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INFLAMAÇÃO Patologia 18 Principais mecanismos de defesa do corpo: 1ª → pele e membranas mucosas 2ª → resposta inflamatória 3ª → resposta imune É a reação local do tecido (organismo) a uma agressão inespecífica → resposta igual independente do agente agressor Pode ser causa de lesão → mas é essencial para cura Lesão tecidual liberação de mediadores químicos (inflamatórios) Desencadeiam, controlam a intensidade e encerram a resposta inflamatória Promovem alteração da permeabilidade vascular, vasodilatação e constrição, modula a quimiotaxia para leucócitos, modula a resposta imunológica Incluem: Aminas vasoativas histamina e serotonina Sistema de coagulação, fibrinolítico, de cininas (bradicinina) e complemento Produtos do metabolismo do ácido araquidônico Prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos,leucotrienios Fator ativador de plaquetas (PAF) Citocinas Objetivo da inflamação → através de uma série de fenômenos, tende a circunscrever o agente injuriante para depois elimina-lo Resposta vascular → aumenta o fluxo de sangue no local Resposta celular Limpeza do local para permitir o reparo Características locais da inflamação (sinais flogísticos): Rubor hiperemia Calor hiperemia Tumor edema Dor substancias biológicas + tumefação terminações nervosas Perda da função principalmente pela dor e tumor Causas: Físicas: trauma, queimadura, irradiações Químicas: ácidos e bases fortes, gases venenosos Biológicas: microorganismos, toxinas, enzimas, fenômenos imunes A evolução esperada é a inflamação aguda permite a remoção dos resíduos da lesão e favorece o reparo tecidual. Quando não consegue promover a limpeza, o reparo não ocorre tende para cronicidade INFLAMAÇÃO Patologia 19 FASES (didáticas) → alterativa, exudativa, proliferativa 1. Alterativa Favorecem os fenômenos vasculares locais liberação de mediadores químicos com propriedades vasoativas Rápida VD arterial, seguida de VC arteriolar, capilar e venosa Hiperemia (congestão) que é o aumento do volume de sangue no local rubor e calor Aumento da permeabilidade vascular abertura dos poros exudação Exudação do plasma tumor Exudação de elementos celulares e macromoléculas Mediadores inflamatórios + compressão pelo tumor ativa terminações nervosas dor Consequências: Pode ocorrer lesão do endotélio vascular pelo próprio agressor ou pelos mediadores químicos e/ou leucócitos intensifica a exudação. Pode ocorrer hemorragia na congestão prolongada ativa mais a inflamação Fibrose (aderências) e disfunção do órgão Morte de células por hipóxia (diminui a oferta de oxigênio) A resposta vascular pode ser: Imediata quando inicia junto com a agressão Curta duração agressão leve abertura dos poros Máximo de 30-45 minutos Picada de inseto Prolongada agressão intensa necrose vascular maior exudação Queimadura Tardia (retardada) pode iniciar até dias após a lesão Ocorre exudação por abertura dos poros e lesão vascular Exposição ao sol por várias horas rubor e calor dor edema (bolhas) 2. Exudativa → fenômenos exudativos Ocorre em consequência dos fenômenos vasculares forma o exudato Saída do plasma, células e macromoléculas do sangue para o tecido Exudato líquido rico em macromoléculas e células que se acumula no interstício ao redor da área inflamada Transudato (diferente de exudato) líquido sem macromoléculas e com poucas células Pode acumular em cavidades já formadas (pleura, peritônio, pericárdio) em consequência do aumento da pressão hidrostática do sangue (insuficiência cardíaca) ou diminuição da pressão oncótica do plasma (hipoproteinemia - desnutrição) INFLAMAÇÃO Patologia 20 PLASMA EXUDATO TRANSUDATO PROTEÍNAS Várias Várias Albumina FIBRINA Não Sim Não CÉLULAS Do sangue Inflamatórias Não Composição líquida do exudato água Aumento da pressão hidrostática (pela congestão) do sangue força a saída de água Aumento da pressão oncótica do tecido (pelo aumento de soluto - proteínas) "puxa" a água Função diluir o agressor e facilitar a drenagem linfática Positivo remove o agente do local Negativo pode disseminá-lo Composição protéica do exudato (macromoléculas) Albumina, globulinas, anticorpos, complemento, proteínas da coagulação e da fibrinólise (responsáveis pela “dissolução” da fibrina) Fibrinogênio (no sangue) interstício polimerização fibrina que forma um arcabouço que favorece Migração de células inflamatórias Reparo tecidual Função inibir ou destruir o agente agressor e modular a resposta inflamatória Composição celular do exudato resposta celular (leucócitos) Atraídos por quimiotaxia para o foco da lesão marginalização → pavimentação → diapedese Função destruir os agentes agressores e remoção de células mortas Neutrófilos → 1º a chegarem no local predominam nas 24-48h iniciais Fazem fagocitose principalmente bactérias e células necrosadas Quando ativados liberaram as enzimas no espaço extracelular Favorece a migração de outras células inflamatórias Pode afetar estruturas teciduais e células sadias Conforme o fator de agressão é removido reduz a liberação dos mediadores diminui esse efeito Macrófagos compõe o sistema fagocitário mononuclear (SFM) Podem ser residentes (fixos, já presente no tecido) ou livres (monócitos recrutados por quimiotaxia que no tecido originam os histiócitos) Macrófagos fixos em tecidos: Célula de Kupffer → fígado Micróglia → tecido nervoso Osteoclastos → osso Células de Langerhans → pele INFLAMAÇÃO