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ATIVIDADE NÃO PRESENCIAL PROVA DOCUMENTAL CPC

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ATIVIDADE NÃO PRESENCIAL 
 
Acadêmico: Wellington Domingos 
Turma: 3º ano 
Disciplina: Processo Civil – Processo de Conhecimento II 
Professor: Alexandre 
 
 
 
PROVA DOCUMENTAL (art. 405-441, CPC/2015) 
 
 
1. Conceito Básicos 
 
A palavra “prova” deriva do latim probare (convencer, tornar crível). São 
muitos os conceitos jurídicos acerca da prova que se espalham pela doutrina interna e 
estrangeira. Assim expressa RUI RANGEL (2006, p. 40), onde afirma que a 
necessidade da prova é fundamental, sendo certo que, “a sua falta ou insuficiência 
geradora de dúvidas sobre os fatos alegados em juízo ainda que seja insuperável no 
plano psicológico, não recebe nem dá qualquer cobertura legal para que o juiz decida, 
na medida que o juiz terá obrigatoriamente que proferir uma decisão, seja favorável ou 
desfavorável, ao autor.” 
Dentre os meios de prova expressamente tipificados no novo Código de 
Processo Civil, o novel legislador, mantendo a previsão que já existia no CPC de 1973, 
admitiu outros tipos de prova além dos positivados, assim como prevê o art. 369, CPC, 
in verbis: 
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios 
legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não 
especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em 
que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na 
convicção do juiz. 
 
Analise interessante também é expressa por CARNELUTTI (1942, p. 491-
492), onde nos explica que “noventa e nove por cento dos casos a balança da justiça 
passará para as mãos do juiz, e será o juiz (quem não vivenciou os factos trazidos pelas 
partes ao processo) que agora terá que conhecê-los”. E como? A resposta é simples: 
através da prova. 
Assim, concluímos que a prova tem uma função primordial dentro do 
ordenamento jurídico, em todo o desenvolvimento do processo (desde a entrega da 
petição inicial até a elaboração da sentença), permitindo ―fornecer ao juiz os dados ou 
elementos necessários para controlar a veracidade das correspondentes afirmações das 
partes. 
 
2. Documento e prova documental 
 
Segundo Fredie Didier (2012, p. 145), o documento é a fonte da prova, é de 
onde se pode extrair a informação acerca do fato ou do ato nele representado. De outro 
giro, a prova documental é o veículo por meio do qual essa fonte vai ser levada ao 
processo para a apreciação judicial, ou seja, pode se dizer que é a ponte entre o fato e a 
mente do juiz. 
Documento, em sentido lato, é tudo que aquilo que transmita um registro 
físico a respeito de algum fato, por exemplo, fotografia, desenhos, filmes, etc. Em 
sentido estrito, a prova documental vale-se de escritos registrados pela palavra escrita 
em papel ou outro meio hábil. 
Segundo nos ensina o professor Nelson Nery Junior (2015, p. 1102), o termo 
prova documental abrange os instrumentos e os documentos, públicos e privados. 
Qualquer representação material que sirva para reconstituir e preservar através do tempo 
a representação de um pensamento, ordem, imagem, situação, ideia, declaração de 
vontade etc., pode ser denominada documento. 
 
