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Resumo IED AV2

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CONCEITO DE JURISPRUDÊNCIA, SÚMULA E SÚMULA VINCULANTE: 
1.1 Jurisprudência 
É um conjunto de decisões judiciais de diversos Tribunais sobre um mesmo assunto, englobando uma série de julgamentos semelhantes com o 
intuito de facilitar e agilizar futuros casos a serem julgados pelos magistrados. Importante ressaltar que não possui caráter obrigatório, os juízes 
podem usar a livre convicção – usar o senso comum juntamente com o conhecimento científico para julgar determinado caso. 
1.2 Súmula: 
Um verbete que registra a interpretação pacífica ou majoritária adotada por um Tribunal a respeito de um tema específico, a partir do 
julgamento de diversos casos análogos. Serve de referência para os magistrados, julgarem futuros casos similares. E não possui teor 
obrigatório, prevalece á livre convicção do juiz. 
 
1.3 Súmula Vinculante: 
Um verbete que registra a interpretação pacífica, e só pode ser criada com a aprovação de dois terços dos membros do Supremo Tribunal 
Federal, dotada de teor obrigatório: obrigam a Administração Pública direta e indireta, nas esferas Federal, Estadual e Municipal e todos os 
demais Juízes e Tribunais a seguir o conteúdo da Súmula Vinculante. Importante enfatizar que, a livre convicção do magistrado é violada, pois 
a súmula tem caráter obrigatório. 
 DIFERENÇA ENTRE JURISPRUDÊNCIA, SÚMULA E SÚMULA VINCULANTE: 
2.1 Jurisprudência e Súmula 
Jurisprudência é o conjunto de acórdãos (decisões judiciais), englobada de um todo (prevalece à idéia de um conjunto com diversas causas 
julgadas).Enquanto Súmula é o resultado decorrente do conjunto de decisões judiciais, sendo assim, uma parte haurida da jurisprudência. 
2.2 Súmula e Súmula Vinculante 
Ambas são referências para os juízes de casos análogos. A Súmula não interfere na Livre Convicção do Magistrado e podem ser criadas por 
diversos Tribunais como síntese da Jurisprudência. Enquanto a Súmula Vinculante é dotada de teor obrigatório, e diferente da Súmula, ela só 
pode ser criada pelo STF mediante decisão de dois terços de seus membros. 
SÚMULA VINCULANTE 6 
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. 
Precedente Representativo 
"Ementa: (...) I - A Constituição Federal não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para 
outras categorias de trabalhadores. II - O regime a que submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto 
que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. III - Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um 
múnus público relacionado com a defesa da soberania da pátria. IV - A obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as 
condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas (...)." (RE 570177, Relator Ministro Ricardo 
Lewandowski, Tribunal Pleno, julgamento em 30.4.2008, DJe de 27.6.2008) 
Jurisprudência posterior ao enunciado 
"O Plenário desta Corte, em sessão realizada por meio eletrônico, concluiu, no exame do Recurso Extraordinário nº 570.177/SP, Relator o 
Ministro Ricardo Lewandowski, pela existência da repercussão geral do tema constitucional versado no presente feito. Na sessão Plenária de 
30 de abril de 2008, o Tribunal, ao apreciar o mérito do mencionado recurso extraordinário manteve o entendimento no sentido da 
constitucionalidade dos dispositivos legais que determinam o pagamento de soldo inferior ao salário mínimo para as praças que prestam 
serviço militar obrigatório (...)." (RE 551788, Relator Ministro Dias Toffoli, Decisão Monocrática, julgamento em 18.5.2011, DJe de 6.6.2011) 
 
