Buscar

portfólio da casa da mulher

Prévia do material em texto

�PAGE �
�PAGE �11�
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
	serviço social	
rosangela das graças polato
	
CARACTERIZAÇÃO SÓCIO INSTITUCIONAL
Nova Iguaçu
2017
rosangela das graças polato
CARACTERIZAÇÃO SÓCIOINSTITUCIONAL
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina de Estágio em Serviço Social I.
 Prof.ª 
Nelma S. A. Galli
Nova Iguaçu
2017
�
CASA DA MULHER NILOPOLITANA
 A Casa da Mulher Nilopolitana é um Centro de Referência de atendimento e acolhimento à mulher em situação de violência, com trabalho nas áreas da psicologia, da assistência social, orientação e atendimento jurídico, contribuindo para a elevação da autoestima e o resgate da cidadania da mulher. Criada pela Lei Municipal nº 6.177 de 07 de dezembro de 2006, de autoria da Vereadora Nilcéa Carla Cardoso, na gestão do Prefeito Farid Abrão David, foi inicialmente estruturada como Coordenadoria Municipal de Políticas para as Mulheres. 
 Porém, com a necessidade de expandir as linhas de ação das políticas públicas na área social, o Prefeito Sérgio Sessim cria a Secretaria Municipal da Cidadania e Direitos Humanos, através da Lei Complementar nº 84 de 30 de abril de 2009, a qual possui oito superintendências em sua estrutura, dentre elas a Superintendência dos Direitos da Mulher.
 As atividades da Coordenadoria Municipal de Políticas para Mulheres tiveram início em dezembro de 2006, mas a proposta surgiu bem antes, através da conscientização de representantes do governo e da sociedade civil quanto à gravidade da situação das mulheres de Nilópolis vítimas da violência doméstica e de gênero. Como resultado desta união de esforços a proposta se tornou uma realidade, objetivando o resgate da valorização da mulher e de sua autoestima, rompendo o ciclo da violência de que são vítimas de forma a reconstruir sua identidade de gênero e promover ações de combate à exclusão social.
 Dessa forma, a Casa da Mulher Nilopolitana, até então Coordenadoria Municipal de Políticas para as Mulheres, passa a ser parte integrante da estrutura da Superintendência dos Direitos da Mulher, assumindo a função de Centro de Referência de Atendimento à Mulher.
 A Casa da Mulher Nilopolitana tem como objetivo acolher, atender e orientar as mulheres em situação de violência e descriminação de gênero, objetivando a consolidação da cidadania feminina através do trabalho da equipe técnica, a qual orienta individualmente e em grupos de reflexão, visando alcançar o rompimento do ciclo de violência. Utilizando a Lei Maria da Penha -Lei 11.340/2006 -como instrumento legal de trabalho.
 A Casa da Mulher Nilopolitana está localizada na Rua Antônio João Mendonça, 65 -Centro -Nilópolis e seu horário de funcionamento é de 2ª a 6ª feira das 09 às 17 h, atendendo às mulheres em situação de maus-tratos, crimes ou abusos de ordem física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral, dando orientação, encaminhando aos órgãos de apoio à mulher, 
merecendo assistência social, psicológica e jurídica, como também atividades socioeducativas e de geração de renda.
 A Casa da Mulher Nilopolitana tem como MISSÃO, atuar junto à sociedade na promoção da igualdade de gênero e cidadania, focada em ações, serviços e projetos que elevem a qualidade de vida das mulheres no Município de Nilópolis. 
 Os valores da Casa da Mulher Nilopolitana são princípios de conduta dos quais não poderão ser desviados e, como a MISSÃO, deverão ser imutáveis ao longo do tempo. Trabalhando com transparência e ética, respeitando e acreditando nas pessoas, se empenhando com o comprometimento para atingir os objetivos, partilhando conhecimento entre a equipe e desconstruindo toda forma de preconceito respeitando a diversidade.
 A Casa da Mulher Nilopolitana tem como objetivo e a responsabilidade de propor políticas públicas para as mulheres, em especial, nas áreas de saúde, educação, geração de trabalho e renda, cultura e segurança, assessorando as secretarias e órgãos de governo na execução destas políticas; promover políticas que visem eliminar a discriminação contra a mulher e assegurar sua participação nas atividades políticas, econômicas e culturais do país; garantir que as políticas públicas desenvolvidas no município tenham uma abordagem de gênero, considerando os diversos aspectos sociais; realizar campanhas relativas aos direitos da mulher; colaborar com a organização e a mobilização do movimento de mulheres.
 A Casa da Mulher Nilopolitana busca desenvolver estudos e ações que efetivem as mulheres como agentes prioritárias de desenvolvimento e transformação social; identificar potencialidades e trabalhar na perspectiva de afirmação das políticas intersetoriais; sensibilizar e capacitar gestores e profissionais da rede pública em gênero e desenvolvimento; consolidar alianças e parcerias -local, regional, nacional e internacional; promover campanhas e ações estratégicas de comunicação que visem à mudança de mentalidade e de comportamento. 