3. Prova documental e prova documentada 
 
Conforme preceitua o Código de Processo Civil, a prova documental 
preexiste à lide e deve vir acompanhando a inicial (art. 320), ou a contestação (art. 335), 
se for indispensável à propositura da ação ou à defesa do réu (art. 434). Depois, pode a 
parte fazer a juntada de documentos novos (art. 435) e o autor contrapor com prova 
documental as preliminares opostas pelo réu (art. 352). 
Por prova documental, se entende a prova que tenha o conteúdo e forma de 
documento conforme as exigências legais, enquanto por prova documentada se entende 
qualquer prova, de qualquer natureza, que seja materializada em laudo pericial, que, 
certamente, é um documento, se não em conteúdo, inegavelmente em sua forma. 
No mandado de segurança, a exigência de produção de prova já na exordial, 
tem como causa a necessidade de comprovação prima facie de, ao menos, da 
plausibilidade do direito líquido e certo e, em nenhum momento, é possível concluir que 
esse convencimento no espírito do juiz a respeito dos fatos só possa ser obtido por meio 
da prova documental. 
Nesse sentido temos o seguinte julgado: 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINSTRATIVO - MANDADO 
DE SEGURANÇA - SERVIDOR PÚBLICO - VIOLAÇÃO DE 
DEVER FUNCIONAL EM CERTAME LICITATÓRIO - 
COMINAÇÃO DE PENALIDADE DISCIPLINAR 
MEDIANTE CONCLUSÃO DE PROCESSO 
ADMINISTRATIVO - SUSPENSÃO - PLEITO DE 
PRESCRIÇÃO DA PENA IMPOSTA - CONTROVÉRSIA 
QUANTO AO CONHECIMENTO DO FATO - 
NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA - PROVA DA 
EXISTÊNCIA DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO - 
CONDIÇÃO ESPECIAL DA AÇÃO MANDAMENTAL - 
PROVA DOCUMENTAL E PROVA DOCUMENTADA - 
REMESSA OFICIAL PROVIDA - APELAÇÃO 
PREJUDICADA. 1. O direito líquido e certo contempla 
conteúdo de caráter eminentemente processual. Com isso, para 
sua configuração o impetrante deve estar amparado por prova 
inequívoca e pré-constituída dos fatos que fundamentam a 
pretensão de direito material, visto que o mandado de segurança 
qualifica-se como verdadeiro processo documental, não 
admitindo dilação probatória. Precedentes do Supremo Tribunal 
Federal. 2. Prova documental é aquela que representa 
imediatamente o fato a ser reconstituído. (Grifo nosso). 
Doutrina. 3. Em se tratando de pleito relativo ao 
reconhecimento de prescrição de penalidade administrativa, 
imposta em 2004 (fl. 105), aplicada em virtude de 
irregularidades em certame licitatório datado de 1999 (fl. 90), 
há controvérsia fática acerca da data em que o fato se tornou 
conhecido pela autoridade competente, ensejando a necessidade 
de dilação probatória, para fins de aplicação do disposto no 
inciso II do art. 142 da Lei n. 8.112/90. 4. A não comprovação 
da existência de direito líquido e certo, à míngua de prova pré-
constituída, em virtude do conjunto probatório produzido pelos 
impetrantes, faz necessária a reforma da sentença concessiva, 
ressalvado o direito ao acesso às vias ordinárias. 5. Remessa 
oficial, tida por interposta, provida para denegação da ordem. 6. 
Apelação do INSS prejudicada. 
(TRF-1 - AMS: 10299 DF 2004.34.00.010299-2, Relator: 
DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ AMILCAR 
MACHADO, Data de Julgamento: 02/08/2006, PRIMEIRA 
TURMA, Data de Publicação: 04/09/2006 DJ p.19) 
 
Conforme pontua Fredie Didier (2012, p. 149), a distinção entre prova 
documental e prova documentada é extremamente relevante para uma melhor 
compreensão do instituto da produção de prova antecipada, pois uma vez colhida a 
prova e documentados os atos do procedimento em que esta colheita se deu, poderá ela, 
ser utilizada futuramente em outro processo, caso em que guardara a mesma eficácia 
probatória original. Isto é, embora venha a ingressar no processo por meio de 
documentos (prova documentada), será considerada prova testemunhal, pericial, 
inspeção judicial e etc. 
 
