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Dos crimes contra a fé pública

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TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Em termos usuais, pode-se afirmar que a fé pública é a confiança, a convicção de veracidade que o homem comum deposita na autenticidade e valor de documentos e atos voltados para a vida em sociedade.[1: ROCHA, Thiago de Barros. Direito Penal – Crimes Contra a Fé Pública, 2014, p. ]
Nas palavras de Magalhães Noronha, fé pública
“é uma realidade e é um interesse que a lei deve proteger. Sem ela seria impossível a vida em sociedade. Fruto da civilização e do progresso – pois seria incompatível ou inútil nas sociedades primitivas – hoje constitui um bem do qual a vida comunitária não pode absolutamente prescindir. Com efeito, o homem tem necessidade de acreditar na veracidade ou genuidade de certos atos, documentos, sinais, símbolos etc., empregados na multiplicidade das relações diárias, em que intervém. A atividade civil, o mundo dos negócios etc., carecem deles e daí a natural crença ou confiança de todos em que eles atestam ou provam a veracidade das relações jurídicas e sociais. Não se trata de bem particular ou privado. Ainda que, no caso, haja ofensa real ou perigo de lesão ao interesse de uma pessoa, é ofendida a fé pública, isto é, a crença ou convicção geral na genuidade e valor dos documentos, atos etc., prescritos ou usuais para aquelas relações”.[2: NORONHA, Edgard Magalhães. Direito Penal, v. 4, 2003, p. 100.]
No mesmo sentido, Muñoz Conde, para quem a fé pública
“...trata-se da confiança estabelecida pela sociedade em certos símbolos ou signos, que, com o decurso do tempo, ganham determinada significação, muitas das vezes impostas pelo Estado. Esse é o papel, por exemplo, da moeda, que possui um valor econômico a ela atrelado. Os signos gozam de crédito público e são, também, meios de prova. Sem a fé pública não se poderia desenvolver a contento os negócios jurídicos em geral”.[3: MUÑOZ CONDE, Francisco. Derecho penal – parte especial, 1999, p. 670.]
O convívio sem tal confiança importaria confusão generalizada que, como ilustra Cleber Masson, motivaria a necessidade de comprovação, em toda relação social, da pessoa ser realmente quem ela afirma ser que é. Porém, pela fé pública em um documento de identificação (cédula de identidade, carteira profissional de classe etc.), seu titular está livre de provar sua qualificação, pois presume-se que o documento é verdadeiro, a sociedade acredita na sua legitimidade/veracidade.[4: Direito Penal, v. 3, 2015, p. 424.]
Neste aspecto, a violação da fé pública caracteriza o crime de falso. Atitudes atentatórias àquela compreensão e aceitação de legítimo que sopesam certos documentos e símbolos ofendem o bem jurídico tutelado pelas normas a seguir estudadas. Assim, punindo os crimes contra a fé pública o legislador protege os sinais representativos de valor e os documentos.
Os crimes de falso reclamam a presença de alguns requisitos, não sendo a doutrina unânime em relação a sua quantidade. Cremos, com amparo naqueles que estudam e escrevem acerca do direito penal hodierno, que 3 (três) elementos são inafastáveis, ou seja, são características comuns que deverão ser verificadas, cumulativamente, em toda e qualquer conduta que atente em desfavor do valor fé pública. São eles: (i) dolo – não existe nenhum crime de falso punido a título de culpa; (ii) imitação da verdade – alteração da verdade ou imitação da verdade propriamente dita; (iii) dano potencial – não necessariamente patrimonial e idoneidade da imitação da verdade. Pela relevância, a análise será individual:
- Dolo: é a consciência é a consciência, a vontade da imitação da verdade, gerando o rompimento da confiança pública em determinados objetos, sinais ou formas. Há de considerar que alguns crimes de falso exigem, ainda, finalidade específica do agente, fim este previsto em lei. É o que acontece com a falsidade ideológica, por exemplo.
- Imitação da verdade: se traduz pela alteração da verdade (que é a mudança do verdadeiro) e pela imitação da verdade propriamente dita (cria-se um documento ou moeda, formando-os ou fabricando-os).
- Dano potencial: o resultado do ato de imitação da verdade tem que revelar idoneidade, ou seja, é imprescindível que possua capacidade para iludir ou enganar as pessoas em geral. Decorre deste entendimento que a falsificação grosseira, constatável a olho nu (ictu oculi) não caracteriza o falso, eis que não representa qualquer perigo à fé pública. Em outros termos, a imitação da verdade doloso, porém destituída de capacidade lesiva, não afeta o sentimento coletivo de confiança tutelado pela lei penal, impedindo-se, assim, de falar em dano potencial e, por corolário, em crime contra a fé pública. O mesmo ocorre quando a imitação carece de eficácia jurídica, constituindo um documento manifestamente nulo.
Conforme ensina Nelson Hungria:
“O falsum integra-se com a dolosa imitatio veri, mas, entenda-se: imitatio potencialmente capaz de enganar, para o efeito de conculcar uma relação jurídica e, portanto, de acarretar o praejudicium alterius. Se não apresenta essa potencialidade, ou porque a imitação não convence ao homo medius ou porque cria coisa inócua ou nula (por motivo outro que não a própria falsidade), não se dá a conturbação da fé pública e não há falar-se em crimen falsi”.[5: HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal, v. IX, 1959, p. 195.]
Por fim, convém de já prelecionar que a falsidade pode ser material (ou externa), ideológica e pessoal. A falsidade material se dá mediante contrafação, alteração ou supressão. A falsidade ideológica, por sua vez, é aquela em que o documento é materialmente verdadeiro, mas seu conteúdo é falso, inexistindo contrafação, alteração ou supressão, donde a imitação da verdade é viabilizada pela simulação. Por fim, a falsidade pessoal é a que se relaciona não à pessoa física, mas à sua qualificação (idade, filiação, nacionalidade, filiação etc.).
De modo esquematizado, seguindo o exemplo de Cléber Masson, as modalidades de falsidade poderiam ser assim sintetizadas:
	
