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Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 0 MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES Medicina de Pequenos Ruminantes Danny Elis Simioni Dannyelis89@gmail.com 2019/1 Os resumos utilizados para elaboração deste polígrafo não são de minha autoria e foram feitos por alunos, portanto, podem conter erros. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 1 SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM 07:30 08:30 09:30 10:30 11:30 12:30 13:30 14:30 15:30 16:30 17:30 Datas de provas e saídas Anotações Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 2 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 3 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 4 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 5 Sumário PLANEJAMENTO ACADÊMICO SEMESTRAL ....................................................................................................................................7 EXAME CLÍNICO GERAL ................................................................................................................................................................11 PARÂMETROS FISIOLÓGICOS ............................................................................................................................................................11 LINFONODOS PALPÁVEIS .................................................................................................................................................................11 MORFOLOGIA DOS OVINOS .............................................................................................................................................................11 DIVISÃO DO REBANHO ...................................................................................................................................................................11 AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO CORPORAL EM OVINOS ...............................................................................................................................13 DOENÇAS METABÓLICAS .............................................................................................................................................................15 TOXEMIA DA PRENHEZ ...................................................................................................................................................................15 INTOXICAÇÃO POR COBRE ...............................................................................................................................................................19 UROLITÍASE .................................................................................................................................................................................23 ENFERMIDADES DO SISTEMA REPRODUTIVO ..............................................................................................................................25 BRUCELOSE OVINA ........................................................................................................................................................................25 ABORTO EM OVINOS E CAPRINOS .....................................................................................................................................................27 PROLAPSOS .................................................................................................................................................................................28 OBSTETRÍCIA E NEONATOLOGIA ..................................................................................................................................................31 OBSTETRÍCIA ................................................................................................................................................................................31 DISTOCIAS ...................................................................................................................................................................................33 NEONATOLOGIA ...........................................................................................................................................................................35 SISTEMA DIGESTÓRIO ..................................................................................................................................................................38 DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO ..................................................................................................................................................39 ASPECTOS CLÍNICOS DAS VERMINOSES .......................................................................................................................................43 PARASITOSES GASTROINTESTINAIS ....................................................................................................................................................43 DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO ...............................................................................................................................................49 DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO .......................................................................................................................................................49 AFECÇÕES DO SNC .......................................................................................................................................................................50 DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ........................................................................................................................................52 TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR .......................................................................................................................................................52 TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR ......................................................................................................................................................55 DOENÇAS DO SISTEMA TEGUMENTAR ........................................................................................................................................56 ECTIMA CONTAGIOSO ....................................................................................................................................................................56 LINFADENITE (MAL DO CAROÇO) .......................................................................................................................................................57 DERMATOFILOSE (LÃ DE PAU) ..........................................................................................................................................................58 PITIOSE EM RUMINANTES ...............................................................................................................................................................58 SARNA .......................................................................................................................................................................................58 PIOLHOS .....................................................................................................................................................................................59 FOTOSSENSIBILIZAÇÃO ...................................................................................................................................................................60 DERMATITE ALÉRGICA SAZONAL .......................................................................................................................................................60CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ...............................................................................................................................................61 CERATOCONJUNTIVITE....................................................................................................................................................................61 DOENÇAS DO SISTEMA LOCOMOTOR ..........................................................................................................................................62 ARTRITE E ENCEFALITE CAPRINA (CAE) ..............................................................................................................................................62 FOOT ROOT: PODODERMATITE INFECCIOSA (PODRIDÃO DOS CASCOS)........................................................................................................64 DERMATITE INTERDIGITAL (“FRIEIRA”) X PODODERMATITE BENIGNA .........................................................................................................66 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 6 Anotações Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 7 Planejamento Acadêmico Semestral Mês Semana D ia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Mês Semana D ia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 