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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II. CASO CONCRETO. SEMANA 12. ESTÁCIO. FIC. 2017.

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EMPRESARIAL APLICADO II (III E IV)
CASO 12
CASO CONCRETO
Aragominas Jardinagem e Paisagismo Ltda. EPP sacou duplicata de prestação de serviços à vista em face de Bernardo Sayão no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). O título foi endossado antes da apresentação a pagamento para o Banco Filadélfia S.A. Na data da apresentação ao sacado, para pagamento, este solicitou prorrogação da apresentação por dois meses, o que foi aceito pelo credor. Foi firmada declaração escrita na duplicata, assinada por mandatário do endossatário com poderes especiais, concedendo a referida prorrogação.
O sacado não efetuou o pagamento da duplicata na data acordada. O endossatário exigiu o pagamento do endossante, que se recusou a fazê-lo alegando que não anuiu com a prorrogação do vencimento, fato inconteste. 
A) Sendo certo que o endosso em favor do Banco Filadélfia é translativo e não houve aposição de cláusula sem garantia, é cabível a exceção ao pagamento apresentada? 
	No caso em tela é possível a exceção de pagamento, visto que o endossante não teve a anuência prévia da prorrogação da apresentação da duplicata. Deveria, assim, o endossatário, para manter a obrigação dos coobrigados, ter colhido a ciência e aceitação expressa do sacador. Assim é disposição do artigo 11 da lei 5.474/68:
 Art . 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com podêres especiais.
 Parágrafo único. A reforma ou prorrogação de que trata êste artigo, para manter a coobrigação dos demais intervenientes por endôsso ou aval, requer a anuência expressa dêstes.
Cabe também mostrar a disposição do artigo 20 da mesma lei:
Art . 20. As emprêsas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata.
 § 1º A fatura deverá discriminar a natureza dos serviços prestados.
 § 2º A soma a pagar em dinheiro corresponderá ao preço dos serviços prestados.
 § 3º Aplicam-se à fatura e à duplicata ou triplicata de prestação de serviços, com as adaptações cabíveis, as disposições referentes à fatura e à duplicata ou triplicata de venda mercantil, constituindo documento hábil, para transcrição do instrumento de protesto, qualquer documento que comprove a efetiva prestação, dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou. 
B) A anuência com a prorrogação do prazo de vencimento da duplicata, firmada por mandatário com poderes especiais, poderia ser invalidada por não ter sido dada pelo próprio credor?
	Não, pois conforme se verifica no caput do artigo 11 da lei 5.474/68, que dispõe sobre as duplicatas, tal título de crédito impróprio admite a reforma ou prorrogação do prazo de vencimento por declaração, assinada pelo vendedor, endossatário ou por representante com poderes especiais, o que se nota este último na espécie. 
QUESTÃO OBJETIVA(EXAME DE ORDEM UNIFICADO/FGV) Na duplicata de compra e venda, entende-se por protesto por indicações do portador aquele que é lavrado pelo tabelião de protestos 
A) em caso de recusa ao aceite e devolução do título ao apresentante pelo sacado, dentro do prazo legal. ERRADO. Uma vez que na ocorrência do caso apresentado, o que se fará é enviar a própria duplicata a protesto. Veja-se
Art . 7º A duplicata, quando não fôr à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite.
        § 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, desde que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.
xB) quando o sacado retiver a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal. CORRETO:
 Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento.                  (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)
        § 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. 
C) na falta de pagamento do título pelo aceitante ou pelo endossante dentro do prazo legal. 
D) em caso de revogação da decisão judicial que determinou a sustação do protesto.
CASO CONCRETO:
(TJ/ DF /Juiz/ 2012) A respeito da assim chamada "duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou "duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu saque e quais são os requisitos necessários para que tenha eficácia executiva, bem como forneça dois argumentos, retirados exclusivamente da Lei 5.474/68 que, em tese, não permitiriam a constituição do crédito cambial na forma esclarecida.
	Duplicata virtual, dá-se o seu saque quando o sacador (prestador de serviços) emite dados referentes ao negócio jurídico realizado e/ou concretizado, podendo ser uma compra de produto, ou venda de serviço pelo sistema virtual e informa o teor (dados) da negociação a uma instituição financeira competente que gerará um boleto e assim cobrará a devedor/comprador ou tomado de serviço, para que efetue o pagamento (sacado). Acrescente-se que tal boleto não é um título de crédito, mas possui as características de uma duplicata na forma virtual. Nesse sentido são expressões das seguintes leis:
 Art. 8º Lei 9.492/97. Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de quantidade e qualidade. Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas.
Art. 889 do CC. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.
(...) § 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.
	Com base estritamente nos dispositivos da lei 5.474/68, haveria impossibilidade de se emitir uma duplicata virtual por decorrência do não colhimento da assinatura do emitente, a qual é requisito formal do título, expresso no artigo 2º da referida lei. Além disso, não estaria sendo atendido o requisito da cartularidade da duplicata, obstando assim uma possível execução cambial do crédito. Pois não se teria o título em mãos e tão menos os demais documentos que são necessários a propositura da ação executória dependendo do aceite que foi dado. Bem como não seriam obedecidos todos os requisitos expostos no artigo 2º da lei nº 5.474/68. Veja-se:
 
