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19/05/2014 1 FISIOLOGIA DOS ANIMAIS AQUÁTICOS SISTEMA RESPIRATÓRIO Edna Cunha RESPIRAÇÃO: soma dos processos pelos quais os gases respiratórios são transferidos entre ambiente e tecidos. METABOLISMO: processos que consomem substratos para geração de energia para realização das funções do organismo. Síntese Transporte íons Trab. muscular coração Vasos sanguíneos 19/05/2014 2 RESPIRAÇÃO ENVOLVE DIFUSÃO OXIGÊNIO difusão de O2 e CO2 através das membranas celulares Respiração difusão dos gases nas membranas e epitélios permeáveis dos órgãos respiratórios é um processo passivo: depende de uma Δ concentração Mecanismos de obtenção (O2) Difusibilidade - transporte - eliminação de gases respiratórios (CO2) Transporte – sistema circulatório LEI DE FICK Taxa de difusão (quantidade de gás por unidade de tempo) Constante de difusão Área do local para a difusão Gradiente de concentração Espessura do local para a difusão 19/05/2014 3 Como a taxa de difusão pode ser otimizada? R aumenta se: • Aumentar área (A) da superfície respiratória • Aumentar o gradiente de pressão (ΔP) através da superfície respiratória • Diminuir a espessura (d) da superfície respiratória Superfícies respiratórias • Difusão através do epitélio • Circulação de água ou ar através do corpo sem sistemacirculatório interno • Difusão através do epitélio+ sistemacirculatório interno • Circulação de água ou ar através do corpo + sistema circulatório interno Bactérias SUPERFÍCIE RESPIRATÓRIA delgada úmida vascularizada BRANQUIAS PULMÕES TRAQUÉIA TIPOS DE ÓRGÃOS RESPIRATÓRIOS DOS ANIMAIS 19/05/2014 4 COMPOSIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO SECO Componente % Oxigênio 20,95 Dióxido de carbono 0,03 Nitrogênio 78,09 Argônio 0,93 Total 100,00 A composição do ar é mantida em equilíbrio pelo uso do oxigênio nos processos de oxidação e a assimilação do CO2 pelas plantas, que por sua vez liberam O2. 3000 mè humanos: redução no desempenho físico 6000 mè a maioria dos humanos mal consegue sobreviver. Efeito da altitude sobre a PpO2 Ao nível do mar - Pressão atmosférica = 760 mmHg 6000 m de altitude - Pressão atmosférica = 380 mmHg Patm = 380 mmHg PpO2 = 380 x 0,2094 79,57 mmHg Patm = 760 mmHg PpO2 = 760 x 0,2094 159 mmHg 19/05/2014 5 natureza do gás (solubilidade característica) pressão do gás na fase gasosa temperatura presença de solutos SOLUBILIDADE DOS GASES NA ÁGUA DEPENDE Oxigênio 34,1 ml O2 . L-1 Nitrogênio 16,9 ml N2 . L-1 Dióxido de carbono 1019,0 ml CO2 . L-1 Solubilidade dos gases na água a 150C quando o gás está a 1 atm de pressão CO2 é 30 X + solúvel que o O2 CO2 é 60 X + solúvel que o N2 A solubilidade do gás diminui com elevação da temperatura Temperatura (0C) Água doce (ml O2 . L água-1) Água do mar (ml O2 . L água-1) 0 10,29 7,97 10 8,02 6,35 15 7,22 5,79 20 6,57 5,31 30 5,57 4,46 O2 (100 mmHg) CO2 (100 mmHg) 4,5 ml O2 litro-1 134 ml CO2 litro-1 Fontes de Oxigênio: atmosférico, fitoplâncton NECESSIDADES DAS ESPÉCIES Peixes: 5-6 mg/l (MAIORIA) Espécies exigentes: trutas < 3 mg/l – estresse < 1 mg/l – letal Hipóxia (< 2mg/l), anóxia 19/05/2014 6 ÁGUA X AR • AR TEM 30 × + [O2] DO QUE A ÁGUA – [O2]ê com o é temp., salinity – AR É MAIS LEVE, MUITO FLUIDO, ÁGUA É DENSA E VISCOSA • ENTRETANTO, DURANTE A RESPIRAÇÃO AÉREA OS ANIMAIS PERDEM ÁGUA RESPIRAÇÃO NA ÁGUA Estratégias respiratórias Ø Difusão através do epitélio (cnidários, porifera) Ø Circulação de água através do corpo + sistema circulatório interno Duas estratégias para a ventilação das brânquias Gastrópodes e bivalves Cílios nas brânquias movimenta a água através das brânquias UNIDIRECIONALMENTE Trocas gasosas (epitélio do manto ou brânquias) Cefalópodes Contrações musculares propelem á água UNIDIRECIONALMENTE para as brânquias na cavidade do manto Fluxo de água e sangue: CONTRA-CORRENTE 19/05/2014 7 Respiração através de um a vários Ctenídios de estrutura peculiar (brânquias) no interior da cavidade do manto. Ctenídios – formados por filamentos reforçados por bastonetes esqueléticos e circundado por cílios (frontais, abfrontais e laterais) CIRCULAÇÃO DE ÁGUA ATRAVÉS DO CORPO + SISTEMA CIRCULATÓRIO INTERNO BIVALVES Ctenídeos CIRCULAÇÃO DE ÁGUA ATRAVÉS DO CORPO + SISTEMA CIRCULATÓRIO INTERNO CEFALÓPODES 19/05/2014 8 Filtradores (cracas) ou pequenas espécies (copépodes) não possuem brânquias e dependem exclusivamente da difusão superficial. Camarões, caranguejos e lagostas possuem brânquias localizadas dentro de uma cavidade branquial Movimentos do escafognatito propele a água para fora da câmara branquial; a pressão negativa suga água através das brânquias 19/05/2014 9 Escafognatitos Brânquias escafognatitos H2O 19/05/2014 10 Os animais obtêm oxigênio do ambiente e usa para a respiração celular e, o dióxido de carbono produzido é então liberado no ambiente (Randall et al., 2000). Todas as células dos vertebrados usam oxigênio e liberam dióxido de carbono. A única maneira pela qual esses gases se movimentam para dentro e para fora dos tecidos é a difusão. Vertebrados são grandes demais para que cada célula possa interagir diretamente com o ambiente, certos órgãos, que compõem o sistema respiratório, são especializados para realizar as trocas gasosas essenciais com o ambiente. Tal troca é denominada respiração externa e pode ocorrer na superfície da pele, nas brânquias, nos pulmões , etc. O oxigênio e o dióxido de carbono são então trocados com os tecidos nas respectivas redes capilares - processo denominado respiração interna. Peixes na fase larval - trocas gasosas ocorrem através da pele (cutânea). Nas larvas há uma grande superfície em relação ao volume corporal e não há escamas ou outros tecidos que representem como barreira contra a difusão. As larvas de algumas espécies apresentam uma “camada vermelha”, rica em mioglobina, ao longo do corpo, subcutânea para auxiliar na captação de oxigênio. 19/05/2014 11 Figure 9.11a FEITICEIRA Bomba muscular (velum) propele a água através da cavidade respiratória Água entra pela boca e sai através das aberturas das brânquias FLUXO UNIDIRECIONAL Fluxo de sangue: CONTRACORRENTE Lampréias and feiticeiras: 7 pares de aberturas branquiais Myxine glutinosa LAMPRÉIAS Quando não está se alimentando ocorre a ventilação Durante a alimentação,a boca fica fixada na presa Ventilação através das aberturas das bränquias Lampetra fluvialitis 19/05/2014 12 Figure 9.12 Fases da ventilação Expansão da cavidade bucal Aumento do volume (ê pressão) água entra na cavidade bucal através da boca e espiráculos Boca