4. Força probante dos documentos 
 
A importância da prova dentro do processo civil é de tal modo inigualável 
que, sem a prova, não podemos exercer a tutela dos nossos direitos. Por isso é destinada 
uma fase exclusiva no desenvolvimento do litígio, com vista à sua recolha e apuração, 
denominada de fase de instrução. O documento escrito compõe-se do contexto, que 
enuncia a declaração de vontade ou de conhecimento do fato, e da assinatura que lhe dá 
autenticidade. 
Isto posto, cumpre ressaltar que os artigos 405 ao 429 do Código de processo 
Civil, cuida da força probante dos documentos, onde estão elencadas inúmeras regras 
quanto à eficácia probatória dos documentos públicos e particulares. 
De forma a ilustrar deforma pratica a força probante contida nos documentos 
públicos, faz-se mister a exposição do seguinte julgado: 
APELAÇÃO CÍVEL. RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. 
ALTERAÇÃO DA DATA DE NASCIMENTO CONSTANTE 
DA CERTIDÃO DE NASCIMENTO DO AUTOR (LEI N. 
6.015/73, ARTIGO 109). PROVAS FRÁGEIS, INCAPAZES 
DE RETIRAR A FORÇA PROBANTE DO DOCUMENTO 
OFICIAL. PEDIDO IMPROCEDENTE. SENTENÇA 
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. "CIVIL. AÇÃO DE 
RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. ALTERAÇÃO DA 
DATA DE NASCIMENTO CONSTANTE DA CERTIDÃO 
DE NASCIMENTO DO AUTOR (LEI N. 6.015/73, ARTIGO 
109). PROVAS FRÁGEIS, INCAPAZES DE RETIRAR A 
FORÇA PROBANTE DO DOCUMENTO OFICIAL. 
RECURSO DESPROVIDO. A procedência do pedido de 
retificação de registro civil depende da comprovação de 
omissão ou erro material no registro" (Apelação Cível n., de 
Lages. Relator: Luiz Carlos Freyesleben. Órgão Julgador: 
Segunda Câmara de Direito Civil. Data: 04/05/2009). 
 
TJ-SC - AC: 130125 SC 2011.013012-5, Relator: Eduardo 
Mattos Gallo Júnior. Data de Julgamento: 10/11/2011, Câmara 
Especial Regional de Chapecó, Data de Publicação: Apelação 
Cível n., de Ipumirim. 
 
Por fim, o documento é idôneo quando a declaração é verdadeira e a 
assinatura é autêntica. Em regra, estabelecida à autenticidade do documento, presume-se 
verdadeira a declaração nele contida. Por isso, exceto os casos de vícios materiais 
evidentes (rasuras, borrões, entrelinhas e emendas), não basta à parte impugnar 
simplesmente o documento contra si produzido. 
 
5. Documentos públicos 
 
Preceitua o Código de Processo Civil em seu art. 405, que o documento 
público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o 
tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença. Fato decorrente de 
fé pública conferida aos órgãos estatais. 
De acordo com Theodoro Jr. (2012, p. 472), os documentos podem ser 
públicos, quando elaborados em repartições públicas ou particulares quando elaborados 
pelas próprias partes. “O documento, quando autêntico, é prova que goza de enorme 
prestígio, pela grande força de convencimento que encerra”. 
Cessa a fé do documento, público ou particular, sendo-lhe declarada 
judicialmente a falsidade. (art. 427, caput – CPC) 
Conforme as fontes enunciadas pelo art. 405 do CPC, os documentos podem 
ser: 
 Judiciais, quando elaboradas por escrivão, com base em atos 
processuais ou peças dos autos; 
 Notariais, quando provenientes de tabeliães ou oficiais de Registros 
Públicos, e extraídos de seus livros e assentamentos; 
 Administrativos quando oriundos de outras repartições públicas. 
 
Por fim, quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento 
público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. (Vide 
art. 406, CPC). Entretanto, o mesmo não ocorre com o documento particular, pois, ainda 
quando a lei exija a prova escrita, o depoimento pessoal, confessando o contrato, suprirá 
a falta do instrumento, qualquer que seja o valor da obrigação. 
 
6. Reprodução dos documentos públicos 
 
Inicialmente cumpre frisar que, documentos públicos, são escritos ou 
elaborados por pessoas exercendo o cargo de funcionários públicos, respeitando as 
devidas formalidades do direito público. Lembrando que esta pessoa precisa estar 
necessariamente na função de funcionária no momento da elaboração do texto. Se a 
pessoa exerce a função pública, mas, no entanto no momento não está elaborando o 
documento dentro do expediente da função, este documento já não mais será público, e 
sim privado. 
Portanto, as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticados 
por oficial público ou conferidos em cartório, fazem a mesma prova dos originais, nos 
termos do art. 425, III do CPC. 
Cumpre observar, que são admitidas inúmeras formas de reprodução de 
documentos públicos, de forma a exemplificar, destaca-se uma forma de reprodução 
informativa de um boletim de ocorrência pela mídia televisiva: 
 
