas. Iniciadas por comissões planejadoras e mantidas pelo dinheiro de impostos, estes 
seriam projetos especiais traçados para estudar e resolver aspectos específicos do problema 
ambiental. Em forma, elas assemelhariam a das missões destinadas a colocar as pessoas na lua 
e a criar a bomba atômica. 
O que está ocorrendo é que as indústrias estão recebendo dinheiro de impostos, ou usando os 
lucros excedentes para desenvolverem "soluções" tecnológicas para problemas do meio 
ambiente de muito pouco alcance. 
Como salientado sobre movimentos sociais e ação política, a solução da crise ecológica exige 
uma transformação social e cultural da sociedade. Sintetizando o problema e fornecendo um 
argumento contra a solução tecnológica para a poluição, Rex Campbell e Jerry Wade afirmam: 
"Não só a fé na tecnologia nos ofusca para as bases não-tecnológicas da crise ambiental, como 
também tende a resultar em um método inadequado para resolver o problema. Este método foi 
bem-sucedido para colocar o homem na lua; era uma questão técnica e, com esforço 
apropriado, um americano foi o primeiro na lua. Esta abordagem, de fato, consegue uma 
solução. A atitude assumida de que podemos obter uma solução para qualquer problema se 
apenas aplicarmos bastante dinheiro funciona muito bem, contanto que a solução seja o 
desenvolvimento e o uso de aparelhagem técnica. Alguns tentariam definir a qualidade 
ambiental como este tipo de problema. Entretanto, o ponto de vista aqui é que a poluição e a 
população são basicamente problemas humanos e não tecnológicos. O problema abrange 
pessoas, recursos naturais limitados, ecossistemas desequilibrados e sistemas mantenedores da 
vida". 
 Os problemas pertinentes ao meio ambiente foram abordados por meio de movimentos sociais, 
intervenção política, inovação tecnológica e autocorreção institucional. Mas apesar das soluções 
propostas para a crise do meio ambiente, a grande maioria dos habitantes do mundo ocidental, 
depende dos produtos da tecnologia moderna que são os responsáveis pela poluição. Assim, 
embora defendendo, "da boca para fora" o objetivo de conservação, as pessoas, em sua 
maioria, estão de fato relutantes em sacrificar o estilo de vida "civilizado". Portanto, esses 
problemas relativos à poluição do meio ambiente, afetam toda área de vida humana – meios de 
ganhar a vida, os confortos físicos, a recreação e os valores sociais. 
As soluções, sem dúvida alguma, difíceis de serem achadas de comum acordo e certamente 
serão executadas muito devagar. 
 
 Autor 
Enio Neth de Goss, sociólogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA NA UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO PARANÁ – SUBSEDE DO SETOR DE CIÊNCIAS DA 
SAÚDE, JARDIM BOTÂNICO - CAMPUS III 
 
Eliane Rose Serpe Elpo 
Eliane Carneiro Gomes 
Heloísa Máximo Espínola 
 
Resumo 
 
Avaliou-se a qualidade microbiológica da água, destinada ao consumo humano distribuída pela 
Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) na Subsede do Setor de Ciências da Saúde 
(Jardim Botânico) da Universidade Federal do Paraná. Utilizou-se o método de fermentação em 
tubos múltiplos que determina o Número Mais Provável (NMP) de bactérias coliformes totais e 
fecais/100 ml. Os resultados obtidos para as 48 amostras de água, correspondentes aos 16 
pontos de coleta, registraram valores inferiores a 1,1 bactérias coliformes totais e fecais/ 100ml 
de água analisada. Concluiu-se que a água, sob o ponto de vista bacteriológico, está de acordo 
com a legislação vigente. O trabalho foi realizado no laboratório da disciplina de Saúde Pública 
do curso de Farmácia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 
 
 Abstract 
 The microbiological quality of water destined for human consumption distributed by 
Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) at the Health Sciences Sector Unit (Jardim 
Botânico) was evaluated. The method employed was based on fermentation in multiple tubes, 
determining the Most Probable Number (MPN) of coliform and fecal bacteria per 100 ml. The 
results obtained for 48 samples of water, corresponding to 16 collection points, registered 
values below 1.1 total coliform and fecal bacteria per 100 ml of analyzed water. It was 
concluded that the water, from the bacteriological viewpoint, is in accordance with existing 
legislation. Measurements were performed in the laboratory used for the Public Health course 
for the Pharmacy undergraduate program at the Federal University of Paraná (UFPR). 
 Introdução 
 
Nas águas, do ponto de vista sanitário, o que realmente põe em risco a saúde pública é a 
ocorrência de poluição fecal, pela possibilidade de estarem presentes também microrganismos 
patogênicos intestinais, como bactérias, vírus, protozoários e ovos de helmintos, agentes 
freqüentemente responsáveis por doenças de veiculação hídrica (GELDREICH, 1974). É claro 
que isto somente é verdadeiro se forem excluídos deste grupo de enfermidades os 
envenenamentos ocasionados por substâncias químicas, que normalmente são oriundas de 
despejos industriais (ROCHA, 1974). 
No entanto, a evidência direta daqueles agentes patogênicos na água é tecnicamente bastante 
difícil. Por estes motivos, empregam-se métodos indiretos na investigação da presença ou não 
de poluição de origem fecal nas águas, pesquisando-se bactérias indicadoras de poluição fecal. 
Para isto são pesquisadas rotineiramente as bactérias do grupo coliforme, pois, geralmente, 
elas estão presentes quando ocorre poluição de origem fecal e ausentes quando não ocorre tal 
poluição (BRANCO,1972; CRISTOVÃO et al., 1974; GELDREICH, 1974; NYSDH, 1971 ). Deste 
modo, verificando-se a presença de bactérias coliformes em uma água pode-se considerar que 
ela recebeu matéria fecal e passa a ser potencialmente perigosa à saúde humana, pelo fato de 
ser capaz de veicular microrganismos patogênicos intestinais, que são também eliminados 
habitualmente com as fezes (AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION, 1970; BRANCO,1974; 
CRISTOVÃO et al., 1974; CETESB, 1993). 
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica da água destinada 
ao consumo humanodistribuída pela Sanepar na Subsede do Setor de Ciências da Saúde 
(Jardim Botânico) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), empregando o método de 
fermentação em tubos múltiplos que determina o Número Mais Provável (NMP) de bactérias 
coliformes/100 ml. 
 
 
Material e métodos 
 Material 
 Empregaram-se para a análise bacteriológica da água, da Subsede do Setor de Ciências da 
Saúde da UFPR os materiais indicados pela APHA (1992) e CETESB (1993). 
 Métodos 
 Coleta da amostra 
A metodologia para coleta de águas tratadas baseou-se nos padrões estabelecidos por SOUZA e 
DERISIO (1977), pela APHA (1992) e pela CETESB (1993). 
 Amostragem 
A amostragem compreendeu 16 pontos de coleta, na Subsede do Setor de Ciências da Saúde 
da UFPR sendo coletadas 3 amostras de 100 ml em cada ponto, num total de 48 amostras. 
 
