Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
24/08/16 1 PARALISIA CEREBRAL Antonietta Cláudia Carneiro Karen M. S. Soares FACULDADE ESTÁCIO DO RECIFE Encefalopatia Crônica Não Progressiva PARALISIA CEREBRAL - PC Cerebral palsy (CP) é uma condição relativa ao desenvolvimento neurológico, bem reconhecida, que se inicia na infância e persiste ao longo da vida. PC - Histórico Sir Francis William Little (1861) Realizou a primeira descrição de paralisia cerebral em uma criança com diplegia espástica. Na época, a condição ficou conhecida como Doença de Little. Little acreditava que a condição era causada por asfixia neonatal. Em seu artigo, Little apresentou uma criança com espasmo adutor, marcha em “crouch” e digitígrada. PC - Histórico Sigmund Freud – 1893 Acreditava que uma variedade de insultos durante a gravidez poderia causar danos cerebrais levando à PC, sendo a asfixia perinatal apenas um sinal. PC - Histórico Mac Keith and Polani (1959) É uma desordem persistente porém não imutável do movimento e da postura, aparecendo nos primeiros anos de vida e devido a uma desordem não progressiva do cérebro, resultado da interferência no seu desenvolvimento. Bax (1964) É uma desordem da postura e do movimento devido a um defeito ou lesão do cérebro imaturo.’ 24/08/16 2 PC - Histórico Mutch and colleagues (1992) ‘um termo “guarda-chuva” que abrange um grupo de síndromes motoras não-progressivas, mas em frequente mudança, secundário a lesões ou anomalias cerebrais que surgem nos estágios iniciais do desenvolvimento.’ PC - DEFINIÇÃO A paralisia cerebral descreve um grupo de desordens permanentes do desenvolvimento da postura e do movimento, causando limitação nas atividades, e que são atribuídas a um distúrbio não progressivo que ocorreu em um cérebro em desenvolvimento fetal ou infantil. As desordens motoras na PC são f requentemente acompanhadas por distúrbios sensoriais, perceptivos, cognitivos, de comunicação, comportamentais, como também por epilepsia e problemas musculoesqueléticos secundários. (Rosenbaum et al, 2007) PC - EPIDEMIOLOGIA A paralisia cerebral é a causa mais comum de deficiência infantil nas sociedades ocidentais. A prevalência é de 2 a 3,5 / 1.000 nascidos vivos, em países desenvolvidos. Maior número de crianças com PC entre os anos 80 e 90 devido ao aumento nos casos de gravidez gemelar e melhores condições de sobrevida para bebês prematuros e baixo peso. PC - EPIDEMIOLOGIA A Prevalência é inversamente proporcional à idade gestacional e ao peso ao nascimento. Prevalência de: 90 casos para cada 1.000 nascidos vivos em bebês com peso ao nascimento de 1.000g. 1,5 casos para cada 1.000 nascidos vivos em bebês com peso igual ou superior a 2.500g. PC - ETIOLOGIA PC é, na maioria das vezes, atribuída a eventos que ocorrem antes do nascimento ou no período neonatal. Cerca de 10 a 20% dos casos resultam de asfixia perinatal. Apenas 10% dos casos estão ligados a eventos tardios, como traumatismo craniano ou infecções do SNC (encefalite ou meningite) PC - ETIOLOGIA A etiologia só pode ser identificada em apenas 50% dos casos. Existem fatores na história da criança que aumentam os riscos de PC. Bebês com um ou mais destes fatores de risco, apresentam maior incidência de PC que a população normal. 24/08/16 3 PC - ETIOLOGIA FATORES PRÉ NATAIS (desde a concepção até o momento do parto) FATORES PERINATAIS (28 semanas de IG até 7 dias pós-natal) FATORES PÓS NATAIS (primeiros 2 anos de vida) PC – Fatores de Risco PRÉ-NATAL Prematuridade (IG < 36s) Baixo peso ao nascimento (menos de 2500g) Epilepsia materna Hipertireoidismo Infecções (TORCH) Sangramento no terceiro trimestre Incompetência cervical Toxemia severa, eclâmpsia. Uso de drogas Traumas Gravidez múltipla Insuficiência placentária PC – Fatores de Risco PERINATAL Parto prolongado e difícil Ruptura prematura de membranas Apresentações anormais Sangramento vaginal no momento do trabalho de parto Bradicardia Hipóxia PC – Fatores de Risco PÓS NATAL Infecções do Sistema Nervoso Central (encefalites, meningites) Hipóxia Crises convulsivas Coagulopatias Hiperbilirrubinemia neonatal Traumas cranianos PC - ETIOLOGIA Cerca de 11% dos bebês que sobrevivem a uma UTI neonatal, irão desenvolver PC. Fertilização in vitro, que resulta em gravidez múltipla, aumenta o risco de PC. PC - Diagnóstico O diagnóstico é definido em bases clínicas, caracterizadas por alterações do movimento e postura, sendo os exames complementares utilizados apenas para diagnóstico diferencial com encefalopatias progressivas (Rosenbaum et al, 2007). 