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS - REPORTAGEM EM PROGRAMA DE 
RÁDIO - REPRODUÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO - 
CARÁTER INFORMATIVO - AUSÊNCIA DE ANIMUS 
INJURIANDI - DEVER DE INDENIZAR AFASTADO. Para 
que exsurja o dever indenizatório decorrente de notícia 
fornecida pela imprensa, é necessário que o periódico onde foi 
veiculada a reportagem desfavorável ao autor tenha desvirtuado 
a realidade dos fatos ou alterado o contexto em que ela foi 
empregada. Desse modo, não há conduta culposa se o programa 
de rádio reproduz com fidelidade os fatos narrados em boletim 
de ocorrência, indicando os envolvidos apenas através de suas 
iniciais, sem trazer novos elementos ou mesmo acrescentando 
opinião reprovável ao acontecimento. 
 
TJ-SC - AC: 194305 SC 2006.019430-5, Relator: Salete Silva 
Sommariva. Data de Julgamento: 30/01/2007, Terceira Câmara 
de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação cível n. 
2006.019430-5, de Cunha Porã. 
 
 
7. Documentos particulares 
 
.Conforme nos ensina Theodoro Jr. (2012, p. 474), os documentos 
particulares, isto é, aqueles em que não ocorre interferência de oficial público em sua 
elaboração, podem assumir as feições de declaração: 
 Escrita e assinada pelo declarante; 
 Escrita por outrem e assinada pelo declarante; 
 Escrita pela parte, mas não assinada (papéis domésticos e anotações 
posteriores em documentos assinados); 
 Nem escrita nem assinada pela parte (livros comerciais). 
 
Reputa-se autor do documento particular, as hipóteses previstas no art. 410, 
CPC, in verbis: 
Art. 410 Considera-se autor do documento particular: 
 
I – aquele que o fez e o assinou; 
 
II – aquele por conta de quem ele foi feito, estando assinado; 
 
III – aquele que, mandando compô-lo, não o firmou porque, 
conforme a experiência comum, não se costuma assinar, como 
livros empresariais e assentos domésticos. 
 
As declarações constantes de documento particular fazem prova apenas 
contra quem o assinou (art. 408, caput, CPC). Contudo, o documento particular não 
comprova a ocorrência de fato de que o signatário declarou ter ciência. Ensina-nos o 
professor Neves (2015, p. 617), que, se alguém declara que viu o marido agredir a 
mulher e registra essa declaração num documento, a eficácia probatória se limita ao fato 
de o sujeito ter feito a declaração e não ao fato de ter ocorrido a agressão. Todavia, se, 
por outro meio, o fato é provado, o documento comprova a ciência do signatário (art. 
408, § único). 
 
 
8. Valor probante do documento particular 
 
Ensina-nos Theodoro (2014, p 1503) que a força probante varia conforme o 
conteúdo do documento particular. Quando a vontade é enunciada expressamente no 
instrumento, incide a regra do art. 408, caput, segundo a qual as declarações constantes 
do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se 
verdadeiras em relação ao signatário. 
Trata-se de enérgica força probante, que se exerce, no entanto, apenas contra 
o signatário e não perante terceiros. Isto quer dizer que “o documento particular, de cuja 
autenticidade se não duvida, prova que o seu autor fez declaração que lhe é atribuída” 
(art. 412). Quando, porém, em vez de uma declaração de vontade, contiver “declaração 
de ciência, relativa a determinado fato, o documento particular prova a declaração, mas 
não o fato declarado, competindo ao interessado em sua veracidade o ônus de provar o 
fato” (art. 408, parágrafo único). 
 