8 Mês Semana D ia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Mês Semana D ia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 9 Mês Semana D ia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Mês Semana D ia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 10 Anotações Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 11 Exame Clínico Geral Parâmetros Fisiológicos Parâmetros Ovinos Caprinos TR Cº FC FR Linfonodos Palpáveis Morfologia dos Ovinos • Presença de glândulas interdigitais que servem como marcador de território; • Forame infraorbitário evidente abaixo dos olhos; • Glândula inguinal; • Cauda comprida e caída com 3 a 32 vértebras, enquanto caprinos possuem cauda mais elevada com 12 a 16 vértebras; • Chifres dos ovinos estão na porção transversal, são triangulares e espiralados. Já os dos caprinos são ovalados achatados de cima para baixo e voltados para trás; • O perfil nasal dos ovinos é convexo; dos caprinos, planos e curtos; • Ovinos tem 54 cromossomos, enquanto caprinos com 60; Divisão do Rebanho Quanto à Idade e Maturação Sexual CATEGORIA CARACTERÍSTICAS Cordeiro Nascimento até 5 a 7 meses; Borrego Macho de 7 meses até estar apto para reprodução (12 a 18 meses); Borrega Fêmea dos 7 meses até o primeiro parto (12 a 18 meses); Carneiro Macho adulto reprodutor; Ovelha Fêmea adulta a partir do primeiro parto; Capão Macho castrado; Importante para a produção de lã pois ocorre redução da exigência alimentar com boa produção sob mantença; Rufião Usado para identificação do cio; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 12 Quanto à Idade Dentária • Assim como os bovinos, os ovinos não possuem os incisivos superiores, apresentando no local uma adaptação chamada pulvino dentário. Arcada Incisivos Nº de pares Pré- molares Molares Total de pares Superior Pulvino dentário; 0 3 3 6 Inferior Pinças 1 3 3 10 Primeiros médios 1 Segundos médios 1 Cantos 1 Total de dentes - 8 12 12 32 • As alterações nos dentes são parâmetros para identificar a idade dos animais; o Os dentes de leite podem ser diferenciados por sua forma mais achatada e larga; o Os dentes permanentes podem ser diferenciados por serem mais compridos e por se afastarem cada vez mais à medida que o animal envelhece. o Com menos de 1 ano de idade os ovinos possuem todos os dentes decíduos; ▪ Os primeiros dentes que caem são as pinças, indicando que o animal tem pouco mais de um ano, sendo chamado na prática que o animal tem “2 dentes” (permanentes); ▪ Os próximos a caírem são os primeiros médios, com idade entre 18 e 30 meses (entre 1,5 a 2,5 anos), sendo chamados de “4 dentes”; ▪ O último a cair, aos 3,5 anos, são os cantos, a partir de então os animais são chamados de “boca cheia”; Esquema Geral de Dentição Fotos: Fábio Ximenes Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 13 Avaliação da Condição Corporal em Ovinos • Para correta avaliação do escore de condição corporal (ECC), especialmente em ovinos lanados, é necessária palpação. • Locais para avaliação: o Processos espinhosos e transversos das vértebras lombares; ▪ São escolhidas para este fim pois é o último local onde será depositada a gordura; o Costelas; • Utiliza-se a escala de 1 a 5, atribuindo 1 para animal muito magro e 5 para animal muito gordo. • Como a avaliação do ECC é subjetivo, é necessário que a mesma pessoa seja responsável por todas as observações do rebanho. Sistema de Classificação da Condição Corporal EC C 1 Processo espinhoso agudo e proeminente. Não há cobertura de gordura. As apófises transversais são agudas e seus extremos são palpáveis. EC C 2 Processo espinhoso agudo e proeminente. Há cobertura muscular e pouca cobertura de gordura. As apófises transversais são suaves e levemente arredondadas, sendo possível ultrapassar suas extremidades sob pressão. EC C 3 Os processos espinhosos estão suaves e arredondados, podem ser palpados apenas sob pressão. As apófises transversais estão suaves e bem cobertas. O preenchimento muscular é completo, com alguma cobertura de gordura. EC C 4 O processo espinhoso apenas pode ser detectado sob pressão, como uma linha dura. As apófises transversais não são palpáveis. A cobertura muscular está completa e recoberta por gordura. EC C 5 O processo espinhoso não é palpável. Ao longo da coluna se observa uma depressão. As apófises transversais não são detectadas. A cobertura muscular é completa e recoberta de gordura. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 14 Monitoramento do Escore da Condição Corporal • Locais para avaliação do ECC: o Processos espinhosos das vértebras lombares (a); o Processos transversos das vértebras lombares (b); o Costelas (c); • Classificação pelo ECC: o Muito magro; o Magro; o Regular; o Gordo; o Muito gordo. Recomendação ECC em ovelhas Fase ECC recomendado Estação de monta 3 1º terço de gestação 3 2º terço de gestação 2,5 a 3 3 º terço de gestação 3 a 4 Ao parto simples 3 a 3,5 Ao parto múltiplo 3,5 a 4 Ao desmame >2 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 15 Doenças Metabólicas Toxemia da Prenhez • Definição: o Cetose; moléstia dos cordeiros gêmeos; oDistúrbio metabólico que ocorre em ovelhas e cabras nas últimas 2 a 4 semanas de gestação. • Causas: o Hipoglicemia fisiológica no final da prenhez com consequente aumento da produção de corpos cetônicos; Patogenia • Em prenhez múltipla, o requerimento energético aumenta consideravelmente a partir do 3º mês pois os fetos necessitam de glicose, aumentam a hipoglicemia e consequente produção de corpos cetônicos, causando o quadro clínico da toxemia. • Com o crescimento dos fetos, ocorre redução do espaço disponível para expansão do rúmen, causando redução na ingestão alimentar e agravamento da hipoglicemia e produção excessiva de corpos cetônicos. • Alterações hormonais no final da gestação: aumento da produção de estrógenos e cortisol causam redução do consumo alimentar e aceleram a lipólise. • Balanço energético negativo + ↑ da mobilização de gordura + ↑ da produção de ácidos graxos não esterificados → oxidação hepática → cetose + lipidose hepática. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 16 Sinais clínicos • Fase 1: o Apetite preservado; o Isolamento; o Apatia; o Andar sem objetivo ou apoio em obstáculos; o Surdez; • Fase 2: o Anorexia; o Alterações de postura e locomoção: ▪ Se mantém em estação, ataxia; ▪ Apática e sem estimulo; o Mímica de mastigação; o Ranger de dentes; o Andar em círculos; o Opistótono; • Fase 3: o Decúbito permanente esternal/lateral; o Depressão da consciência; o Coma; o Morte; Classificação Tipo I: subalimentação • Subalimentação do decorrer da gestação; • Evolução crônica devida a subnutrição contínua; • Hipoglicemia e acetonemia aumentam gradativamente (evolução crônica); • Pode estar associada a doenças caquetizantes; • Condição corporal crítica - < 2,5 (0 – 5). • Evolução subaguda: 10 a 15 dias; Tipo II: superalimentação • Animais obesos; alimentação rica em energia; • Condição corporal > 3,5 (0 a 5); • Patogenia: o Animal com reserva energética para o feto; o Fator de estresse para desencadear a doença: ▪ Doença; ▪ Mudança de manejo alimentar; ▪ Viagem (transporte); ▪ Tosquia; ▪ Casqueamento ▪ Vacinação, etc. o Estresse causa anorexia aguda → hipoglicemia. o A hipoglicemia causa súbita e intensa mobilização das reservas energéticas → esteatose hepática (fígado gorduroso) + produção de corpos cetônicos → redução da gliconeogênese → piora da hipoglicemia → aumento da lipólise → agravamento do quadro clínico; • Evolução aguda: 3 a 8 dias; Diagnóstico • Anamnese: final de gestação múltipla; • Sinais clínicos: o Apatia; o Decúbito; o Anorexia; o Sinais nervosos; o Coma; o Morte; • Exames complementares: o Bioquímica sérica: ▪ Determinação de corpos cetônicos; ▪ Bioquímica sérica; ▪ Determinação de ß-hidroxibutirato sérico - Prova de eleição “gold standard”; ▪ Desvantagens: • Poucos laboratórios analisam; • Equipamento e estrutura laboratorial; • Custo elevado; • Hemólise interfere no resultado; o Alterações frequentes: ▪ Hipoglicemia; ▪ Hipercetonemia; ▪ Cetonúria; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 17 Tratamento • Alta mortalidade: o Início imediato do tratamento assim que os primeiros sinais clínicos aparecerem. • Tratamento da hipoglicemia e redução da lipólise: o Associação de soluções de glicose; o Solução de glicose a 5%, por via endovenosa (250 a 500 ml, BID); o Precursores de glicose via oral: ▪ Glicerol (glicerina líquida 150 a 200 ml/dia, BID); ▪ Propilenoglicol (200 ml/dia BID); • Reduzir a demanda energética: o Cesariana: ▪ Início da enfermidade → maior taxa de sucesso; ▪ Estágio avançado → opção emergencial; o Indução do parto: ▪ 10 mg de prostaglandina F2α (se estiver na última semana de gestação); ▪ Glicocorticoide: 25 mg de dexametasona (data do parto desconhecida). Prevenção • Manejo nutricional adequado e manutenção do ECC: o Plano de nutrição na 2ª metade da gestação: ▪ ECC ideal 3 a 3,5; • Dividir animais em lotes conforme período gestacional; • Dividir animais em lotes de acordo com o número de fetos; • Evitar alterações súbitas na alimentação; • Em caso de animais obesos – estimular exercícios; • Estratégias de manejo a serem adotadas de acordo com o ECC em ovelhas: o 2 a 2,5: flushing; o 2,75 a 3,25: apta a entrar na estação reprodutiva; o 3,5 a 4: restrição alimentar. • Relação entre fase reprodutiva e ECC cabras: o Secagem: 2,25 a 3,5; o Parto: 2,75 a 3,5; o Pico de lactação (45 a 60 dias pós-parto): > 2; Fase Reprodutiva ECC ideal Reprodução (acasalamento) 2,75 a 3,25 Fase intermediária da gestação 2,5 a 4,0 Parição simples 3,0 a 3,5 Parição gemelar 3,5 a 4,0 Desmame > 2,0 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 18 Casos clínicos Paciente 1: • Fêmea caprina, adulta, com aproximadamente 120 dias de gestação, ao retornar de uma feira de exposição apresentou apatia, anorexia e decúbito prolongado. • O proprietário relatou que a cabra estava “esquisita” quando levantada apresentava incoordenação e parecia estar cega. Paciente 2: • Fêmea ovina, adulta, apresentou apatia, anorexia e decúbito prolongado. • O proprietário relatou que possivelmente a ovelha estava prenha. Nos últimos dias se isolou do rebanho, andava a esmo. De manhã foi encontrada caída. Semelhanças entre os quadros clínicos • Fêmeas ovinas; • Ambas se apresentam prenhas em período final da gestação e com os mesmos sinais clínicos; • O ECC que se diferencia bastante: o Paciente 1: ECC 4; o Paciente 2: ECC 2. • As ovelhas evoluíram para sinais nervosos: o Depressão da consciência; o Surdez; o Incoordenação; o Andar em círculos. o Na fase terminal: tremores musculares, mímica de mastigação e ranger de dentes, coma e morte. • A paciente 2 foi a óbito e na necropsia apresentou fígado gorduroso. • Período de gestação em ovinos é de aproximadamente 150 dias, variando de 146 a 152 dias (5 meses). • Como proceder? o Em exame físico, temperatura sem alterações, taquicardia e taquipneia. o Exames complementares: ▪ Urinálise (observar corpos cetônicos) – presença de cetonúria; ▪ Beta-hidroxibutirato aumentado; ▪ Hipercetonemia; ▪ Hipoglicemia. • Diagnóstico: toxemia da prenhez. Paciente 1 Paciente 2 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 19 Intoxicação por Cobre Patogenia • Acúmulo de cobre no organismo; • Ovinos: o Muito sensíveis; o Reduzida capacidade de excreção; • Origem da intoxicação: o Aguda; ▪ Ocorrência acidental; ▪ Administração de altas doses de cobre via oral ou injetável; ▪ Tratamento para deficiência de cobre; ▪ Pedilúvio com sulfato de cobre (ingestão do líquido); o Crônica; ▪ Acumulativas; • Após exposição prolongada (meses ou anos) a doses diárias de aproximadamente 3,5 mg/kg; • Ingestão de alimentos contendo altos níveis de cobre (erro na formulação, ração para bovinos, etc.); • Fontes menos comuns: contaminação de pastagens por corrosão de cabos elétricos, emanações industriais e adubações da pastagem com fezes de suínos alimentados com alimentos com alto teor de cobre; ▪ Secundárias; • Animais com lesão hepática prévia são mais suscetíveis a intoxicação por cobre); o Intoxicação por ingestão de Senecio spp., por exemplo; • Consumo de alto teor de cobre com deficiência de molibdênio (proporção Cu:Mo acima de 10:1); • Etiopatogenia: o Fase pré-hemolítica: ▪ Fase pré-hemolítica; ▪ Acumulo de Cu nos hepatócitos periféricos à veia central; • Sem manifestações clínicas; • Pode durar semanas ou anos; ▪ Necrose hepática; ▪ Elevação de enzimas hepáticas: 4 a 6 semanas antes da crise; o Fase hemolítica: ▪ Níveis máximos de Cu são alcançados (1.000mg/Kg M.S.);▪ Necrose hepática: maior parte ocorre nesse momento; ▪ Liberação de Cu para o sangue; • Penetração nas hemácias → hemólise; • Não é totalmente compreendida; • Relacionada com fatores estressantes: o Diminuição ou mudança de alimentação; o Transporte; o Final de gestação; o Lactação • Surgimento de manifestações clínicas; o Fase pós-hemolítica: ▪ Anemia, hemoglobinúria; ▪ Insuficiência renal aguda (IRA): • Vasos sanguíneos renais, glomérulos e néfrons: o Degeneração e necrose em decorrência da infiltração de cobre e hemoglobina; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 20 Sinais Clínicos • Estado geral: o Animal apático; o Bom estado nutricional • Exame físico: o Temperatura corporal, frequência cardíaca e respiratória e linfonodos: sem alterações; o Mucosas acastanhadas ou ictéricas; o Movimentos ruminais normais a reduzidos; o Urina: hemoglobinúria; o Fezes: ▪ Diarreicas; ▪ Presença de sangue; ▪ Fétidas e escuras; Diagnóstico • Histórico e anamnese: o Histórico de alimentação dos animais; o Surgimento súbito dos sinais clínicos; o Bom estado nutricional; o Sinais clínicos; • Exames complementares: o Hemograma; ▪ Anemia hemolítica; o Bioquímica sérica: ▪ Avaliação da função hepática; • Enzimas hepáticas aumentadas indicando lesão; o ↑ AST, GGT e CK; ▪ Avaliação da função renal; • Azotemia; o ↑ ureia e creatinina; • Hemoglobinúria; • Isostenúria; o Necropsia: ▪ Icterícia generalizada; ▪ Líquido seroso nas cavidades; ▪ Fígado friável e amarelo; ▪ Rins enegrecidos; • Diagnóstico definitivo: o Determinação do teor de cobre no rim e no fígado; ▪ Rim: superior a 80 ppm - maior valor diagnóstico; ▪ Fígado – superior a 350 ppm; • Teores podem estar normais pela liberação hepática de Cu para o sangue. Fezes diarreicas. Água oxigenada: detecção de sangue nas fezes. Mucosas acastanhadas. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 21 Tratamento • Normalmente é ineficaz: o Mais eficaz quando realizado antes da crise hemolítica; • Terapia de suporte para insuficiência renal: o Fluidoterapia; • Terapia para anemia: o Transfusão de sangue dependendo da gravidade; • Terapia para diminuir cobre hepático: o Suspender da dieta; o Diminuição da absorção de cobre; o 100 mg molibdato de sódio; o 1 g sulfato de sódio anidro; o Tratamento diário; • Tratamento dos demais animais do rebanho: ▪ Molibdato de amônio (50 a 100 mg/animal/dia, VO) e tiossulfato de sódio (300 a 1000 mg/animal/dia, VO) durante 3 semanas; o Minimizar as situações de estresse até o término do tratamento; o Eliminar as fontes de cobre da alimentação. Prevenção • Evitar o fornecimento de dieta com alto teor de cobre (acima de 10 ppm); • Dieta balanceada de cobre: molibdênio; o Superior a 10:1; • Incluir molibdênio na dieta. Casos Clínicos Paciente 3 • Fêmea ovina adulta da raça Santa Inês, com bom estado nutricional; • De acordo com o proprietário apresentou anorexia, diarreia, apatia e urina de coloração escurecida parecendo Coca-Cola; • Alimentação: o Confinamento; o Alimentação rica em concentrado (preparação para feira) o Feno de alfafa; o Ração a base de polpa cítrica; • Exames complementares: o Hemograma: anemia: ▪ Hematócrito: 24% (27 a 45%); ▪ Plasma hemolisado; o Bioquímicos: ▪ Lesão Renal: • Ureia: 236,2 mg/dL (8 a 20 mg/dL); • Creatinina: 8,4 mg/dl (1,2 a 1,9 mg/dL); ▪ Função hepática: • Proteína: 8,0 g/dL (6 a 7,9 g/dL); • Albumina: 2,5 g/dL (2,4 a 3 g/dL); • AST: 484,5 (60 – 280); • GGT: 70,4 (6 a 17,4); • CK: 1899,9 (35 a 280); o Determinação do teor de cobre no rim e no fígado: ▪ Soro: 7,51 mg/kg (0,7 a 2,0 mg/Kg); ▪ Rim: 368 ppm (5 a 30 ppm); ▪ Fígado: 1392 ppm (40 a 300 ppm); • Óbito: necropsia: o Icterícia generalizada; o Líquido seroso nas cavidades; o Fígado friável de cor amarelada; o Rins enegrecidos. Paciente 3 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 22 Paciente 4 • Ovino adulto, macho, da raça Hampshire Down, reprodutor de cabanha que foi recentemente adquirido na Expointer. • O proprietário relatou apatia repentina, anorexia e urina de coloração escurecida. • Alimentação: o Rica em concentrado; ▪ Cobre pode não aparecer na bula e mesmo assim estar presente em suplementos minerais; ▪ Componentes da mistura mineral podem estar contaminados com cobre; o Preparação para feira; • Exames complementares: o Anemia; o Lesão hepática (enzimas hepáticas aumentadas); o Lesão renal (IRA): ▪ Urinálise – hemoglobinúria e isostenúria (densidades baixas); ▪ Azotemia – aumento de ureia e creatinina; o Determinação do teor de cobre no rim e no fígado: ▪ Soro: 146 μg/dL (50 a 200 mcg/dL); • Tratamento: o Fluidoterapia contínua; o Transfusão sanguínea; o Diminuição da absorção de cobre – 1 semana após internação; ▪ 100 mg molibdato de sódio; ▪ 1 g sulfato de sódio anidro; Semelhanças entre os quadros clínicos • Exame físico: o Animal apático; o Bom estado nutricional; o Mucosas acastanhadas ou ictéricas. o Fezes amolecidas com presença de sangue (fétidas e escuras). o Hemoglobinúria. o Manifestações clínicas de aparecimento súbito. • Exames complementares: o Paciente 3: ▪ Anemia hemolítica (degradação de hemácias). ▪ Exames bioquímicos: • Ureia e creatinina aumentadas, caracterizando lesão renal (IRA). • Proteína e albumina alteradas; • Enzimas hepáticas muito elevadas (AST, GGT e CK): lesão hepática. o Paciente 4: ▪ Anemia severa; ▪ Transfusões sanguíneas; ▪ Lesão renal grave (azotemia); ▪ Urinálise: • Hemoglobinúria; • Isostenúria. • Diagnóstico: intoxicação por cobre. Paciente 4 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 23 Urolitíase Definição • Formação de cálculos no trato urinário; • Urolitíase obstrutiva - quadro clínico observado quando há obstrução da passagem da urina por cálculos. Fatores Predisponentes • Fatores nutricionais: o Dietas ricas em fósforo; ▪ Desiquilíbrio na relação cálcio/fósforo; ▪ Aumento da fosfatemia e eliminação de fosfato via urinária; ▪ Formação de cálculos urinários; o Baixo consumo de água ou diminuição da eliminação renal (dias quentes): ▪ Precipitação de fosfato; ▪ Pastagens em solos ricos em sílica – urólitos de sílica; ▪ Pastagens que contém oxalato; • Fatores anatômicos: o Machos; o Jovens; o Castrados (uretra fina e alongada); Formação do Cálculo • Desenvolvimento de um núcleo - formado por células epiteliais descamadas; • Fatores que facilitam a precipitação dos solutos – fatores nutricionais; • Fatores que favorecem a concreção: mucoproteínas originadas de dietas com excesso de concentrado e falta de volumoso; Sinais Clínicos • Disúria: o Gotejamento de urina ou sangue – obstrução parcial; o Obstrução total - região prepucial seca e pode haver depósitos minerais no prepúcio; • Dor: o Tensão abdominal aumentada; o Inquietação; o Isolamento; o Posição de cavalete; o Locomoção difícil; • Evolução do quadro clínico: o Ruptura da uretra; o Ruptura da vesícula urinária; ▪ 48 a 72 horas após o início do quadro clínico; ▪ Melhora dos sinais clínicos de disúria; ▪ Apatia, incoordenação, sinais de endotoxemia, distensão abdominal bilateral, acúmulo de urina na cavidade; ▪ Uremia; ▪ Morte em 2 a 3 dias após a ruptura. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 24 Tratamento • Amputação do processo uretral; o Antiespasmódicos: ▪ Butilescopolamina: 0,8 mg/Kg a cada 8 horas; o Acidificantes da urina: ▪ Cloreto de amônio (40 mg/Kg/dia); • Avaliação do apêndice vermiforme:o Ponto mais comum de obstrução em pequenos ruminantes; o Sedação do animal - diazepam (0,1 mg/Kg) ou Acepromazina (0,5 a 1,0 mg/Kg); o Exposição do pênis – inspeção e palpação do apêndice vermiforme – pode estar edemaciado, necrosado e obstruído; • Evitar a sondagem: compactação dos cálculos na flexura sigmoide; • Cirúrgico: o Uretrostomia perineal o Cistotomia com aplicação de sonda: ▪ Dificuldades em localizar a obstrução; ▪ Complicações cicatriciais após a cirurgia podem inutilizar o animal para a reprodução; Prevenção • Correção da concentração de minerais na alimentação: o Relação Cálcio- Fósforo (> 2:1); • Adição de cloreto de amônio (40 mg/Kg/ dia): o Diminuição do pH urinário; • Realizar a castração o mais tarde possível → 6 meses. Casos Clínicos Paciente 5 • Ovino macho jovem castrado; • O proprietário relatou que o animal estava inquieto, “berrando” muito, com dificuldade de locomoção “parecia duro” e com dificuldades para urinar. • Estava isolado no piquete, sem comer e sem beber água. • Anamnese: o Animal confinado em piquete pequeno; o Dieta rica em concentrado e baixa em fibra: ▪ Alimento a base de grãos e subprodutos; ▪ Proporções Ca:P 0,5:1; o Proprietário não sabe relatar se o animal está urinando; • Exame físico: o Temperatura corpórea normal; o Freq. cardíaca aumentada; o Freq. respiratória aumentada; o Mov. ruminais diminuídos a ausentes; o Mucosas NDN; o Linfonodos NDN; o Palpação abdominal: ▪ Tensão abdominal aumentada; ▪ Vesícula urinária distendida; ▪ Sensibilidade. o Disúria: ▪ Inquietação; ▪ Locomoção difícil; ▪ Desconforto abdominal e cólica; ▪ Tentativas frequentes de micção: • Vocalização; • Ranger de dentes; • Isolado, recusa-se a beber ou comer; • Exames complementares: o US: ▪ Distensão da vesícula urinária; ▪ Urina na cavidade abdominal - área anecoica; ▪ Vísceras abdominais - hiperecoica deslocados dorsalmente pela urina. o Bioquímica sérica: ▪ Azotemia: aumento de ureia e creatinina; Paciente 5 Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 25 Enfermidades do Sistema Reprodutivo Brucelose Ovina • Rara em caprinos; • Importante em ovinos: epididimite em carneiros; • Causada pela bactéria Brucella ovis, gram negativa; o Não é zoonose!! • Epidemiologia: o Informações de prevalência são escassas; o Carneiros de todas as idades e raças; ▪ Carneiros mais velhos é mais frequente – vida reprodutiva; ▪ Rufiões também podem infectar-se; ▪ Animais jovens; o Ovelhas podem se contaminar – portadoras; • Transmissão: o A principal via é a venérea através do sêmen; o Durante a estação reprodutiva, a ovelha aceita mais de uma cobertura; o Macho não infectado se contamina na ovelha portadora coberta anteriormente por macho infectado; Patogenia Bactéria penetra através das mucosas do sistema reprodutivo; 2º mês: • Bacteremia; Reação inflamatória: • Granulomas; • Atrofia testicular; 1º mês: • Resiste à destruição fagocitária; • Multiplicação lenta; No epidídimo: • Epididimite; • Destruição dos ductos; • Acúmulo de espermatozoide. Infertilidade. Sinais Clínicos • Inflamação na cauda do epidídimo - pode estender ao corpo e cabeça; o Aumento de volume de todo epidídimo; o Epididimite unilateral tem fertilidade; ▪ Libido normal; o Epididimite bilateral são inférteis (pouco comum); o Sêmen com leucócitos, pouco número de espermatozoides. • Em casos avançados – inflamação e degeneração testicular; o Testículos moles e atrofiados; • Aderência e fibrose; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 26 Diagnóstico • Quando suspeitar de brucelose ovina? o Histórico e anamnese: ▪ Rebanhos com baixos índices de fertilidade; ▪ Carneiros com alterações nos testículos; ▪ Nascimentos de cordeiros fracos; ▪ Abortos (raros de ocorrer); • Manifestações clínicas; • Exame clínico: o Inspeção; o Palpação; • Exames complementares: o Exames diretos: ▪ Isolamento bacteriano – sêmen, descargas vaginais, tecidos; o Exames indiretos: ▪ Sorologia: • Imunodifusão em gel ágar; • Fixação de complemento; • ELISA; Tratamento Não tem. Controle • Estratégia para eliminação de carneiros portadores; • Exame clínico e sorológico antes de iniciar a reprodução: o Todos os carneiros; o Eliminar positivos; • Manejo: o Criar carneiros adultos e jovens separados para evitar transmissão; o Exame negativo de brucelose (sorologia) - compra de reprodutores; • Legislação vigente no RS: o Programa Estadual de Sanidade Ovina (PROESO): ▪ Carneiros para participarem de feiras e exposições devem possuir atestado negativo para brucelose – para obtenção de GTA; • Resultado negativo ao teste de imunodifusão em gel de ágar; ▪ Laboratórios credenciados: • Bagé, Eldorado do Sul, Santa Maria, Alegrete, Pelotas; ▪ Certificação facultativa de propriedades livres de epididimite: • 2 sorologias negativas (intervalo de 60 a 90 dias), de carneiros inteiros, acima de seis meses de idade - Propriedade livre de Epididimite Ovina por 24 meses; • Após 24 meses reavaliar - sorologia de todos os carneiros inteiros da propriedade. ▪ Propriedade livre - fica isenta de apresentar exames laboratoriais para emissão da GTA; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 27 Aborto em Ovinos e Caprinos • Expulsão fetal antes do desenvolvimento total: feto ainda incapaz de vida independente; • Ocorrência baixa em pequenos ruminantes: o Taxas de aborto em propriedades: ▪ Ideal: 0; ▪ < 2% - excelente e sem impacto econômico; ▪ 2 a 5% é considerado normal; ▪ > 5% - preocupantes e devem ser investigadas; • Causas: o Não infecciosas: ▪ Hereditariedade; ▪ Estresse; ▪ Deficiência nutricional; ▪ Ação de fármacos; ▪ Ingestão de plantas tóxicas; o Infecciosas: ▪ Causa mais comum; ▪ Taxas acima de 5%; ▪ Causas infecciosas devem ser investigadas; ▪ Cuidado ao manusear material abortado: pode ser zoonose; ▪ Infecção no final da gestação: • Chlamydophila abortus; • Campilobacteriose - C. fetus fetus; ▪ Infecção na metade final da gestação: • Toxoplasma gondii – agente muito importante em pequenos ruminantes; • Salmonelose; • Vírus da “border disease” – peste vírus: o Abortamento e anormalidades congênitas em ovinos; • Língua azul; o Orbivírus transmitida pelo mosquito Culicoides sp.; o Abortamento é de ocorrência sazonal (mosquito); Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 28 Prolapsos • O termo "prolapso" se refere à descida de um órgão ou de parte dele, de sua posição normal; • Em fêmeas de pequenos ruminantes pode ocorrer prolapso de vagina e/ou útero; Prolapso de Vagina • Relaxamento da fixação da vagina na cavidade pélvica; o Modificação da posição da parede vaginal; ▪ Saída e exteriorização da mucosa através da rima vulvar; • Prolapso de vagina; • Comum em ovelhas multíparas nas últimas 3 semanas de gestação; • Raro em cabras (pode ocorrer em raças leiteiras); • Classificação de acordo com a exposição cervical: o Parcial; o Total; ▪ Mais comum em ovinos; Prolapso Uterino • Eversão do útero; o Inversão e exteriorização da mucosa; ▪ Prolapso de útero; • Classificação de acordo com a exposição: o Parcial (um corno prolapsado); o Completo (dois cornos prolapsados); o Completo e total (dois cornos e cérvix prolapsados). • Geralmente após o parto ou entre 12 a 48 horas após; Epidemiologia Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 29 Etiologia • Causas não esclarecidas; • Fatores predisponentes para ocorrência do prolapso: o Aumento da pressão intra-abdominal; o Gestação gemelar; o Obesidade;o Timpanismo; • Relaxamento do sistema de fixação da vagina: o Fêmeas idosas e/ou multíparas; o Predisposição hereditária; o Defeitos anatômicos; o Corte de cauda muito curto ou incorreto; • Problemas de casco – animais permanecem muito tempo deitados; • Prolapso uterino associado a dificuldades de expulsão do feto durante o parto; Sinais Clínicos • Sinais compatíveis com o primeiro estágio de parto: o Isolamento do rebanho; o Período curto de decúbito lateral; o Contrações abdominais