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P1 Aula 3 Oncologia

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CLÍNICA MÉDICA DE ANIMAIS DE COMPANHIA I
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Abordagem Clinica do Paciente Oncológico
Queixa Principal – Formação
 Localização: Pele subcutâneo, topografia de linfonodo, órgão interno
 Epidemiologia:
Características macroscópicas
Frequência quanto à raça, idade, sexo
Localização
Varia conforme o tipo de neoplasia
Segundo algumas pesquisas, em cães é mais frequente aparecer tumores de pele e anexos (47,5%), em segundo lugar tumores na glândula mamaria (26%) e por último, no sistema genital (10,3%). Em quanto que nos gatos, as neoplasias que mais ocorrem são na pele e nas glândulas mamarias (39,4%), depois no sistema digestório (8,5%) e por fim, no fígado (5,7%).
A maior frequência de neoplasia em cães é a mamária (45,64%), em segundo lugar vem o mastocitoma (11,7%), em terceiro lugar o TVT (3,3%) e em 4º lugar o linfoma multicêntrico (3,3%). 
O que fazer? Abordagens possíveis:
 Observar: Não é uma conduta adequada em um primeiro momento
 Avaliação oncológica: Punção Aspiração por Agulha Fina (PAAF). Exame de triagem rápido, indolor, precisa somente se uma seringa de 10 ml, agulha, lâmina, corantes e microscópio. 
 Avaliação histopatológica: É mais confiável que a citologia, pois na citologia a gente vê as células mais soltas, já na histologia a gente vê a arquitetura do tumor. 
Métodos Diagnósticos
 Punção aspirativa por agulha fina: Utiliza-se geralmente a agulha cinza, fazendo movimento em leque.
Pouco invasivo
Baixo custo
Diferenciar processos inflamatórios, neoplásicos, hiperplásicos: Tem que entender muito de citologia para não confundir uma inflamação com processos neoplásicos. 
Critérios de malignidade
Benignas: Uniformidade de tamanho, preserva características primarias.
Malignas: Três ou mais critérios de imaturidade ou anormalidade celular.
	Critérios Citológicos para Identificação de Células Malignas 
	Pleomorfismo de tamanho e forma
	Relação do núcleo: Citoplasma alta ou variável
	Variação do tamanho do núcleo: Anisocariose
	Agregado de cromatina celular grosseira
	Nucléolos aumentados, múltiplos ou de forma variável
	Nucleação múltipla
	Figuras de mitoses anormais (divisões irregulares)
	Características Citomorfológicas
	Neoplasias Epiteliais
	Agrupamento de células arredondadas, células aderentes umas às outras (desmossomos)
	
	
	
	Tecido glandular
	
	Núcleos arredondados a ovais 
	Neoplasias Mesenquimais 
	Esfoliam individualmente
	
	Células ovalais, estreladas ou fusiformes
	
	Baixa celularidade
	
	Núcleos arredondados a elípticos
	Neoplasias de células redondas 
	Se esfoliam individualmente
	
	Forma celular arredondada com núcleo arredondado
	Neoplasias de núcleo livre 
	Esfoliam em camadas fracamente aderidas com vários núcleos livres e bordos citoplasmáticos indistintos 
	
	
	