NOTAS DA REDAÇÃO 
Grande discussão vinha sendo travada sobre a questão do pagamento inferior ao salário mínimo para os praças prestadores de serviço militar. 
Os recrutas afirmavam que o valor do salário era incompatível para a manutenção do básico necessário para a sobrevivência. Ademais, que era 
incompatível com o disposto na CR/88 nos artigos 1º , incisos III e IV ; 5º , ; e 7º, incisos IV e VII, da Constituição Brasileira . 
Seguem os dispositivos: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo , 
fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, 
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, 
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração 
variável; 
A decisão do STF foi baseada em parâmetros como os afirmados pelo ministro Lewandowsky no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 
570177 , quando informou que praças que prestam serviço militar inicial obrigatório não tinham, como não têm, o direito a remuneração, 
pelo menos equivalente, ao salário mínimo em vigor, afigurando-se juridicamente inviável classificá-los, por extensão, como trabalhadores na 
acepção que o inciso IV do artigo 7º da Carta Magna empresta ao conceito. [...] os militares se submetem a um regime jurídico próprio que não 
se configura com os servidores públicos civis. [...] nem os constituintes originários nem os derivados animaram-se em fazê-lo ao editar a 
Emenda Constitucional n.º 19 de 1998 . 
O ministro disse, ainda, que o regime de servidores militares é tão distinto daquele de servidores civis que eles são impedidos de fazer greve e 
não podem, sequer, ter filiação partidária. Contudo, cabe a esta redação mostrar o que levou os recrutas a pedirem medida diferente do Estado. 
Segundo a assessoria de comunicação social da Procuradoria da República do Rio Grande do Sul, foi feita uma investigação a respeito de 
diversas deserções do serviço militar naquela circunscrição. O resultado foi que os soldados que cumprem o serviço militar inicial recebem, 
mensalmente, o valor bruto correspondente a R$207,00, e esta quantia não é suficiente para atender as necessidades básicas de pessoas que, 
obviamente, são cidadãos do Estado Democrático que tanto preza a dignidade da pessoa humana, valor cerne e norteador consagrado 
na Constituição . Os autores da ação alegam que Grande parte dos soldados que prestam serviço militar obrigatório é egressa das camadas mais 
carentes da população brasileira, a qual mais necessita de uma melhor remuneração para fins de diminuição de sua mazela social, tal qual o 
objetivo do salário mínimo . 
COISA JULGADA 
Art. 6º, § 3º, LINDB: Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Segundo Enrico Tullio 
Liebman: “coisa julgada é a imutabilidade do comando emergente de uma sentença”. Fixemos nos termos “imutabilidade” e “sentença”. A 
grosso modo poder-se-ia entender que uma coisa julgada é uma sentença imutável? Vejamos com mais detalhes. O caso julgado é uma 
qualidade da sentença (para alguns autores é a qualidade dos efeitos da sentença). A situação jurídica criada ou declarada por essa sentença não 
poderá ser mexida, alterada. Para melhor entendimento a coisa julgada pode ser considerada em dois aspectos: formal e material. A coisa 
julgada formal é, sinteticamente, a IMUTABILIDADEda SENTENÇA em si. Já a coisa julgada material é a IMUTABILIDADE de seus 
EFEITOS. Tanto na C. J. Formal quanto na C. J. Material ocorre o trânsito em julgado, no entanto na formal o juiz não julga o mérito da 
questão enquanto que na material há o pleno julgamento do mesmo, entendeu?Em resumo, na C. J. F. há a imutabilidade da sentença que foi 
proferida sem julgamento de mérito, enquanto que na C. J. M. há a imutabilidade do conteúdo da sentença (efeitos). 
ATO JURÍDICO PERFEITO 
Art. 6º, §1º, LINDB: Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.É um ato. Este ato 
tem condão jurídico. Este ato jurídico é perfeito, completo, foi concretizado em um determinado momento, obviamente debaixo de uma lei 
vigente. Só isso!Pensemos no caso de um concurso público. Minha cunhada recentemente prestou um concurso que possuía 5 fases. Com 
muito ardor e peleja ela logrou êxito em todas as etapas. A aprovação nas fases do concurso é ato jurídico perfeito! 
O A.J.P. consagra o princípio da segurança jurídica. Logo, uma vez completo finalizado, ele estará preservado e, advindo lei posterior com 
entendimento divergente essa nova lei só projetará seus efeitos para o futuro (essa é a regra: princípio da irretroatividade das leis). 
 