fortes e vocalização; o Tentativas de urinar; • Presença do prolapso: o Vagina - início é verificado quando animal está deitado, reduzindo quando levanta; o Com a evolução do quadro - não retornar a sua posição; • Lesões na mucosa prolapsada: o Depende do tempo de duração; o Início: ▪ Rósea e úmido; ▪ Edematosa e congesta. o Após a exposição prolongada: ▪ Seca e hemorrágica ▪ Necrosada; Diagnóstico • Clínico: presença do prolapso. Tratamento • Reposicionamento do prolapso: o Limpar a mucosa prolapsada com solução detergente fraca; o Ovelhas – fazer tosquia do períneo; o Se a bexiga estiver prolapsada – esvaziar antes da recolocação; o Lubrificar o tecido prolapsado – vaselina, mucilagem, óleo mineral; o Levantar os membros posteriores do animal; o Realizar massagem delicada e forçada em sentido cranial para a posição normal; o Para diminuir o edema e congestão: ▪ Colocação de açúcar (agente hidroscópico); ▪ Banho de gelo, ou água fria; • Fixação: o Anestésico epidural caudal 0,05 ml de lidocaína 2% para 45 kg PV; ▪ Ajuda também a reduzir o esforço de expulsão; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 30 o Suturas: ▪ Em bolsa; ▪ De colchoeiro; ▪ Sutura de Buhner com fio longo; • Técnica mais utilizada; • Prática e eficiente; • A vagina ou útero prolapsado são mantidos na posição natural por estreitamento vulvar; ▪ Utilização de suporte plástico uterino para prolapso; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 31 Obstetrícia e Neonatologia Obstetrícia • Relembrando: o Poliéstricas estacionais de dia curto; o Gestação -150 dias (146 a 152 dias); • Estação reprodutiva controlada: o Cuidados durante a gestação; o Manejo pré-parto; o Manejo do parto; o Manejo pós-parto; o Eficiência da produção. • Manejo durante a gestação: o Alimentar; o Do ECC; o Sanitário geral (manter a saúde do rebanho); o Em ovelhas -tosquia Pré-parto 70 dias de gestação; ▪ Aumento do peso do cordeiro ao nascimento; • Manejo pré-parto: o Cuidados redobrados com o terço final; o 30 dias pré-parto: ▪ Tosquia higiênica; ▪ Vacinação: clostridioses; • 2 a 6 semanas Pré-parto; ▪ Vermifugação; ▪ Revisão e apara dos cascos; o 10 a 7 dias pré-parto: ▪ Trazer rebanho para potreiro de fácil acesso; ▪ Revisar o rebanho pela manhã e à tarde; • Manejo do parto: o Fases: ▪ Dilatação; • Duração: o 3 a 6 horas: • Início: contrações; fim: rompimento bolsas fetais; • Comportamento: o Se isolam; o Raspam o chão como se fizessem ninho; o Alternadamente deitada/em pé; o Contrações abdominais com duração de 15-30 segundos; o Cordão mucoso na vulva; o Cabras – cauda levantada e vulva edemaciada; ▪ Expulsão do feto; • Duração: aproximadamente 1 hora; • Contrações uterina + contrações abdominais; • Partos múltiplos: o Intervalo entre nascimentos - 10-60 minutos; ▪ Expulsão de membranas fetais; • 2 a 3 horas após o final da segunda fase; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 32 • Estática fetal: o Apresentação; ▪ Relação entre o eixo longitudinal do feto e da mãe (colunas vertebrais): ▪ Longitudinal: coluna do feto paralela à da mãe: • Anterior: membros inferiores e a cabeça do feto se insinuam na via fetal mole • Posterior: membros posteriores se insinuam na via fetal mole. ▪ Transversal: relação dos eixos feto-maternal é transversal; • Dorsal: a coluna vertebral do feto que se insinua na via fetal mole; • Ventral: os quatro membros e a porção ventral do feto se insinua na via fetal mole.; ▪ Vertical: eixo longitudinal do feto e da mãe são perpendiculares (têm relação de 90°); • Dorsais: dorso fetal tenta insinuação; • Ventral: os membros e porções ventrais do feto é que se insinuam. o Posição; ▪ Relação entre o dorso materno e o dorso fetal depende da tonicidade da musculatura uterina; ▪ Superior: dorso do feto se relaciona com as porções dorsais da mãe; ▪ Inferior: ventre do feto se relaciona com as porções dorsais da mãe; ▪ Lateral: relacionamento do dorso fetal com a parede abdominal lateral da mãe; • Direita: parede abdominal direita da mãe; • Esquerda: parede abdominal esquerda da mãe; o Atitude: ▪ É a disposição dos membros e cabeça fetais com seu próprio corpo; ▪ Estendidos: membros perfeitamente estendidos; ▪ Flexionada: flexões de membros ou cabeça; • Estática fetal eutócica: o Apresentação longitudinal anterior; o Posição superior; o Atitude estendida; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 33 Distocias • Causas: o Maternas: ▪ Inércia uterina; ▪ Dilatação incompleta da cérvix; o Mecânicas: ▪ Desproporção feto pélvica; ▪ Torção uterina; ▪ Estenose cérvix, vagina; o Fetais: ▪ Apresentação anormal; ▪ Parto múltiplo; ▪ Defeitos de desenvolvimento; o Outras causas: ▪ Trabalho de parto prematuro; ▪ Trabalho de parto prolongado; ▪ Impedimento do trabalho de parto. Auxílio ao Parto • Anamnese geral: o Avaliação do manejo, alimentação, saúde e medidas profiláticas; o Idade do animal; o Período de gestação ou data da última cobertura; o Partos anteriores; o Intervalo entre partos (IEP); o Abortamentos; • Anamnese da parturiente: o Comportamento maternal: ▪ Ninho; ▪ Agitação; o Início do parto; ▪ Aparecimento e ruptura das bolsas fetais; o Contrações: ▪ Presença/ausência; ▪ Intervalo; ▪ Duração; o Partos múltiplos: ▪ Verificar se já ocorreu algum nascimento; ▪ Presença de corrimento vaginal; • Anamnese da parturiente: o Inspeção; o Estado nutricional; o Funções vitais e fisiológicas; ▪ Redução da temperatura corporal; ▪ Aumento da frequência respiratória e cardíaca; • Exame externo específico: o Abdômen: aumento excessivo, distensão; o Vulva: edema, dilatação; o Fluxos vaginais; o Ligamentos sacro-isquiáticos: relaxamento; o Glândula mamária: edema e distensão; • Palpação vaginal: o Lavar a região perineal com água e solução desinfetante, usar luvas. o Avaliar: ▪ Vias fetais: moles (lesões, ferimentos); ▪ Via fetal osseas (diâmetro, integridade e abertura da pelve); o Bolsas fetais (rompimento e esvaziamento); • Condições do feto: o Reconhecimento das partes fetais, tamanho do feto, sinais de vida do feto e avaliar em caso de gestação múltipla. • O momento preciso não é nem cedo nem tarde. É orientado pelo rompimento das bolsas fetais e por exame clínico. o Se > 1hora sem progresso tem que intervir! Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 34 Intervenção: Auxílio ao Parto • Exige pronto atendimento, decisões rápidas, calma e bom senso; • Os cuidados recomendados são: lavar cuidadosamente a região posterior do animal, tosquia nas ovelhas, limpeza rigorosa das mãos do veterinário – uso de luvas. Ter à disposição: água limpa, mucilagem e instrumental necessário. • Possibilidades de auxílio: o Estímulo a contrações quando não apresentam, ou quando pouco frequentes: ▪ Administrar ocitocina (1-3UI SC ou IM). o Episiotomia: incisão dorso lateral em ambos os lados da vulva; o Correção da anomalia de apresentação, posição ou atitude; ▪ Palpação vaginal: lavar região perinealcom água e solução desinfetante, usar luvas; ▪ Reconhecer as anomalias de apresentação, posição ou atitude; ▪ Levantar os membros posteriores da parturiente; ▪ Introdução de mucilagem; ▪ Reintroduzir o feto para dentro da vagina; ▪ Retificar a posição e tracionar; o Tração forçada; ▪ Pode ser feita quando o feto não for grande, quando as vias fetais são favoráveis a tração, se houver diminuição de intensidade ou ausência de contrações e quando as anomalias de atitude ou posição forem corrigidas. ▪ Recomendações: • Força de tração alternada e esforços de contração; • Emprego de mucilagem nos partos demorados; • Proteção do períneo para evitar ruptura; • Feto que estiver muito tempo na vagina, deve ser novamente introduzido na cavidade uterina antes da extração. o Cesariana; ▪ Indicações: • Distocias de impossível correção; • Feto muito grande ou em sobrepeso; • Fêmea pequena em relação ao feto; • Anomalias fetais; • Histórico de prolapso vaginal; • Objetivo: melhora do prognóstico e do bem-estar animal para a mãe e para os filhotes; o Fetotomia; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 35 Neonatologia Avaliação da viabilidade de recém-nascidos – Sistema APGAR: Critério de Avaliação 0 1 2 0 1 2 Reação de cabeça a um jato de água. Ausente; ↓ Espontâneos, movimentos ativos. Reflexos orbitário e interdigital. Ausente; Um reflexo positivo; Ambos reflexos positivos; Respiração Ausente; Arrítmica; Rítmica Mucosas Azulada; Branco-azulada; Rósea 0 a 3 pontos: animais sem vitalidade: asfixia severa; 4 a 6 pontos: animal de risco: asfixia de intensidade leve a moderada; 7 e 8 pontos: boa viabilidade: animais sadios; • Fricção vigorosa do tórax, com um pano seco ou palha, estimulando, indiretamente, os centros nervosos respiratórios localizados na medula espinhal. Secar o recém-nascido com panos e/ou secador de cabelo. Atendimento ao Neonato de Distocia • Manobras para melhorar a capacidade respiratória: o Pêndulo: ▪ Facilitar a expulsão dos líquidos presentes no trato respiratório. ▪ Massagem sobre as narinas, esfregando, de cima para baixo. o Estímulo dos centros respiratórios: ▪ Fricção vigorosa do tórax - estimulo indireto dos centros nervosos respiratórios localizados na medula espinhal. ▪ Secagem do neonato; • Monitorar funções vitais: o FC: 90 a 130 bpm; o FR: 21 a 45 mpm; o TC: 39 a 40,3ºC; • Cuidados gerais: o Ingestão de