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Trabalho Av1 Recreação e Lazer

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Bruno José Lima Garcia 
Nicoli Francisco Rodrigues 
Pamela Amorim
Paulo Roberto Barbosa da Silva
Renan Luiz da Silva Alves
Trabalho de T. P de Recreação e Lazer 
Cabo Frio RJ
Setembro - 2017
Bruno José Lima Garcia
Nicoli Francisco Rodrigues
Pamela Amorim
Paulo Roberto Barbosa da Silva
Renan Luiz da Silva Alves 
Trabalho de T. P. Recreação e Lazer 
Trabalho apresentado como requisito para nota parcial na disciplina T. P. de Recreação e Lazer do Curso de Licenciatura ou Bacharelado em Educação Física da Universidade Estácio de Sá Prof. Ricardo Mariano
Cabo Frio RJ
Setembro - 2017
Bruno José Lima Garcia 
Nicoli Francisco Rodrigues
Pamela Amorim
Paulo Roberto Barbosa da Silva 
Renan Luiz da Silva Alves 
Trabalho de T. P. Recreação e Lazer 
Trabalho apresentado como requisito para nota parcial na disciplina T. P. Recreação e Lazer do Curso de Licenciatura ou Bacharelado em Educação Física da Universidade Estácio de Sá.
Avaliando em __ de__ de 20 __
______________________________
 Prof. Ricardo Mariano
 Universidade Estácio de Sá
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 
DESENVOLVIMENTO 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANEXO DO ARTIGO CIENTÍFICO 
INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata da síntese do artigo do autor Antônio Carlos Bramante, a respeito de recreação e lazer, cujo o título é concepções e significados. Neste trabalho vamos conceituar e diferenciar recreação e lazer. 
DESENVOLVIMENTO
A educação física e a recreação são duas atividades importantíssimas no desenvolvimento de uma criança em fase escolar. Mas infelizmente algumas escolas retiram essas atividades da grade escolar por pensarem que são ensinamentos dispensáveis. 
A recreação, quase sempre se apresenta ligada à área de lazer, sedo assim binômio "recreação e lazer" no qual possuem um significado único. Isto talvez ocorra por ambas as áreas possuírem características comuns como o componente lúdico, a busca da satisfação pessoal, a flexibilidade nas regras. Mas ambas não estão restritos um ao outro, embora muitas vezes encontraremos vivências que pertencem às duas áreas.
Podemos apontar casos como a ação de ler um livro, degustar um bom vinho, visitar uma exposição de pinturas, de flores, ou de carros, ouvir música, ir a uma festa, conversar com os amigos ou frequentar redes sociais, entre muitas outras, que podem se caracterizar como atividades de lazer, sem que sejam, por definição, atividades recreativas.
 Podemos encontrar uma gincana cultural ocorrendo em meio a uma aula escolar, um concurso de leitura, uma visita guiada a um museu, um outdoor training gerencial de uma empresa, entre outras, que podem se caracterizar como atividades recreativas, sem que sejam atividades de lazer.
O que diferenciam estes exemplos daqueles é que os primeiros ocorrem em horários descompromissados, tempos livres, disponíveis, onde não há tarefas obrigatórias por se fazer. São atividades do universo de escolhas do indivíduo, onde ele participa, sozinho ou em grupos, de atividades que escolheu por decisão própria e destituído de qualquer compromisso financeiro, profissional, social ou educacional. Já nestes exemplos recreativos, as atividades ocorrem dentro de um período que pode ser ou não compromissado. Gincanas escolares, treinamentos gerenciais ocorrem respectivamente em um horário determinado para a educação ou para o trabalho, por exemplo. Não são horários de lazer. 