"a) Se for uma execução de duplicata com aceite ordinário (resulta da assinatura do comprador aposta no local apropriado da duplicata. Art. 7º, caput da lei nº 5.474/68 ), basta a juntada do título. O protesto apenas será necessário quando for para executar um coobrigado, e facultativo quanto ao devedor principal.
b) Se for uma execução de duplicata com aceite por comunicação (resulta da comunicação, por escrito, ao vendedor, de seu aceite, quando da retenção da duplicata pelo comprador, devidamente autorizado pela instituição bancária cobradora), deve ser juntada aos autos a comunicação que foi enviada ao comprador, relativa ao aceite.
c) Se for uma execução de duplicata com aceite por presunção (resulta do recebimento da mercadoria, com ou sem devolução do título ao vendedor, sem qualquer recusa formal), terá que ser juntado o instrumento de protesto e também o comprovante da entrega da mercadoria.Esses requisitos são condições da ação. Se faltar essa documentação na execução, ela será anulada."
Art . 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
        § 1º A duplicata conterá:
        I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;
        II - o número da fatura;
        III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
        IV - o nome e domicílio do ven dedor e do comprador;
        V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
        VI - a praça de pagamento;
        VII - a cláusula à ordem;
        VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
        IX - a assinatura do emitente.
        § 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.
        § 3º Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se discriminarão tôdas as prestações e seus vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração a que se refere o item I do § 1º dêste artigo, pelo acréscimo de letra do alfabeto, em seqüência.
(Magistratura PE – FCC/2011) No que tange à duplicata:
a)( ) o comprador poderá deixar de aceitá-la por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, exclusivamente. Errado:
Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
 I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;
 II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;
 III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados. (lei nº 5.474/68)
b)( ) é lícito ao comprador resgatá-la antes do aceite, mas não antes do vencimento. Errado:
Art . 9º É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento.
 § 1º A prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu representante com podêres especiais, no verso do próprio título ou em documento, em separado, com referência expressa à duplicata.
 § 2º Constituirá, igualmente, prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata, a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, no qual conste, no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação da duplicata nêle caracterizada. (lei nº 5.474/68)
c)( ) trata-se de título causal, que por isso não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento. Errado:
Art . 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com podêres especiais.
        Parágrafo único. A reforma ou prorrogação de que trata êste artigo, para manter a coobrigação dos demais intervenientes por endôsso ou aval, requer a anuência expressa dêstes. (lei nº 5.474/68)
d)( X) é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser tirado mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou ainda por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. Correto:
 Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento.                  (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)
        § 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. 
e)( ) em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, devendo comunicar eventuais divergências à apresentante com a devolução do título. Errado:
Art . 7º A duplicata, quando não fôr à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite.
 § 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, desde que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.
	§ 2º - A comunicação de que trata o parágrafo anterior substituirá, quando necessário, no ato do protesto ou na execução judicial, a duplicata a que se refere. (lei nº 5.474/68)

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