Transporte, preservação e prazo para análise das amostras 
As amostras foram transportadas em caixa de isopor com gelo e conservadas até o momento 
das análises em temperatura inferior a 10ºC. 
O tempo decorrido entre a coleta das amostras e o início do exame bacteriológico foi, em 
média, de meia hora, não se ultrapassando o limite de armazenamento das mesmas, que é de 
24 horas (Standard Methods). 
 
Meios de cultura empregados 
• Caldo lauril triptose-CL (g/l) Concentração dupla (Laboratórios Britania) 
No preparo deste meio foi seguida a técnica recomendada pelo fabricante, que consiste em 
dissolver 71.2 g do meio desidratado em 1000 ml de água destilada fria, sob agitação e 
posterior repouso por 5 minutos. Foram distribuídos 10 ml do meio em tubos de ensaio, 
contendo tubos de Durham, os quais foram tampados com tampões de algodão hidrófilo e 
esterilizados em autoclave a 121º C, por 15 minutos. O caldo foi resfriado, imediatamente, após 
a esterilização, apresentando pH final 6,8 + 0,2 e, estocado em temperatura ambiente até o 
momento do uso (REINHARDT,1984; CETESB,1993). 
• Caldo lactosado verde brilhante-VB (g/l) Concentração simples (Biobrás S.A.) 
Conforme as instruções do fabricante foram adicionadas, 40 g do produto desidratado em 1000 
ml de água destilada. Após sua dissolução completa, o meio foi distribuído em volumes de 
aproximadamente 10 ml , em tubos de ensaio, contendo em seu interior o tubo invertido de 
Durham. Os tubos foram tampados com tampões de algodão hidrófilo e, em seguida, 
esterilizados em autoclave a 121º C, por 15 minutos. O caldo esterilizado apresentou pH final 
7,2 + 0,2, sendo estocado em temperatura ambiente e ao abrigo da luz, até o momento do uso 
(REINHARDT, 1984; CETESB,1993). 
• Caldo EC(g/L) – Concentração simples (Laboratórios Britania) 
Para preparar este meio, segundo as recomendações do fabricante, foram dissolvidos 37,4 g do 
produto desidratado em 1000 ml de água destilada. Aqueceu-se o meio sob agitação freqüente 
até sua completa dissolução. Volumes de 10 ml do meio foram distribuídos em tubos de ensaio 
medindo 16 x 150 mm, contendo em seu interior tubo invertido de Durham. Após a distribuição 
do meio, os tubos foram tampados com tampões de algodão hidrófilo e esterilizados em 
autoclave a 121ºC por 15 minutos, o meio apresentou pH final 6,9 + 0,1, sendo estocado em 
temperatura ambiente até o momento do uso (REINHARDT, 1984; CETESB,1993). 
 
 Procedimento 
 O exame bacteriológico da água seguiu a metodologia descrita pela APHA (1992), baseada no 
Método de Fermentação em Tubos Múltiplos, que determina o Número Mais Provável (NMP) de 
coliformes/100ml de amostra de água. O NMP corresponde a uma estimativa da densidade 
destas bactérias pesquisadas a partir da combinação de resultados positivos e negativos 
(CETESB,1993). 
 
 Pesquisa de coliformes 
 A pesquisa de coliformes na água foi executada segundo a AWWA (1970), a APHA (1992) e 
CETESB (1993). 
Neste trabalho, realizou-se apenas a prova de presunção, já que não houve crescimento 
microbiano. Para tanto, 10ml da água, devidamente, homogeneizada foram assepticamente 
inoculados em 10 tubos de caldo lauril triptose (CL), contendo tubo de Durham, os quais foram 
incubados em estufa a 35ºC por 24-48 horas. 
 
 Resultados e discussão 
 Os resultados das análises da água são apresentados na tabela 1. Comparando os dados 
obtidos com o índice NMP/100 ml (APHA,1992) observou-se que nenhum dos 16 locais de 
coleta de água apresentou positividade para coliformes totais e fecais, revelando que se trata 
de água própria para o consumo. 
De acordo com o Ministério da Saúde, água potável é aquela que apresenta a qualidade 
adequada ao consumo humano, respeitando-se os padrões de potabilidade, quanto às 
características físicas, organolépticas, químicas, radioativas e bacteriológicas. Para esta última 
característica, o Ministério da Saúde recomenda que água potável deve apresentar ausência de 
bactéria do grupo coliforme / 100 ml (BRASIL,1990). Assim, a água fornecida para a Subsede 
do Setor de Ciências da Saúde, representada pelo ponto de entrada (PE) recebeu tratamento 
adequado pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). 
E, a água dos demais pontos de coleta, proveniente das cisternas (C1, C2), bebedouros (BO, 
BCA, BN, BF), laboratórios (LP, TA, CQ, SM, NA), cozinhas(CA,CB) e copa (CO), também é de 
boa qualidade, demonstrando que houve manutenção e limpeza adequadas das cisternas. Além 
disso, mostra que não houve infiltrações nas tubulações de distribuição nos locais de coleta. 
Isto é esperado, pois a Sanepar tem uma programação de 10 parâmetros, que representam o 
índice de qualidade da água distribuída na Região Metropolitana de Curitiba, correspondentes 
as análises de pH, turbidez, cor, oxigênio consumido, Ferro, Cloro Residual, Flúor, Manganês, 
coliformes totais e fecais. Estas, são coletadas diariamente em reservatórios e em locais críticos 
da rede, perfazendo um total de 420 amostras ao mês. Dados obtidos junto a este órgão, 
indicam que não há presença de coliformes totais e nem fecais, nas amostras correspondentes 
a esta região em que se localiza esta subsede da UFPR , bem como nos demais pontos 
analisados, na Região Metropolitana de Curitiba, demonstrando que a qualidade da água sob o 
ponto de vista sanitário, é satisfatória (SANEPAR,2001). 
Por outro lado, VASCONCELOS; AQUINO (1995) realizaram levantamento das condições 
sanitárias da água consumida em escolas públicas de conjuntos habitacionais da zona oeste de 
Manaus (Amazonas). Analisaram bacteriologicamente 66 amostras de água oriundas de poços e 
da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), mediante a técnica da membrana 
filtrante para os coliformes totais e fecais e da contagem padrão em placa para microrganismos 
mesófilos. Estes autores verificaram que a água fornecida pela Cosama nas 11 escolas eram 
poluídas por coliformes de origem fecal, com exceção de duas, que apresentaram coliformes 
provenientes do solo e/ou de vegetais. 
Também, com relação ao tratamento de água pela Cosama, na Ponta do Ismael (no Rio Negro), 
foi efetivo no controle de coliformes e está de acordo com os padrões de potabilidade 
estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Assim, é possível que a fonte de contaminação da água 
fornecida pela Cosama aos colégios, seja devida a infiltrações na tubulação de distribuição. 
Outra causa provável, pode ser atribuída à falta de limpeza e manutenção periódica dos 
reservatórios das escolas, assim como a troca das velas dos bebedouros. Além disso, a ausência 
de filtro observada em algumas escolas, pode explicar a elevada contaminação por coliformes 
da água distribuída pela Cosama (NORMANDE ,1992). 
 