colostro: ▪ Funções: imunizante, nutritivo e laxativo; ▪ Ig de ruminantes não passam pela placenta; ▪ 10% PV nas primeiras 12 h em (4-5 mamadas/dia); ▪ O fornecimento ideal - 3 a 5 dias após o nascimento ▪ Fornecimento de colostro caso a fêmea não tenha; o Esquila pré-parto da região do úbere para facilitar a mamada; o Verificar as condições dos tetos e presença do colostro; o Desinfecção do umbigo: ▪ Logo após o nascimento; ▪ Corte somente +/- 2 dedos da inserção; ▪ Mergulhar o coto umbilical em solução de iodo 5 a 10%; ▪ A desinfecção deve ser feita até a completa cicatrização; ▪ Uso de solução repelente associada; o Fornecer local aquecido; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 36 Mortalidade Neonatal em Ovinos • A mortalidade neonatal tem uma etiologia complexa que envolve a ação e interação de muitos fatores: o Clima; o Fatores genéticos; o Fatores nutricionais; o Predadores; o Infecções; o Habilidade materna; o Lesões no SNC; o • Período de mortalidade de cordeiros: o Antes do parto: < 2%; o No parto: 25%; o Pós-parto: 75%; • Principais perdas econômicas para ovinocultura: o Ovelhas prenhes: 83%; o Mortalidade de cordeiros: > 30%; o Desmame de cordeiros: 62-64%; • Causas: o Complexo hipotermia/inanição; o Distocias; o Peso do cordeiro ao nascer; Hipotermia • Temperatura normal ao nascer: 39ᵒC; • Mecanismos de termorregulação: o Catabolismo de gorduras – gordura marrom; o Tremedeiras; o Vasoconstrição; • Peso ao nascer e condições climáticas influenciam; • Baixo peso → perdem mais calor; • Classificação: o Primária: ▪ Devido a condições climáticas desfavoráveis (frio e chuva) associado a reservas energéticas inadequadas. ▪ Ocorre nas primeiras 6 h de vida do cordeiro; ▪ Temperatura retal entre 37°C e 39°C; o Secundária: ▪ Ocorre após 12 horas de vida porque o terneiro não mamou; ▪ Clinicamente, mostra hipoglicemia e hipotermia severa com temperatura inferior a 37ºC. ▪ Reservas energéticas não são repostas; ▪ Falta de habilidade materna; ▪ Reflexo mamário reprimido; ▪ Alterações de úbere: (agalaxia, etc.) • Predadores: o Cães, graxaim, raposa e gaviões, etc.; o Índices são superestimados: ▪ Carcaças mutiladas post-mortem são erroneamente incluídas como predação. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 37 Tratamento Hipotermia Primária • Devido a condições climáticas desfavoráveis; • Abrigo e aquecimento; • Fornecimento de colostro em mamadeira ou sonda estomacal; Hipotermia Secundária • Ocorre porque o cordeiro não mamou; • Glicose 20% intraperitoneal 10 ml/kg; • Abrigo e aquecimento; • Fornecimento de colostro por sonda estomacal: o 50 mL 3 vezes ao dia; o Adaptar sonda retal de uso humano nᵒ 20; Outras causas de mortalidade neonatal • Infecções: agentes que causam aborto, nascimento de cordeiros fracos e infecções umbilicais. o Diarreias (coccidioses) mortalidade mais tardia, acima de 15 dias. Controle Pré-Parto • Controle – pré-parto: o Melhorar peso do cordeiro ao nascimento. o Nutrição da mãe, evitar subnutrição, suplementação – melhorar qualidade de colostro. ▪ Ovelhas com gêmeos, melhor alimentação. o Esquila e limpeza do úbere aos 70 dias de gestação aumenta o peso ao nascer dos cordeiros. o Esquila tally hall, completa. o Evitar condições climáticas adversas. o Abrigos com obstáculos para diminuir vento. • Assistência à parição: o Interferência mínima e cuidados a campo; ▪ Examinar o rebanho 2 vezes ao dia para evitar e identificar possíveis distocias. o Cordeiros que não mamam são assistidos. o Partos gemelares com insuficiente produção de leite: aleitamento artificial do mais forte, mais pesado. • Tendência: o Conceito “easy care” de produção à pasto. ▪ Rebanhos sem acompanhamento intensivo. ▪ Levar em consideração genética, sanidade, reprodução, resistência, prolificidade, produção, nutrição, seleção e sucesso. ▪ A produção de cordeiros na ovinocultura é basicamente nutrição e seleção! ▪ Ovelhas gostam de pasto e cordeiros gostam de ovelhas fortes. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 38 Sistema Digestório • Afecções mais frequentes no rúmen e retículo, menos em abomaso em pequenos. • O rúmen: câmara fermentadora. o Parede muscular com movimentação; o Motilidade dividida em contrações primárias e secundárias: ▪ Primárias: fazem a mistura do alimento que chega; ▪ Secundárias: fazem a eructação, controladas pelos ramos do nervo vago que tem receptores de tensão → diretamente ligado à distensão do rúmen. • Receptores de tensão de baixo limiar: o Para distensões moderadas (acabou de comer, aumentou volume do rúmen; ex: receptores bucais) → aumento da motilidade. o Induz salivação e distensão da parede. Receptores de baixo limiar são ativados e juntamente com a eructação acompanha movimentos ruminais. • Receptores de tensão de alto limiar: o Distensão excessiva (como no timpanismo, onde o volume aumenta muito; dor, ↑AGV e mudanças de pH) → diminui a motilidade. o Ativados em caso de distensão excessiva do rúmen, mudanças bruscas de pH ruminal (acidose), alta produção de ácidos graxos e em processos dolorosos. Todos esses fatores levam a hipomotilidade e, consequentemente,para a eructação. • Eructação: o Gases formados em decorrência da fermentação bacteriana; é ativada para receptores da boca, mastigação e distensão do rúmen; na abertura do cardia, receptores são ativados na presença de gás. o Quando se tem timpanismo espumoso, não há formação de gás, e não há ativação dos receptores, logo não abre cárdia e não tem eructação. Na presença de espuma ou líquidos, os receptores não são ativos e não ocorre a eructação! • Saliva: o Ação tamponante, contribuindo para manter um pH neutro. o Contém mucina, que ajuda a umidificar a ingestão e conseguir passar até rúmen e reticulo. • Rúmen: o 80% bactérias 20% protozoários. o As bactérias são responsáveis pela digestão fermentativa. o Geralmente tem predomínio de bactérias gram negativas. ▪ A mudança na população de gram negativa para positiva é importante na acidose. o O tipo de alimento é que determina a população de microorganismos dentro do rúmen; • Regulação do pH: o Índice extremamente importante para o rúmen. o Quanto maior a fibra, maior colonização bacteriana. o Logo quanto mais lenta for a degradação do alimento, maior será o pH (mais neutro), menor a quantidade de AG produzidos. o Volumoso: pH mais neutro; o Concentrado: pH mais ácido; o Concentrados leva a maior produção de AG produzidos, mais baixo o pH; o A saliva contribui para manter pH mais neutro; o Quanto mais rápido a velocidade da fermentação dos produtos, menor será o pH; o Mais rápido passar a ingesta, menor o pH. • Digestão de dietas ricas em fibras: o Baixa produção de ácidos graxos voláteis leva a alta mastigação, com grande produção de saliva; o Bactérias (celulolíticas, predomínio de gram negativas) → predomínio de acetato (70%) e propionato. o pH fica próximo da neutralidade (6,0 – 7,0). Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 39 o Grande volume ruminal (distensão dentro do normal, ocorre hipermotilidade que contribui para aumento de salivação e pH neutro). o Conteúdo de textura grosseira nos pré-estômagos ativação de receptores, aumenta ruminação, salivação e mantem pH neutro. • Digestão de concentrado: o Alta produção de ácidos graxos voláteis (diminui relação ↓acetato e ↑propionato, mas acetato ainda é maior, havendo lactato); o Mastigação é baixa (diminui ativação de receptores, diminui pH); o Tipo de bactérias (aminolíticas); o pH mais ácido; o Volume é menor, não há tanta ativação de receptores, diminui motilidade, regurgitação e ruminação; passa mais rápido, pH mais ácido. o Mudanças bruscas na alimentação levam ao desiquilíbrio, causando doenças no TGI; Doenças do Sistema Digestório • Exame complementar para avalição do sistema digestório de ruminantes: avaliação do suco ruminal: o Pode-se coletar via sonda. o Despreza-se os primeiros jatos coletados devido a saliva. o Ruminocentese (4 dedos atrás da última costela, mais para baixo é feito uma punção). o Avaliação: ▪ Cor: • Depende da alimentação; • Volumoso: verde oliva; • Concentrado: marrom; ▪ Consistência: ligeiramente viscosa (acidose diminui viscosidade); ▪ Odor aromático (relacionado com o tipo de alimentação); ▪ pH (depende do tipo de alimentação); ▪ Teste de azul de metileno (potencial das bactérias fermentativas); ▪ Avaliação de protozoários (bons marcadores da saúde do rúmen): • Grandes, médios e pequenos; o Diminuição dos grandes: processo brando; o Diminuição de médios: processo grave; ▪ Avaliação da população bacteriana (coloração de gram); Indigestão Simples • Etiologia: o Mudanças abruptas de dieta, alimentos com fibra de baixa digestibilidade, alimentos estragados. o Em caso de desequilíbrio, alterações no pH do conteúdo (5,5 – 6,0). o Pode-se agravar para uma acidose. o Alterações da motilidade (hipomotilidade), atonia e mudança na produção de AGV levando a indigestão. • Sinais clínicos: o Redução do apetite, apatia, movimento ruminais diminuídos (frequência e amplitude) e rúmen aumentado de volume devido à ingesta que está parada levando a um timpanismo moderado. o Para eructação, acumula gás → timpanismo. o As fezes estarão diminuídas e secas no início, mas depois se tornam diarreias volumosas com odor fétido. o Não há reação sistêmica, é simples, apenas alteração a nível ruminal. o Achados do suco ruminal: pH 5,5 – 6,0 (pequena alteração). • Tratamento: o Animais podem ter recuperação espontânea em 24-48h. o Correção da dieta (oferecer feno fresco e de boa qualidade, estimular a motilidade ruminorreticular; estimular animal a andar). Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 40 o As indigestões simples podem estar relacionadas a outras doenças sistêmicas que causam anorexia/hiporexia. Acidose Ruminal • Redução do pH → desiquilíbrio; • Etiologia: o Excessiva ingestão de CHO de fácil digestão (grãos: milho, trigo, sorgo, arroz; frutas; tubérculos, farinhas, subprodutos industriais e concentrados comerciais). o Mudanças bruscas de alimento, principalmente de sistemas extensivos para intensivos (confinamento), livre acesso a depósitos de ração, preparo de animais para exposições e erro de oferecimento de ração. • Patogenia: o Excesso CHO leva a um aumento de AGV (↑propiônico ↓acético), ph 5,5 (diminui bactérias celulolíticas). o O ambiente fica mais propício para bactéria gram positivas, principalmente Streptococcus bovis (produz ácido lático); o acumulo de ácido lático contribui para diminuir mais o pH. o Com o pH abaixo de 5, tem-se a presença de Lactobacillus, que continua acidificando ainda mais o meio. Cada vez acumula mais ácido lático levando a uma acidose ruminal. Aumento da osmolaridade ruminal do rúmen (acumulo de liquido no rúmen) → DESIDRATAÇÃO; o Ácido lático produzido é dissociado em lactato e H+ e absorvido pela mucosa ruminal → ACIDOSE METABÓLICA. ▪ Agravada com a desidratação, pois há diminuição da filtração glomerular consequentemente não há eliminação de H+ → MORTE. • Sinais clínicos: o Variam de acordo com a quantidade e tipo de alimento ingerido. Surgem de 12-36 horas. Há distensão abdominal bilateral, atonia ruminal, dor no flanco em decorrência da ruminite (inflamação mucosa rúmen), diarreia com partículas de grãos não digeridos. o Complicações do quadro: acidose láctica, grave desidratação, toxemia (congestão mucosas) levam a sinais nervosos (ataxia, opistótono e convulsões). • Diagnóstico: o Exames laboratoriais: ▪ Avaliação do suco ruminal: • Cor: acinzentado; • Cheiro ácido; • Potencial redox aumentado; • pH ácido; ▪ Hematologia: ↑ hematócrito e proteína total; ▪ Urinálise: pH urinário 5 (ácido); o Anamnese + sinais clínicos + exames laboratoriais; • Tratamento: o Remover ou neutralizar a ação dos alimentos indutores de acidose: ▪ Passagem de sonda e retirada do conteúdo; ▪ Uso de antiácidos (hidróxido e óxido de magnésio); ▪ Tetraciclina via sonda para neutralizar toxinas e diminuir quantidade de bactérias. ▪ Em casos graves e dependendo do valor do animal, ruminotomia (esvaziamento do conteúdo, lavagem para sifonagem e transfaunação da microbiota ruminal de outro animal). o Corrigir a desidratação e da acidose: ▪ Hidratação intravenosa com soluções com 5% de bicarbonato; ▪ Hidratação via oral é controverso devido ao aumento da distensão ruminal, mas as vezes em casos de surtos é mais fácil a administração oral. o Corrigir a toxemia: ▪ AINES (flunixin meglumine); ▪ ATB (penicilina procaína) Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 41 o Na grande maioria dos casos acomete rebanho, logo se faz uma TRIAGEM dos animais quanto à gravidade. Observar grau de depressão, desidratação, temperatura e pH ruminal. ▪ Alguns animais não necessitam tratamento; ▪ Gravemente acometido necessitam ruminotomia;▪ Abate de emergência – ação econômica mais viável; • Prevenção: o Introdução gradativa de concentrados (adaptação da microbiota); o Substâncias tamponantes na dieta de animais alimentados com dietas ricas em grãos (bicarbonato de sódio, calcário). o Cuidar acesso acidental a depósitos de ração. Timpanismo • Acúmulo anormal de gás que causam dilatação rápida e excessiva do sistema ruminorreticular. • Gasoso: bolha de gás no saco dorsal, acomete 1 animal isolado, perda econômica reduzida. Relacionado à obstrução, geralmente por corpo estranho. • Espumoso: mistura de gás e alimento (espuma), acomete muitos animais simultaneamente, maior perda econômica. Timpanismo espumoso • Etiopatogenia: determinado pelas características e componentes do alimento e sua digestão: o Leguminosas (pouca fibra e são rapidamente digeridas → colonizadas nos cloroplastos o que leva a um aprisionamento de bolhas de gases) o Grãos (aumenta produção de muco pelas bactérias, o muco captura os gases da fermentação levando a formação de espuma). • Espuma: o ↑ Distensão ruminal – receptores de baixo limiar ↑ contrações ruminais (HIPERMOTILIDADE) há uma maior mistura da espuma com a ingestão ↑ distensão ruminal receptores de alto limiar – hipomotilidade à atonia. o Distensões extremas: ▪ Inibição reflexa da motilidade. ▪ Há compressão das vísceras torácicas: pressão contra o diafragma ↓FR podem morrer de asfixia. • Saliva: o Efeito físico e diluição da ingesta. Contém mucina que impede a formação de espuma. Alimento ↓ fibra ↑ concentração de água diminuem a quantidade de saliva secretada. Timpanismo espumoso • Transtornos dinâmicos e mecanismos que impedem a eructação. • Etiopatogenia: o Compactação por grãos, fechando a abertura do cardia. o Obstrução esofágica por corpos estranhos. o Compressão da parede do esôfago (tumefação de linfonodos). o Inibição da motilidade ou reflexo de eructação, lesões no nervo vago. • Sinais clínicos: o Distensão abdominal (gasoso, bolsa de gás lado esquerdo, distensão bilateral), anorexia, ausência de eructação ou aumentada no início. o Taquipneia, dispneia, taquicardia – asfixia; cólica e desconforto, animal inquieto devido dor; postura anormal (encurvamento da coluna, membros abertos para tentar melhorar respiração). Diagnóstico diferencial entre timpanismos • Percussão: o Gasoso: parte superior do rúmen com som timpânico; o Espumoso: todo rúmen com som timpânico; • Ausculta ruminal: o Início: hipermotilidade; o Ausência e motilidade; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 42 • Diagnóstico: o Diferenciação dos tipos de timpanismo (uso de sonda): ▪ Se a sonda não passar: obstrução do esôfago; ▪ Passa com muita dificuldade: timpanismo gasoso. ▪ Se a sonda passa facilmente, com liberação de gás ruminal, timpanismo por gás livre. ▪ Se a sonda passa facilmente, sem liberar gás ou liberando quantidade pequena de material: espumoso. • Avaliação suco ruminal: presença de espuma. • Tratamento: o De acordo com a causa; o Gasoso: tratar doença primária; o Remover animais do pasto ou alimento causador; o Uso de trocáter e cânula (timpanismo gasoso); o Sondagem o Antiespumante: via sonda ou beberagem (olho de soja, vaselina, ruminol); • Prevenção: o Espumoso: ▪ Eliminar acesso a pastagem de leguminosas ou aos alimentos de risco. ▪ Suplementação com ionóforos. ▪ Consorcio de gramíneas e leguminosas. ▪ Leguminosas com alto teor de taninos que não causam timpanismo. o Gasoso: ▪ Adaptação gradativa aos CHO; ▪ Uso de suplementos. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 43 Aspectos Clínicos das Verminoses Parasitoses Gastrointestinais • Principais órgãos acometidos: o Abomaso: Haemonchus spp, Ostertagia spp e Trichostrongylus axei; o Intestino delgado: Trichostrongylus colubriformis, Cooperia spp e Nematodirus spp. • Ciclo Evolutivo: o Ovos nas fezes; o L1 e L2 estão presentes no bolo fecal; o L3 é infectante (pastagem). ▪ Ingerida pelo hospedeiro; o L4 e L5 na mucosa; ▪ Emergência dos adultos (luz do órgão); o Reinicio do ciclo. o PPP = 3 semanas. Haemonchus contortus • Abomaso; • Hematofagia; • Sinais clínicos: o Anemia severa; o Hipoproteinemia; o Mucosas hipocoradas; o Edema submandibular – “papeira”; o Perda de peso e apetite; o Desidratação; o Fase aguda: ▪ Anemia moderada; ▪ Desidratação; ▪ Diarreia; ▪ Gastroenterite catarral; ▪ Retardo no crescimento e desenvolvimento; ▪ Pelos arrepiados e sem brilho; o Fase crônica: ▪ Edema submandibular (papeira); ▪ Emagrecimento/perda de apetite; ▪ Pode ter diarreia ou não; ▪ Diminuição na produção de leite e carne; ▪ Anemia severa; ▪ Morte; • Helmintos tem ciclo de duas fases: o No ambiente: ovos → L1 → L2 → L3 infectante → L3; o No animal: animal ingere L3 se desenvolve até L5 → adulto → ovoposição → fezes ▪ P.p.p. 3 a 4 semanas. • O controle das verminoses vai depender do tipo de verme, ambiente, características do hospedeiro... • Tratamento: o Anti-helmínticos: ▪ Albendazol (10 mg/kg VO); ▪ Doramectina (0,2 mg/kg IM/SC); ▪ Ivermectina (0,2 mg/kg SC); • Diagnóstico: o Sinais clínicos; o Exame laboratorial (OPG, coprocultura – ovos e larvas nas fezes); o Achados de necropsia; • Controle e profilaxia: o Alimentação adequada com pastagem de boa qualidade e sais minerais de boa procedência; o Instalações sempre limpas e desinfetadas. o Separar os animais por faixa etária: Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 44 ▪ Jovens são mais suscetíveis. o O OPG é muito importante para o controle do rebanho; • Controle estratégico: o 95% dos parasitas ficam no ambiente: ▪ Pastejo de alternância com outras espécies: • Transmissão cruzada restringe o ciclo dos parasitas; ▪ Alternância de categorias: • Colocar os mais jovens primeiro; ▪ Manter lotação adequada; ▪ Formar pastagens anuais: • Pastejo rotativo; • Seus benefícios dependem da região; ▪ Utilizar pasto de área contaminada para feno. o 5% ficam nos animais: ▪ Na idade de 4 a 15 meses são mais sensíveis; • Antes disso: imunidade colostral; • Depois: maior imunidade contra os parasitos ▪ Boa nutrição (melhora a imunidade); ▪ Escolher as raças mais resistentes; ▪ Animais com genética resistente; ▪ Evitar doenças intercorrentes; • Período periparto. • RESISTENTES x RESILIENTES X SUSCEPTÍVEIS: o Resistência: ▪ Habilidade de resistir ao estabelecimento e desenvolvimento da infecção parasitária. ▪ Imunidade diminui o número de posturas da fêmea. o Resiliência: ▪ Habilidade de resistir ao estabelecimento e desenvolvimento da infecção parasitária. ▪ Resiliente suporta os efeitos do parasitismo e mantém a produtividade. • Controle: o Fazer descarte de susceptíveis, cruza de resistentes e manter sempre a nutrição boa! o Parasitas: ▪ Resistentes; ▪ Sensíveis; ▪ Refúgio (são os que nunca entraram em contato com anti-helmínticos). o Lembrar da regra 80:20 (80% dos parasitas estão em 20% dos hospedeiros). Controle estratégico: vermifugação. Cordeiros No desmame (60 a 90 dias) Ovelhas Pré-cobertura Pré-parto (2 semanas antes) Pós-parto (48 horas depois) Desmame do cordeiro Carneiros Pré-cobertura Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 45 • Resistência parasitária: o Causas: ▪ Intervalos curtos entre tratamentos; ▪ Rotação rápida de princípio ativo; ▪ Tratamento de todos os animais no rebanho; ▪ Utilização de subdoses; ▪ Aquisição de animais resistentes para o rebanho; ▪ Manejo inadequado no momento do tratamento. o Redução da indução: ▪ Diminuir o uso de vermífugos; ▪ Fazer a dosificação estratégica; ▪ Manejo das pastagens; ▪ Manejo nutricional.o Tratamento seletivo: ▪ FAMACHA: • Diagnóstico individual; • Dosificar somente os anêmicos; • É necessário ter treinamento; • Teste aplicado para a detecção do Haemonchus (fazer coprocultura para saber se é o predominante, 65%); • Deve-se utilizar somente vermífugo com alta eficácia (>90%). • Quando mais de 10% dos animais forem grau 4 ou 5, é melhor vermifugar todo o rebanho. ▪ OPG: vermifugar quando acima de 500/1000 ovos (mais trabalhoso). Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 46 Trichostrongylus • Abomaso; • Hematofagia; • Sinais clínicos: o Animais doentes não acompanham o desenvolvimento dos demais do rebanho; o Anemia; o Diarreia; o Prostração; o Perda de peso/anorexia; • Epidemiologia: o Relação entre ambiente, hospedeiro e parasita; o Os animais jovens são mais suscetíveis. o A alimentação de má qualidade e a desnutrição levam a susceptibilidade. o Algumas raças são mais predispostas. o Enfermidades e periparto aumentam a susceptibilidade dos animais. o Resistência: diminui carga parasitária. o Resiliência: aumenta carga parasitária, sem sinais clínicos. o Susceptibilidade: aumenta carga parasitária, com sinais clínicos. • Diagnóstico: o Sinais clínicos; o OPG; o Coprocultura; o Método FAMACHA; ▪ Decisão de tratar ou não o animal através da avaliação da carga parasitária através do grau de anemia demonstrada nas membranas mucosas; • Refugia: proporção da população parasitária que não é exposta a tratamento: o Antigo: desverminar e trocar de piquete (diminui população refúgio e aumenta resistência vermífugo). o Atual: Trocar de piquete e desverminar (aumenta população refúgio e diminui resistência vermífugo). • Controle químico × controle integrado de parasitoses: o Medidas de controle integrado: ▪ Pastejo misto (caprinos, ovinos, bovinos, equinos); ▪ Pastoreio rotativo: 2 grupos de pastejo misto (bovinos e ovinos); ▪ Vermifugar em épocas favoráveis para os parasitas; ▪ Jejum (diminui mobilidade do intestino e aumenta tempo de permanência das drogas e sua absorção); ▪ Evitar superlotação (aglomerados de animais); ▪ Seleção genética: selecionar os resistentes, descartar os suscetíveis (FAMACHA/OPG); ▪ Nutrição: proteína aumenta resistência / resiliência do rebanho; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 47 o Tipos de tratamentos utilizando anti-helmínticos (controle químico): ▪ É importante adequar para cada propriedade; somente uma parte do rebanho receberá o tratamento. ▪ Tratamentos seletivos; ▪ FAMACHA (somente no controle de Haemonchus contortus); ▪ Sinais clínicos; ▪ Categorias mais suscetíveis (jovens); ▪ OPG por categoria; o Outras alternativas: ▪ Fungos nematófagos; ▪ Homeopatias; ▪ Vacina contra Haemonchus contortus; Coccidiose • O principal sinal clínico é a diarreia com sangue. • Protozoário é a Eimeria spp (sensível a dessecação). • Oocistos esporulam em 48 a 72 h (fezes) em temperatura de 27°C. • Epidemiologia: o Confinamento/semi-confinamento; o Aumento da lotação; o Contaminação de comedouros com fezes; o Jovens mais suscetíveis (1-3 meses); o Adultos (baixa imunidade) são fonte de infecção; o Fatores estressantes, frio (chuva), subnutrição; o Desmame; • Sinais clínicos: o Severidade depende da quantidade de oocistos ingeridos, idade do animal e sistema de criação; o Forma clínica: ▪ Intensa destruição do epitélio; ▪ Diarreia fétida; ▪ Desidratação/prostração; ▪ Morte (7-10 dias); o Forma subclínica: ▪ Menor desenvolvimento corporal; • Diagnóstico: o Sinais clínicos; o Anamnese; o OPG; o Necropsia. • Controle e profilaxia: o Higiene das instalações e desinfecção; o Separar categorias; o Coccidiostáticos (Ex: salinomicina 2 mg/kg 10-20 dias); • Tratamento: o Amprólio 25 a 30 mg/kg por 5 a 10 dias; Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 48 Fasciolose (Fasciola hepática) • Hospedeiros definitivos: 1° ovinos, 2° bovinos e 3° equinos; • Hospedeiro intermediário: caramujo gênero Lymnaea (locais alagados) com temperaturas entre 10-30°C; • Resistência à Fasciola: o Equinos e suínos: alta resistência; o Bovinos: ▪ Resistência moderada; ▪ Não é letal, desenvolvem resistência - auto cura; o Ovinos: ▪ Baixa; ▪ Não adquirem resistência; ▪ Forma aguda; • Epidemiologia: o 1 Fasciola produz 10.000 ovos por dia; o 1 ovo produz de 600 a1000 cercarias. o O ciclo completo leva de 4-5 meses. o Há migração das formas jovens para o parênquima hepático (2-6 semanas sem PI). • Sinais clínicos: o Forma aguda: ▪ Mucosas pálidas; ▪ Fraqueza e anorexia; ▪ Dor abdominal ao toque; ▪ Perda de peso/ascite; ▪ Ingestão de mais de 1.000 metacercárias; o Forma crônica: ▪ Mucosas pálidas/anemia; ▪ Ascite; ▪ Emaciação (extremo emagrecimento); ▪ Hipoalbuminemia; ▪ Edema submandibular; ▪ Eosinofilia; ▪ Ingestão de até 500 metacercárias; o Surtos de Fasciola aguda podem estar associados a hepatite necrótica em ovinos e hemoglobinúria bacilar em bovinos (Clostridium novji tipo B – hepatite necrótica e C. haemobyticum tipo D – hemoglobinúria bacilar). • Perdas econômicas: o Mortalidade de ovinos; o Diminui produção de leite, carne e lã; o Condenação de fígado em frigoríficos; o Aumento custos de tratamento; • Patologia: o Fibrose hepática; o Hiperplasia dos canais biliares; o Edema; o Anemia; o Perda de peso; o Distensão abdominal; o PPP: 2-3 meses; • Diagnóstico: o Laboratorial (aumento GGT e GLDH); o Exame coprológico; o Necropsia; • Controle e profilaxia: o Reduzir infecções no HD (maio – setembro – dezembro); o Fasciolicídas: triclabendazole; clorsulon; nitroxinil e closantel; o Reduzir a população de HI (controle físico: drenagem, isolamento e controle biológico: peixes, marrecos que são predadores); o Evitar coincidência HD e HI; • Manejo: o Identificar pastos contaminados; o Pastejo bovinos adultos (2 meses); o Campos limpos (sem HI); o Tratamento: 3 meses após saírem; o Voltam para pasto contaminado. Nome Telefone E-mail MEDICINA DE PEQUENOS RUMINANTES DANNY ELIS SIMIONI 49 Doenças do Sistema Nervoso • Doenças parasitárias: coenurose; • Doenças bacterianas: listeriose, abcessos SNC e tétano; • Doenças virais: raiva; • Doenças metabólicas: polioencefalomalácia; • Doenças causadas príon: scrapie; Divisão do Sistema Nervoso • Sistema nervoso central: o Encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico); o Medula espinhal; o Substância cinzenta: corpo de neurônios; o Substância branca: axônios; • Localização das lesões e sinais clínicos: o Cérebro (Córtex): mudança de atitude (agressividade, depressão), andar compulsivo, movimentos involuntários, cegueira (com reflexo pupilar), torneio (cabeça para o lado), convulsões e opistótono. o Cerebelo: tremores de intenção, hipermetria, ataxia, opistótono, aumenta da base de sustentação. o Tronco encefálico: sinais de nervos cranianos e depressão. ▪ I par: nervo olfatório → oferecer comida com mão fechada ou substância irritante; ▪ II par: nervo óptico → cegueira sem reflexo pupilar. Ex: intoxicação por closantel. ▪ III par: nervo oculomotor → sem reflexo pupilar, estrabismo ventrolateral, paralisia da pálpebra; ▪ IV par: nervo troclear → estrabismo dorso-medial; ▪ V par: nervo trigêmeo → avaliar o tônus da mandíbula, atrofia masseter, sensibilidade da face e córnea, ver reflexo palpebral. Ex: intoxicação por algaroba (vagem); ▪ VI par: nervo abducente → estrabismo medial, falta de retração e exoftalmia; ▪ VII par: nervo facial → paralisia pálpebra, orelha, lábio e nariz; ▪ VIII par: nervo vestíbulo coclear → surdez e desequilíbrio para o lado da lesão, torção da cabeça, Nistagmo horizontal ou rotatório ▪ IX
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