	Forma celular arredondada a poligonal
Geralmente em neoplasias de células epiteliais, vemos um agrupamento de células arredondadas, aderidas umas às outras. As neoplasias mesenquimais, são mais individuais com menos quantidade de células, de formato ovalado, estrelado ou fusiforme, etc. Neoplasias de núcleo livre não são muito frequentes, mas podem ser arredondadas a poligonal, não dá para visualizar muito o citoplasma, só se vê o núcleo. Uma grande característica do mastocitoma é a presença de grânulos intracitoplasmáticos, ou seja, grânulos de heparina e histamina. 
 Avaliação histopatológica
Mais invasivo e de maior custo
Pode requerer sedação ou anestesia
Biopsia incisional X excisional
Incisional: É só quando se retira um fragmento
Excisional: É quando se retira a massa toda. 
Estadiamento Clínico
 Depende do tipo neoplásico
 Radiografia de tórax e local afetado (suspeita de metástase)
 Ultrassonografia abdominal 
 EAS
 Hemograma e bioquímica sérica
 Tomografia computorizada 
Síndromes Paraneoplásicas – Clínica: Geralmente são causadas por substancias que o tumor libera.
 Anemia (doença crônica, perda, sequestro)
 Coagulação intravascular disseminada 
 Hipercalcemia (destruição óssea, alteração na secreção de vitamina D ou PTH)
 Hipoglicemia
 Leucocitose, leucopenia, trombocitose, trombocitopenia: Muito comum em linfomas.
 Febre não associada a infecção/inflamação
Manejo de Dor – Qualidade de Vida: O manejo mais frequente e que melhora muito a qualidade de vida do animal é o controle da dor. 
 Dificil avaliação: Subestimar a dor 
 Relutância no uso de opioides: Dependência e uso ilícito
 Substâncias controladas
 Dor inflamatória X dor neuropática 
O que causa a dor no câncer? 
 Envolvimento tumoral direto: Em 60% dos casos
 Associada ao tratamento: Dor neuropática de longa duração. Ex: Dor fantasma devido amputação; fibroses; necroses devido a radioterapia; neuropatia periférica pela quimioterapia com compostos vinca-alcaloides.
 Não associada ao processo tumoral
Tratamento da Dor 
 Terapia primária: Quando for por compressão, tem que fazer a remoção do tumor.
 Dor secundária devido infecção bacteriana: Inflamação.
 Analgesia preventiva e multimodal: 
AINES (meloxicam, dipirona, firocoxibe, etc)
Opioides (morfina, metadona, tramadol, etc)
Acupuntura
 Cirurgia: 
Reconstrutiva
Citorredução 
 Quimioterapia: 
Adjuvante: Utilizada mais após a cirurgia, principalmente em neoplasias matastáticas. 
Paliativa: Quando o animal não pode operar, serve para estabilizar o paciente. 
Metronômica: É uma quimio de baixas doses, com uma maior frequência (a cada 24 horas ou a cada 48 horas, dependendo do caso). Impede a angiogênese tumoral, serve para estabilizar. 
 Criocirurgia: A criocirurgia com nitrogênio líquido é um método consagrado de tratamento de lesões cutâneas que utiliza baixas temperaturas para alcançar uma resposta tecidual inflamatória ou destrutiva. O nitrogênio líquido se apresenta na temperatura de 196ºC abaixo de zero, com eficácia comprovada para o tratamento tanto de lesões benignas como de lesões malignas.
 Radioterapia: Utiliza radiação para tratar/estabilizar o tumor. 
 Eletroquimioterapia: Serve para melhorar o efeito da quimioterapia. Esse tratamento lança impulsos elétricos, a célula abre os poros e isso melhora “penetração” dos quimioterápicos. Tem que utilizar anestesia nesse tipo de procedimento. 
 Eutanásia: Alívio da dor e sofrimento do animal. Deve-se conversar sobre com o proprietário. Geralmente é encarado como um fracasso profissional pelos veterinários. 
OBS: Os efeitos da quimio em cães e gatos são bem diferentes do que nos humanos. Em humanos geralmente querem conseguir cura, e no cão e no gato é mais para um controle. Mas pode acontecer sim, em animais de pelo longo, perderem os pelos. O principal efeito colateral é imunossupressão, diarreia e vômito. 
Abordagem ao Tutor
 Evolução da interação com os animais
 Tutor ansioso: Pré luto
Reação frente a má noticia
Vínculo de confiança
Adesão ao tratamento 
 Cuidados com linguagem técnica
 Excesso de informação

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