 
Conclusão 
 Os resultados obtidos neste trabalho indicaram que a água utilizada na Subsede do Setor de 
Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná mostrou-se própria para o consumo 
humano, sob o ponto de vista bacteriológico. A água fornecida pela Saneparrecebeu 
tratamento adequado, assim como houve correta manutenção e limpeza de cisternas. 
 
 Referências 
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Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos, v. 13, n. 2, p. 119-124, jul/dez. 
1995. 
 
 
Autores 
 
Eliane Rose Serpe Elpo, 
farmacêutica bioquímica, professora adjunta do curso de Farmácia do 
setor de Ciências da Saúde da UFPR 
 
Eliane Carneiro Gomes, 
farmacêutica bioquímica, professora assistente da disciplina de Saúde Pública do curso de 
Farmácia da UFPR 
 
Heloísa Máximo Espínola, 
farmacêutica em estágio 
em Basel, Suíça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE DINÂMICO DA QUALIDADE DA ÁGUA 
 
 
 
Edvaldo Kulcheski 
Élvio M. Silva Giongo 
Chisthian Thomaz Patulski 
Adriane Rezende Mercer 
Emerson Luís Strapasson 
Carlos Chiarello 
 
 
Resumo 
 
Quando se pensa em qualidade da água para consumo humano, surge a necessidade de conhecer, 
estabelecer, estudar e controlar o conjunto de características que fazem (ou não) com que ela seja 
considerada adequada para este fim. É fundamental conhecer essas características com o objetivo de 
saber quais são e por que representam a condição pretendida; estabelecê-las para evidenciar a opção 
por determinada qualidade; estudá-las, a fim de aperfeiçoar seu conhecimento e, controlá-las, visando 
garantir sua adequação ao consumo humano. 
A água no seu estado de pureza total não existe; deve-se imaginá-la como uma substância que se 
manifesta sob a forma de numerosas dispersões aquosas, de composição muito variável, que lhe 
conferem, em conseqüência, características que nem sempre são aquelas que representam a condição 
desejada. 
A norma técnica estabelece a qualidade que o produto deve apresentar para poder satisfazer às 
necessidades do consumidor. 
O controle da qualidade objetiva fundamentalmente a qualidade de conformidade para o produto. 
Essa conceituação, absolutamente, não implica que o controle da qualidade constitua o conjunto de 
atividades que geram as características de qualidades desejadas; estas são obtidas desde a escolha da 
fonte de matéria-prima até as fases de projeto, execução, operação e manutenção dos processos 
produtivos e distributivo. 
As atividades de controle da qualidade apenas visam saber se o produto se mantém com a qualidade 
desejada, limitando-se, portanto, a constituir o balizamento fundamental que permite que os processos 
produtivo e distributivo sejam reajustados sempre que seu funcionamento conduzir a uma qualidade 
diferente da estabelecida. Com o controle da qualidade não se obtém qualidade; esta é inerente ao 
produto e prevista nos processos produtivo e distributivo. O controle não agrega qualidade ao produto. 
É um erro crer que a qualidade é um assunto de exclusiva incumbência das Áreas de Controle da 
Qualidade. Todos os setores da Empresa devem viver o problema da qualidade. 
O produtor é o responsável pela qualidade e não o controle da qualidade. O controle da qualidade não 
resolve os problemas dos processos produtivo e distributivo; somente dá as razões para estudá-los. 
As decisões devem ser baseadas em dados reais. Os dados devem ser compatíveis e estar dispostos de tal 
maneira que permita sua análise. 
Denomina-se controle Dinâmico da Qualidade ao controle efetuado durante as etapas sucessivas que 
caracterizam o processo produtivo. 
É o controle efetuado com o objetivo de instruir as decisões no sentido de manter o processo produtivo 
em condições de obter regularmente a qualidade desejada do produto. O controle dinâmico objetiva 
conhecer e ajustar o processo produtivo, pois o produtor tem a chance de corrigir o processo, se 
necessário. 
Portanto, não tem sentido se pretender controlar a qualidade se o processo produtivo não estiver sob 
controle. 
Como um exemplo extremo, não verificado na prática, se determinado processo apresentasse uma 
certeza de 100% de que não sairia do estado de controle, não seriam necessárias as análises de 
laboratório e medições das características de qualidade do produto (para fins de controle dinâmico); se 
houvesse uma forma de se saber se o processo está ou não sob controle, que não dependesse do 
conhecimento das características de qualidade dos produtos em processamento, não seria necessário o 
"laboratório de controle dinâmico da qualidade". Tais condições ideais não existem e é sempre 
necessária a existência do laboratório de controle da qualidade; estas considerações visam apenas 
enfatizar o caráter de atividade essencialmente "meio" das determinações de laboratório. 
 
Abstract 
 
When one thinks about quality of water for human consumption, it becomes necessary to know, establish, 
study and control a set of characteristics that cause it to be (or not be) considered adequate for that 
purpose. It is fundamental to know these characteristics withthe objective of knowing what they are and 
why they represent the desired condition; establish them to emphasize the choice for a particular quality; 
study them, in order to perfect our understanding of them; and control them, with an aim to assuring 
their suitability for human consumption. 
Water in its totally pure state does not exist; one must imagine it as a substance that manifests 
itself as numerous aqueous dispersions, with quite variable composition. This endows it with 
characteristics that are not always those that represent the desired condition. 
Technical norms establish the quality a product must present in order to satisfy consumer 
needs. 
Quality control aims fundamentally at the quality of conformity for the product. 
This conception does not in any way imply that quality control constitutes the set of activities 
that generate the desired qualities; these are obtained starting with the choice of source for 
raw materials and extending to all phases of planning, execution, operation and maintenance of 
production and distribution processes. 
Quality control activities aim only at determining whether the product maintains the desired 
quality, limiting itself, therefore, to establishing the fundamental guidelines that allow the 
production and distribution processes to be readjusted whenever they function in ways that 
lead to quality that departs from requirements. Quality control does not produce quality; it must 
be inherent in the product and foreseen in the distribution and production processes. Control 
does not add quality to the product. It is a mistake to believe that quality is an issue that is 
incumbent only upon the areas of Quality Control. All sectors of the company must immerse 
themselves in the problem of quality. 
The producer, not quality control, is responsible for quality. Quality control does not solve the 
problems that may be present in the production and distribution processes; it merely supplies 
reasons for studying them. 
Decisions must be based on real data. The data must be compatible and should be arranged in 
such a manner as to allow their analysis. Dynamic Quality Control is the name given to control 
effected in the successive stages that characterize the production process. 
It is a control process that is conducted with the goal of instructing decisions in the sense of maintaining 
the production process, since the producer has a chance of correcting the process if necessary. 
Therefore, it makes no sense to try to control quality if the production process is not under control. 
As an extreme example, not observed in practice, if there were 100% certainty that a particular process 
would not depart from the control state, laboratory analyses and measurements of the quality 
characteristics of the product would not be necessary (for the purpose of dynamic control); if there were 
a way of knowing whether the process is or isn’t under control, and if that did not depend on knowledge 
of the quality characteristics of the products being processed, there would be no need for a "dynamic 
quality control laboratory" (these ideal conditions never exist and it is always necessary to have a quality 
control laboratory; these considerations aim only at emphasizing the essentially "means" character of 
laboratory determinations). 
 