	Falsidade Material
	Falsidade Ideológica
	Falsidade Pessoal
	
Incidência
	
Sobre a coisa
	
Sobre o conteúdo do documento
	
Sobre a qualificação pessoal
	
Imitação da verdade
	Por meio de contrafação, alteração ou supressão
	Por meio de simulação 
	Por meio de atribuição de dados falsos
Especialmente, quanto à distinção do falso material e do falso ideológico (ou intelectual), convém anotar a lição de Nelson Hungria, para quem “enquanto a falsidade material afeta a autenticidade e inalterabilidade do documento na sua forma extrínseca e conteúdo intrínseco, a falsidade ideológica afeta-o tão somente na sua ideação, no pensamento que as suas letras encerram”. Segundo sua doutrina, a falsificação supõe uma intervenção material no objeto/documento alterado, enquanto a falsidade constitui uma atitude intelectual, declarando o falso no lugar do verdadeiro.
Tendo como fundamento o ensinamento dos grandes mestres, pode-se afirmar que a falsificação (ou falsidade material, externa), provoca uma rasura no documento, pois conta com a intervenção material do agente naquilo já existente ou na criação daquilo que sequer deveria ter existido (contrafação), enquanto que na falsidade a conduta do agente afasta do documento/objeto, no seu nascedouro, a genuidade que nele deveria conter.
CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
I – na folha de pagamentoou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o Estado (secundariamente, a pessoa prejudicada pela falsificação)
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: o documento público
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: não há
Tentativa: admissível
Consumação: com a prática de qualquer das condutas previstas, independentemente de resultado naturalístico.
Peculiaridades
- definição jurídico-penal de documento: conforme ensinamentos de Sylvio do Amaral, é o escrito elaborado por pessoa determinada e representativo de uma declaração de vontade ou da existência de fato, direito ou obrigação, dotado de relevância jurídica e com eficácia probatória. De acordo com esta lição, para que tenha relevância jurídico-penal há necessidade de cumulação de algumas características, a saber: (i) forma escrita, (ii) ter sido elaborado por pessoa determinada, (iii) ter conteúdo revestido de relevância jurídica, e (iiii) ter eficácia probatória.[6: Falsidade Documental. 1958, p. 10-11.]
i) forma escrita: documento é a palavra escrita. O escrito deve ser lançado em coisa móvel, suscetível de ser transportada e transmissível (como o papel, pergaminho, tela etc.), razão porque ficam afastados do conceito de documento os muros, as paredes, as árvores, rochas, veículos etc. Exige-se, ainda, a permanência do escrito, que pode ser feito a mão ou mediante processo mecânico. Como consequência, excluem-se do conceito de documento as fotografias isoladas, as pinturas e desenhos, pois não apresentam escrito algum.
ii) elaborado por pessoa determinada: não é necessariamente a pessoa que escreveu o texto, mas sim aquela a quem se deve a declaração de vontade ou expressão de pensamento que o escrito contém. Passível de identificação, tem-se a autoria certa exigida. O escrito anônimo não é documento.
iii) conteúdo revestido de relevância jurídica: detém relevância jurídica o ato que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Desta feita, não existe documento sem conteúdo. Uma folha de papel em branco não é documento, pois este para ser como tal considerado deverá conter uma manifestação do pensamento realizada mediante a narração ou exposição de um fato, direito, obrigação ou declaração de vontade.
iiii) ter eficácia probatória: o conteúdo deve ser passível de utilização como prova de determinado fato, implicando consequências no plano jurídico – art. 232, CPP. Nesta senda, afirma-se que a fotocópia sem autenticação não tem eficácia probatória e, por consequência, não é considerada documento na definição jurídico-penal. 
Esquematicamente, temos:
	Documento
	
	
	
	
	
	Forma escrita + elaborado por pessoa determinada + conteúdo revestido de relevância jurídica + eficácia probatória.
- documento público: É aquele criado pelo funcionário público, nacional ou estrangeiro, no desempenho das suas atividades, em conformidade com as formalidades prescritas em lei. Assim, são requisitos essenciais à formação do documento público: (i) qualidade de funcionário público de quem o elabora, (ii) criação do documento no exercício das funções públicas, e (iii) mediante o cumprimento das formalidades legais. Portanto, para que seja qualificado como documento público o instrumento precisa preencher, além dos requisitos que o qualifiquem como documento, os acima especificados. Tais requisitos são cumulativos e obrigatórios. Caso não preencha um dos requisitos para conceituar o instrumento como documento jurídico-penal não haverá possibilidade de o documento ser público, pois antes de público, ele precisa ser conceituado como documento. 
Esquematicamente, temos:
	Documento Público
	
	
	
	
	