RECREAÇÃO
A palavra recreação provém do verbo latin, A recreação pode, desta forma, compreender as atividades espontâneas, prazerosas e criadoras, que o indivíduo busca para melhor ocupar o seu tempo livre. A recreação tem como objetivo principal criar as condições necessárias para o desenvolvimento integral das pessoas, além de promover a participação de forma coletiva e individual em ações que possam melhorar a qualidade de vida das pessoas; possui ainda o caráter educacional, auxiliando na preservação da natureza e na afirmação dos valores imprescindíveis à convivência social e profissional. Principais características das atividades recreativas (CAVALLARI, Vinícius Ricardo e ZACHARIAS, Vani)
 Deve ser desenvolvida de forma espontânea, sem esperar resultados ou benefícios específicos. Para tanto a opção por sua prática deve ser livre, atendendo os interesses de cada indivíduo. A prática das atividades recreativas deve levar as pessoas a “estados psicológicos positivos”, se realizando em um clima e com uma atitude predominantemente alegre e entusiasta. Deve ser um estímulo para a criatividade, um benefício para a formação pessoal e para as relações sociais, dando lugar à liberação de tensões da vida cotidiana, resgatando os valores essenciais para uma auto-realização. A atividade recreativa tem sua essência na organização própria dos jogos e brincadeiras, segundo KISHIMOTO, Tizuko Morchida o jogo, aqui entendido em seu sentido amplo, ou seja, também denominado como brincadeira, tem por excelência duas funções que podemos conceituar: Função lúdica: propicia diversão, prazer e até o desprazer, quando escolhido voluntariamente: Função educativa: ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. Há de se ressaltar que os jogos e as brincadeiras podem ser aplicados nas diversas faixas etárias, sem distinção, mas que cada um deles vai sofrer alterações e interferências nos seus procedimentos de aplicação, nos recursos que serão utilizados ou na metodologia de organização e aplicação de suas
estratégias. Mesmo com estas características genéricas e ao mesmo unificantes, ao se deparar com a necessidade de um correto planejamento de ações recreativas, torna-se fundamental conhecer e entender as características e necessidades específicas das faixas etárias com as quais poderemos estar nos envolvendo no momento da aplicação dos jogos e brincadeiras. 
LAZER
Sem dúvida alguma o entendimento sobre o lazer é fundamental com relação à recreação, na tentativa de compreender, em seus vários aspectos, a Educação Física. Ao mesmo tempo, acompanhando o desenvolvimento das cidades e do modo de vida urbano, a expansão do comércio faz surgir uma série de serviços ligados aos divertimentos e à cultura lúdica, isso sem falar do associativismo que conferiu à sociabilidade compartilhada por meio do esporte, dos jogos e dos passatempos típicos da aristocracia como elemento de identidade e distinção de classe. Assim, somadas à iniciativa dos centros de recreio e a intervenção pública na tradição dos divertimentos populares – notadamente no que se refere à criminalização do “ócio” – tais manifestações conferem forma ao tempo, ao espaço e às práticas que passam a construir o “lazer”, uma instituição social que nesse contexto, agregou determinados comportamentos e modos de utilização do tempo livre, conferindo à prática do lazer um estatuto próprio. Constituindo-se, então como um tempo e espaço de organização da cultura, o lazer cria e recria um novo circuito de práticas culturais lúdicas e educativas, doravante experimentadas de acordo com a capacidade de consumo dos indivíduos, com as forças político-sociais em disputa e com a nova funcionalidade – produção e reprodução da força de trabalho – a ele atribuída. Sendo assim, o lazer pode ser compreendido, tal como sugere MASCARENHAS (2003, p. 97), como “um fenômeno tipicamente moderno, resultante das tensões entre capital e trabalho, que se materializa como um tempo e espaço de vivências lúdicas, lugar de organização da cultura, perpassando por relações de hegemonia. Nesse sentido, o lazer compõe uma esfera da vida cotidiana atravessada pelas mesmas forças que atuam sobre a sociedade em sua totalidade, configurando-se na medida em que estabelece interfaces com a dinâmica mais ampla da economia, da política e da cultura. Ele se revelacercado tanto pelas determinações objetivas, derivadas do modo de produção social da existência humana, como pelas subjetivações que se traduzem pelas diferentes maneiras de compreendê-los, explicá-lo e transformá-lo. É da produção material e simbólica da existência humana, cuja centralidade é dada pelo trabalho, que se emerge o lazer. 