Introdução 
Para agilizar o processo de controle dinâmico da qualidade, a Sanepar, por meio da Unidade de 
Serviços de Ava-liações e Conformidades (Usav) em conjunto com a Unidade de serviços de 
Tecnologia (Usti), baseada na Portaria Vigente do Ministério da Saúde que estabelece os 
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para 
consumo humano, desenvolveu e disponibilizou o Sistema de Qualidade (SQA). Este sistema é 
on-line, em ambiente de grande porte (Mainframe), aproveitando a estrutura da rede de 
informática da Sanepar. Está na linguagem de programação Natural e tem como gerenciador de 
banco de dados o Adaptable Data Base System (Adabas). 
O SQA possibilita uma sistemática dinâmica para a gestão do controle operacional da qualidade 
do produto, facilitando que os resultados laboratoriais possam ser consultados assim que 
estejam digitados, começando obrigatoria-mente por quem produz, pelos níveis operacionais, 
tático e estratégico, permi-tindo agilidade na apuração de responsa-bilidades e, 
conseqüentemente de mu-danças nas tomadas de decisões, e a as-sunção dos problemas 
qualitativos. 
Com este Sistema foi possível des-centralizar as análises bacteriológicas e os parâmetros físico-
químicos que constam do Índice de Qualidade da Água Distribuída (Iqad), garantindo a 
manutenção integral do atendimento à legislação vigente. 
Objetivos do controle dinâmico da qualidade por meio da descentralização: 
- promoção do controle dinâmico da qualidade, com rapidez de resposta frente a necessidades de 
alterações operacionais; 
- comprometimento da equipe de produção e equipe de manutenção de rede/controle da qualidade com 
os resultados da qualidade; 
- otimização dos recursos técnicos nas estações de tratamento; 
- desenvolvimento de pessoal por meio de aprendizado de novas técnicas laboratoriais normatizadas; 
- inovação de suas operações trazendo maior confiança e superação das metas perante a comunidade e 
órgãos municipais (Secretaria Municipal de Saúde); 
- gerenciamento do controle operacional – Iqai-Iqap-Iqad-Iqet; 
- redução de custos. 
Os dados abaixo demonstram que a Sanepar teve redução em suas despesas operacionais: 
- sem a descentralização, em 1999 o custo da Sanepar com análises laboratoriais previsto para atender a 
legislação em vigor era de 1,6 % da despesa operacional da Empresa; 
- com a descentralização, o custo com análises laboratoriais realizadas em 1999 foi de 1,1 % da despesa 
operacional da Empresa; 
- em 2000 o custo com análises laboratoriais realizadas foi de 1,2 % da despesa operacional da 
Empresa. 
Com o desenvolvimento do SQA viabilizou-se a descentralização das análises. Como a descentralização 
era apenas das análises bacteriológicas e físico-químicas em atendimento aos índices de qualidade e as 
demais análises continuariam sendo realizadas pela Usav, unidade responsável pelos laboratórios, 
tornou-se necessário criar um sistema on-line que permitisse que tanto as unidades de negócio como a 
Usav pudessem registrar os resultados e disponibilizar para consultas, resultados, emissões dos laudos e 
relatórios pertinentes à qualidade do produto. 
 
 Objetivo 
 
O SQA é um sistema on-line e tem por objetivo permitir que os responsáveis pelos processos produtivo e 
distributivo, em qualquer local onde esteja instalada a rede de teleprocessamento da Sanepar, possam de 
modo rápido e eficiente: 
– registrar os resultados das aná-lises; 
– cadastrar os parâmetros que deverão ser analisados; 
– cadastrar os parâmetros que são utilizados para a obtenção dos Índices; 
– emitir relatórios dos Índices de Qualidade (Iqai-Iqap-Iqad-Iqet); 
– emitir laudos dos resultados analisados; 
– relacionar e consultar as amostras que não atenderam a Portaria; 
– utilizar tabelas (unidades, sistemas, cadastros de ETEs, níveis de acesso); 
? consultar (amostras digitadas, totais, médias, gráficos, relatórios). 
 
Descrição dos módulos do sistema 
 
Registro dos resultados 
 
É neste módulo que se tem as opções para o registro, consulta e alterações dos resultados obtidos nas 
análises laboratoriais. 
Os parâmetros que constam do SQA estão baseados nas Portarias 36/1990 e 1.469/2000 do Ministéro da 
Saúde que dispõem sobre procedimentos e res-ponsabilidades inerentes ao controle e à vigilância da 
qualidade da água para con-sumo humano e estabelecem seu padrão de potabilidade. Os parâmetros que 
cons-tam do SQA estão distribuídosnos se-guintes tipos de análises : 
- Físico-químico de água: 
Exame físico da água feito para determinar suas características físicas e químicas, tais como: turbidez, 
cor, odor, pH, alcalinidade, Cloro, etc. 
 - Físico-químico de esgoto: 
Exame físico do esgoto feito para determinar suas características físicas e químicas, tais como: DBO, 
DQO, OD, Sólidos, etc. 
 - Absorção atômica: 
Exame espectrofotométrico da água feito para determinar a presença ou ausência de metais, tais como: 
Ferro, Manganês, Bário, Chumbo, Cobre, etc. 
 - Bacteriológica: 
Exame físico da água feito para determinar a presença, número e identificação de bactérias, tais como: 
coliformes totais e fecais, colônias atípicas, cólera, etc. 
 - Hidrobiológica: 
Exame físico da água feito para determinar a presença, número e identificação de microrganismos e 
outros organismos vegetais e animais, tais como: algas, protozoários, etc. 
 
 
Parâmetros de análise 
 É neste módulo que se definem os parâmetros que devem ser analisados em atendimento ao controle 
operacional e as legislações vigentes. É neste módulo que são incluídos no SQA os parâmetros que 
devem ser analisados, de acordo com o tipo de análise que pertencem, físico-químico de água e esgoto, 
absorção atômica, cromatográfico, bacteriológico e hidrobiológico. 
 
 
 
 
Parâmetros de índices 
 É neste módulo que se definem os parâmetros que constam dos Índices de Qualidade. 
Também é neste módulo que se definem as faixas e os pesos para cada parâmetro. 
 
 
Índices 
 É neste módulo que se tem as opções de impressão dos Índices de Qualidade. Os índices podem ser 
impressos por Unidade, Local, Divisão, Data, Ponto de Coleta e Geral (neste apenas aparecem os 
valores do índice sem os valores dos resultados). 
 
 
Os índices que constam do SQA são: 
- Iqai (Índice da Qualidade da Água in Natura); 
- Igap (Índice da Qualidade da Água Produzida); 
-Iqad (Índice da Qualidade da Água Distribuída); 
- Iqet (Índice daQualidade do Esgoto Tratado); 
Com estes índices é obtida a avaliação da qualidade dos mananciais, que é a matéria-prima, a avaliação 
da eficiência dos processos de tratamento de água, avaliação da qualidade durante o processo de 
distribuição e avaliação da eficiência do processo de tratamento de esgoto, pelo qual é possível 
comparar se a qualidade da água que está sendo devolvida ao manancial está melhor em relação a que 
foi captada para o tratamento. 
 
