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MEDICINA DE SILVESTRES ESTRESSE *Alterações fisiológicas adaptativas. 2 classificações: DISTRESSE: alterações danosas para o paciente. Pode causar óbito ou doença grave EUSTRESSE: alterações benéficas para o paciente. Faz com que o paciente consiga fugir, brigar, morder, bicar... *Estresse mata *O estresse é uma adaptação fisiológica a qualquer tipo de estimulo AGENTES ESTRESSANTES *Somáticos: calor, frio, sons, imagens, mudança de temperatura, barulhos muito altos, TV ligada, vídeos... *Psicológicos: apreensão, terror, fúria, frustração *Comportamentais: vizinhança, superpopulação, muitos animais por m², vizinhança em que um é predador e outro presa *Diversos: má-nutrição, toxinas, parasitoses (ecto ou endo) *Animais mais jovens conseguem essa adaptação mais fácil, diferente de mais idosos VIAS DE REAÇÃO Via motora voluntária: primeira via de reação. Neuromuscular, reação direta. Defesas: soco, mordida, rabada, patada. Primeira coisa que o animal faz quando tem medo, com frio, acuado. *Pode acontecer de mexer com o animal e ele não ter esse comportamento esperado -> pode indicar nível de estresse muito alto -> não consegue reagir -> reversão desse quadro é mais difícil VIA SNS: segunda via. Endócrina (ocorre na região medular da adrenal), reação de alarme -> ocorre devido à duas substancias: catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) liberadas fazendo com que o animal consiga fugir *A partir do momento que o animal tem a primeira reação e ve que não surte efeito ou não consegue mais reagir entra na segunda via de reação -> via endócrina *Nessa fase ocorre vasoconstrição de órgãos, vasodilatação periférica aumentando a circulação em membros, aumento de oxigenação da musculatura, aumento da taxa respiratória, taquicardia. *Cobra: pode regurgitar quando estiver assustada -> quando o animal come, o organismo demanda muita energia e irrigação para fazer a digestão. Enquanto está no processo digestivo ela não consegue fugir -> se manejar uma cobra após a alimentação, a tendência é ela regurgitar para conseguir fugir Via hipotálamo-Adenohipofise: reação crônica, ocorre na região endócrina (cortical da adrenal). Liberação de cortisol ou corticosterona. Reações normais e reações de estresse crônico. *Terceira fase, mais complicada *Animal já não consegue mais reagir *Apatia, vários sinais, e pode evoluir para óbito *Reversão muito complicada *Temos que fazer o máximo possível para não chegar nessa fase *Já se pressupõe que os órgãos já estejam afetados, principalmente fígado e rim ALTERAÇÕES *Glicocorticoides: função de regular o metabolismo da glicose, cortisol e corticosterona, hormônios de estresse *Essas alterações, principalmente de corticoides, afetam principalmente metabolismo de glicose -> importante para todas as células do organismo -> quando afeta o seu metabolismo ocorre morte celular, deficiência de processos hormonais -> debilita o organismo como um todo *É difícil dosar esses hormônios de estresse em animal silvestre para realizar o manejo -> existem estudos da dosagem pelas fezes *Atividade adrenal: estresse crônico (distresse) x estresse fisiológico (eustresse) -> o estresse é algo bom, mas tem que saber manejar, porque quando se torna crônico já vira uma doença *Estresse x reprodução: influencia, a liberação de glicocorticoides influencia na produção de hormônios tanto no hipotálamo como na hipófise -> feed back negativo atrapalhando a produção de hormônios gonadais, principalmente progesterona, estrógeno e testosterona -> diminuição de libido, de ovulação, de produção de ovos (aves) MIOPATIA DE CAPTURA *Doença causada pelo estresse *O óbito pode ocorrer em questão de minutos, horas, semanas... *Fatores predisponentes: medo, ansiedade, hipertermia, esforço muscular intenso, tensão muscular constante, manipulações repetidas, transporte prolongado *Mesmos fatores