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ARTIGO A SAÚDE DO TRABALHADOR DE ENFERMAGEM

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A SAÚDE DO TRABALHADOR NA ENFERMAGEM: UM RESGATE 
LITERÁRIO 
 
1Elizandra Fernandes 
2Jocemara de Souza Fermino 
3Maria Zilar Scarmagnani 
 
Palavra-chave: acidente de trabalho, enfermagem, saúde ocupacional. 
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que tem como objetivo realizar um 
estudo nas revistas científicas relacionados à saúde do trabalhador de 
enfermagem identificando as doenças e suas causas, fatores de riscos 
ergonômicos, psicossociais, químicos, físicos e biológicos. Os esforços que 
visam minimizar acidentes e doenças decorrentes do trabalho, empregado nos 
vários setores, não deixa ainda que as Instituições de Saúde percam seu 
objetivo central que é a lucratividade. Dentro desse contexto e analisando os 
índices de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, as quais os 
profissionais de enfermagem estão expostos, é importante compreender a 
relevância dos temas relacionados à saúde dos mesmos. A partir dessa 
compreensão se torna possível empregar medidas e técnicas adequadas na 
execução das tarefas, visando à proteção do trabalhador, atuando na 
prevenção de doença e acidentes a que estão expostos, considerando suas 
especificidades e particularidades que o ambiente de trabalho oferece. A 
informação bibliográfica foi encontrada consultando-se revistas científicas 
disponíveis no acervo da Biblioteca da Associação Educacional Luterana Bom 
Jesus/IELUSC por serem de fácil acesso aos discentes e docentes da 
 
1
 Acadêmica da 7ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Associação Educacional Bom 
Jesus/IELUSC e Técnica de Enfermagem. 
2
 Acadêmica da 7ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Associação Educacional Bom 
Jesus/IELUSC e Técnica de Enfermagem. 
3
 Acadêmica da 7ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Associação Educacional Bom 
Jesus/IELUSC. Rua: Emílio Endress, 234, Itinga, Joinville – SC, carpins2530@yahoo.com.br. 
 
 
Instituição. Para se chegar aos artigos desejados realizou-se consulta no banco 
de dados da biblioteca utilizando como palavras-chaves: saúde, enfermagem e 
trabalho. A partir dessa busca realizou-se uma seleção dos artigos que 
abordavam a saúde do trabalhador de enfermagem. As referências 
bibliográficas selecionadas são de trabalhos publicados em periódicos de 
enfermagem nacionais (Revista Brasileira de Enfermagem, Revista Latino-
Americana de Enfermagem e Revista da Escola de Enfermagem – 
Universidade de São Paulo) publicados entre 2003 e 2004, todos 
caracterizados como trabalho de pesquisa, sendo cinco dos artigos pesquisa 
de caráter quantitativa e uma revisão bibliográfica. Da Revista Latino-
Americana de Enfermagem utilizou-se dois artigos relacionados com 
manipulação de quimioterápicos antineoplásicos e afecções músculo-
esquelético. Os artigos sobre LER/DORT, violência no trabalho e acidente de 
trabalho foram extraídos da Revista Brasileira de Enfermagem. Na Revista da 
Escola de Enfermagem usou-se o artigo sobre estresse dos trabalhadores de 
enfermagem em Hospital Psiquiátrico. Na etapa subseqüente realizou-se a 
leitura de todos os artigos relacionados, classificando os materiais de acordo 
com o conteúdo e agrupando-os em categorias. O trabalho da enfermagem é 
executado em diversos locais, porém são os hospitais que abrigam o maior 
número de profissionais. Esse profissional no âmbito hospitalar exerce uma 
diversidade de serviços, podendo desencadear situações de riscos, agredindo 
a sua saúde e refletindo na qualidade da assistência prestada. Dentre os 
artigos analisados pudemos perceber que o quadro profissional da 
enfermagem ainda é composto na sua maioria por mulheres. Esses dados 
apontam um aumento ainda maior aos fatores de riscos para a saúde, devido o 
acúmulo de trabalho doméstico associado à hora plantão e ao multiemprego 
das trabalhadoras. São ainda as mulheres que apresentam maior incidência de 
LER/DORT. Doença na qual o trabalhador pouco conhece e quando conhece 
não procura ajuda imediata por medo de demissão ou exoneração, levando a 
um diagnóstico tardio contribuindo para as limitações dos movimentos, 
dificultando a realização das atividades ou a incapacidade de executá-las. 
Outro fator contribuinte para um diagnóstico tardio são os sintomas na fase 
 
