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Teoria e Prática da Argumentação Jurídica

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Construção da pró-tese
É aquele que utiliza a razoabilidade e a coerência como fundamento de validade, ou seja, o argumento pró-tese é aquele que desenvolve explicação razoável para determinada questão relevante do raciocínio argumentativo. É extraído dos fatos reais contidos no relatório e a estrutura ideal para desenvolvê-lo é: tese + porque + e também + além disso. Ex.: O hospital foi negligente porque utilizou água contaminada no tratamento de hemodiálise de pacientes renais, e também não comunicou o fato à secretaria de saúde. Além disso, mesmo após ter conhecimento do alto índice de contaminação por bactérias, continuou a utilizá-la, colocando em perigo iminente, pois, a vida dos pacientes.
Tipos de Argumentação: oposição, concessiva/ restritiva, autoridade, analogia, causa e efeito.
1. Argumento de Autoridade:
A ideia se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa, uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. A citação pode auxiliar e deixar consistente a tese.
Não se esqueça de que a frase citada deve vir entre aspas. Veja:
“O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e faturamento nunca vistos antes. ‘Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça’ - a famosa frase-conceito do diretor Glauber Rocha – virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado”.
2. Argumento por Causa e Consequência:
Para comprovar uma tese, você pode buscar as relações de causa (os motivos, os porquês) e de conseqüência (os efeitos, a decorrência).
Observe:
“Ao se desesperar em um congestionamento em São Paulo, daqueles em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma monumental ignorância histórica. São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais o congestionamento – o que levam técnicos a preverem como inevitável a implantação de perigos”.
3. Argumento por analogia (ou a simili):
É o argumento que pressupõe que se deve tratar algo de maneira igual, situações iguais. As citações de jurisprudência são os exemplos mais claros do argumento por analogia, que é bastante útil porque o juiz será, de algum modo, influenciado a decidir de acordo com o que já se decidiu, em situações anteriores.
Veja um exemplo desse argumento:
“Em relação à violência dos dias atuais, o Brasil age semelhante a uma noiva abandonada no altar: perdida, sem saber para aonde ir, de onde veio e nem para onde quer chegar. E a questão que fica é se essa noiva largada, que são todos os brasileiros, encontrará novamente um parceiro, ou seja, uma nova saída para o problema”.
4. Argumento de oposição ou ressalva:
Exemplo 1:
Embora pareça propaganda, a afirmação, a seguir, contém dados da realidade: considerando-se o nível a que chegaram as escolas brasileiras de primeiro e segundo graus, o refinamento dos vestibulares das principais universidades do país ( principalmente a complexidade das provas), o reduzido número de vagas nas faculdades mais procuradas, é necessário que o aluno faça um pré-vestibular para estar apto a concorrer com os demais a tão desejada vaga.
Exemplo 2:
Embora em seus discursos tenha defendido os princípios éticos e prometido dedicar-se à solução dos graves problemas sociais, o governador Lucro Certeiro das Neve, uma vez de eleito, aliou-se às alas mais racionárias do país e empenhou-se, com esmero, a fortalecer as já privilegiadas elites.
O trecho destacado, no exemplo 1, introduz uma RESSALVA, isto é, o enunciador se antecipa a uma possível contra-argumentação ( poderia ser acusado de estar defendendo, por razões pessoais, os cursinhos), salvando o argumento de Causa/ Consequência com que defende sua tese. Empregou-se a Oração Subordinada Adverbial Concessiva ( introduzida por EMBORA, AINDA QUE, MESMO QUE, POR MAIS QUE, APESAR DE  etc.), para estruturar o argumento de RESSALVA.
No exemplo 2, a mesma oração foi empregada para "enfraquecer/invalidar" o argumento de que o governador Lucro Certeiro das Neves é realmente democrata. Trata-se do argumento de OPOSIÇÃO ENFRAQUECIDA.
Observe o seguinte exemplo: "EMBORA TENHA FEITO SACRIFÍCIOS, Bruno não conseguiu realizar o seu intento". Cria-se a expectativa de que "fazendo sacrifícios", Bruno realizará o seu intento. Ocorre o contrário. Em outras palavras: é como se um fato, uma ideia, um evento fossem afetar/alterar a realização ou a concretização de outro fato, de outra ideia, de outro evento, o que, na realidade, não ocorre. Esse argumento é frequentemente usado quando se deseja evitar oposições absolutas, que poderiam criar incoerência. Observe o exemplo:
Sou cristão, mas defendo a pena de morte.
Sou homem, mas roubo.
