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PARALISIA CEREBRAL AULA 1 NOVA

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PARALISIA CEREBRAL 
Antonietta Cláudia Carneiro 
Karen M. S. Soares 
FACULDADE ESTÁCIO DO RECIFE 
Encefalopatia Crônica Não 
Progressiva 
PARALISIA CEREBRAL - PC 
—  Cerebral palsy (CP) é uma condição relativa ao 
desenvolvimento neurológico, bem reconhecida, que 
se inicia na infância e persiste ao longo da vida. 
 
PC - Histórico 
—  Sir Francis William Little (1861) 
—  Realizou a primeira descrição de paralisia cerebral 
em uma criança com diplegia espástica. 
—  Na época, a condição ficou conhecida como 
Doença de Little. 
—  Little acreditava que a condição era causada por 
asfixia neonatal. 
—  Em seu artigo, Little apresentou uma criança com 
espasmo adutor, marcha em “crouch” e 
digitígrada. 
PC - Histórico 
—  Sigmund Freud – 1893 
—  Acreditava que uma variedade de insultos durante a 
gravidez poderia causar danos cerebrais levando à PC, 
sendo a asfixia perinatal apenas um sinal. 
PC - Histórico 
—  Mac Keith and Polani (1959) 
—  É uma desordem persistente porém não imutável do 
movimento e da postura, aparecendo nos primeiros 
anos de vida e devido a uma desordem não 
progressiva do cérebro, resultado da interferência no 
seu desenvolvimento. 
—  Bax (1964) 
—  É uma desordem da postura e do movimento devido a 
um defeito ou lesão do cérebro imaturo.’ 
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PC - Histórico 
—  Mutch and colleagues (1992) 
—  ‘um termo “guarda-chuva” que abrange um grupo de 
síndromes motoras não-progressivas, mas em 
frequente mudança, secundário a lesões ou 
anomalias cerebrais que surgem nos estágios iniciais 
do desenvolvimento.’ 
PC - DEFINIÇÃO 
A paralisia cerebral descreve um grupo de desordens 
permanentes do desenvolvimento da postura e do 
movimento, causando limitação nas atividades, e que são 
atribuídas a um distúrbio não progressivo que ocorreu em 
um cérebro em desenvolvimento fetal ou infantil. As 
desordens motoras na PC são f requentemente 
acompanhadas por distúrbios sensoriais, perceptivos, 
cognitivos, de comunicação, comportamentais, como 
também por epilepsia e problemas musculoesqueléticos 
secundários. 
(Rosenbaum et al, 2007) 
PC - EPIDEMIOLOGIA 
—  A paralisia cerebral é a causa mais comum de 
deficiência infantil nas sociedades ocidentais. 
—  A prevalência é de 2 a 3,5 / 1.000 nascidos vivos, em 
países desenvolvidos. 
—  Maior número de crianças com PC entre os anos 80 e 
90 devido ao aumento nos casos de gravidez gemelar 
e melhores condições de sobrevida para bebês 
prematuros e baixo peso. 
PC - EPIDEMIOLOGIA 
—  A Prevalência é inversamente proporcional à idade 
gestacional e ao peso ao nascimento. 
—  Prevalência de: 
—  90 casos para cada 1.000 nascidos vivos em bebês 
com peso ao nascimento de 1.000g. 
—  1,5 casos para cada 1.000 nascidos vivos em bebês 
com peso igual ou superior a 2.500g. 
PC - ETIOLOGIA 
—  PC é, na maioria das vezes, atribuída a eventos que 
ocorrem antes do nascimento ou no período 
neonatal. 
—  Cerca de 10 a 20% dos casos resultam de asfixia 
perinatal. 
—  Apenas 10% dos casos estão ligados a eventos 
tardios, como traumatismo craniano ou infecções 
do SNC (encefalite ou meningite) 
PC - ETIOLOGIA 
—  A etiologia só pode ser identificada em apenas 
50% dos casos. 
—  Existem fatores na história da criança que 
aumentam os riscos de PC. 
—  Bebês com um ou mais destes fatores de risco, 
apresentam maior incidência de PC que a 
população normal. 
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PC - ETIOLOGIA 
—  FATORES PRÉ NATAIS 
(desde a concepção até o momento do parto) 
—  FATORES PERINATAIS 
(28 semanas de IG até 7 dias pós-natal) 
—  FATORES PÓS NATAIS 
(primeiros 2 anos de vida) 
PC – Fatores de Risco 
PRÉ-NATAL 
—  Prematuridade (IG < 36s) 
—  Baixo peso ao nascimento (menos de 2500g) 
—  Epilepsia materna 
—  Hipertireoidismo 
—  Infecções (TORCH) 
—  Sangramento no terceiro trimestre 
—  Incompetência cervical 
—  Toxemia severa, eclâmpsia. 
—  Uso de drogas 
—  Traumas 
—  Gravidez múltipla 
—  Insuficiência placentária 
PC – Fatores de Risco 
PERINATAL 
—  Parto prolongado e difícil 
—  Ruptura prematura de membranas 
—  Apresentações anormais 
—  Sangramento vaginal no momento do trabalho de 
parto 
—  Bradicardia 
—  Hipóxia 
PC – Fatores de Risco PÓS 
NATAL 
—  Infecções do Sistema Nervoso Central (encefalites, 
meningites) 
—  Hipóxia 
—  Crises convulsivas 
—  Coagulopatias 
—  Hiperbilirrubinemia neonatal 
—  Traumas cranianos 
PC - ETIOLOGIA 
—  Cerca de 11% dos bebês que sobrevivem a uma UTI 
neonatal, irão desenvolver PC. 