	Forma escrita + elaborado por pessoa determinada + conteúdo revestido de relevância jurídica + eficácia probatória + elaborado por funcionário público + criado no exercício das funções públicas + com observância das formalidades legais.
- distinções entre os núcleos falsificar e alterar: o verbo falsificar tem o sentido de fabricar um documento até então inexistente. É também chamada de contrafação e, conforme a lei, pode ser total ou parcial. Na falsificação total, o documento é criado em sua integralidade. Já na falsificação parcial, o agente, que não tem autorização para tanto, acrescenta palavras, letras ou números ao objeto, fazendo surgir um documento parcialmente inverídico. Por sua vez, a conduta alterar tem o sentido de modificar em documento público verdadeiro, já existente, mediante a substituição do seu conteúdo com frases, palavras ou números que acarretem mudanças na sua essência. Assim, na alteração existe um documento verdadeiro, cujo conteúdo é modificado pela conduta criminosa.
- substituição de fotografia em documentos: STF – HC 75.690/SP, rel. Min. Moreira Alves, 1ª Turma, j. 10.03.1998:
Substituição de fotografia em documento público de identidade. Tipificação. Sendo a alteração de documento público verdadeiro uma das duas condutas típicas do crime de falsificação de documento público (artigo 297 do Código Penal), a substituição da fotografia em documento de identidade dessa natureza caracteriza a alteração dele, que não se cinge apenas ao seu teor escrito, mas que alcança essa modalidade de modificação que, indiscutivelmente, compromete a materialidade e a individualização desse documento verdadeiro, até porque a fotografia constitui parte juridicamente relevante dele.
- falsificação grosseira: em todos os crimes contra a fé pública, a falsificação – total ou parcial –, e também a alteração, precisam revestir-se de idoneidade para ludibriar as pessoas em geral. Assim, é imprescindível a potencialidade do dano, sendo, portanto, excludente do delito de falso, a falsificação grosseira (art. 17, CP). Segundo NUCCI, exige-se a potencialidade lesiva do documento falsificado ou alterado, pois a contrafação ou modificação grosseira, não pata a ludibriar a atenção de terceiros, é inócua para esse fim. Trata-se de crime impossível (art. 17, CP).
- Súmula 17 – Superior Tribunal de Justiça: “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”. Não há concurso de crimes na hipótese de o agente falsificar um documento público para obter vantagem ilícita em prejuízo alheio. Há, in casu, a incidência do entendimento de que o crime-fim (estelionato) absorve o crime-meio (falsidade documental), desde que este se esgote naquele. O aparente conflito é solucionado pelo princípio da consunção.
- artigo 158, Código Penal: é necessário exame de corpo de delito (perícia) para a prova da existência do crime, pois é infração que deixa vestígios. A perícia inerente à falsificação de documento público destinada à prova da materialidade do fato consiste no exame documentoscópio e, sempre que possível e necessário, deverá também ser realizado o exame grafotécnico.
- a falsificação de documento público para o acobertamento de outro crime: iniciaremos com a contextualização: Paulo rouba um automóvel e, posteriormente falsifica os documentos inerentes ao veículo, com o objetivo de assegurar a posse do bem. Nesse caso, serão a Paulo imputados dois crimes – roubo e falsificação de documento público – em concurso material, pois as condutas atentaram bens jurídicos distintos – patrimônio e fé pública– e têm momentos de consumação distintos.
- §§ 2º e 3º do art. 297, CP: São documentos públicos por expressa determinação legal (por equiparação), pois em sua essência são documentos particulares por lhes faltarem os requisitos para tanto necessários (elaborado por funcionário público, criado no exercício das funções públicas e com observância das formalidades legais).
Falsificação de documento particular    
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsificação de cartão 
Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o Estado (secundariamente, a pessoa prejudicada pela falsificação)
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: o documento particular
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: não há
Tentativa: admissível
Consumação: com a prática de qualquer das condutas previstas, independentemente de resultado naturalístico.
Particularidades
- aplicação dos ensinamentos relacionados ao crime previsto no art. 297, CP: com as devidas reservas no que tange à qualificação do documento como público, se aplica ao delito em apreço o conteúdo remanescente. 
- falsificação de documento particular para fins eleitorais: resta caracterizado o crime específico definido no art. 349, da Lei 4.737/65 – Código Eleitoral: 
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
 - crime contra a ordem tributária: resta caracterizado o crime específico definido no art. 1º, incisos III e IV, da Lei 8137/90:
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o Estado (secundariamente, a pessoa prejudicada pela falsificação)
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: o documento público ou particular
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
Tentativa: na modalidade omissiva (omitir), não se admite. Nas modalidades comissivas (inserir e fazer inserir), a tentativa é admissível.
Consumação: com a prática de qualquer das condutas previstas, independentemente de resultado naturalístico.
Peculiaridades
- distinção entre falsidade (falso intelectual) e falsificação (falso material): A falsificação demanda a prévia existência de um documento ou de um objeto verdadeiro, que, mediante certos procedimentos, se altera ou se falsifica parcialmente, tornando-o inverdadeiro. A falsidade indica, ao contrário, a afirmação de um fato ou a execução de um ato, nos quais não se expressa a verdade. As condutas de falsificação supõem uma intervenção material no objeto alterado, enquanto a falsidade constitui uma atitude intelectual, declarando o falso no lugar do verdadeiro.[7: MUÑOZ CONDE. Derecho Penal – parte especial. 1999, p. 672.]
- as diferenças entre falsidade material e ideológica: a falsificação material altera a forma do documento, construindo um novo ou alterando o que era verdadeiro. A falsidade ideológica, por sua vez, provoca uma alteração de conteúdo, que pode ser total ou parcial. O documento, na falsificação material, é perceptivelmente falso, isto é, nota-se que não foi emitido pela autoridade competente ou pelo verdadeiro subscritor. Na falsidade ideológica o documento não possui uma falsidade sensivelmente perceptível, pois é, na forma, autêntico. 
ATENÇÃO: quando a falsificação for material, há dois tipos diferentes – um para os documentos públicos, outros para os documentos particulares. Quando a falsidade for ideológica, tanto os documentos públicos, quanto os particulares, ingressam no mesmo tipo.
- declaração de pobreza/hipossuficiência: para o STF não caracteriza o crime de falsidade ideológica a conduta do sujeito inserir ou fazer inserir declaração falsa no pedido de assistência judiciária gratuita alegando ser pobre na acepção jurídica do termo, firmando para tanto declaração nos moldes definidos no art. 4º, da Lei 1.060/50. O fundamento desta conclusão reside no fato de a declaração de pobreza assinada pelo sujeito não ser considerado, para fins penais, documento, pois sua eficácia (demonstração da pobreza) se submete a uma condição suspensiva, representada pela análise e posterior aprovação do representante do Estado (Juiz). A declaração assinada pelo sujeito não tem eficácia probatória, ou fé pública, pois impugnável pela parte adversa na relação jurídica ou ainda, rechaçada pelo próprio Juiz. No mesmo sentido o STJ, que assim se pronunciou:[8: HC 85.976/MT, rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, j. 113.12.2005.]
“É atípica [a conduta relacionada] a mera declaração falsa de estado de pobreza com o intuito de obter os benefícios da justiça gratuita. O art. 4º, da Lei 1.060/50 dispõe que a sanção aplicada àquele que apresenta falsa declaração de hipossuficiência é meramente econômica, sem previsão de sanção penal. Além disso, tanto a jurisprudência do STJ e do STF quanto a doutrina entendem que a mera declaração de hipossuficiência inidônea não pode ser considerada documento para fins penais”.[9: HC 261.074/MS, rel. Min. Marilza Maynard, 6ª Turma, j. 05.08.2014.]
 