e espiráculo se fecham Músculos ao redor da cavidade bucal se contrae, forçando a água através das brânquias Fluxo de sangue é CONTRACORRENTE As brânquias estão localizadas dentro da cavidade opercular, protegidas pelo opérculo Arcos branquiais de Hoplias malabaricus H2O FLUXO DE ÁGUA ATRAVÉS DAS BRÂNQUIAS - UNIDIRECIONAL é EFICIÊNCIA DAS TROCAS GASOSAS 19/05/2014 13 Peixes ativos podem usar a ventilação forçada ou “ram ventilation” Deslocamento ajuda a ventilação (Atuns) Nadam com a boca e valva opercular abertas Espécies + ativas > área branquial e lamelas + finas Peixes lentos ou sedentários (bomba de pressão + bomba sucção) Cavidade oral ou bucal Cavidade opercular 1. Abertura da cavidade bucal e diminuição da pressão dentro dessa, fazendocom que a água entre pela boca. 2. Expansão da cavidade bucal seguida do aumento da cavidade opercular através de um movimento de expansão lateral dos opérculos e conseqüente redução da pressão nessa cavidade 3. A seguir, os peixes fecham a boca e começam a levantar o assoalho da cavidade bucal, aumentando a pressão nesta cavidade, fazendo que a água continue sendo empurrada para a cavidade opercular, passando através das brânquias. 4. Na etapa seguinte o peixe abre novamente a boca e assoalho da cavidade bucal baixa de novo. Cavidade oral ou bucal Cavidade opercular 19/05/2014 14 Figure 9.13 Figure 9.14 19/05/2014 15 FLUXO CONTRACORRENTE AUMENTA A EFICIÊNCIA NA OBTENÇÃO DE O2 A PARTIR DA ÁGUA movimento da água pelas brânquias: BOMBEAMENTO ATIVO: ctenídeos (cílios de bivalves) músculos - jatopropulsão (cefalópodes) escafognatito (crustáceos) bomba (peixes sedentários) Ventilação forçada ( ativos, atuns) Ocorrência: regiões tropicais ou estuarinas, poucos marinhos Substâncias orgânicas em decomposição Temp. alta acelera ação bacteriana Peq taxa de fotossíntese (sombreado) Razões para a respiração aérea acessória 1. Depleção de O2 na água 2. Ocorrência de secas periódicas Peixes enterra-se na lama dentro de um casulo até próxima cheia 19/05/2014 16 Porque as Brânquias não são adequadas para respiração aérea? Colapsam por falta de rigidez Outra superfície úmida, vascularizada poderá realizar trocas gasosas (pele, cavidade oral, pele, estômago, intestino, bex nat) Peixes c/ resp. aérea: < área branquial, lamelas branquiais + espessas maioria dos Peixes que realizam respiração aérea obrigatória e facultativa excretam co2 pelas brânquias 19/05/2014 17 Respiração aérea é realizada através de órgãos internos modificados, como a bexiga natatória, estomago, pele, cavidade bucal ou “pulmões” No intestino, onde ocorrem os processos de troca, as duas funções desses órgãos ocorrem em porções diferentes A pirambóia (Lepidosiren paradoxa) - respiração aérea obrigatória Colossoma macropomum (Tambaqui) e Brycon cephalus ( matrinxã) – estratégia morfológica ( expansão do lábio inferior) – não envolve respiração aérea. Bexiga natatória: peixes ósseos, órgão hidrostático, impermeável (guanina), pouco vascularizada ØFisóstomos Fisóstomos (physa = vesícula; stoma = boca) ØFisoclistos Fisoclistos(physa = vesícula; clystere = fechado) Rete mirabilis+glândula oval 19/05/2014 18 19/05/2014 19 19/05/2014 20 Brycon cephalus Colossoma macropomum
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