 
Iqai - Índice da Qualidade da Água 
in Natura 
 
Definição: O índice destinado a avaliar a qualidade da água in natura denominado Iqai, 
procura sintetizar os números resultantes das análises para controle da qualidade. 
As curvas de qualidade foram desenvolvidas considerando-se os limites estipulados pela 
Resolução n.º 20 de 18/06/1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabelece a 
classificação das águas doces, salobras e salinas segundo seus usos preponderantes. O 
delineamento das curvas foi feito a partir da avaliação do corpo técnico da Sanepar, sobre 
valores mais adequados para a água in natura. 
Metodologia: A estratégia para elaboração do Iqai passou pela definição dos principais 
parâmetros a serem monitorados, bem como a influência relativa desses parâmetros na 
qualidade da água in natura tanto do ponto de vista estético quanto sanitário. 
As diretrizes básicas para a criação do Iqai, foram: 
· que o desenvolvimento do Iqai fosse feito tendo como cenário o estipulado na Resolução n.º 20 do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente; 
· que o conjunto dos parâmetros considerados fossem aqueles rotineiramente utilizados pela Sanepar no 
monitoramento da qualidade da água in natura. 
Resultaram dessas diretrizes os seguintes parâmetros básicos: 
· Coliformes totais 
· Coliformes fecais 
· Cor aparente 
· Ferro total 
· Manganês 
· Alumínio 
· DBO 
· DQO 
· Oxigênio Dissolvido 
· PH 
· Matéria Orgânica 
· Turbidez 
O cenário de análise tem como balizamento a Resolução n.º 20 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. 
Dessa forma, a água poderá estar dentro dos padrões previstos nessa Resolução ou não. Isso significa 
que os limites, para cada um dos parâmetros, são os limites previstos nesse instrumento regulamentador. 
 
Iqap - Índice da Qualidade da Água Produzida 
 
Definição: O índice destinado a avaliar a qualidade da água produzida nas estações de 
tratamento de água operadas pela Sanepar denominado Iqap, procura sintetizar os números 
resultantes das análises para controle da qualidade durante o processo produtivo. 
As curvas de qualidade foram desenvolvidas considerando-se os limites estipulados pela 
Portaria 036/90 de Ministério da Saúde, que estabelece as normas e padrões de potabilidade da 
água destinada ao consumo humano. O delineamento das curvas foi feito a partir da avaliação do 
corpo técnico da Sanepar, sobre valores mais adequados para a água distribuída. 
Metodologia: A estratégia para elaboração do Iqap passou pela atividade de definição dos principais 
parâmetros a serem monitorados, bem como a influência relativa desses parâmetros na qualidade da 
água produzida tanto do ponto de vista estético quanto sanitário. 
As diretrizes básicas para a criação do Iqap, foram: 
· que o desenvolvimento do Iqap fosse feito tendo como cenário o estipulado pela Portaria 036/90, do 
Ministério da Saúde; 
· que o conjunto dos parâmetros considerados fosse aqueles rotineiramente utilizados pela Sanepar no 
monitoramento da qualidade da água produzida. 
Resultaram dessas diretrizes os seguintes parâmetros básicos: 
· Cloro residual 
· Coliformes totais 
· Coliformes fecais 
· Cor aparente 
· Ferro total 
· Manganês 
· Flúor 
· PH 
· Matéria orgânica 
· Turbidez 
É importante ressaltar que o parâmetro Coliforme Fecal é considerado decisivo. Dessa forma, se a 
análise da água apontar resultado negativo para esse indicador, será determinado o Iqap da amostra, se 
apontar resultado positivo para esse indicador, não será feita a determinação do Iqap, sendo a amostra 
considerada fora dos padrões de potabilidade. 
O cenário de análise tem como balizamento a Portaria 036/90 do Ministério da Saúde. 
Dessa forma, a água poderá estar dentro dos padrões de potabilidade previstos nessa 
portaria ou não. Isso significa que os limites de potabilidade, para cada um dos 
parâmetros, são os limites previstos nesse instrumento regulamentador. 
 
Iqad - Índice da Qualidade da Água Distribuída 
 
Definição: Este Índice é destinado a avaliar a qualidade da água distribuída à população do 
Paraná, denominado Iqad, ele procura sintetizar os números resultantes das análises para 
controle da qualidade na rede de distribuição. 
As curvas de qualidade foram desenvolvidas considerando-se os limites estipulados pela 
Portaria 036/90 de Ministério da Saúde, que estabelece as normas e padrões de potabilidade da 
água destinada ao consumo humano. O delineamento das curvas foi feito a partir da avaliação 
do corpo técnico da Sanepar, sobre valores mais adequados para a água distribuída. 
Metodologia: Para elaboração do Iqad foram definidos os principais parâmetros a serem 
monitorados, bem como a influência relativa desses parâmetros na qualidade da água 
distribuída tanto do ponto de vista estético quanto sanitário. 
As diretrizes básicas para a criação do Iqad, foram: 
· que o desenvolvimento do Iqad fosse feito tendo como cenário o esti-pulado pela Portaria 
036/90, do Minis-tério da Saúde; 
· que o conjunto dos parâmetros considerados fossem aqueles rotineira-mente utilizados pela 
Sanepar no monito-ramento da qualidade da água distribuída. 
Resultaram dessas diretrizes os seguintes parâmetros básicos: 
· Cloro residual 
· Coliformes totais 
· Coliformes fecais· Cor aparente 
· Ferro total 
· Manganês 
· Flúor 
· PH 
· Matéria Orgânica 
· Turbidez 
É importante ressaltar que o parâ-metro Coliforme Fecal é considerado decisivo. Dessa forma, se 
a análise da água apontar resultado negativo para esse indicador, será determinado o Iqad da amostra, 
se apontar resultado positivo para esse indicador, não será feita a deter-minação do Iqad, sendo a 
amostra con-siderada fora dos padrões de potabilidade. 
O cenário de análise tem como balizamento a Portaria 036/90 do Minis-tério da Saúde. 
Dessa forma, a água po-derá estar dentro dos padrões de potabilidade previstos nessa 
portaria ou não. Isso significa que os limites de potabilidade, para cada um dos 
parâmetros, são os limites previstos nesse instrumento regulamentador. 
 