- petição assinada por advogado: as petições contidas em autos de processos administrativos ou judiciais não se amoldam ao conceito de documento, para fins penais, sendo assim atípica a conduta consistente em inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa daquela que deveria constar. Nas petições são inseridas meras alegações que têm o propósito de dar embasamento a um pedido e seu teor pode ser afastado mediante a apresentação de elementos probatórios.
“Petição de advogado, dirigida ao Juiz, contento a retratação de testemunhas registrada em cartório, não é considerada documento idôneo para os fins de reconhecimento do tipo penal previsto no art. 299 do Código Penal”.[10: HC 85.064/SP, rel. Min Gilmar Mendes, 2ª Turma, j. 13.12.2005.]
“A petição em processo administrativo só faz prova do seu próprio teor; não, porém, da veracidade dos fatos alegados. Por isso, de regra – isto é, salvo nos casos excepcionais em que a lei imputa ao requerente o dever de veracidade – a inserção em petição de qualquer espécie da alegação de um fato inverídico não pode constituir falsidade ideológica”.[11: AgRg no Ag 1.015.372, rel Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, j. 09.03.2010.]
- preenchimento do papel assinado em branco: há 3 hipóteses distintas com consequências diversas, cabendo de já destacar que o papel assinado em branco enquanto não preenchido não é documento para fins penais, em face da ausência de conteúdo. Porém, quando assinado em branco e após, tem conteúdo nele gravado,podemos ter as seguintes hipóteses: (i) se o papel assinado em branco chegou às mãos do sujeito de forma legítima, e este, possuindo autorização para fazê-lo, o preencheu de maneira diversa da convencionada com aquele que o assinou, estará configurado o crime de falsidade ideológica; (ii) se o papel assinado em branco foi obtido de forma ilícita e o agente o preenche sem autorização estará praticando o crime de falsificação de documento (público ou particular); e (iii) o papel assinado em branco entrou licitamente na posse do agente, mas posteriormente o signatário revogou a autorização para seu preenchimento, mas mesmo assim o papel é preenchido, o agente como o crime de falsificação de documento, público ou particular.[12: FRAGOSO. Heleno Cláudio. Lições de direito penal – parte especial. São Paulo, 1959, vol. 4.]
- assentamento de registro civil – art. 29, caput e § 1º, da Lei 6015/1973: o art. 299 prevê em seu parágrafo único uma causa de aumento de pena quando o falso recair sobre assentamento de registro civil. Assim, quando a conduta do agente tiver por objeto material os documentos elencados no art. 29, caput e §1º, da Lei 6.015/73, presente estará a causa de aumento de pena.
Art. 29. Serão registrados no registro civil de pessoas naturais:
I - os nascimentos;
II - os casamentos;
III - os óbitos;
IV - as emancipações;
V - as interdições;
VI - as sentenças declaratórias de ausência;
VII - as opções de nacionalidade;
VIII - as sentenças que deferirem a legitimação adotiva.
§ 1º Serão averbados:
I - as sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento, o desquite e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II - as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância do casamento e as que declararem a filiação legítima;
III - os casamentos de que resultar a legitimação de filhos havidos ou concebidos anteriormente;
IV - os atos judiciais ou extrajudiciais de reconhecimento de filhos ilegítimos;
V - as escrituras de adoção e os atos que a dissolverem;
VI - as alterações ou abreviaturas de nomes.
- lei de execução penal e falsidade ideológica: por determinação legal (art. 130, Lei 7.210/84), o ato de declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição, com a finalidade de abater parte do cumprimento da pena em benefício do condenado, configura o crime de falsidade ideológica. A questão tem relevância pois o ato de atestar ou declarar falsamente, fato ou circunstância que habilite alguém a obter uma vantagem é a conduta típica descrita no art. 301, caput, do Código Penal. Assim, na oportunidade em que o falso for atestado para a finalidade de remição, afasta-se a conduta do art. 301, caput, do Código Penal, e imputa-se em desfavor do agente aquela conduta descrita no art. 130, da Lei 7.210/84.
“Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição”.
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Sujeito ativo: funcionário público
Sujeito passivo: o Estado (secundariamente, a pessoa prejudicada pela falsificação)
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: o atestado ou certidão ideologicamente falso
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: não há
Tentativa: admissível
Consumação: no momento em que o sujeito conclui a certidão ou atestado e o entrega a outrem, independentemente da sua efetiva utilização pelo seu destinatário ou da causação de prejuízo a alguém.
Peculiaridades
- definição jurídico-penal de atestado e certidão: Segundo Damásio Evangelista de Jesus, “atestado é um documento que traz em si o testemunho de um fato ou circunstância. O signatário o emite em face do conhecimento pessoal a respeito de seu objeto, obtido, na espécie do tipo, no exercício de suas atribuições legais”, enquanto que “certidão é o documento pelo qual o funcionário, no exercício de suas atribuições oficiais, afirma a verdade de um fato ou circunstância contida em documento público ou transcreve o conteúdo do texto, total ou parcialmente”. Diante desta brilhante lição, é possível apontar a diferença entre ambos no fato de a certidão ter por fundamento um documento guardado em repartição pública, enquanto que o atestado constitui um testemunho, um depoimento por escrito de um funcionário público a respeito de um fato ou circunstância por ele observado.[13: Direito Penal. 13ª Ed., 2007, p. 70.]