predisponentes para estresse *Tipos: 1. Síndrome do choque de captura: morte em 1 a 6 horas, depressão, taquicardia, hipertermia, hipotensão e morte, congestão e edema pulmonar, severa congestão do intestino delgado e fígado. Na maioria das vezes é achado de necropsia porque não consegue resolver 2. Síndrome da ataxia mioglobinúrica: mais frequente horas ou dias após a captura ou qualquer fonte de estresse. Ataxia, torcicolo, mioglobinúria, lesões renais e musculares, urina escura, áreas multifocais pálidas, moles e linhas claras em músculos (lombares, cervicais, extensores e flexores do membro). Músculos periféricos -> primeiros a serem afetados em uma situação de estresse prolongado. Difícil de reverter 3. Síndrome da ruptura muscular: 1-2 dias após a contenção, hiperflexão dos cascos, ruptura uni ou bilateral do musculo gastrocnêmico ou outro tipo de musculo extensor, hematomas subcutâneos, lesões pálidas e moles em membros, diafragma, músculos lombares e cervicais. 4. Síndrome da morte súbita: captura nas últimas 24 horas, perturbação, olhos dilatados, morte abrupta, forma rara -> fibrilação ventricular, necropsia sem lesões características. *Essas síndromes podem ocorrer juntas, em todas as espécies; o que diferencia de 1 para outra é o quanto uma espécie é capaz de se adaptar a essas situações de estresse *Sinais clínicos possíveis de reversão dependendo da capacidade de adaptação do animal: acidose grave, choque, insuficiência cardíaca, enrijecimento muscular, paresia, dispneia e taquicardia *Patogenia: duas teorias envolvidas Alteração do pH e hipóxia tecidual -> morte de fibras musculares, libera potássio, mioglobina e lactato *Potássio: afeta musculatura cardíaca -> fibrilação, levando a insuficiência cardíaca *Mioglobina: afeta rim -> necrose tubular -> IRA *Lactato: acidose -> choque e falência geral *Achados patológicos indicativos: necrose muscular, flacidez muscular, necrose em órgãos *Achados laboratoriais indicativos: acidose, aumento de creatinina e desidrogenase láctica *Prognóstico: desfavorável *Medidas preventivas: evitar fontes de estresse, jejum, manutenção da temperatura corporal adequada, ambiente e recintos adequados, evitar drogas que causem hipertermia (Xilazina) *Cuidados: equipe treinada, evitar períodos mais quentes e úmidos, monitoramento da temperatura corporal, contenção em área de manejo à perseguição, translocação adequada (ventilação e espaço), evitar nova contenção com menos de 2 semanas se não der certo, evitar interações agonisticas (não afetar função renal e hepática) *Tratamento: redução da acidose, tratar sinais clínicos SISTEMA PORTA-RENAL *Presente em anfíbios, repteis e aves. *É uma adaptação, possibilita, em uma situação de restrição hídrica, o organismo desvia todo liquido que iria sair pela urina para retornar à circulação *Sangue venoso da região pélvica sofre dois trajetos: Circulação sistêmica direta Ou Rins -> circulação sistêmica *Função: manutenção da hidratação em períodos de escassez de agua *Existem pequenas válvulas -> veias ilíacas externas e renais que podem estar abertas ou fechadas *Abertas: função da adrenalina, circulação da veia caudal e coração volta para o organismo *Fechadas: função da acetilcolina, passam pelos túbulos renais, veia caudal e coração *Antigamente: medicamentos deviam ser aplicados na porção anterior do corpo para evitar o risco de, se administrar na região posterior/pélvica, serem eliminados diretamente na urina devido a esse desvio venoso *Hoje: existem estudos comprovando que esse risco não existe, e que a concentração medicamentosa aplicada na parte anterior ou posterior é a mesma CONSERVAÇÃO*Pensa que animais, humanos e vegetais consigam conviver em harmonia -> ter um ecossistema CONTENÇÃO *Deve-se responder alguns questionamentos antes de realizar uma contenção: Por que? Cirurgia, medicamento... Quando? Dormindo, acordado, frio, calor Como? Mão, toalha, luva... Quem? A