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Material extraído da fonte: MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MATERIAL DE APOIO INTRODUÇÃO 1.1 Conceito Contabilidade de Custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e/ou serviços. Ela tem a função de gerar informações precisas e rápidas para a administração, para a tomada de decisões. 1.2 O Aparecimento da Contabilidade de Custos Até a Revolução Industrial (século XVIII), quase só existia a Contabilidade Financeira (ou Geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas comerciais. A Contabilidade de Custos surgiu da Contabilidade Geral, justamente pela necessidade de se ter um controle maior sobre os valores a serem atribuídos aos estoques de produtos na indústria e, também , pela necessidade de tomar decisões quanto ao que, como e quando produzir. A Contabilidade de Custos faz parte da contabilidade gerencial ou administrativa e dispõe de técnicas que são aplicadas não somente às empresas industriais, mas também a outras atividades, inclusive empresas públicas e entidades sem fins lucrativos, não estando restrita às formalidades legais da contabilidade geral. Ela auxilia na determinação dos custos dos fatores de produção, dos custos de determinado setor da empresa; no controle e observação dos desperdícios, horas ociosas de trabalho, equipamentos mal utilizados; na quantificação exata da matéria prima utilizada, entre outros. A Contabilidade de Custos desenvolveu-se com a Revolução Industrial, e teve que se adaptar à nova realidade econômica, com o surgimento das máquinas e a conseqüente produção em grande escala. Até então, as empresas compravam e revendiam mercadorias, ou seja, apenas dedicavam-se ao comércio. Para a apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento do balanço em seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua medida em valores monetários era extremamente simples: o Contador verificava o montante pago por item estocado, e dessa maneira valorava as mercadorias. Fazendo o cálculo basicamente por diferença, computando o quanto possuía de estoques iniciais, adicionando as compras do período e comparando com o que ainda restava, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, na clássica disposição: Estoques Iniciais ( + ) Compras ( - ) Estoques Finais ( = ) Custo das Mercadorias Vendidas Confrontando esse montante com as receitas líquidas obtidas na venda desses bens, Universidade Federal de Uberlândia Disciplina: Custos Material extraído da fonte: MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006. chegava-se ao lucro bruto, do qual bastava deduzir as despesas necessárias à manutenção da entidade durante o período, à venda dos bens e ao financiamento de suas atividades. Daí o aparecimento da também clássica Demonstração de Resultados da empresa comercial: Vendas Líquidas ...........................................................................xxxxx ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas Estoques Iniciais................................................... xxxxx ( + ) Compras....................................................... xxxxx ( - ) Estoques Finais........................................... (xxxxx) (xxxxx) ( = ) Lucro Bruto......................................................................... xxxxx ( - ) Despesas Comerciais (Vendas) .........................................(xxxxx) Administrativas..................................................( xxxxx) Financeiras ........................................................ (xxxxx) (xxxxx) ( =) Resultado Antes do Imposto de Renda ........................ xxxxx Os bens eram produzidos por pessoas ou grupos de pessoas que poucas vezes constituíam entidades jurídicas. As empresas propriamente ditas viviam basicamente do comércio, e não da fabricação (fora é lógico as financeiras). Dessa forma era fácil o conhecimento e a verificação do valor de compra dos bens existentes, bastando a simples consulta aos documentos existentes. Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do contador que, para levantamento do balanço e apuração do resultado, não dispunha agora tão facilmente de dados para poder atribuir valor aos estoques; seu valor de “Compras” na empresa comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados. Nada mais razoável, para a solução desse problema do que o contador tentar adaptar à empresa industrial os mesmos critérios utilizados na comercial. Nesta, no balanço final, permaneciam como estoques no Ativo apenas os valores sacrificados pela compra dos bens. Nenhum outro valor relativo a juros e outros encargos financeiros, a honorários dos proprietários e administradores, a salários e comissões de vendedores etc. era ativado. Todos estes gastos eram automaticamente apropriados como despesas do período, independentemente da venda ou não de mercadorias. Começou-se então a adaptação, dentro do mesmo raciocínio, com a formação dos critérios de avaliação de estoques no caso industrial. 1.3. Da Contabilidade de Custos à Contabilidade Gerencial A preocupação primeira dos Contadores, Auditores e Fiscais foi a de fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não a de fazer dela um instrumento de administração. Devido ao crescimento das empresas, e o aumento da distância entre administrador, ativos e pessoas administradas, a Contabilidade de Custos passou a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão gerencial. Nesse seu novo campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao Controle e a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao Controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para a comparação com os valores anteriores definidos. Material extraído da fonte: MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006. No que tange à Decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc. O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, se é possível reduzi-los (os custos). Assim, a Contabilidade mais moderna vem criando sistemas de informações que permitam melhor gerenciamento de Custos, com base nesse enfoque. Obviamente, estas suas novas missões não compreendem o todo da Contabilidade Gerencial; esta é mais ampla, porém suas bases são esse aspecto comentado da Contabilidade de Custos.