24/08/16 4 PC - Diagnóstico Estudos têm demonstrado que crianças com PC, entre 3 e 5 meses de idade, já apresentam manifestações clínicas tais como repertório motor e padrões posturais diferentes do que se é esperado para o desenvolvimento típico. (Einspieler et al, 2008). MANIFESTAÇÕES NA PC Neurológicas Fraqueza muscular Tônus anormal Problemas de equilíbrio Perda do controle motor seletivo Reflexos patológicos Perda de sensibilidade Musculoesqueléticas Contraturas Deformidades • Problemas associados § Deficit intelectual § Epilepsia § Problemas visuais § Problemas na fala e comunicação § Dificuldade de deglutição § Dificuldades alimentares, déficit no crescimento. § Problemas respiratórios § Incontinência § Perda auditiva Aspectos neuropatológicos e fisiopatologia PARALISIA CEREBRAL ACHADOS PATOLÓGICOS NO SNC Lesões cerebrais específicas, relacionadas à PC, podem ser identificadas na maioria dos casos. Ocorrem em locais que são particularmente sensíveis à distúrbios no suprimento sanguíneo. Estão agrupados sob o termo: Encefalopatia Hipóxico Isquêmica (EHI). ACHADOS PATOLÓGICOS NO SNC Existem cinco tipos de Encefalopatia Hipóxico Isquêmica (EIH): LESÃO CEREBRAL PARASSAGITAL LEUCOMALÁCIA PERIVENTRICULAR (LPV) NECROSE CEREBRAL ISQUÊMICA FOCAL E MULTIFOCAL STATUS MARMORATUS NECROSE NEURONAL SELETIVA FISIOPATOLOGIA QUANTO AO TIPO DE PC - TÔNUS PC ESPÁSTICA PC DISCINÉTICA PC ATÁXICA PC HIPOTÔNICA 24/08/16 5 PC - ESPÁSTICA Achados comuns na HEMIPLEGIA ESPÁSTICA Lesões císticas em território de artéria cerebral Média (origem pré e perinatal) à insulto hipóxico? / etiologia indefinida Lesões subcorticais periventriculares predominantes em um dos hemisférios resultantes de LPV ou outros eventos isquêmicos. Disgenesias cerebrais (esquizencefalia, hemimegalencefalia e polimicrogiria), Leucomalácia hemorrágica, infartos hemorrágicos periventriculares, hemorragias intraparenquimatosas, lesões diencefálicas. Lesões focais PC - ESPÁSTICA Achados comuns nas QUADRIPLEGIAS: Disgenesisas e processos destrutivos (hidranencefalia, encefalomalácia multicística). Multifocais Lesões corticais e subcorticais acompanhadas de lesões de tronco e núcleos da base. Infecções do SNC (TORCHS) TOXOPLASMOSE RUBÉOLA CMV HERPES SÍFILIS PC – ESPÁSTICA Achados comuns nas formas DIPLÉGICAS: - Leucomalacia periventricular - Comprometimento das fibras adjacentes aos ventrículos rsponsáveispor conduzir os estímulos aos MMII - Hemorragiaperiintraventricular associada a hidrocefalia 24/08/16 6 PC - DISCINÉTICA Lesão dos núcleos da base e correlatos que exercem ação moduladora do córtex através do tálamo: - Caudado e Putâmen: hipercinesia (coreoatetose) - Pálido: hipocinesia - Núcleo subtalâmico: balismo (movimentos mais proximais) PC - ATÁXICA Mecanismos neuropatológicos pouco conhecidos Lesões displásicas e destrutivas do cerebelo Disgenesias cerebelares PC- HIPOTONIA Muitos autores não classificam como uma forma clínica de classificação com relação ao tônus Pode ser uma transição para outra forma de PC nos dois primeiros anos de vida. BIBLIOGRAFIA LIMA, C.L.A. , FONSECA, L.F. Paralisia Cerebral. Guanabara Koogan, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes Brasileira de Atenção à Pessoa com Paralisia Cerebral - Brasília, 2012. BERKER, Nadir; YALÇIN, Selim.The HELP Guide To Cerebral Palsy. 2ed. Global Help. Whashington, 2010. 24/08/16 7
Compartilhar