pessoa que vai conter é a mais importante, deve saber e ter pratica para realizar, para não dar errado e não ocorrer acidentes. Não pode ter muito medo, mas também não pode ter nada de medo Onde? Técnica: é segura para o operador e o animal? Será possível a realização do procedimento planejado? Será possível acompanhar após o procedimento? *No momento da contenção os animais terão suas defesas, o profissional deve saber as características, tem que saber a espécie que está lidando e utilizar materiais adequados *Contenção química: sempre deve alcançar 3 objetivos -> inconsciência, analgesia e relaxamento muscular. Depende do procedimento a ser realizado MEDICINA DE AVES *Características anatômicas: Sem diafragma -> influencia em casos de hipóxia por contenção -> se segurar o peito da ave muito forte ela não consegue respirar Ossos pneumáticos -> ossos que possuem parte do aparelho respiratório que auxilia a deixar o corpo mais leve Presença de siringe -> órgão de canto, não possuem cordas vocais. Em situações em que esse órgão fica sobrecarregado, o animal apresenta ronco, podem ter parasitas nesse órgão Ausência de epiglote -> fácil para entubar, maior chance de se afogarem -> orientações especiais para medicação -> embaixo da língua ou ter certeza que passou da traqueia Anéis traqueais completos -> não é distensível, no momento de entubar não usar materiais que possam inflar pelo risco de romper. Para entubar, utilizar sondas uretrais Ausência de cordas vocais Ausência de cartilagem tireoide Pulmão não é expansível como em mamíferos Sacos aéreos -> estruturas presentes em todo o corpo desde os seios, pescoço, tórax. Eles que expandem e retraem. Quando ausculta, o que houve é o ar passando pelo saco aéreo *Osteologia: para facilitar o voo, possuem junção de alguns ossos -> perna -> mínimo de osso possível para ficar leve. Perna e asa, cauda (final da coluna) *Sistema digestório: adaptações -> dilatação no esôfago (papo), onde se inicia o processo de digestão e há acumulo de alimento; pró-ventrículo (digestão química) e ventrículo (digestão mecânica, moela); não são todas as aves que possuem essas estruturas, depende do tipo de alimentação, comportamento, ambiente. Pinguim não tem papo, não precisam acumular alimento. Galinhas tem papo *Locais de coleta: 3 veias principais -> tarso, região ulnar e jugular. Depende do tamanho do animal, do peso e do tipo de contenção. Não é difícil visualizar a veia porque a pele é bem translucida, mas ela ‘’dança’’ bastante e é fácil de fazer hematoma DOENÇAS AEROSSACULITE *Doença mais comum em Curitiba *Inflamação/infecção dos sacos aéreos *Pode ser causada por vários agentes bacterianos -> pseudomonas, e coli, pasteurella, mycoplasma *Em alguns casos está associada com sinusite *Sinais clínicos: bico abeto, dispneia, espirros, secreção nasal e/ou traqueal, edema nas narinas *Tratamento: antibioticoterapia (primeira escolha, o mais amplo espectro possível, porque as vezes não dá tempo de esperar resultado de cultura e antibiograma), fluidoterapia (se não estiverem comendo), colírios (se olho irritado), nebulização (ajuda bastante, principalmente em animais mais estressados que ficam mais taquipneicos), suplementação vitamínica (pode ser melhorando a dieta ou por meio de medicação) *O som auscultado é o estertor, e pode ser causado por outros fatores que não infecciosos -> diagnóstico diferencial: excesso de gordura, ectoparasitos, hepatopatias, tumores internos, ovos. *Precisa do histórico, exames complementares (RX), exame de sangue CLAMIDIOSE *Uma das doenças mais importantes pelo potencial zoonótico *Principal preocupação para o ser humano: Chlamydophila psittaci (gram negativo, parasita intracelular obrigatório) *Todas as aves são susceptíveis *Contaminação: fezes, penas, uratos, saliva, secreções oculares e respiratórias *Também é uma aerossaculite *No humano causa problemas respiratórios *Transmissão: ingestão ou inalação *Família mais preocupante: psitacídeos -> papagaio, calopsita, periquito -> grande quantidade de animais em cativeiro *Diagnóstico: coproparasitológico, sinais clínicos (normalmente causa sinusite, secreção nasal, conjuntivite, alteração respiratória e diarreia), infecções respiratórias recorrentes, histórico *As formas infectantes (corpos elementares) não são susceptíveis a antibióticos, por isso tratamento mínimo por 45 dias para conseguir eliminar todas as fases dessa bactéria *Antibióticos de escolha: tetraciclinas *Existem falhas na resposta -> a bactéria pode ficar latente *Os corpos elementares são instáveis ao calor e sol *Estáveis por meses em matéria fecal seca *Desinfecção: amônia quaternária, etanol, agua oxigenada... higiene básica do local já auxilia muito a evitar essa contaminação RUPTURA DE SACOS AÉREOS *Causas: infecções (clamidiose), trauma, ácaros, disputas de canto, espontânea, excesso de vocalização *Tratamento: drenagem e antibioticoterapia. *O ponto mais importante no tratamento é fazer com que o saco aéreo se feche, que a parede cicatrize -> para isso existe a possibilidade de administrar vitamina A -> auxilia na recuperação epitelial -> acelera o processo de cicatrização do saco aéreo *A drenagem também pode causar ruptura, cuidado ÁCAROS RESPIRATÓRIOS *Cytodites nudus – galinha *Sternostoma tracheocolum – canários e outros passeriformes de gaiola *Os mais comuns são ácaros que ficam na traqueia e acabam afetando a siringe e causar aerossaculite *Sinais clínicos: aerossaculite, dificuldade no canto, ofegancia, respiração com a boca aberta, apatia, anorexia *Tratamento: Ivermectina, suporte ASPERGILOSE *Aspergillus fumigatus *Inalação de esporos *Penetra no aparelho respiratório *Infecção oportunista *Estresse, doença prolongada, cirurgia, antibioticoterapia prolongada *Também é uma aerossaculite *Causa os mesmos sinais respiratórios *Normalmente não tem cura, tratamento suporte *Sinais clínicos: secreção nasal, dificuldade em alimentar-se *Diagnóstico: RX -> forma placas nos sacos aéreos/pulmão *Tratamento: 40 a 45 dias, antifúngicos, nebulização, limpeza e ventilação no ambiente, fluidoterapia, suplementação vitamina A VIROSES - NEW CASTLE *A mais preocupante em granjas *Altamente contagiosa *Paramoxivírus *Inalação ou ingestão *Sinais respiratórios, digestórios e nervosos *Diagnóstico: PCR *Não tem muito o que fazer REGURGITAÇÃO *Causas possíveis: comportamental, candidíase, clamidiose, intoxicação, doença hepática *O maior problema é saber o motivo pelo qual o animal está regurgitando *Terapia: suporte, metoclopramida (prócinético). Tem que buscar a causa DIARREIA *Causa de óbito *Importante sempre observar as fezes, qualquer mudança, buscar tratamento *Causas: infecção bacteriana e/ou parasitaria *Clamidiose *Intoxicação *Doença hepática *Terapia: suporte (essencial), antibioticoterapia ou anti-helmíntico, depende a causa. *Aves defecam e urinam ao mesmo tempo -> importante conseguir dizer o que são fezes normais e o que é urina -> conteúdo verde-amarronzado são as fezes e em volta é urina (transparente ou branco) CANDIDÍASE *Sinais clínicos: estase de ingluvio (a cândida formaplacas no TGI e o conteúdo fica parado), regurgitação, letargia, perda de peso, diarreia, placas brancas na cavidade oral *Terapia: nistatina 300000 UI/kg, tratamento longo, suporte em alguns animais mais debilitados TRICHOMONIASE *TGI superior *Forma mais placas que a cândida e podem travar toda a deglutição *Sinais clínicos: disfagia, regurgitação, letargia, perda de peso, outras parasitoses concomitantes, hipovitaminose A (geralmente associada), placas na cavidade oral *Terapia: metronidazol -> tratamento longo e complicado. Suporte -> fluidoterapia, vitamina A (casos de hipovitaminose) SÍNDROME DA MÁ ABSORÇÃO *Alimento inteiro nas fezes *Causas: coccidiose, doença sistêmica crônica (clamidiose), dieta