DIREITO ADQUIRIDO 
Art. 6º, §2º, LINDB: Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo 
começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
O direito adquirido é um instituto que também acolhe e notabiliza o princípio da segurança jurídica.Imagine a situação de que você recebe 
determinado benefício. Este benefício foi regularmente constituído por lei, tudo bonitinho, conforme manda o figurino (Constituição, rsrs.). 
Ocorre que, num determinado momento eis que surge uma nova lei e, ferozmente revoga totalmente a lei que te beneficia. E agora, você ficará 
sem a devida vantagem? Claro que não! Se você recebe tal benefício e lei posterior vem revogá-lo, essa nova lei só valerá para os que não 
usufruíram deste benefício, ou que só possuíam uma expectativa de direito. Você que já recebia a referida beneficiação possui o chamado 
direito adquirido. A lei posterior gerará como dito anteriormente, seus efeitos para o futuro, não tocando em um direito que estava em pleno 
vigor anteriormente. 
 
LEI EM DESUSO 
 
É ineficaz desde o seu nascedouro. 
O desuso de uma norma tem causas variadas, podendo ser resultado do fenômeno da norma defectiva, que prevê hipótese, mas não contém 
sanção; ser decorrente de uma hipótese legal de impossível cumprimento em termos concretos ou de uma exigência jurídica irrazoável, injusta 
ou que afronte o senso comum que predomina na sociedade EX: kit de primeiro socorros em carros , Aeroporto Alienígena Lei Municipal 
1840/95 (Barra do Garças, MT) de 1995. O então prefeito dessa cidade de 55 mil habitantes criou uma reserva para pouso de OVNIs com 5 
hectares na serra do Roncador, tradicional reduto de ufólogos. Para azar dos ETs, o "discoporto" ainda não saiu do papel. 
LEI ANACRÔNICA (VELHA, ULTRAPASSADA, DEFASADA) 
 
É aquela que durante um determinado período até teve aplicação na sociedade, mas que sofreu um enfraquecimento de sua normatividade com 
o passar dos anos. Exemplo disso é o crime de adultério, o dispositivo legal que trata desse crime já está em completo desuso, mas nem por 
isso foi revogado. Se encontra, ainda, a inteira disposição da sociedade. 
 
COSTUME 
O termo costume deriva do latim consuetudine, de consuetumine, hábito, uso. É a prática social reiterada e considerada obrigatória.Costume é 
o conjunto de condutas constantes e uniformes adotadas por um grupo social e, por este mesmo grupo, tidas como obrigatórias. É a prática 
reiterada e constante de determinados atos que acaba por gerar a mentalização de que tais atos sejam essenciais para o bem da coletividade. 
 Direito Consuetudinário ou Costumeiro. 
Ao conjunto das normas costumeiras em vigor em um Estado, convencionou-se chamar direito costumeiro, também denominado direito não 
escrito, expressão esta que não tem caráter absoluto, visto que, às vezes, normas costumeiras são consolidadas. 
Ex.Temos como exemplo de norma costumeira consolidada a publicação intitulada Assentamentos de Usos e Costumes da Praça de São Paulo, 
elaborada pela Junta Comercial e publicada no Diário Oficial do Estado. Decorre da observação e respeito às normas jurídicas não escritas, isto 
é, normas resultantes de práticas sociais reiteradas, constantes e tidas como obrigatórias. Admitem três espécies: 
CONTRA LEGEM Por opor-se à lei não têm admissibilidade em 
nosso direito. 
SECUNDUM LEGEM Por estar de acordo coma lei serve de 
interpretação, é o costume que esclarece a lei por 
estar em perfeita sintonia com ela. 
PRAETER LEGEM É utilizável quando a lei for omissa para preencher 
a lacuna existente. Este último; é o costume 
considerado como subsidiário do direito. 
 