Assim, se de um lado o tempo livre se apresenta uma conquista dos trabalhadores, em contrapartida o tempo livre para não escapou ao controle da ocupação útil e adequada proposta pela intervenção do ócio criativo e a invenção do lazer (DE MASI – MARCASSA, 2000). Como uma esfera de ação lícita, mas vinculada à lógica do trabalho alienado e da produção capitalista, o lazer, como fenômeno isolado, revela-se incapaz de tornar o homem mais feliz, mais livre ou mais satisfeito se o trabalho, de igual forma, não lhe proporcionar alegria, oportunidade de criação e realização. Dessa forma, parece-nos imprescindível que junto com a luta pela redução da jornada de trabalho, seja pautada também na necessidade de transformação do trabalho e do lazer a fim de que se façam sintonizadas com os propósitos de qualificação e enriquecimentos humanos. Sabemos, por outro lado, que esta luta, muitas vezes alienante, posto sobre o lazer incidem valores, comportamentos, significados e saberes que reforçam a visão de mundo hegemônica. Isso sem falar de todo um mercado em torno do lazer, sujo exclusivo objetivo é o de gerar lucro mediante o consumo generalizado de pacotes, serviços e mercadorias associadas à diversão e ao entretenimento. Ainda que este seja um processo alienante, não podemos ignorar que ele ocorre para a educação e a formação cultural da sociedade, muitas vezes, com a educação escolar e doméstica, mas, sobretudo, com a educação para a democracia e a participação para a liberdade e a cooperação. É nos momentos de lazer que os jovens criam e reforçam seus laços de identidade social, que as crianças, por meio da atividade lúdica, interpretam e ressignificam o mundo que as cerca, que os adultos tecem suas relações sociais e renovam valores e comportamentos que fundamentam os princípios éticos, estéticos e políticos que regem a sociedade. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para concluir estas reflexões acerca de concepções e significados da recreação e lazer, vale um alerta com relação a formação de recursos humanos especializados para a área. Frente a complexidade do tema, muito embora haja iniciativas esporádicas nesta ou naquela, constata-se uma certa desarticulação entre as lideranças do país nesse campo de atuação para que se possa elaborar uma agenda mínima de ações em termos de preparação de recursos humanos e formulação de políticas setoriais de lazer. Há sim avanços: mais prefeituras municipais estão encampando a idéia do lazer comunitário, atualizam-se os conhecimentos entre alguns dirigentes de clubes sociais recreativos na sua vastíssima malha no país.
 Falta ainda um direcionamento mais claro entre os profissionais para que se potencialize junto a sociedade os valores do lazer mostrando os seus benefícios. A "gratuidade" do lazer para quem vive essa experiência não pode ser confundida com o espontaneismo na sua concepção e administração. Uma verdadeira intervenção cultural dentro do lazer exigirá esforços concentrados em determinadas direções que envolvam a aglutinação dos recursos para a elaboração da mencionada agenda mínima para o setor. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.clubedarecreacao.com.br/publicacoes/artigos-cientificos/
http://www.clubedarecreacao.com.br/recreacao-e-lazer-concepcoes-e-significados/
http://www.clubedarecreacao.com.br/wp-content/uploads/2014/05/010-Recreacao-e-Lazer-Artigo-BRAMANTE.pdf
AUTOR: ANTÔNIO CARLOS BRAMANTE
PUBLICADO EM: 1998
PALAVRA CHAVE: LAZER, RECREAÇÃO, ÓCIO E TEMPO LIVRE
LINK PARA O ARTIGO: 010 – RECREAÇÃO E LAZER 
(ARTIGO BRAMANTE)
ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. Encyclopedia Britannica do Brasil, Publicações Ltda. São Paulo: Melhoramento, 1976, vol.12
FREIRE, João Batista, Educação de corpo inteiro: Teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1994.
GUERRA, M. Recreação e Lazer. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1976
TOSETI, Solange. A Educação Física. Rio Grande do Sul: Edelbra, 1977.
WAICHMAN, Pablo, Tempo livre e recreação. Campinas, SP: Papirus, 1997.