Iqet - Índice da Qualidade do Esgoto Tratado 
 
Definição: O Iqet é destinado ao acompanhamento, monitoramento e avaliação dos níveis de 
qualidade do es-goto tratado. 
As curvas de qualidade foram desenvolvidas considerando-se os limites estipulados pela 
Resolução n.º 20 de 18/06/1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabelece a 
classificação das águas doces, salobras e salinas segundo seus usos preponderantes, e também 
pela NBR-9800 da ABNT, que estabelece critérios para lançamento de efluentes líquidos 
industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário. O delineamento das curvas foi feito a 
partir da avaliação do corpo técnico da Sanepar, sobre valores mais adequados para a água in 
natura. 
Metodologia: A estratégia para elaboração do Iqet passou pela atividade de definição dos 
principais parâmetros a serem monitorados, bem como a influência relativa desses parâmetros 
na qualidade do esgoto tratado tanto do ponto de vista estético quanto sanitário. 
As diretrizes básicas para a criação do Iqet, foram: 
· que o desenvolvimento do Iqet fosse feito tendo como cenário o estipulado na Resolução n.º 20 de 
18/06/1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabelece a classificação das águas doces, 
salobras e salinas segundo seus usos preponderantes, e também pela NBR-9800 da ABNT, que estabelece 
critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário 
. 
· que o conjunto dos parâmetros considerados fossem aqueles rotineiramente utilizados pela Sanepar no 
monitoramento da qualidade do esgoto tratado. 
Resultaram dessas diretrizes os seguintes parâmetros básicos: 
· pH 
· DQO 
· DBO 
· Óleos e Graxas 
· Sólidos Totais Sedimentáveis 
O cenário de análise tem como balizamento a Resolução n.º 20 de 18/06/1986 do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente e a NBR-9800 da ABNT. Dessa forma, o esgoto poderá estar dentro dos padrões 
previstos nessa Resolução e Norma ou não. Isso significa que os limites, para cada um dos parâmetros, 
são os limites previstos nesses instrumentos regulamentadores. 
 
Laudo 
É neste módulo que se tem as opções de impressão dos Laudos. Os Laudos podem ser impressos por 
Unidade, Sistema, Divisão, Data, Ponto de Coleta e por Amostra. 
 
 
Amostras fora da Portaria 
 É neste módulo que se obtém a relação das amostras e os respectivos parâmetros que não atenderam os 
Valores Máximos Permitidos (VMP) pela legislação em vigor. 
Neste módulo tem-se as opções de consulta em tela ou da impressão das amostras e dos parâmetros que 
não atenderam os VMP. 
 
 
Tabelas 
 Neste módulo obtém-se as seguintes informações: 
- relação das Unidades de Negócio e os respectivos códigos contábeis; 
- relação dos sistemas operados pela Sanepar e os respectivos códigos contábeis; 
- relação das estações de tratamento de esgoto e as respectivas condições de Operação; 
- relação dos usuários do SQA e os respectivos níveis de acesso ao sistema; 
 
 
Consultas 
 Neste módulo obtém-se as seguintes informações: 
- relação das Análises digitadas que constam do banco de dados; 
- consulta aos totais de parâmetros analisados em determinado período especificado; 
- gráfico de todas as faixas (não avaliado, não atende, precária, aceitável, boa ótima); por índices (Iqai-
Iqap-Iqad-Iqet); 
- gráficos por faixa por Índices; 
- consulta às médias dos parâmetros analisados em determinado período especificado (esta informação é 
para ser utilizada para a Divulgação da Qualidade aos clientes); 
- consulta às informações que são encaminhadas à Secretaria Estadual da Saúde (Sisagua). 
 
 
Recomendação 
O Sistema da Qualidade da Água (SQA) quando alimentado com os resultados assim que sejam 
obtidos, possibilitará ao corpo gerencial e operacional da Empresa analisar em tempo real e 
tomar as medidas que se fizerem necessárias para eliminar as causas que porventura estejam 
comprometendo ou venham a comprometer o estado de controle. Recomenda-se aos gerentes 
que fiquem atentos quanto à utilização correta desta ferramenta importantíssima para o 
controle dinâmico da qualidade. 
 
Conclusões 
 
O Sistema de Qualidade (SQA) permite às Unidades de Negócio rapidez de resposta frente às 
necessidades de alterações operacionais, comprometimento das equipes de produção e equipes 
de manutenção de rede/controle da qualidade com os resultados da qualidade e o 
gerenciamento do controle operacional por meio dos Índices – Iqai-Iqap-Iqad-Iqet. 
A descentralização ainda propiciou o desenvolvimento dos operadores de tratamento de água 
em novas técnicas laboratoriais para executarem a verificação de presença ou ausência de 
coliformes totais e fecais em amostras de água tratada pelo método enzimático. 
 
 Referências 
 
BATTALHA, B. L.; PARLATORE, A. C. Controle da Qualidade da Água para Consumo 
Humano. São Paulo: Cetesb, 1977. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 36, de 19 de janeiro de 1990. Dispõe sobre as normas 
e o padão de potabilidade da água destinada ao consumo humano, a serem observados em 
todo o território nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 
p.1651, 23 jan. 1990. Seção 1. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 1469, de 28 de dezembro de 2000. Estabelece os 
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para 
consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da República Federativa do 
Brasil, Brasília, 29 dez. 2000. Seção 1. 
 
 Agradecimento 
Ao engenheiro Carlos Eduardo Pierin pelo apoio e incentivo para a realização deste projeto. 
 
Autores 
Edvaldo Kulcheski, 
técnico químico, coordenador técnico da Unidade de Serviços de 
Avaliações de Conformidades 
 
Élvio Marlus Silva Giongo, 
analista de sistemas, coordenador de Desenvolvimento de Sistemas Comerciais da Unidade de Serviço da 
Tecnologia da Informação 
 
Cristhian Thomaz Patulski, 
analista de sistemas da Unidade de Serviço da Tecnologia da Informação e 
responsável técnico do projeto 
 
Adriane Rezende Mercer, 
analista de sistemas da Unidade de Serviço da Tecnologia 
da Informação 
 
Emerson Luís Strapasson, 
analista de sistemas da Unidade de Serviço da Tecnologia 
da Informação 
 
Carlos Chiarello, 
analista de sistemas da Unidade de Serviço da Tecnologia 
da Informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONITORAMENTO EM TEMPO REAL 
DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS MANANCIAIS 
DA REGIÃO METROPOLITANA DE 
SÃO PAULO (RMSP) 
 
Armando Perez Flores 
Edvaldo Sorrini 
 
Resumo 
 De toda a água produzida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo 
(Sabesp) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), 99,5% é proveniente de reservatórios 
superficiais, que em grande parte se localizam em áreas que estão sendo atingidas pelamancha urbana dessa região. A despeito das restrições impostas pela Lei de Proteção de 
Mananciais, a ocupação das bacias de contribuição desses reservatórios vem ocorrendo de 
forma descontrolada, comprometendo seriamente a qualidade das suas águas. Neste cenário, a 
Sabesp está investindo em novas tecnologias para monitoramento de qualidade das águas de 
seus mananciais, de forma a obter respostas rápidas e confiáveis, visando evitar que possíveis 
variações bruscas na qualidade da água nas represas possam provocar impactos no tratamento 
e atingir o consumidor final. 
 
Abstract 
 Of all the water produced by the Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) or 
Basic Sanitation Company of the State of São Paulo in the Metropolitan São Paulo Area (MSPA), 99.5% 
is drawn from surface reservoirs, which to a large extent are located in areas that are being reached 
by the urban stain (urban advance) of this area. Despite restrictions imposed by the Water 
Source Protection Law, occupation of the basins that contribute to these reservoirs has been 
taking place in an uncontrolled manner, seriously compromising water quality. Given this 
scenario, Sabesp is investing in new technology for monitoring water quality at its sources, in 
order to obtain fast and reliable answers, with an aim to avoiding the possibility that abrupt 
variations in water quality at the dams will have an impact on treatment and reach the final 
consumer. 
 