CONCEITO 
Conforme a lei, secundum legem é a interpretação da lei realizada pelos juízes harmonizando o disposto no texto e o seu sentido.Já a 
praeter legem, é a jurisprudência que se considera efetivamente fonte subsidiária do direito. É a que preenche as lacunas da lei. 
Como se prova a existência dos costumes? 
A prova se fará dos mais diversos modos: documentos, testemunhas, vistorias etc. Em matéria comercial, porém, devem ser provados por meio 
de certidões fornecidas pelas juntas comerciais que possuem fichários organizados para este fim. 
Art. 337 do Código de Processo Civil — “A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e 
a vigência, se assim determinar o juiz”. 
EX.O cheque pós-datado (ou pré-datado) que é reconhecido como costume comercial passou a ser protegido e gerar direito à indenização 
quando houver o desconto antes do prazo pactuado entre as partes. 
 
CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS JURÍDICAS 
Bilateralidade: Essa característica tem relação com a própria estrutura da norma, pois, normalmente, a norma é dirigida a duas partes, sendo 
que uma parte tem o dever jurídico, ou seja, deverá exercer determinada conduta em favor de outra, enquanto que, essa outra, tem o direito 
subjetivo, ou seja, a norma concede a possibilidade de agir diante da outra parte. Uma parte, então, teria um direito fixado pela norma e a outra 
uma obrigação, decorrente do direito que foi concedido. 
Generalidade é a característica relacionada ao fato da norma valer para qualquer um, sem distinção de qualquer natureza, para os indivíduos, 
também iguais entre si, que se encontram na mesma situação. A norma não foi criada para um ou outro, mas para todos. Essa característica 
consagra um dos princípios basilares do Direito: igualdade de todos perante a lei. 
Abstratividade A norma não foi criada para regular uma situação concreta ocorrida, mas para regular, de forma abstrata, abrangendo o maior 
número possível de casos semelhantes, que, normalmente, ocorrem de uma forma. A norma não pode disciplinar situações concretas, mas tão 
somente formular os modelos de situação, com as características fundamentais, sem mencionar as particularidades de cada situação, pois é 
impossível ao legislador prevê todas as possibilidades que podem ocorrer nas relações sociais. 
Imperatividade A norma, para ser cumprida e observada por todos, deverá ser imperativa, ou seja, impor aos destinatários a obrigação de 
obedecer. Não depende da vontade dos indivíduos, pois a norma não é conselho, mas ordem a ser seguida. 
Coercibilidade Pode ser explicada como a possibilidade do uso da força para combater aqueles que não observam as normas. Essa força pode 
se dar mediante coação, que atua na esfera psicológica, desestimulando o indivíduo de descumprir a norma, ou por sanção (penalidade), que é 
o resultado do efetivo descumprimento.Pode-se dizer que a Ordem Jurídica também estimula o cumprimento da norma, que se dá pelas 
sanções premiais. Essas sanções seriam a concessão de um benefício ao indivíduo que respeitou determinada norma 
Heteronomia As normas de direito são postas pelo legislador, pelos juízes, pelos usos e costumes, sempre por terceiros, podendo coincidir ou 
não os seus mandamentos com as convicções pessoais. Pode-se criticar as leis, mas deve-se agir de conformidade com elas. Kant: primeiro 
pensador a trazer à luz essa norma diferenciadora, afirmando ser a moral autônoma e o direito heterônomo. 
Alteridade – significa dizer que a norma de direito implica intersubjetividade, ou seja, relação entre duas ou mais pessoas. 
Sanção Jurídica É a conseqüência jurídica danosa, prevista na própria norma, aplicável no caso de sua inobservância, não desejada por quem 
a transgride, sendo-lhe aplicável pelo poder público. 
 