inadequada *Sinais clínicos: regurgitação, diarreia, letargia, perda de peso, outras parasitoses concomitantes *Doença do facão -> acaba tendo o esterno totalmente saliente, não vê musculatura nenhuma no peito porque não absorve nutrientes *Terapia: suporte (essencial, animal muito debilitado), suplementação, achar a causa (difícil), manejo dietético HEPATOPATIAS *Causas: obesidade, pouco exercício, estresse, doenças crônicas *Sinais: arrancamento de penas, diarreia, regurgitação, sinais neurológicos -> convulsão, torcicolo, reversão complicada *Terapia: suporte (fluido), lactulona, glicose, correção dietética (principal), protetores hepáticas *Diagnóstico: RX -> principal, silhueta hepática anormal. Palpação -> moela voltada mais caudalmente -> algum órgão está aumentado (fígado) ARRANCAMENTO *Difícil descobrir a causa *Estresse, dor, verme, pessoas diferentes, fotos, falas... *Tratamento: não adianta se a causa de estresse continuar DOENÇAS REPRODUTIVAS DISTOCIA *Exame físico: ovo mal posicionado, não consegue botar o ovo, abdômen dilatado, pode ter diarreia *Exames: RX confirma *Tratamento: expelir o ovo -> medicações, suporte de cálcio, hormônios estimulantes, ocitocina, cirurgia *Prognóstico: depende do estado do animal HIPOCALCEMIA *A femea não consegue levantar, comer *Tratamento: repor cálcio injetável ou VO associado a tomar sol para absorver o cálcio MEDICINA DE MAMÍFEROS DERMATITES *Não tem espaço suficiente, pisam nas fezes e urina *Escoriações em região palmar e plantar *Deixar o ambiente sempre limpo, antibioticoterapia, analgesia *Evitar o contato com fezes e urina, aumentar o espaço, mudar a dieta (evitar obesidade para não sobrecarregar articulações) ABCESSOS/SDDPA *Síndrome da doença dentaria progressiva adquirida *Coelho, chinchila, porquinho da índia -> crescimento progressivo dos dentes posteriores -> por isso precisam sempre roer coisas *O crescimento pode gerar abcessos, dor, estomatite... *Tratamento: desgastar os dentes cirurgicamente HIPERTERMIA *Chinchilas, coelhos, porquinhos da índia *Esqueceu no sol *Temperatura acima de 28ºC -> não conseguem dissipar, são animais de frio. Comum no verão e dias quentes. Também por excesso de exercício *Desidratação *Sinais neurológicos irreversíveis *Óbito *Fluidoterapia, correção de eletrólitos, abaixar a temperatura, controle de convulsão (Diazepam 0,5mg/kg), se fizer hipotermia é irreversível UROLITIASE *Comum por causa do excesso de cálcio e sódio nos alimentos *Porquinho da índia, chinchila, coelho *Rins, bexiga, ureter ou uretra *RX *Dependendo da região não consegue acessar cirurgicamente -> fluidoterapia, analgésico, Diazepam (relaxa musculatura e elimina o cálculo) PRIMATAS SÍNDROME DA MÁ ADAPTAÇÃO *Mais comum *Psicopatias -> masturbação, coprofagia, hiperatividade, apatia, depressão, óbito *Exaustão calórica: animais recém adquiridos principalmente, alimentação com baixo teor de proteínas e energia (gasta muita energia e não consegue repor) *Doença digestiva -> são comuns gastrite, enterite, colite e enterocolite DOM – DOENÇA OSTEOMETABÓLICA *Balaço de cálcio, fosforo e vitamina D *Filhotes malnutridos que não pôde fazer aleitamento adequado *Muito comum porque a maioria dos primatas chegam no cativeiro ainda filhotes *Não são alimentados adequadamente *Leite NAM pode ser utilizado, boa resposta *Sinais clínicos: letargia, anorexia, relutância ao andar e pular, edema facial e gengival *Deformidades ósseas: membros pélvicos, torácicos e coluna vertebral *Exames diagnósticos: RX (cautela, fraturas espontâneas) *Tratamento: colecalciferol (vitamina D3), suplementação de cálcio, sol e exercícios DOENÇAS INFECIOSAS *Pneumonias: bacterianas secundárias à estresse e viroses *Enterites: estresse -> diarreia, prolapso. Shigella sp, Salmonella sp, Protheus sp. E. coli, Pseudomonas sp., Klebsiella sp, e parasitos *Tuberculose: saúde pública, sentinelas *Herpesviroses: HV hominis, HV