- os núcleos atestar e certificar: atestar é afirmar a ocorrência de fato ou situação de que o funcionário público tenha ciência direta e pessoal. Certificar é afirmar a existência ou inexistência de determinado documento ou registro junto ao órgão público.
Falsidade material de atestado ou certidão
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o Estado (secundariamente, a pessoa prejudicada pela falsificação)
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: o atestado ou certidão 
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: não há
Tentativa: admissível
Consumação: com a falsificação ou alteração do documento.
Peculiaridades
- no art. 301, caput, foi incriminada a conduta relacionada à falsidade intelectual do atestado ou certidão. No art. 301, §1º, a incriminação está relacionada às condutas de falsificar/alterar materialmente o atestado ou certidão, ou seja, o agente detém um atesto ou certidão verdadeiro e sobre ele pratica sua conduta, alterando-o (modificar parcialmente) ou falsificando-o (imitar/reproduzir).
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Sujeito ativo: o médico
Sujeito passivo: o Estado (secundariamente, a pessoa prejudicada pela falsificação)
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: o atestado
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: 
Tentativa: admissível na modalidade comissiva.
Consumação: no momento em que o médico entrega o atestado falso, independentemente da sua utilização posterior pelo solicitante.
Peculiaridades
- crime próprio: a conduta descrita no art. 302, CP, só pode ser cometida pelo médico. O legislador, ao optar pelo precisa indicação deste profissional, afastou os demais profissionais da área da saúde. Desta forma, os dentistas, fisioterapeutas, personal trainers, farmacêuticos etc., não podem ter suas condutas subsumidas ao tipo descrito in tela. 
- especialização irrelevante: não há necessidade de o conteúdo do atestado guardar relação com a especialidade do médico. Assim, é irrelevante se o emitente do atestado é cardiologista e o fato médico relevante e não correspondente com a realidade for relacionado à obstetrícia. 
- falsidade de atestado médico e atestado ideologicamente falso: se o médico for funcionário público e no exercício desta função fornecer atestado falso para alguém que seja habilitado a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem relacionado ao serviço público, a ele será imputado o crime de atestado ideologicamente falso, previsto no artigo 301, caput, do Código Penal. Assim, a conduta prevista no art. 302, CP, é dirigida ao médico queatua na esfera privada e na condição de médico particular fornece o atestado falso.
- atestado médico falso destinado à prática de outro crime: utilizado como meio para execução de outro crime e o médico tiver conhecimento desta circunstância, deverá ser ele, o médico, responsabilizado na condição de partícipe somente pelo crime mais grave, o qual absorverá o delito contido no art. 302, do Código Penal.
- declaração falsa para encobrir a verdadeira causa da morte: configura o crime de falsidade ideológica a conduta do médico que declara causa da morte diversa para encobrir sua causa verdadeira, pois, no caso, o atestado de óbito é verdadeiro, mas nele se inseriu declaração falsa com o fim de alterar verdade sobre fato juridicamente relevante. Neste aspecto já se pronunciou o STF quando do julgamento do HC 69.766/RJ (rel. Min. Moreira Alves, 1ª Turma, j. 16.02.1993).
- finalidade de lucro: se a conduta do médico visar lucro, aplica-se também a pena de multa. A finalidade lucrativa é anterior à entrega do atestado médico ao solicitante, donde a exasperação da pena terá lugar, por exemplo, na cobrança de consulta médica mais cara em troca do fornecimento de atestado falso.
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o Estado (secundariamente, a pessoa prejudicada)
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: o documento público ou particular falso
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: não há
Tentativa: admissível na hipótese de crime plurissubsistente
Consumação: com a efetiva utilização de qualquer dos papéis falsificados ou alterados a que se referem os arts. 297 a 302, do Código Penal.
Peculiaridades
- os verbos portar e possuir não integram o núcleo do tipo: a simples posse de documento falso não basta à caracterização do delito previsto no art. 304, do Código Penal, sendo necessária sua utilização visando atingir efeitos jurídicos. Com este pronunciamento o STF asseverou não cometer a conduta prevista no art. 304, do Código Penal, aquele sujeito que portar ou possuir um documento, público ou particular, falso, desde que dele não faça utilização. Assim, quando o documento falso for encontrado no poder de alguém, em uma revista pessoal, por exemplo, não estaria configurada a conduta relacionada ao uso de documento falso. Ainda, se o sujeito que portava o documento falso não foi o responsável pela falsificação, nenhum crime poderá a ele ser imputado.
- a utilização de fotocópias sem autenticação e de papéis sem assinatura: por não reunirem os requisitos que os façam integrar no conceito jurídico-penal de documento, os papéis sem assinatura e fotocópias sem autenticação (alterados/falsificados) quando utilizados pelo agente não caracterizam a conduta descrita no art. 304, do Código Penal. Neste sentido já se pronunciou o STJ quando do julgamento do HC 127.820/AL (rel. Min. Haroldo Rodrigues, 6ª Turma, j. 25.05.2010).
- apresentação do documento falso em virtude de solicitação da autoridade pública: é irrelevante se o sujeito utiliza o documento falso espontaneamente ou em atendimento a solicitação de autoridade pública, configurando, em qualquer caso, o crime previsto no art. 304, do Código Penal. 
“Pratica o crime do art. 304 do Código Penal aquele que, instado, por agente de autoridade pública, a se identificar, exibe cédula de identidade que sabe falsificada”. (STF – HC 70.422/RJ, rel. Min. Sydney Sanches, 1ª Turma, j. 03.05.1994).
“Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é irrelevante, para a caracterização do crime de uso de documento falso, que o agente use o documento por exigência de autoridade policial”. (STJ – HC 144.733, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 5ª Turma, j. 19.11.2009).
- crime de falso e uso: se aquele que utiliza o documento falsificado ou alterado é aquele mesmo que o falsificou, deve ser a ele imputado somente o crime de falsificação. Neste aspecto, preciosa a lição que se extrai da análise do julgamento do HC 107.103/GO:
“Ao apreciar o writ, inicialmente, observou o Min. Relator ser pacífico o entendimento doutrinário e jurisprudencial de que o agente que pratica as condutas de falsificar documento e de usá-lo deve responder por apenas um delito. Assim, a questão consistiria em saber em que tipo penal, se falsificação de documento público ou uso de documento falso, estaria incurso o paciente. Para o Min. Relator, seguindo entendimento do STF, se o mesmo sujeito falsifica documento e, em seguida, faz uso dele, responde apenas pela falsificação. Destarte, impõe-se o afastamento da condenação do ora paciente pelo crime de uso de documento falso, remanescendo a imputação de falsificação de documento público. Registrou que, apesar de seu comportamento reprovável, a condenação pelo falso (art. 297 do CP) e pelo uso de documento falso (art. 304 do CP) traduz ofensa ao princípio que veda o bis in idem, já que a utilização pelo próprio agente do documento que anteriormente falsificara constitui fato posterior impunível, principalmente porque o bem jurídico tutelado, ou seja, a fé pública, foi malferido no momento em que se constituiu a falsificação. Significa, portanto, que a posterior utilização do documento pelo próprio autor do falso consubstancia, em si, desdobramento dos efeitos da infração anterior”. (STJ – HC 107.103/GO, rel. Min. Og Fernandes, 6ª Turma, j. 19.10.2010).
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
Uso de documento de identidade alheia
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o Estado 
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade, desde que tenha natureza pública.
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: na modalidade ceder a outrem... exige-se, além do dolo, um especial fim de agir, representado pela expressão “para que dele se utilize”.
Tentativa: admissível
Consumação: na primeira conduta (usar, como próprio, documento de identidade alheia), a consumação se verifica quando o sujeito faz efetivo uso do documento alheio como se fosse próprio. Na segunda conduta (ceder a outrem, para que dele se utilize, documento desta natureza, próprio ou de terceiro) o delito se consuma no momento da tradição do documento, não sendo exigida a efetiva utilização do documento por aquele que o recebeu.
Peculiaridades
- distinção entre o uso de documento de identidade alheia e uso de documento falso: no crime tipificado no art. 308 do Código Penal, o documento de identidade é verdadeiro, enquanto que se o sujeito utiliza documento de identidade falso a ele será imputado o crime de uso de documento falso, previsto no art. 304, do Código Penal. 
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.  
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.  
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial.  
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o Estado 
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículos automotor, de seu componente ou equipamento.
Elemento subjetivo: dolo
Elementosubjetivo específico do tipo: não há
Tentativa: admissível
Consumação: com a adulteração ou remarcação do chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento.
Peculiaridades
- veículo automotor: seu conceito é apresentado pelo Anexo I, do Código de Trânsito Brasileiro: “todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico)”.
- verbos ocultar e suprimir: o legislador não incriminou a conduta de ocultar número de chassi ou qualquer sinal de veículo automotor, assim, não se verifica o delito previsto no art. 311, do Código Penal quando alguém oculta a placa de identificação de automóvel com a finalidade de evitar o pagamento de pedágio (neste aspecto, STJ – HC 139.199/SP, rel. Min. Felix Fisher, 5ª Turma, j. 23.02.2010). Também não se caracteriza o crime com a supressão do número do chassi ou qualquer sinal identificador do veículo automotor.
- fita adesiva em veículo automotor e o crime do art. 311, do Código Penal: havia divergência de posicionamento jurisprudencial acerca da conduta daquele que utiliza fita adesiva para adulterar ou remarcar sinal identificador de veículo automotor. Para o STF a conduta é criminosa e se enquadra no art. 311, do Código Penal. Já para o STJ, a adulteração deveria ser permanente, o que impediria a imputação do crime ao sujeito que adultera ou remarca sinal de veículo automotor com fita adesiva. Porém, em fevereiro de 2016 a quinta turma do STJ consagrou o entendimento do STF acerca do tema.
STF. “A conduta de adulterar a placa de veículo automotor mediante a colocação de fita adesiva é típica, nos termos do art. 311 do CP. Com base nessa orientação, a 2ª Turma negou provimento ao recurso ordinário em habeas corpus. O recorrente reiterava alegação de falsidade grosseira, percebida a olho nu, ocorrida apenas na placa traseira, e reafirmava que a adulteração visaria a burlar o rodízio de carros existentes na municipalidade, a constituir mera irregularidade administrativa. O colegiado pontuou que o bem jurídico protegido pela norma penal teria sido atingido. Destacou-se que o tipo penal não exigiria especial ou alguma intenção específica. Asseverou-se que a conduta do paciente objetivara frustrar a fiscalização, ou seja, os meios legítimos de controle de trânsito. Concluiu-se que as placas automotivas seriam consideradas sinais identificadores externos do veículo, também obrigatórios conforme o art. 115 do Código de Trânsito Brasileiro” (RHC 116371/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, j. 13.08.2013).