 
Atualmente inúmeros critérios são utilizados para distinção entre Direito e Moral, sendo essas de ordem formal e material (que diz respeito 
ao conteúdo). 
 
No ponto de vista formal pode-se verificar as seguintes distinções: 
 
- O Direito é bilateral, enquanto a moral é unilateral: Essa distinção relaciona-se ao fato de que o Direito, ao conceder direitos, da mesma 
forma impõe obrigações, sendo pois uma via de mão dupla. Já a moral não, suas regras são simplificadas, impondo tão somente deveres, e o 
que se espera dos indivíduos é a obediência as suas regras. 
 
 
- Exterioridade do Direito e Interioridade da Moral: por essa distinção entende-se que o Direito é externo por se ocupar das atitudes 
externalizadas dos indivíduos, não devendo se atuar no campo da consciência, somente quando necessário para averiguar determinada conduta. 
Já a moral se destina influenciar diretamente a consciência do indivíduo, de forma a evitar que as condutas incorretas sejam externalizadas, e 
quando forem, deverá ser objeto de análise somente para se aferir a intenção do indivíduo. Vale dizer que esse critério não atingiria a moral 
social. 
 
- Autonomia e Heteronomia: Na moral a adesão às regras se dá de forma autônoma, ou seja, o indivíduo tem a opção de querer ou não aceitar 
aquelas regras. É, portanto, um querer espontâneo. Importante registrar que esse critério também não atinge a moral social. Já com o Direito 
ocorre de forma diversa, pois o indivíduo se submete a uma vontade maior, alheia à sua. 
 
 
- Coercibilidade do Direito e Incoercibilidade da moral: O Direito tem como uma de suas características mais marcantes a coercibilidade, ou 
seja, o indivíduo deverá obedecer as normas por temer a imposição de uma penalidade que será certamente exercida pela força estatal. Já a 
moral não possui essa característica, pois não há instrumentos punitivos para aqueles que não observam as suas regras. Regista-se, 
oportunamente, que a moral social, apesar de não possuir caráter punitivo, constrange os indivíduos a cumprirem as suas regras, desetimulando 
o descumprimento. 
 
 
No que diz respeito ao conteúdo (material): 
 
 
- Os objetivos do Direito e da moral são diferentes na medida em que o Direito visa criar um ambiente de segurança e ordem para que o 
indivíduo possa alcançar o desenvolvimento e progresso pessoal, profissional, científico e tecnológico. Já a moral se destina a aperfeiçoar o ser 
humano, sua consciência e para tal lhe impõe deveres na relação consigo mesmo e para com o próximo. 
 
- Quanto ao conteúdo propriamente dito, surgem quatro teorias: 
 
 
1. Teoria dos círculos concêntricos: por esta teoria haveria dois círculos, sendo que um está inserido no outro. O maior pertenceria à moral, 
enquanto que o menor pertenceria ao Direito. Isso significa que a moral é maior que o Direito, e que o Direito dela faz parte; e que o Direito se 
subordina às regras morais. 
 
 
2. Teoria dos círculos secantes: por essa teoria haveria dois círculos que se cruzam até um determinado ponto apenas. Isso significa que o 
Direito e a moral possuem um ponto comum, sobre o qual ambos têm competência para atuar, mas deverá haver uma área delimitada e 
particular para cada um pois há assuntos que um não poderá interferir na esfera do outro. 
 
 
 
3. A visão Kelseniana: Para Kelsen o Direito é autônomo e a validade de suas normas nada têm a ver com as regras morais. Para ele haveria 
dois grandes círculos totalmente independentes um do outro. 
 
 
4. Teoria do mínimo ético: por essa teoria o Direito deveria conter o menor número possível de regras morais, somente aquelas que forem 
indispensáveis ao equilíbrio das relações. Pode-se dizer que essa teoria se opõe ao pensamento do máximo ético, que se expressa na adoção 
pelo Direito de uma grande parte da moral, para que as relações sociais sejam reguladas de forma mais próxima à consciência dos indivíduos.

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