As duas frases encerram incoerências, porque cristão defende a vida e o honesto não rouba. Como as ideias são colocadas em oposição absoluta, uma invalida a outra (são excludentes). No entanto, podem ser salvas, se as oposições forem relativizadas, apresentadas na forma de argumentos "enfraquecidos". Vejamos:
Embora eu seja cristão, defendo a pena de morte.
Embora eu seja honesto, roubo.
As construções "Embora eu seja cristão" e "Embora eu seja honesto", por serem de caráter hipotético, colocam sob suspeita a ideia de que o enunciador "é realmente cristão/honesto".
Observe as construções:
I- EMBORA eu tenha estudado, não fui aprovado.
II- Estudei, Mas não fui aprovado.
Na construção I, destacou-se a "oposição fraca"; em II, a "oposição forte". As oposições fracas são introduzidas por EMBORA, AINDA QUE, MESMO QUE, POR MAIS QUE, APESAR DE. As oposições fortes são introduzidas por MAS, PORÉM, CONTUDO, TODAVIA, ENTRETANTO, NO ENTANTO.
Na redação a ressalva é uma estratégia que revela um profundo senso crítico, pois parte da crítica a um senso comum defendido pelo autor do texto. Por isso, o autor deve expor esse senso comum em primeiro lugar, para, a partir daí, estruturar uma tese contestatória.
Característica dos textos: argumentativo e narrativo
Texto Argumentativo
É o texto em que defendemos uma idéia, opinião ou ponto de vista, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite-a, creia nela. Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumentativas.
     Tese, ou proposição, é a idéia que defendemos, necessariamente polêmica, pois a argumentação implica divergência de opinião.
     Os argumentos de um texto são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? (Ex.: o autor é contra a pena de morte (tese). Porque ... (argumentos).
ESTRATÉGIAS argumentativas são todos os recursos (verbais e não-verbais) utilizados para envolver o leitor/ouvinte, para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para persuadi-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc.
Texto Narrativo
Relato de ocorrências que se sucedem; transformações ocorridas a partir de um conflito; constitutivos: foco narrativo, tipos de discurso, conflito, personagens, enredo, tempo, espaço; verbos em ação; percurso em que são registradas as transformações; dinamismo.
Olha, você vai embora
Não me quer agora
Promete voltar
Hoje você faz pirraça
Até acha graça se me vê chorar
A vida acaba um pouco todo dia
Eu sei e você finge não saber
E pode ser que quando você volte
Já seja um pouco tarde pra viver
Olha o tempo passando
Você me perdendo com medo de amar
Olha, se fico sozinha
Acabo cansando de tanto esperar.
Pode-se ver que os registros dos movimentos (ações) e transformações ocorrem em uma linha de tempo cronológico, em que fatos anteriores são causas de fatos posteriores.
Coesão e mecanismos de coesão aplicados na redaçãoargumentativa
Um texto apresenta coesão quando há conexão e harmonia entre as partes que o compõem. Consideramos como elementos de coesão as palavras ou expressões que estabelecem a transição de idéias, os elos para criar as relações entre frases e parágrafos – pronomes, advérbios e conjunções, como mas, portanto, dessa forma, porque, uma vez que, assim,embora, apesar de, entre outros.
Cada elemento de coesão mantém determinado tipo de relação e, por isso, é necessário atentar muito bem para o seu uso. Vejamos alguns exemplos:
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porque consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém, o ministro da Agricultura considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-terra”
Nesse texto, os elementos de coesão foram utilizados de forma correta:
1-          A palavra porque está iniciando a oração que estabelece a causa do protesto: “consideram injusta a atual distribuição de terra”.
2-          A palavra porém está iniciando a oração que estabelece um contraste de idéias: protesto (para os sem-terra) X ato de rebeldia ( para o ministro).
3-          A expressão uma vez que está iniciando a oração que estabelece a causa da indignação do ministro “o projeto da Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-terra”.
Quando se usa o elemento de coesão inadequado, o enunciado certamente fica prejudicado, pois pode não só mudar o sentido pretendido, mas também produzir idéias absurdas:
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porém consideram injusta a atual distribuição de terras”
Logo, para se obter um bom texto, não basta ter boas idéias. É preciso também ordená-las e cuidar da disposição das palavras nas frases, a fim de que a redação seja um conjunto harmonioso.
MECANISMOS DE COESÃO
Há vários elementos no idioma que permitem o mecanismo de coesão. Alguns deles são:
1-   Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Ex: Embora não estivessem gostando muito, eles participavam da festa.
2-   Emprego adequado de pronomes, conjunções, preposições, artigos:
Ex: O papa João Paulo II visitou o México. Na capital mexicana sua Santidade beijou o chão. As pessoas tinham a certeza de que o papa lhes guardava respeito e as amava.