—  Fertilização in vitro, que resulta em gravidez 
múltipla, aumenta o risco de PC. 
PC - Diagnóstico 
—  O diagnóstico é definido em bases clínicas, 
caracterizadas por alterações do movimento e 
postura, sendo os exames complementares 
utilizados apenas para diagnóstico diferencial com 
encefalopatias progressivas 
(Rosenbaum et al, 2007). 
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PC - Diagnóstico 
—  Estudos têm demonstrado que crianças com PC, 
entre 3 e 5 meses de idade, já apresentam 
manifestações clínicas tais como repertório motor 
e padrões posturais diferentes do que se é 
esperado para o desenvolvimento típico. 
(Einspieler et al, 2008). 
MANIFESTAÇÕES NA PC 
—  Neurológicas 
—  Fraqueza muscular 
—  Tônus anormal 
—  Problemas de equilíbrio 
—  Perda do controle motor 
seletivo 
—  Reflexos patológicos 
—  Perda de sensibilidade 
—  Musculoesqueléticas 
—  Contraturas 
—  Deformidades 
• Problemas associados 
§  Deficit intelectual 
§  Epilepsia 
§  Problemas visuais 
§  Problemas na fala e 
comunicação 
§  Dificuldade de deglutição 
§  Dificuldades alimentares, déficit 
no crescimento. 
§  Problemas respiratórios 
§  Incontinência 
§  Perda auditiva 
Aspectos neuropatológicos 
e fisiopatologia 
PARALISIA CEREBRAL 
ACHADOS PATOLÓGICOS 
NO SNC 
—  Lesões cerebrais específicas, relacionadas à PC, 
podem ser identificadas na maioria dos casos. 
—  Ocorrem em locais que são particularmente 
sensíveis à distúrbios no suprimento sanguíneo. 
—  Estão agrupados sob o termo: Encefalopatia 
Hipóxico Isquêmica (EHI). 
ACHADOS PATOLÓGICOS 
NO SNC 
—  Existem cinco tipos de Encefalopatia Hipóxico 
Isquêmica (EIH): 
—  LESÃO CEREBRAL PARASSAGITAL 
—  LEUCOMALÁCIA PERIVENTRICULAR (LPV) 
—  NECROSE CEREBRAL ISQUÊMICA FOCAL E 
MULTIFOCAL 
—  STATUS MARMORATUS 
—  NECROSE NEURONAL SELETIVA 
FISIOPATOLOGIA QUANTO AO 
TIPO DE PC - TÔNUS 
—  PC ESPÁSTICA 
—  PC DISCINÉTICA 
—  PC ATÁXICA 
—  PC HIPOTÔNICA 
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PC - ESPÁSTICA 
—  Achados comuns na HEMIPLEGIA ESPÁSTICA 
—  Lesões císticas em território de artéria cerebral Média 
(origem pré e perinatal) à insulto hipóxico? / etiologia 
indefinida 
—  Lesões subcorticais periventriculares predominantes em 
um dos hemisférios resultantes de LPV ou outros eventos 
isquêmicos. 
—  Disgenesias cerebrais (esquizencefalia, 
hemimegalencefalia e polimicrogiria), Leucomalácia 
hemorrágica, infartos hemorrágicos periventriculares, 
hemorragias intraparenquimatosas, lesões diencefálicas. 
—  Lesões focais 
PC - ESPÁSTICA 
—  Achados comuns nas QUADRIPLEGIAS: 
—  Disgenesisas e processos destrutivos 
(hidranencefalia, encefalomalácia multicística). 
Multifocais 
—  Lesões corticais e subcorticais acompanhadas de 
lesões de tronco e núcleos da base. 
—  Infecções do SNC (TORCHS) 
—  TOXOPLASMOSE 
—  RUBÉOLA 
—  CMV 
—  HERPES 
—  SÍFILIS 
PC – ESPÁSTICA 
—  Achados comuns nas formas DIPLÉGICAS: 
-  Leucomalacia periventricular 
-  Comprometimento das fibras adjacentes aos 
ventrículos rsponsáveispor conduzir os estímulos 
aos MMII 
-  Hemorragiaperiintraventricular associada a 
hidrocefalia 
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PC - DISCINÉTICA 
—  Lesão dos núcleos da base e correlatos que exercem 
ação moduladora do córtex através do tálamo: 
-  Caudado e Putâmen: hipercinesia (coreoatetose) 
-  Pálido: hipocinesia 
-  Núcleo subtalâmico: balismo (movimentos mais 
proximais) 
PC - ATÁXICA 
—  Mecanismos neuropatológicos pouco conhecidos 
—  Lesões displásicas e destrutivas do cerebelo 
—  Disgenesias cerebelares 
PC- HIPOTONIA 
—  Muitos autores não classificam como uma forma 
clínica de classificação com relação ao tônus 
—  Pode ser uma transição para outra forma de PC 
nos dois primeiros anos de vida. 
BIBLIOGRAFIA 
—  LIMA, C.L.A. , FONSECA, L.F. Paralisia Cerebral. 
Guanabara Koogan, 2004. 
—  Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção 
à Saúde. Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. Diretrizes Brasileira de Atenção à 
Pessoa com Paralisia Cerebral - Brasília, 2012. 
—  BERKER, Nadir; YALÇIN, Selim.The HELP Guide To 
Cerebral Palsy. 2ed. Global Help. Whashington, 
2010. 
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