STJ. “PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS . 1. ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR. APOSIÇÃO DE FITA ISOLANTE NA PLACA DO CARRO. CONDUTA TÍPICA. PRECEDENTES. 2. NULIDADE DA DECISÃO QUE ANALISOU A RESPOSTA À ACUSAÇÃO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. OCORRÊNCIA. 3. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO, APENAS PARA ANULAR A DECISÃO QUE ANALISOU A RESPOSTA À ACUSAÇÃO. O Superior Tribunal de Justiça bem como o Supremo Tribunal Federal já assentaram ser típica a conduta de modificar a placa de veículo automotor por meio de utilização de fita isolante. De fato, a jurisprudência é pacífica no sentido de que, a conduta de adulterar ou remarcar placas dianteiras ou traseiras de veículos automotores, por qualquer meio, se subsume perfeitamente ao tipo previsto no art. 311 do Código Penal. (HC 336.517 – Rel. Min. REYNALDO SOARES DA FONSECA, 5ª Turma, j. 04.02.2016).
Posição vencida do STJ. “Nesta instância especial, entendeu-se que, no caso, efetivamente, houve a colocação de fita adesiva ou isolante para alterar letra ou número da placa de identificação do veículo, o que é perceptível a olho nu. Em sendo assim, o meio empregado para a adulteração não presta à ocultação do veículo, objeto de crime contra o patrimônio. Observou-se que qualquer cidadão, por mais incauto que seja, tem condições de identificar a falsidade, que, de tão grosseira, a ninguém pode iludir. Em suma, a fraude é risível, grotesca. Logo, a fé pública não é sequer atingida. Ressaltou-se que a puneção de mera infração administrativa com a sanção criminal prevista no tipo descrito no art. 311 da lei subjetiva penal desafia a razoabilidade e proporcionalidade, porquanto a fé pública permaneceu incólume e, à míngua de lesão ao bem jurídico tutelado, a conduta praticada pela recorrido é atípica”. (REsp 503.960/SP, rel. Min. Celso Limongi, 6ª Turma, j. 16.03.2010).
- confronto entre os crimes previstos no art. 311 e 180 do Código Penal: Duas hipóteses: (i) o agente é surpreendido na direção de veículo automotor apresentando número de chassi ou sinal identificador adulterado ou remarcado – se não houver prova do seu envolvimento na adulteração ou remarcação, subsistirá unicamente sua responsabilidade pela receptação, dolosa ou culposa. (ii) o agente recebe o veículo automotor ciente da sua origem criminosa e posteriormente efetua a adulteração ou remarcação do número do chassi ou de qualquer outro sinal identificador – nesse caso a ele serão imputados os crimes de receptação (art. 180, CP) e o crime de adulteração de sinal de veículo automotor, em concurso material, como consequência da ofensa a bens jurídicos distintos (fé pública e patrimônio) e da diversidade de vítimas (Estado e proprietário do veículo).
CAPÍTULO V
Das fraudes em certames de interesse público 
Fraudes em certames de interesse público  
Art. 311-A.  Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:    
I - concurso público;   
II - avaliação ou exame públicos;   
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:    
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.   
§ 2o  Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:  
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.  
§ 3o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.   
Sujeito ativo: qualquer pessoa
Sujeito passivo: o Estado
Objeto jurídico: a fé pública
Objeto material: concurso público, avaliação ou exames públicos, processo seletivo para ingresso no ensino superior e exame ou processo seletivo previsto em lei.
Elemento subjetivo: dolo
Elemento subjetivo específico do tipo: beneficiar a si ou a outrem ou a finalidade de comprometer a credibilidade do certame.
Tentativa: admissível
Consumação: com a utilização ou divulgação indevida do conteúdo sigiloso de concurso público, avaliação ou exames públicos, processo seletivo para ingresso no ensino superior e exame ou processo seletivo previsto em lei, com o fim especial de beneficiar a si ou a outrem ou de comprometer a credibilidade do certame.
Peculiaridades
- concurso público: é o meio de acesso a cargos e empregos públicos no âmbito da Administração direta, indireta ou fundacional, conforme previsto no art. 37, II, CF. Avaliação ou exame públicos: são os instrumentos pelos quais o Poder Público, mediante aplicação de provas, análise de currículos ou outros meios impessoais de constatação de idoneidade e mérito dos interessados, seleciona pessoas para o desempenho de funções, acesso a cursos ou para a obtenção de benefícios resultantes da aprovação no certame. Processo seletivo para ingresso no ensino superior: refere-se ao ingresso nas faculdades e universidades, sendo exemplo o ENEM e os tradicionais vestibulares. Exame ou processo seletivo previsto em lei: previstos em legislação específica e que divergem das modalidades anteriores,sendo exemplo o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, previsto no art.. 8º, IV, da Lei 8.906/94.
- conteúdo sigiloso: é qualquer informação secreta ao público em geral, e por esta razão, é restrita e poucas pessoas. Seu uso indevido é suficiente para colocar em risco a credibilidade do certame, ou então, beneficiar alguém.
Posição majoritária: “O especialista que resolve as questões da prova e, durante o prazo de sua realização, transmite as respostas ao candidato com o auxílio de recursos eletrônicos, incide na conduta de ‘divulgar’, indevidamente, com o fim de beneficiar a outrem, conteúdo sigiloso de alguma das modalidades de certames de interesse público legalmente indicadas. Por sua vez, o candidato realiza o comportamento típico de ‘utilizar’ indevidamente o conteúdo sigiloso, com o fim de se beneficiar. É indiscutível, portanto, o concurso de pessoas entre o especialista e o candidato”.[14: MASSON, Cléber. Direito penal esquematizado, vol. 3. 2015, p. 565.]