Introdução 
 O abastecimento de água potável para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), exige atualmente 
uma vazão em torno de 63 m3/s. Desse total, 99.5% é proveniente de reservatórios superficiais, que em 
grande parte se localizam em áreas que estão sendo atingidas pela mancha urbana da RMSP. A despeito 
das restrições impostas pela Lei de Proteção de Mananciais, a ocupação das bacias de contribuição 
desses reservatórios vem ocorrendo de forma descontrolada, comprometendo seriamente a qualidade das 
suas águas. 
A degradação da qualidade da água vem ocorrendo de forma acelerada em alguns reservatórios, tais 
como Guarapiranga, Rio Grande e Baixo Cotia e de forma menos dramática, mas nem por isso menos 
preocupante no reservatório Paiva Castro pertencente ao Sistema Cantareira. Quanto aos demais, 
exclui-ndo-se aqueles reservatórios localizados em áreas protegidas, como as represas do Alto Cotia e 
Rio Claro, a tendência é de comprometimento crescente da qualidade da água, em função da pressão por 
espaço urbano, aliado à falta de uma política integrada e eficaz de uso do solo na região. 
 
Monitoramento da qualidade da água na RMSP 
 Dentro deste contexto, a Sabesp introduziu, nos seus programas de monitoramento da qualidade da 
água, os reservatórios de abastecimento da RMSP. 
Assim, desde meados da década de 70 vem sendo feito um controle das densidades de algas nos 
reservatórios, que inclui a identificação e contagem dos gêneros de algas presentes no reservatório, e, 
em alguns casos, como no Guarapiranga e Rio Grande, a aplicação de algicidas. 
A partir de 1987, o monitoramento nos reservatórios passou a incluir pontos de amostragem nos rios 
contribuintes, para que se pudesse avaliar as cargas poluentes recebidas nesses reservatórios, bem como 
identificar as possíveis fontes de poluição, para subsidiar as ações de proteção desses mananciais. 
Neste monitoramento as freqüências com que são amostrados os mananciais vão de duas vezes por 
semana, no caso do controle das algas, até trimestrais. O monitoramento mais abrangente, aquele que 
fornece dados mais completos sobre qualidade da água, entretanto, é feito com uma freqüência máxima 
mensal. Em alguns casos, naqueles em que o reservatório é protegido e, portanto, com uma água de 
qualidade boa e estável, essa freqüência permite um controle eficaz. Naqueles, entretanto, em que a 
qualidade da água está comprometida e, portanto, sujeita a variações que podem trazer problemas para 
o tratamento, essa freqüência se revela insuficiente, muito aquém do que seria o ideal para se ter um 
acompanhamento das oscilações de qualidade da água, que muitas vezes prenunciam problemas e que, 
portanto, devem ser detectados a tempo. 
Um fator que agrava essa limitação do monitoramento, diz respeito ao fato de que as 
amostragens são feitas sempre no período diurno, pela dificuldade de se coletar 
amostras, que exigem o uso de barco, à noite. Dessa forma, oscilações que ocorrem no 
período noturno (as variações nictemerais) não são detectadas. E essas variações 
podem, às vezes, ocasionar oscilações significativas na qualidade da água. 
 
Necessidade do monitoramento contínuo 
 Um reservatório, embora cons-tituído por uma massa considerável de água, pode, como já foi dito, 
sofrer oscilações bruscas de qualidade da água, em função de fenômenos como a in-versão térmica, a 
ressolubilização de substâncias presentes nos sedimentos do fundo, variações nic-temerais, etc. 
Em muitos casos, essas alterações podem afetar seriamente a qualidade da água, e se manifestam em 
alguns dias. É necessário, portanto, que o monito-ramento tenha capacidade de detectar essas 
alterações, para que o tratamento da água não seja, ou seja, minimamente, afetado. 
Existem indicadores que permitem avaliar a situação potencial de alterações na qualidade da água num 
reservatório. É o caso, por exemplo, do Oxigênio Dissolvido (OD), que está relacionado com a 
ressolubilização de substâncias a partir do sedimento de fundo. Baixos teores, ou ausência, de OD no 
fundo podem acarretar esse fenômeno de ressolubilização. Um monitoramento contínuo do teor de OD 
no fundo, então, permite detectar situações potenciais de alteração na qualidade da água, a tempo de 
prevenir a área de tratamento ou, se houver essa possibilidade, tomar medidas de reaeração artificial no 
fundo. 
Fica clara, portanto, a necessidade de se monitorar esses parâmetros de forma contínua, ou no mínimo, 
com uma freqüência horária. Com isso, dois importantes benefícios poderão ser conseguidos: 
· fenômenos que provocam alterações bruscas na qualidade da água poderão ser detectados a tempo de 
prevenir o tratamento; 
· amplia-se significativamente o conhecimento sobre o comportamento do reservatório, em termos da 
qualidade da água, permitindo dirigir melhor o monitoramento de rotina (não-contínuo) para períodos e 
áreas críticas, o que poderá resultar numa redução da quantidade de amostras, e, portanto, numa 
redução equivalente nos custos desse monitoramento. 
O monitoramento contínuo, ou em tempo real, da qualidade da água em rios, lagos, reservatórios, etc é 
uma prática que vem sendo introduzida em muitos países que convivem com problemas ambientais, ou 
mais especificamente, riscos de contaminação das suas águas. Esse tipo de monitoramento permite 
aumentar significativamente a eficiência dos Sistemas de Vigilância, e em conseqüência reduzir os riscos 
sanitários, quando a água é utilizada para abastecimento, ou riscos ambientais, no caso mais geral. 
 
Monitoramento em tempo real 
No caso da Sabesp, este projeto consiste de um sistema de monitoramento de dados de 
qualidade de água, em tempo real, em pontos pré-determinados em reservatórios que 
abastecem a RMSP. 
Este sistema é constituído essencialmente, de estações remotas e unidades de recepção de 
dados. As estações remotas são compostas de módulos de coletas de dados, programa de 
coleta de dados, módulos de armazenagem de dados, módulos de alimentação e suporte de 
energia, módulos de comunicação de dados e de sensores de aquisição de dados. 
 
Descrição do sistema 
O sistema é baseado nas descrições apresentadas a seguir: 
· Operação 
O sistema foi concebido para operar automaticamente com a supervisão direta de técnicos da Sabesp. 
A estrutura esquemática da operação do sistema é a seguinte: 
· Estação Remota 
Realizaa leitura dos sensores e armazenagem dos dados gerados e a transmissão via sinal de rádio 
desses dados gerados, em intervalos pré- determinados de tempo, para as unidades de recepção 
correspondentes. 
É capacitada para a transmissão de alarmes de qualidade, para a unidade de recepção, a qualquer 
instante de tempo, permitindo a consulta manual remota, em tempo real, pelos técnicos que operam o 
sistema. 
· Unidade de Recepção 
Mantém um programa gerenciador capacitado para a operação automática ou manual do sistema, 
permitindo: 
· A recepção dos dados das estações remotas correspondentes; 
· Transferência automática dos dados via linha telefônica para a Unidade Central de Recepção; 
· Visualização gráfica dos dados válidos das últimas 24 horas, das unidades remotas do sistema 
correspondente. 
· Unidade Central de Recepção 
Mantém um programa gerenciador capacitado para a operação automática ou manual do sistema, 
permitindo: 
Consulta de dados por item monitorado, data e/ou período: 
· Visualização gráfica dos dados 
· Realiza a comunicação automática com as Unidades de Recepção de dados para a obtenção de dados 
em situação de alarmes; 
· Mantém o banco de dados central do sistema. 
 