tamarinus -> estomatites graves necrosantes e morte 2 a 7 dias após início dos sinais *Rubéola, sarampo, varicela e gripes *Raiva (alguns animais são reservatórios naturais) *Febre amarela: falvivirus, origem africana. Alouatta, Callithrix e Ateles muito sensíveis, Cebus não. Sentinelas. Bugio, Sagui, Macaco-Aranha -> Brasil, sensíveis CARNÍVOROS *Doenças infecciosas: cinomose, influenza, raiva, enterites bacterianas *Doenças parasitarias: hemoparasitose, pulgas, carrapatos, Otodectes cynotis *O manejo é o mesmo, o que complica é a alimentação *Rinotraqueite e calicivirose: não foi descrita em felídeos brasileiros, quadro respiratório, pode desenvolver imunidade dependendo da cepa *FIV e FeLV: relatos no brasil, tanto em cativeiro como em vida livre *Cinomose: não tem cura para férretes, exsudatos oculares e nasais purulentos, tosse seca, anorexia, febre, vômitos, diarreia. Vacinas mistas são seguras e eficazes, evitar contato de férretes com cães *Parvovirose: anorexia, letargia, vômitos e diarreia hemorrágica. Não é indicado vacinar com vacinas atenuadas *Raiva: vacinas atenuadas e mortas. Iscas com vacinas na Europa ajudando no controle XENATHRAS – TAMANDUÁS *Principal dificuldade em animais de cativeiro pela dificuldade de mimetizar o ambiente natural, com hipovitaminose K, por deficiências de taurina pincipalmente. Hemorragias crônicas. *Constipação, prolapso retal, prolapso vaginal, trauma de língua, diarreia crônica, traumas. MEDICINA DE RÉPTEIS *São espécies muito diferentes, abordagem clinica mais difícil *Trachemys scripta: Tigre d’água, Cágado de Orelha vermelha *Trachemys dorbigni: Tigre d’água nacional *Geochelone carbonária: Jabuti Piranga *Geochelone denticulata: Jabuti Tinga CARACTERÍSTICAS QUELÔNIOS *Recobertos por placas ósseas que formam a carapaça e o plastrão *Olhos com terceira pálpebra *Sem dentes: placas córneas *Dois ovários: ovários de tamanhos variados *Sempre ovíparos *Oviduto similar ao das aves *Pênis com glande e sulco dorsal *Dimorfismo sexual: curvatura do plastrão, tamanho da cauda e tamanho das unhas *Para ter 100% de certeza do sexo: bota ovo LACERTILIA – LAGARTOS *Recobertos por escamas -> ecdise (fazem troca das escamas a vida toda) *Pálpebra superior maior, terceira pálpebra rudimentar *Com dentes, língua com função exploratória (problema na língua -> qualidade de vida inferior) *Oviduto similar ao das aves *Dois ovários compactos *Presença de dois hemipênis *Dimorfismo sexual: poros cutâneos, tamanho, coloração (algumas espécies sem dimorfismo) SERPENTES *Recobertas por escamas, também fazem a troca de escamas semanalmente ou mensalmente *Olhos recobertos por escudo ocular que também é trocado, se ficar retido podecausar problema *Quatro pares de dentição Áglifas: não tem veneno mas fazem constrição; sucuri, jiboia, salamanta Opistóglifas: tem veneno; muçurana e falsa-coral Proteróglifas: tem veneno; corais verdadeiros Solenóglifas: tem veneno e inoculam em uma mordida só, após o animal acaba falecendo com o tempo; jararaca, cascavel *Dois hemipênis, dimorfismo sexual pela cauda FISIOLOGIA *Ectotermia: dependência da temperatura ambiental, termorregulação comportamental -> comportamentos diferentes dependendo do horário do dia *Taxa metabólica basal: variável com a temperatura corporal, em temperaturas ótimas 7 vezes menor que os mamíferos *Taxa de crescimento: dependente da alimentação, espaço e temperatura adequadas -> se há algum problema nesses aspectos, há deficiência no crescimento *Temperatura e taxa metabólica basal: adaptação ao meio, sazonalidade + resistência (pode mudar de acordo com a época do ano, jabuti e tartaruga não se alimentam no frio), limitação de distribuição geográfica *Não possuem diafragma assim como as aves ALIMENTAÇÃO *Jabutis: onívoros (frutas, legumes, invertebrados e vertebrados) *Cágados, tigre d’água: carnívoros (invertebrados, vertebrados pequenos e também