Recreação e Lazer: concepções e significados
 
Antônio Carlos Bramante 
‘’O lazer se traduz por uma dimensão privilegiada da expressão humana dentro de um tempo conquistado, materializada através de uma experiência pessoal criativa, de prazer e que não se repete no tempo/espaço, cujo eixo principal é a ludicidade. Ela é enriquecida pelo seu potencial socializador e determinada, predominantemente, por uma grande motivação intrínseca e realizada dentro de um contexto marcado pela percepção de liberdade. É feita por amor, pode transcender a existência e, muitas vezes chega a aproximar-se a um ato de fé. Sua vivência está relacionada diretamente ás oportunidades de acesso aos bens culturais, os quais são determinados, via de regra, por fatores sócio-político-econômico e influenciados por fatores ambientais’’. 
BRAMANTE, Antônio (1998)
Conceituar lazer tem sido para mim, ao longo de 25 anos de engajamento nesse campo de estudos, um desafio profissional de extrema complexidade. Permeado por inúmeros autores nacionais e estrangeiros de tendências e abordagens distintas, particularmente nos últimos dez anos, venho, sistematicamente ‘’construindo’’ a minha versão desse fenômeno para melhor interpretá-lo e compreendê-lo.
Sua complexidade transita desde sua etimologia, representando sentidos distintos na sua raiz latina: licere (lazer), shole (escola), otiu (ócio), entre outros. Entre os nossos países vizinhos de língua espanhola, a palavra lazer inexiste, sendo habitualmente, tratada por ‘’ocio’’ ou ‘’tiempo libre’’
Fenômeno típico decorrente principalmente dos efeitos da revolução industrial e agravado pelo crescente processo de urbanização das cidades, o lazer vem sendo também, ao longo do tempo, conceitualmente confundido com outros derivados tais como recreação, jogo, esporte, etc.
A partir dos anos 50 o lazer começa ocupar espaço de relevância no seio acadêmico internacional para tornar-se um amplo campo de estudos, pesquisas e aplicação. Seu caráter, interdisciplinar tem sido uma tônica, que busca facilitar a compreensão do lazer, exposto pelos mais diversos enfoques
profissionais. Filosofia, história, antropologia, sociologia, psicologia, geografia, são algumas das áreas do conhecimento que têm contribuído de maneira expressiva para facilitar a compreensão do lazer.
Muito embora a obra ‘’Lazer Operário’’ de Acácio Ferreira, editada em 1959, seja reconhecida por muitos estudiosos do assunto como o marco inicial das reflexões dessa problemática social no Brasil, somente a partir dos anos 70 que o mesmo começa a receber maior atenção dos pesquisadores.
Da influência europeia dos anos 70/80, vindo principalmente do ramo da sociologia, para a influência norte-americana dos anos 80/90, construída particularmente a partir da psicologia, viemos hoje uma pluralidade de conceitos onde os autores das mais variadas matizes ideológicas tendem a concordar tão somente com um conjunto de características advindas da vivência do lúdico, eixo fundamental do lazer. 
Uma vez apresentada essa breve evolução do tema, optei por discutir meu próprio conceito de lazer para inaugurar essa publicação específica dentro da sessão ‘’Múltiplos Olhares’’ sobre concepções e significados do lazer e recreação.
‘’O lazer se traduz por uma dimensão privilegiada da expressão humana dentro de um tempo conquistado...
Dada as características da sociedade capitalista contemporânea, onde instrumentalizou-se o tempo e a atividade recreativa tende a transformar-se em mera mercadoria, a dimensão do ‘’não trabalho’’ pode assumir uma nuança extraordinária para a vivênciada essência humana, através da conquista de um tempo da ‘’não utilidade’’ frente as pressões crescentes de se dar sempre uma certa finalidade ao uso do tempo. Tempo, conceito objetivamente inelástico, vem se tornando uma ‘’mercadoria’’ de luxo onde a máxima ‘’tempo é dinheiro’’ chega a refletir o verdadeiro significado que é dado ao mesmo por segmentos significativos da nossa sociedade. Portanto, ‘’conquistar’’ um tempo da não obrigação vem se impondo como um desafio para todos que desejam exercitar a face humana da vida plena.
... materializada através de uma experiência pessoal criativa, de prazer e que não se repete no tempo/espaço, cujo eixo principal é ludicidade...