 Parâmetros de qualidade monitorados 
 
São medidos diretamente no local, por meio de uma sonda multiparâmetro, com os seguintes sensores 
instalados: 
· pH; 
· Turbidez; 
· Condutividade; 
· Potencial de Oxi-redução 
· Oxigênio Dissolvido; 
· Temperatura; 
A quantidade de sondas de qualidade instaladas no sistema varia de acordo com a 
profundidade do local monitorado, variando de três (superfície, meio e fundo), até uma única 
sonda para locais de pouca profundidade, conforme apresentado na figura 1. 
 
 
Mananciais 
monitorados 
 Estão sendo monitorados atual-mente por meio deste sistema, cinco represas utilizadas pela Sabesp 
para captação e tratamento de água, a saber: 
· Represa Guarapiranga com duas bóias; 
· Represa Billings com três bóias; 
· Represa Rio Grande com duas bóias; 
· Represa Taiaçupeba com duas bóias; 
· Represa Jundiaí com uma bóia; 
No total são 10 locais monitorados. Considerando-se as várias profundidades dependendo de 
cada ponto onde está localizada a unidade remota tem-se 17 pontos monitorados. 
 
Descrição geral do sistema 
Região M A descrição geral do sistema de monitoramento em tempo real da qualidade água 
dos mananciais da etropolitana de São Paulo (RMSP) é apresentada na figura 2. 
 
Resultados obtidos no monitoramento 
 Este sistema está programado para realizar uma leitura a cada 10 minutos. Com esta programação, são 
gerados diariamente, 144 dados por parâmetro/ponto monitorado, isto dá uma massa mensal de dados 
muito grande. Considerando 6 (seis) parâmetros por sonda, são 25.920 dados/mês por sonda. A melhor 
forma de visualização de toda essa quantidade de dados, é por meio de gráficos. 
Os gráficos a seguir mostram exemplos de informações que podem ser obtidas por meio deste sistema. 
No gráfico 3, se pode observar claramente as variações de OD ocorridas ao longo de períodos de 24 
horas. No período diurno, ou seja, onde há a incidência de luz, observa-se um incremento de até 3,0 
mg/L provocado pela fotossíntese das algas presentes no reservatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conclusões 
 Este sistema tem se apresentado até o momento, como uma excelente ferramenta de vigilância dos 
mananciais. É importante observar que seu objetivo, não é a precisão dos resultados, mas as variações 
significativas que podem ocorrer, de forma a indicar que alguma anomalia está ocorrendo no 
reservatório. A Sabesp, juntamente com a empresa que implantou o sistema, tem feito grandes esforços 
para corrigir eventuais problemas técnicos e operacionais encontrados, não deixando de ressaltar que se 
trata de um sistema inovador e em fase experimental. 
A intenção da Sabesp, é ampliar este sistema de monitoramento para os demais mananciais da RMSP. 
 
Referências 
 COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Divisão de 
Monitoramento e Informações Ambientais. Relatório resumo monitoramento em tempo 
real. 2000. 
 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Divisão de Monitoramento 
e Informações Ambientais. Relatórios mensais monitoramento em tempo real. 
2000/2001. 
 
 Autores 
 
Armando Perez Flores, 
bacharel em Química 
pela Faculdade de 
Filosofia Ciências e Letras 
Professor Carlos Pasquale, 
especialista em engenharia de saneamento básico, gerente 
da Divisão de Monitoramento 
e Informações Ambientais da Produção daCompanhia 
de Saneamento Básico do 
Estado de São Paulo (Sabesp) 
 
Edvaldo Sorrini, 
bacharel em Biologia pela 
Universidade Mackenzie, 
especialista em saneamento 
ambiental, biólogo na Divisão 
de Monitoramento 
e Informações Ambientais 
da Produção da Sabesp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL 
DA BACIA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PARA 
A CIDADE DE MARINGÁ - RIO PIRAPÓ 
 
 
Lorenso Cassaro 
Manoel Francisco Carreira 
 Resumo 
 A bacia do Rio Pirapó, na região de captação de água para a comunidade de Maringá, sofreu nas 
últimas décadas uma crescente degradação ambiental. Tal situação pode comprometer a condição deste 
manancial de abastecimento, caso não cesse o processo de degradação. 
Neste trabalho buscou-se identificar os fatores que contribuíram para a degradação ambiental desta 
bacia de captação. Evitando-se a degradação ambiental, os processos de tratamento de água para 
abastecimento terão seus custos minimizados e a qualidade da água preservada. 
 
Abstract 
 The basin of the Pirapó river, in the water collection area for the community of Maringá, has suffered an 
increasing environmental degradation in the last few decades. This situation could compromise the 
condition of this source of water, unless the degradation process is halted. 
In this research, an identification was sought for the factors that contribute to the environmental 
degradation of this water collection basin. By avoiding environmental degradation, the cost of water 
supply treatment processes will be minimized and water quality preserved. 
 
Introdução 
 
 A região de Maringá experimentou, a partir da década de 40, o desbravamento de suas exuberantes 
matas, criando-se a cidade e abrindo-se espaço para exploração da agricultura. O solo era de ótima 
qualidade, e assim as notícias e informações correram o mundo, provocando a migração de famílias 
inteiras em busca de sustento e prosperidade. 
A estratégia da modernização da agricultura visava a produção intensiva e extensiva de grãos para 
gerar excedentes, e foi baseada na criação de grandes complexos agroindustriais. Tal situação gerou 
uma rápida eliminação das matas para a ocupação agrícola do solo e foi a partida para o desequilíbrio 
ambiental, gerando graves problemas de erosão, pois deixou de existir a proteção natural do solo, que 
era feita pelas matas ciliares. Como conseqüência ocorrem assoreamento dos rios e a deterioração dos 
mananciais e rios, cujas águas abastecem as cidades e se prestam a outras finalidades e 
empreendimentos. 
O Rio Pirapó é a única fonte de abastecimento de água para a comunidade de 
Maringá, e se encontra dentro do contexto acima apresentado, sofrendo as ações da 
degradação verificada na região como um todo. 
 
Caracterização 
 A bacia do Rio Pirapó está localizada na Região Norte do Paraná e apresenta uma área de drenagem de 
5.023 km2. Sua nascente está localizada no município de Apucarana e possui uma extensão de 168 km 
até sua foz, no Rio Paranapanema. São 55 km de extensão até o ponto de captação de água para a 
cidade

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