3-          Emprego adequado de construções por coordenação e subordinação:
Ex: “Amanhece. Poucos barulhos se ouvem. Logo mais a cidade vai ferver. Um carro aqui. Um ônibus. Duas motos. Alguém buzina duas vezes, depois três vezes, mais uma buzina insistente. A mocinha de uniforme grita pela janela que já vai. O pai na direção (deve ser um pai, porque está impaciente, de terno e gravata) tamborila os dedos na direção do carro, que não é carro do ano, logo se vê pelo ar meio baça da lataria...”
(Note que o texto foi inicialmente construído por um encadeado de orações coordenadas e depois, lentamente, foram sendo introduzidas as subordinadas.
4-   Emprego adequado do discurso direto, indireto e indireto livre:
DD= “Maria Eugenia chegou cedo e perguntou:
         - Paulinho já saiu?
         Claudia respondeu:
         - Ele ainda está dormindo”.
DI= “Maria Eugenia chegou cedo e perguntou se Paulinho já havia saído. Cláudia respondeu-lhe que ele ainda estava dormindo”.
5-   Emprego adequado de vocabulário (coesão lexical):
Ex: “A China é um país fascinante, onde tudo é dimensionado em termos gigantescos. O país amarelo é uma civilização milenar. O grande dragão oriental abriga, na terceira maior extensão territorial planetária cerca de 01 bilhão e 100 mil habitantes”.
Fundamentação simples e complexa
A fundamentação simples é aquela em que a subsunção do fato à norma mostra-se suficiente para resolver o caso concreto. Na verdade, os casos concertos simples são aqueles cuja fundamentação pode ser realizada apenas com um argumento pró-tese, um argumento de autoridade e um argumento de oposição.
Formar teses: identificar os fatos geradores do conflito as partes e fatos contextualizadores (provas e indícios). Relação de coesão e coerência entre os elementos constitutivos de orientação jurídica
Formular hipóteses: identificar e produzir os variados tipos de argumentos em fundamentações de peças processuais. Consistência de argumentos. Textos argumentativos de natureza jurídica
Elaborar a situação de conflito, tese de defesa ou acusação, contextualização de acordo com a tese (os fatos). Texto argumentativo – introd.; arg. Pró-tese; arg. Autoridade, arg. Oposição concessiva e conclusão.
A condescendência com que os brasileiros têm convivido com a corrupção não é propriamente algo que fale bem de nosso caráter. Conviver e condescender com a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria um líder empresarial que assegurava sermos todos corruptos. Somos mesmo?Um rápido olhar sobre nossas práticas cotidianas registra a amplitude e a profundidade da corrupção, em várias intensidades.
Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É, por exemplo, a da secretária da repartição pública que engorda seu salário datilografando trabalhos “para fora”, utilizando máquina, papel e tempo que deveriam servir à instituição. Os chefes justificam esses pequenos desvios com a alegação de que os salários públicos são baixos. Assim, estabelece-se um pacto: o chefe não luta por melhores salários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez, não “funcionam”. O outro exemplo é o do policial que entra na padaria do bairro em que faz ronda e toma de graça um café com coxinha. Em troca, garante proteção extra ao estabelecimento comercial, o que inclui, eventualmente, a liquidação física de algum ladrão pé-de-chinelo.(Jaime Pinksky/Luzia Nagib Eluf.. Brasileiro(a) é Assim Mesmo, Ed.Contexto)
Dentre os assuntos mais falados na sociedade está à corrupção, isso porque, os cidadãos brasileiros têm aprendido da pior maneira sobre o tema e também despertado para não ser repetido tal erro. Além disso, a manipulação das mídias sociais já não tem conseguido obter êxito.
Durante determinado de tempo, os brasileiros vêm sendo manipulados por mídias sociais, que trazem em suas propagandas um país perfeito, sem problemas. Os digníssimos regentes do país tentam comprar a população com bolsas que aparentemente conseguem ajudar o necessitado, ou auxilia a obter a tão desejada casa. Porém, a Constituição garante isso a todo e qualquer cidadão e não por meio de pequenos auxílios, mas integralmente (educação, saúde, lazer, etc). Mas, onde o dinheiro público está sendo investido, já que não se têm estes direitos integralmente, mas por meio de bolsas ou projetos? Joaquim Barbosa cita: “O que importa é a engrenagem utilizada para dissimular, para tornar oculto um grande esquema de corrupção”. 
A engrenagem falada, são esses projetos que aparentemente, transparecem o cuidado dos representantes com o povo. Todavia é só uma forma de ocultar, o esquema de corrupção, eis a resposta da questão anteriormente falada. O dinheiro público investido de forma parcial ou até mesmo mínima em necessidades públicas está indo direto para a conta de determinados governantes.

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