 Atualmente a Casa da Mulher possui uma equipe técnica que é formada por uma assistente social, uma psicóloga e uma advogada e uma equipe de administração que é formada por uma recepcionista/administrativa, uma assessora da superintendente e uma superintendente dos direitos da mulher. Além da equipe de apoio composta por um apenado, uma profissional de serviços gerais e três estagiárias em serviço social. E nas oficinas para capacitação para geração de trabalho e renda, todos os professores (as) são voluntários. Possuiu uma estrutura física que assegura o sigilo profissional nos atendimentos às usuárias. Seguindo as diretrizes conforme a Norma Técnica de Uniformização dos Centros de Atendimento à Mulher em situação de violência. Todo atendimento da usuária pela equipe técnica é cadastrado e arquivado para que mensalmente seja elaborada uma estatística que mapeia, através de um questionário social, as características do atendimento, do perfil da usuária, do perfil do agressor e da violência perpetrada.
 Método é o que embasa toda e qualquer pesquisa científica que serve para mostrar dados e resultados. “É a ciência tem como objetivo fundamental chegar à veracidade dos fatos”, conforme Gil (2012, p. 8).
 Para o referente trabalho foi utilizado o método de pesquisa quali-quantitativo para uma melhor compreensão e visualização do fenômeno social estudado. Para a busca de fontes teóricas e conceitos, foram utilizadas fontes secundárias como: livros, sites de revistas do serviço social, artigos científicos, cartilhas governamentais e legislações referentes ao tema.
 Os instrumentos utilizados para coletarem dados foram às planilhas estatísticas que nos fornecem informações mais exatas no método que se baseia. Foram utilizados dados estatísticos com indicadores anuais para a pesquisa do objeto de estudo referente ao perfil das usuárias, a relação com o agressor e os tipos de violência perpetrada contra as mulheres/usuárias acolhidas na Casa da Mulher Nilopolitana. Segundo Gil (2012), os procedimentos estatísticos são muito úteis nas pesquisas sociais. “Afinal, a Estatística é uma ciência e sua contribuição para o desenvolvimento de pesquisas nos mais diversos campos do conhecimento é inquestionável” (GIL, 2012, p. 178).
 A análise dos dados estatísticos, adquiridos através de um questionário social, que nos dá a possibilidade de fazer uma crítica da questão social estudada, pois a análise dos períodos (anos de 2013, 2014 e 2015) nos permite visualizar a regularidade do fenômeno e fazer uma análise comparativa. Gil (2012) define o método comparativoque “procede pela investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles” (GIL, 2012, p. 16).
 O objetivo da análise é explorar as variáveis da pesquisa para proporcionar uma nova visão do problema, ou seja, esclarecer uma nova possibilidade de estudo através das características do fenômeno estudado.
 Após o resultado da análise, podemos constituir um quadro mais amplo e coerente para a pesquisa conforme sua proposta fundamentada nos dados. Sendo que essa proposta tem como finalidade fazer uma amostragem de dados predominantes na estatística do triênio (2013, 2014 e 2015), com gráficos ilustrativos de representatividade em percentuais (%). Ou seja, os parâmetros utilizados para os cálculos foram às somas quantitativas de cada item do conjunto de cada amostra, pelos valores do triênio (2013, 2014 e 2015). Após o resultado, foi calculado para cada item um percentual referente no conjunto. Estabelecendo em cada conjunto da amostra sua distribuição proporcional em percentuais. 
ATENDIMENTOS POR TIPO DE VIOLÊNCIA
FÍSICA 21,92%
PSICOLÓGICA 38,93%
SEXUAL 3,8%
MORAL 27,52%
PATRIMONIAL 7,83%	
	Os dados apresentados sobre os tipos de violência, estão descritos conforme o artigo 5º da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006): “Para os efeitos desta lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral e patrimonial” (BRASIL, 2006). 
 Conforme análise do gráfico, o item da “violência psicológica” possui maior incidência entre os demais, com 38, 93% da totalidade. Devemos considerar que uma vítima pode ter sofrido mais de um tipo de violência. Segundo o Dossiê Mulher (2016), a violência física e a sexual, são “as duas formas de violência que exercem maior impacto negativo na promoção de melhores condições de vida da mulher” (Dossiê Mulher, 2016, p. 5). Saffioti (2004) problematiza as consequências da violência sofrida pelas mulheres e esclarece: A vítima de abusos físicos, psicológicos, morais e/ou sexuais é vista por cientistas como indivíduo com mais probabilidade de maltratar, sodomizar outros, enfim, de reproduzir, contra outros, as violências sofridas, do mesmo modo como se mostra mais vulnerável às investidas sexuais ou violência física ou psíquica de outrem. (SAFFIOTI, 2004, p. 18).
 	