Patologia 21 Fazem fagocitose e são células apresentadoras de antígenos (resposta específica imunomediada) Liberam mediadores inflamatórios e imunológicos Efeitos sistêmicos como a febre Efeitos locais recrutamento e modulação de leucócitos e fibroblastos Secretam diversas substância lisozima (atua na parede das bactérias) Podem sofrer diferenciação Atuam em células tumorais Formam células epitelióides e células gigantes Fazem fagocitose e liberam enzimas líticas para o meio intersticial Que podem se unir formam granulomas (estruturas nodulares) Eosinófilos (cor esverdeada) Participam da resolução dos processos Fagocitam complexo antígeno-anticorpo Neutralizam mediadores inflamatórios Secretam fibrolisina → desfaz coágulos Predominam Nas reações de hipersensibilidade neutralizam os efeitos da desgranulação dos mastócitos teciduais (envolvidos na alergia) → modulador das respostas alérgicas Nas inflamações parasitárias (principalmente helmintos que invadem os tecidos) aderem aos parasitas desgranulam (liberam os lisossomas que possuem substancias helmintocida pode danificar células do hospedeiro Linfócitos e plasmócitos resposta inflamatória imunomediada Liberam de linfocinas e imunoglobulinas (anticorpos) Basófilos e mastócitos: não são células do exudato mas participam da inflamação associadas a hipersensibilidade Liberam grânuloscontendo: Mediadores inflamatórios Histamina e outros mediadores relacionados a alergia Heparina (basófilo) → anticoagulante Hemácias: poucas (agressão leve) ou muitas (lesão vascular) Classificação de acordo com os componentes no exudato Serosa predomínio de líquido Decorrentes de agressões leves Corresponde geralmente a primeira fase de todos os exudatos Diferente do transudato pouca quantidade macromoléculas e células Pele bolha Cavidades já formadas pleura, pericárdio, peritônio, articulação INFLAMAÇÃO Patologia 22 Fibrinosa predomínio de proteínas, principalmente fibrina Formação de pseudomembranas mucosas (faringe e trato digestivo) Formação de "casquinhas" → pele Pode levar a aderência → entre folhetos visceral/parietal e do peritônio aos órgãos abdominais Hemorrágica predomínio de hemácias Conseqüência de lesão vascular Purulenta ou supurativa predomínio de neutrófilo Enzimas líticas necrose liquefativa pus 3. Proliferativa fenômenos produtivos e reparativos Quando ocorrem proliferação de células e vasos permite o reparo Fenômenos produtivos Modificações morfológicas das células exudadas resultantes da ativação celular, por exemplo Proliferação de vasos e células, sendo mais prolongado nas inflamações crônicas Fenômenos reparativos responsáveis em recuperar a área afetada Limpeza término do processo inflamatório Reabsorção do exudato Liberação de mediadores anti-inflamatórios Reparo tecidual proliferação celular tecidual regeneração ou cicatrização Liberação de fatores de crescimento pelas células exudadas CLASSIFICAÇÃO (aguda x crônica) É percebida pelo tempo de duração e o fenômeno que predomina no processo Aguda duração de minutos e até poucos dias Predomínio de fenômeno exudativo em relação ao proliferativo Células predominantes neutrófilos, eosinófilos e macrófagos Crônica duração de semanas até meses Predomínio da fase proliferativa como o organismo não consegue eliminar o agente na fase aguda granulomas Pode ocorrer por processos autoimunes → o sistema imune reconhece as células próprias como sendo estranhas ao organismo Células predominantes: macrófagos e linfócitos Ausência ou pouca evidencia dos sinais cardinais INFLAMAÇÃO Patologia 23 Formação de granulomas Ocorre um equilíbrio entre o processo inflamatório e a progressão da lesão os macrófagos modificados formam uma barreira para isolar o agente Granuloma células epitelióides (macrófagos modificados) se unem os citoplasmas podem se fundir formam as células gigante São capazes de fagocitar partículas maiores Secretam suas enzimas líticas para o centro da lesão Interior do granuloma → área de necrose geralmente caseosa Comum na tuberculose MANIFESTAÇÕES GERAIS DA INFLAMAÇÃO - LOCAIS E SISTÊMICAS Local: sinais cardinais Pode estar associado ao aumento do volume dos linfonodos (íngua) regional que drena a região afetada linfadenomegalia Resposta antigênica → proliferação de células imunológicas Resposta inflamatória no linfonodo → causada pela presença do agente etiológico linfadenite Pode estar acompanhada de linfangite → inflamação nos vasos linfáticos Sistêmicas reação de fase aguda Mudança no padrão de síntese de proteínas pelo fígado Produzem menos albumina e ferretina Produzem mais proteínas reacionais de fase aguda → interferem localm ente na resposta inflamatória Efeitos metabólicos Supra-renal → adrenalina e glicocorticoides Aumentam a disponibilidade de glicose para os tecidos afetados e são moduladores da resposta inflamatória e imune Tireóide → hormônios que aumentam o metabolismo basal celular Modulação da sensação dolorosa → produção de endorfinas encefálicas Diminui a percepção de dor → grandes queimados, traumas múltiplos Leucocitose aumento dos leucócitos circulantes Manifestações inespecíficas perda do apetite, fraqueza, cansaço, mal-estar, dores musculares e articulares Alteração no centro termorregulador → febre por substâncias pirogênicas endógenas (alguns mediadores químicos - citocinas) e/ou exógenas (geradas a partir de agentes infecciosos)
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