Posição minoritária: “... se um dos candidatos deixa o recinto da prova, no prazo estipulado pela organização, de posse do exame, divulgando-o a terceiros, não pode ser acusado da figura típica prevista neste tipo penal [art. 311-A, CP]. Diante disso, caso o próprio candidato entre em contato com quem ainda está elaborando a prova, passando-lhe respostas, não está utilizando ou divulgando conteúdo sigiloso do certame, na medida em que a prova lhe foi confiada, de acordo com as regras do concurso, exame ou processo seletivo. Permanece atípica tal conduta, visto não se poder encaixar, com precisão, na figura do estelionato”. [15: NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 2014, p. 1032.]
- processo seletivo para ingresso em instituições privadas: a lei não limita o alcance do tipo penal às instituições públicas de ensino e, da mesma sorte, não afastou a hipótese de ocorrência da conduta incriminada em instituições privadas de ensino. Tanto que o art. 311-A, no inciso III, CP, utilizou a expressão “ensino superior”, sem excluir as privadas ou limitando às públicas. Ademais, o nomen iuris do delito é “fraudes em certames de interesse público” e não “fraude em certames públicos”. O que se exige é o interesse público no certame e, a teor do disposto no art. 209, caput, da CF, assevera que há interesse do Estado na prestação do ensino por instituições privadas, tanto que reservou a respectiva autorização para funcionamento e realização de avaliações de qualidade (art. 209, II, CF).
QUESTÕES PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO
As respostas encontram-se ao final
01) Carlos faleceu. Renato, herdeiro encarregado de providenciar o registro do óbito, intencionalmente não informa a existência de um testamento, deixando de consignar tal informação para abrir o inventário e repartir os bens deixados pelo falecido, prejudicando aquele que seria beneficiado pela disposição de última vontade do de cujus. 
(A) Renato pratica, em tese, o crime de falsificação de documento público.
(B) a conduta de Renato é atípica.
(C) Renato pratica, em tese, o crime de falsificação de documento particular.
(D) Renato pratica, em tese, o crime de falsidade ideológica.
02) Aquele que suprime integralmente número de chassi ou de qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento, 
(A) pratica, em tese, o crime de adulteração de sinal de veículo automotor, diante da interpretação extensiva que se faz aos elementos objetivos do tipo adulterar ou remarcar, contidos no art. 311, do CP.
(B) pratica, em tese, o crime de estelionato.
(C) não pratica o crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
(D) pratica, em tese, o crime de adulteração de sinal de veículo automotor, considerando a viável possibilidade da chamada analogia in malam partem.
03) Carlos, candidato de concurso público realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, após o período obrigatório de permanência na sala de provas, dela sai levando legitimamente consigo o caderno de questões objetivas. Com o propósito de demonstrar o alto grau de dificuldade do certame, fotografa o respectivo caderno de questões e o divulga em sua página pessoal na internet. Carlos havia anotado ao lado de cada questão sua resposta. Renato, candidato no mesmo concurso, sem conhecimento de Carlos, acessa as informações divulgadas e lá verifica as respostas que foram lançadas, aproveitando-as para preenchimento de sua prova. Diante desta situação
(A) configura, em tese, a prática do delito de fraude em certames de interesse público, pois divulgou conteúdo sigiloso de certame de interesse público enquanto candidatos ainda realizavam a prova.
(B) configura, em tese, a prática de estelionato, pois sua conduta oportunizou a Renato a obtenção de vantagem indevida, caracterizada pelo acesso às respostas de questões do concurso público que participava.
(C) a conduta de Carlos não configura a prática do delito de fraude em certamente de interesse público, pois não divulgou conteúdo sigiloso do certame e também não agiu com o fim de beneficiar a si ou a outrem ou de abalar a credibilidade do certame de interesse público do qual havia participado.
(D) configura, em tese, a prática de falsidade ideológica, pois sua conduta alterou a verdade de fato juridicamente relevante.
04) Relativamente às assertivas abaixo, assinale, em seguida, a alternativa correta: I – o crime de falsidade ideológica comporta modalidades comissivas e omissivas; II – é possível a modalidade culposa do crime de falsificação de documento público; III – constitui crime de falsidade ideológica inserir dados inexatos em certidão de casamento verdadeira obtida junto ao cartório competente, mediante a alteração dos dizeres, com o fim de prejudicar direito de terceiro; IV – o objeto material do crime de uso de documento falso constitui-se de papéis materialmente ou ideologicamente falsos.
(A) somente a III é verdadeira
(B) somente a I e III são verdadeiras
(C) somente a III e IV são verdadeiras
(D) somente a I e IV são verdadeiras
(E) somente a II e IV são verdadeiras
05) O uso de documento falso, artigo 304 do Código Penal, é absorvido pelo estelionato quando:
(A) não pode ser absorvido
(B) se exaure, sem mais potencialidade lesiva
(C) o crime de estelionato não for qualificado
(D) o agente é funcionário público
06) Conforme art. 130, da Lei 7.210/84, “constitui o crime do art. 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição”. O tipo faz referência específica à modalidade de remição dos dias de execução da pena pelo trabalho. Ocorre que no art. 126, também da Lei 7.210/84, é prevista a possibilidade de remição de parte do tempo de execução da pena pelo estudo. Diante disso questiona-se: Incorreria na conduta prevista no art. 299, do Código Penal, aquele que declarar ou atestar falsamente carga horária de estudo para fim de instruir pedido de remição?

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