RELAÇÃO DAS VÍTIMAS COM O AUTOR
CÔNJUJE 26%
COMPANHEIRO 23%
NAMORADO 1%
EX-CÔNJUGE 4%
EX-COMPANHEIRO 11%
EX-NAMORADO 2,5%
GENITOR 2,5%
FILHO 4,5%
OUTROS MEMBROS 13,5%
OUTROS 12%
POR ETNIA
BRANCA 34,30
NEGRA 18,36
PARDA 31,16
NÃO INFORMADO 9,18
 Neste gráfico estabelece o grau de proximidade da vítima com seu agressor/autor, observamos que o item “cônjuge” possui mais incidência entre os demais, com 26% da totalidade. Para que possamos entender a dinâmica da violência contra a mulher é importante identificar o tipo de agressor que compõe esta relação de convivência doméstica e/ou familiar. No entanto, dados existentes demonstram que os parceiros íntimos são os principais autores da violência contra a mulher. “O maior agressor das mulheres no ambiente doméstico é o marido ou companheiro, com 65% das respostas. Em seguida, o namorado passa a ser o potencial agressor com 9% e o pai com 6%” (SENADO FEDERAL, 2005, P. 12).
POR ETNIA
BRANCA 34,30
NEGRA 18,36
PARDA 31,16
NÃO INFORMADO 9,18
 O referente trabalho não tem como finalidade abordar no tema uma relação etnia/raça como objeto de estudo. Este gráfico é para uma maior visualização do perfil das usuárias da Casa da Mulher Nilopolitana. Onde observamos que a maior incidência é no item “parda” com 38,16% da totalidade. Segundo o Mapa de violência (2015), ao abordar a questão da raça/cor, estabelece que “com poucas exceções geográficas, a população negra é vítima prioritária da violência homicida no país” (MAPA DE VIOLÊNCIA, 2015, p. 29). 
 Na faixa etária mais adulta, a vítima está relacionada ao lar, local onde ocorre maior domesticidade da violência. Observamos que no gráfico o item “20 a 59 anos” possui maior incidência entre os demais, com 87,02% da totalidade. O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial, do Banco Mundial (1993), afirma que “as violações e a violência doméstica conduzem à perda de mais anos de vida saudável, entre as mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 44 anos, do que o cancro da mama, o cancro do colo do útero, a obstrução no parto, a guerra ou os acidentes de viação” (BANCO MUNDIAL, 1993).
POR FAIXA ETÁRIA
10 A 9 ANOS 3,85
20 A 59 ANOS 87,02
60 ANOS OU MAIS 8,65
NÃO INFORMADO 0,48
 Na faixa etária mais adulta, a vítima está relacionada ao lar, local onde ocorre maior domesticidade da violência. Observamos que no gráfico o item “20 a 59 anos” possui maior incidência entre os demais, com 87,02% da totalidade. O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial, do Banco Mundial (1993), afirma que “as violações e a violência doméstica conduzem à perda de mais anos de vida saudável, entre as mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 44 anos, do que o cancro da mama, o cancro do colo do útero, a obstrução no parto, a guerra ou os acidentes de viação” (BANCO MUNDIAL, 1993).
POR ESCOLARIDADE
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO 20,67
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 11,54
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO 8,65
ENSINO MÉDIO COMPLETO 19,71
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 5,77
ENSINO SUPERIOR COMPLETO 5,29
LÊ E ESCREVE 0,48
ANALFBETA 0
NÃO INFORMADO 27,89
 Neste gráfico estabelece o grau de escolaridade das usuárias que vivem em situação de violência. Vale ressaltar que a violência perpassa por todos os itens, com exceção de analfabetismo, mas não nos garante que também possa ocorrer em mulheres analfabetas, pois existem dados não informados. Como podemos observar o menor grau de escolaridade possui sua maior incidência, no item “ensino fundamental incompleto”, com 20,67% da totalidade.
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