vegetais) *Iguanas: adultas herbívoras, quando jovens ingerem invertebrados e outras fontes de proteína animal. A alimentação de iguanas ainda causa controvérsia, em cativeiro notamos a necessidade de utilizar proteína de origem animal, mesmo nos adultos *Teiús (lagartos): onívoros (invertebrados, pequenos vertebrados, ovos e filhotes de repteis e aves, frutas e legumes) *Cobras: Ofiígagas: coral, muçurana Aves e mamíferos: jiboias, caninana, pítons, cascavéis, jararaca Moluscos: corre-campo Anfíbios e peixes: cobra d’água Lagartos: jiboias, cascavéis Anelídeos: cobra do lodo *As espécies que requerem aves e pequenos mamíferos como alimento são mais fáceis de serem mantidas em cativeiro. O alimento pode ser fornecido vivo ou morto, conforme o sistema de manejo e os hábitos alimentares dos animais VIAS DE ADMINISTRAÇÃO *SC, IV, intracelomatico, IM (depende do medicamento e da finalidade do medicamento) DERMATITES *Doença vesicular *Normalmente causada por manejo inadequado -> microrganismos oportunistas em situações de ambiente muito úmido ou muito seco *Serpentes *Lesões preenchidas por liquido *Pouca ventilação *Substrato úmido (alta umidade relativa) *Contaminação bacteriana secundária *Tratamento: alterações ambientais, pomadas DERMATITE NECROTICA *Podridão da escama secundárias a trauma, fatores ambientais, corpos estranhos ou iatrogênica (injeções) *Vantagem de repteis é que trocam de escamas, tratamento suporte -> hidratação, antibiótico, curativo, pomada QUEIMADURAS *Comum de ocorrer porque buscam ambiente mais aquecido *Não conseguem ter o instinto de sair desse local quente, principalmente na região ventral do corpo *Infecção bacteriana secundária -> Pseudomonas spp. *Tratamento: terapia de suporte, pomadas, fluidoterapia, vitamina C, curativo, tratamento longo DISECDISE *Escamas retidas *Dificuldade na muda *Ambiente sub-ótimo *Baixa umidade relativa ou muito alta *Falta de banho *Escamas velhas retidas *Doenças endócrinas *Quelônios: retenção de placas córneas, falta de sol, osteodistrofia, iluminação inadequada *Tratamento simples: agua morna, remoção de escudos oculares *Serpentes: cuidar com retenção de escudo córneo -> remover com calma ECTOPARASITOS *Carrapato, piolho *Evitar remover manualmente -> infecção de peças bucais *Tratamento: Ivermectina DOENÇAS FUNGICAS *Aspergillus *Diferenciar de abcessos *Tratamento: curativos, cirurgias MÍIASES *Podem ocorrer em animais que não são manejados corretamente *Umidade, temperatura *Tratamento: remoção de larvas, limpeza da ferida, evitar recorrência PAPILOMATOSE *Vírus *Nódulos e verrugas *Tartarugas marinhas *Estresse ambiental -> diminui imunidade *Tratamento: cirúrgico DUC – DERMATITE ULCERATIVA DO CASCO *Cagados *Citrobacter freundii *Ulceras necróticas na pele e casco *Tratamento: cuidados tópicos, melhora na agua, suporte, antibiótico DOENÇAS RESPIRATÓRIAS *Sinais clínicos: secreção nasal (rinite, pneumonia), engasgo, boca aberta, sons anormais, serpentes cabeça elevada e boca aberta, jabutis distensão do pescoço, cagados natação inclinada (pneumonia, avaliar como está nadando é essencial) *A pneumonia em repteis independente do agente causador, está sempre associada com hipovitaminose A -> precisa suplementar *Agentes: Aeromonas spp., Klebsiella spp., Pasteurella spp., Protheus spp., Pseudomonas spp. DOENÇAS DIGESTÓRIAS – ESTOMATITE *Anorexia, perda de peso e letargia, hipersalivação, petéquias no início, material endurecido (amarelo acastanhado), aspiração do material (pode ter sinal respiratório associado) *Tratamento: antibioticoterapia, ambiente e manejo, fluidoterapia, limpeza da ferida e do ambiente _____________________”_____________________”_____________________”___________ Créditos: - Aula ministrada pelo MV. Msc. José Carlos Roble Junior - Resumo desenvolvido por Estela Dall’Agnol Gianezini, MV. Pela UFPR setor Palotina
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