 
inicial que se confundem com outras doenças, dessa forma a grande maioria é 
tratada em estágio avançado. As afecções osteomusculares, assim como o 
estresse são doenças que, corriqueiramente acometem os profissionais de 
enfermagem. Nas doenças osteomusculares destacam-se as lombalgias, dores 
nos ombros e na região cervical causadas pela manutenção de posturas 
estáticas, por tempo prolongado ou resultante de traumas cumulativos que 
acontecem freqüentemente devido aos cuidados prestados diretamente ao 
paciente. O estresse está relacionado com a exposição prolongada e contínua 
a estressores no ambiente de trabalho como: carga horária prolongada, o 
ambiente hospitalar, exposição a climas de grande tensão emocional, desgaste 
físico e psíquico. Os acidentes causados por substâncias químicas também 
foram referenciados. O trabalhador da saúde manuseia diariamente vários 
tipos de substâncias químicas que podem promover a saúde ao paciente, mas 
também podem trazer riscos à saúde do trabalhador. Destacam-se ainda 
algumas substâncias que quando em contato sem proteção adequada 
acarretam riscos, devido sua periculosidade e ação carcinogênica sendo: 
medicamentos, poeiras, fumaças e materiais de borracha. Os profissionais 
interagem com estas substâncias regularmente, mas não costumam notificar os 
acidentes. A não notificação pode ter relação com o ritmo acelerado de 
trabalho, negação do acidente, desconhecimento dos efeitos das substâncias, 
gravidade dos efeitos e ausência da rotulagem dos produtos químicos. Os 
artigos apontam ainda situações específicas como os profissionais que 
trabalham diretamente com quimioterápicos antineoplásicos. Esses 
profissionais são classificados tanto como grupo de risco para acidente de 
trabalho como para doenças ocupacionais. A literatura evidencia casos de 
aparecimento de tumores secundários, maior suscetibilidade no aparecimento 
de câncer, mutagenicidade, mutações no DNA (Ácido Desoxirribonucléico), 
aumento de linfócitos e efeitos colaterais, entre outros. A violência também 
aparece como acidente de trabalho. A mesma é definida como incidente que 
ocorre e poderá trazer conseqüências à saúde do trabalhador como físicas, 
emocionais, pessoais e profissionais. Podendo essa ser externa que é causada 
por fatores fora do local de trabalho; provocada pelo cliente e interna que 
 
 
ocorre entre os trabalhadores de uma mesma instituição. Entre elas prevalece 
à agressão verbal e ameaças, com menor índice a agressão física, assédio 
moral ou sexual. Os fatores que geram a violência são: o contato face a face do 
profissional e o cliente, a atitude do profissional frente a uma situação 
estressante; o tipo de cliente atendido; pacientes idosos, agitados, deprimidos, 
usuários de drogas e álcool; o número reduzido de funcionários e a frustração 
do cliente ante a espera para o atendimento. Sabe-se que o profissional está 
exposto a situações de risco ocasionadas muitas vezes pelo desconhecimento 
dos fatores desencadeantes, pelas normas e rotinas impostas ou ainda pela 
especificidade de seu trabalho. É importante que o trabalhador de enfermagem 
tenha conhecimento do nexo-causal que implicará numa melhor condição de 
trabalho individual e coletiva e conseqüentemente uma possível melhora da 
qualidade de vida. No estudo realizado sobre a saúde do trabalhador de 
enfermagem, encontrou-se fatores de riscosos quais os mesmos estão 
expostos. Segundo material analisado, considera-se que o profissional pouco 
conhece sobre as doenças e causas relacionadas com sua atividade de 
trabalho. Esse desconhecimento implica num aumento de acidente de trabalho, 
assim como de doenças ocupacionais, acarretando afastamento ou 
permanência no trabalho em condições físicas e psicológicas alteradas, 
interferindo diretamente no cuidado prestado e na qualidade de vida do 
profissional. Faz-se necessário trabalhar com as instituições e com o 
profissional, através de educação em saúde para minimizar os fatores 
potenciais de riscos que foram relatados na maioria dos artigos como jornada 
de trabalho excessiva, postura inadequada quanto a cuidados com o paciente, 
o uso inadequado de equipamento de proteção individual e desconhecimento 
em relação ao ambiente de trabalho. O enfermeiro deve ser um profissional 
capacitado para conhecer sua equipe e o ambiente de trabalho, identificando 
os fatores de riscos a qual cada profissional está exposto. A partir desse 
conhecimento planejar e executar ações de forma a eliminar e/ou diminuir os 
riscos, proporcionando um ambiente de trabalho com mais qualidade. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Rev. Esc. Enferm USP. São Paulo, v.37, n.3, p. 63-71, set/out. 2003. 
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Enferm. Brasília, v.57, n.3, p. 269-273, maio/jun. 2004. 
GURGUEIRA, G. P; ALEXANDRE, N.M.C.; CORREA FILHO, H.R. Prevalência 
de sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadoras de enfermagem. Rev. 
Latino-am Enfermagem. São Paulo, v.11, n.5, p. 608-613, set/out. 2003. 
MORENO, Luciana Contrera; MORENO, Maria Inês Contrera. Violência do 
trabalho em enfermagem: um novo risco ocupacional. Rev. Bras Enferm. 
Brasília, v.57, n.6, p. 746-749, nov/dez. 2004. 
ROCHA, F.R.L.; MARZIALI, M.H.P.; ROBAZZI, M.L.C.C. Perigos potenciais a 
que estão expostos os trabalhadores de enfermagem na manipulação de 
quimioterápicos antineoplásicos: conhecê-los para preveni-los. Rev. Latino-am 
Enfermagem. São Paulo, v.12, n.3, p. 511-517, maio/jun. 2004. 
VARELA, Claudete Dantas da Silva; FERREIRA, Silvia Lucia. Perfil das 
trabalhadoras de enfermagem com diagnóstico de LER/DORT em Salvador- 
Bahia 1998-2002. Rev. Bras. Enferm. Brasília, v.57, n.3, p. 321-325, maio/jun. 
2004.

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