 A população atendida pela instituição são mulheres vítimas de violência. Mais de 50% procuram o serviço por iniciativa própria, à maioria tem idade entre 20 e 59 anos e tem de 1 a 3 filhos. 
 É observado que grande parte das mulheres que procuram a casa é para ter informação, pois ainda não tem coragem de auto declararem vítimas de algum tipo de violência, vale ressaltar que foi observado que uma mesma pessoa pode utilizar de um serviço inúmeras vezes.
PROCESSO DECISÓRIO
 Todas as decisões são tomadas em conjunto com a equipe multidisciplinar formada por assistentes sociais, psicólogos e advogados. Sendo que cada profissional age dentro de seus princípios éticos, visando o melhor atendimento a usuária vítima de violência.
 O serviço social na instituição atua diretamente no acolhimento e atendimento a usuária vítima de maus tratos, crimes ou abusos físicos, sexuais ou morais dando orientação e encaminhamentos necessários junto aos órgãos competentes de apoio a mulher.
 A equipe do serviço social atua na garantia de direitos e também aprimoramento das políticas públicas. Portanto o assistente social em conjunto com os demais profissionais procura compreender, intervir, e planejar projetos sociais fundamentados no compromisso profissional, ético e respeito às diferenças. 
 Os profissionais ao trabalhar com mulheres vítimas de violência têm como desafio as mais variadas expressões cotidianas, por isso o trabalho em conjunto é tão importante. A equipe multidisciplinar é formada por psicóloga, advogada e assistente social, além de contar com outros profissionais como professores e auxiliares que colaboram para que o atendimento seja p melhor possível. Ele também ageem conjunto com agentes de saúde, com o Fórum, Conselho Tutelar, Delegacias dentre outros para poder contar com um trabalho de qualidade e eficácia. Cabendo a esses profissionais buscarem soluções para as demandas apresentadas.
 No âmbito ético político pode afirmar que a prática deste profissional nem sempre esteve presente, porém a partir do Movimento da Renovação do Serviço Social, no período entre os anos 1979 a 1985, época da ruptura. O profissional de Serviço Social passa a ter sua função regulada pelo Código de Ética da profissão, que visa à equidade, universalidade e descentralização. O assistente social além de intermediar conflitos, usa de articulação, criatividade, interferência e profissionalismo para trabalhar com as demandas que são apresentadas, ele necessita de uma ampla visão para que não tome partido e sim as reais necessidade das usuárias. Ele luta pela superação dos riscos, vulnerabilidade social e busca a defesa dos direitos sociais fundamentado na luta do reconhecimento da liberdade, empoderamento e autonomia das usuárias.
 
REFERÊNCIAS
BESSE, Susan K. Modernizando a desigualdade. São Paulo: Edusp, 1999.
BUTLER, Judith P. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 10.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
BRASIL.Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006. Diário Oficial da União, Brasília. 
______. Ministério da Saúde. 
Violência intrafamiliar: orientações para a prática em serviço. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/0016402/8-cadernos-de-atencao-basica-violencia-intrafamiliar>. Acessado em 01 out. 2016.
______. Presidência da República. Técnica de Uniformização dos Centros de Referência de Atendimento à Mulher em situação de violência. Disponível em: <http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/publicacoes/nOrma-tecnica-de niformizacao-centros-de-eferencia-de-atendimento-a-mulher-em-stuacao-deviolencia/view>. Acessado em: 19 nov.2016.
_1555620127.xls
_1555712137.xls
_1555712446.xls
_1555620136.xls
_1555620117.xls

Continue navegando