Tenho optado ultimamente pelo conceito de experiência ao invés de atividade, dado ao componente de qualidade que caracteriza o primeiro. O conceito de atividade, no meu entender, é mais apropriado quando associado a recreação, por exemplo, ‘’programa de atividades recreativas para pré-escolares...’’ e assim por diante.
Com a crescente aplicação da psicologia nos estudos do lazer durante os anos 70, incorporou-se ao binômio tempo/atividade – atributos principais na
conceituação do lazer – o caráter atitudinal ao indivíduo que o vive, tornando o lazer, antes de tudo, um fenômeno pessoal e com alguns atributos básicos, destacando-se dois deles: a criatividade e o prazer. A explicação da dimensão tempo residual das obrigações pessoas e sociais para explicar o lazer foi se esgotando na era denominada ‘’pós-moderna’’ onde a vida como um todo perde a sua linearidade e ganha novos enfoques nas relações sociais entre o indivíduo e ele mesmo, ele com o próximo e ele com o meio ambiente. Entra em vigor o conceito mais elástico de tempo social onde a oscilação entre a obrigação e não obrigação, característica do contexto humano, extrapola a dimensão objetiva de tempo. Já a atividade como traço definidor do que é ou não lazer, pode auxiliar, favorecendo o entendimento de algumas taxionomias, mas, de longe, oferece qualquer sustentação teórica pois o que pode ser lazer para um, pode não ser para outras pessoas e ainda mais, para aquela mesma pessoa, aquilo que era lazer naquele momento poderá deixar de sê-lo minutos após devido inúmeros fatores intervenientes que compõe uma experiência de lazer. Portanto, por mais que se recrie o ambiente de uma experiência de lazer bem sucedida, ela é temporal/espacial, isto é, sempre nova, renovada, possivelmente poderá ser até mais enriquecedora do que a anterior, mas nunca como aquela vivida naquele tempo, naquele espaço. A ludicidade, como eixo principal da experiência de lazer, vem sendo uma das poucas unanimidades entre os diversos autores que teorizam sobre o significado do lazer, onde através do mais diversos estudos redescobre-se a vocação inerente do ser humano que brinca e que joga, na sua mais pura essência antropológica.
... Ela é enriquecida pelo seu potencial socializador e determinada, predominantemente, por uma grande motivação intrínseca e realizada dentro de um contexto marcado pela percepção de liberdade...
Nesse particular, vale ressaltar a relação dialética existente entre o indivíduo (motivação intrínseca/percepção de liberdade) e o ambiente (potencial socializador), onde se observa uma mútua influência, resultado no envolvimento da(s) pessoa(s) no lazer. Trata-se de uma abordagem conceitual psico-social do lazer, bastante pesquisada na atualidade, por considerar as forças sociais e culturais do macro-ambiente, as quais afetam tanto os agentes socializadores do lazer (família, escola, pares, mídia, etc.), como o repertório individual de experiências pessoas nesse campo. Através da competência percebida e da auto-determinação, segundo essa vertente, ocorrerá um maior ou menor envolvimento da(s) pessoa(s) no lazer. Se a experiência de lazer é pessoal, não se pode, portanto, negar seu potencial socializador, capaz de reunir pessoas em uma atmosfera favorável de alegria onde pessoas comungam de desejos e necessidades semelhantes no tempo do não trabalho. Há mesmo quem afirme que a verdadeira experiência de lazer só se concretiza com o compartilhar com o(s) outro(s).
Referências bibliográficas
http://www.clubedarecreacao.com.br/publicacoes/artigos-cientificos/
http://www.clubedarecreacao.com.br/recreacao-e-lazer-concepcoes-e-significados/
http://www.clubedarecreacao.com.br/wp-content/uploads/2014/05/010-Recreacao-e-Lazer-Artigo-BRAMANTE.pdf
AUTOR: ANTÔNIO CARLOS BRAMANTE
PUBLICADO EM: 1998
PALAVRA CHAVE: LAZER, RECREAÇÃO, ÓCIO E TEMPO LIVRE
LINK PARA O ARTIGO: 010 – RECREAÇÃO E LAZER 
(ARTIGO BRAMANTE)

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