9. Telegramas, cartas, registros domésticos. 
 
O CPC regula a utilização de documentos obtidos por meio de processos 
telemáticos de comunicação, como os telegramas, que nada mais são quecopias de 
documentos originais e como tais são tratados, equiparando-se sua força probatória a 
dos documentos particulares, assim, a sua juntada aos autos do processo, quando não 
impugnada tempestivamente, faz presumir que esta conforme o original, gerando prova 
suficiente da data em que foi expedido e do recebimento pelo destinatário (art. 414, 
CPC). Se impugnados farão prova, desde que confiram com o original assinado (art. 
222, CC). 
Segundo o art. 415 do CPC as cartas e registros domésticos, fazem prova 
contra quem os escreveu nos seguintes casos: 
I – enunciam o recebimento de um crédito; 
II – contêm anotação que visa a suprir a falta de título em 
favor de quem é apontado como credor; 
III – expressam conhecimento de fatos para os quais não 
se exija determinada prova. 
 
 
A carta é um documento escrito a outra pessoa, necessariamente ausente, por 
meio da qual se exprime uma declaração de fato ou de vontade. 
Registros domésticos são documentos de que as pessoas se utilizam para 
guardarem memorias de fatos de suas vidas pessoais ou profissionais, como agendas, 
diários, por exemplo, são documentos unilaterais. 
Depreende-se portanto, assim como nos ensina Amaral Moacyr (1983, p. 
181), que as cartas e os registros domésticos quando assinados, farão em qualquer 
hipótese, prova contra o seu signatário (art. 408, CPC), se, porém, não estivem 
subscritos, farão prova nas hipóteses prescritas no art. 415, CPC, e obviamente, nos 
demais casos em que a parte contra quem forem eles produzidos admitir sua exatidão 
em juízo. 
Neste sentido temos o seguinte julgado: 
APELAÇÃO CÍVEL. CIVIL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. 
PROVAS. ELEMENTOS. E-MAIL. TESTEMUNHA. 1. 
Considerada a prova testemunhal, amparada pelos demais 
elementos constantes dos autos, mormente a troca de e-mails 
entre as partes, constata-se que a alegação trazida na 
reconvenção de aprovação e realização dos serviços extras ao 
contratado foi demonstrada de forma cabal, a justificar a 
obrigação de indenizar. 2. Deu-se provimento ao recurso para 
julgar procedente a reconvenção e julgar improcedentes os 
pedidos da ação. 
 
TJ-DF - APC: 20130110151004 DF 0004472-
21.2013.8.07.0001, Relator: SILVA LEMOS, Data de 
Julgamento: 10/12/2014, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: 
Publicado no DJE : 21/01/2015 . Pág.: 460. 
 
Cumpre ressaltar finalmente, assim como expresso no julgado acima, que 
esta regra se aplica perfeitamente aos correios eletrônicos (e-mails, whatsapp, facebook 
e ect.), que podem ser utilizados como prova judicial e cujas declarações, quando não 
impugnadas, podem ser imputadas a seu remetente. 
 
 
10. Livros empresariais 
 
É sabido que tanto a legislação tributária quanto o próprio empresário têm 
pleno interesse em manter a escrituração contábil e financeira de sua empresa em dia. 
Assim nos ensina Fredie Didier (2012, p. 174), que é com base nesta premissa que surge 
a presunção de que as declarações contidas nos livros comerciais podem fazer prova, a 
favor ou contra o empresário. 
A favor, quando preencherem certos requisitos legais e forem devidamente 
escriturados sem vícios e confirmados pelos parâmetros do art. 418, CPC. Quando 
contrários, é permitido ao empresário, demostrar por todos os meios em direito 
admitidos que os lançamentos não correspondem a verdade (art. 417, CPC). 
 
11. Reprodução de documentos particulares 
 
Preceitua o Código de Processo Civil que, qualquer reprodução mecânica, 
como a fotográfica, cinematográfica, fonográfica ou de outra espécie, faz prova dos 
fatos ou das coisas representadas, se aquele contra quem foi produzida lhe admitir a 
conformidade. Impugnada a autenticidade da reprodução mecânica, o juiz ordenará a 
realização de exame pericial. (art. 422, CPC). 
De forma analítica nos pontua o professor Cassio Scarpinella (2015, p. 293) 
que o art. 422, CPC, desenvolve as previsões dos art. 383 e dos §§ 1º e 2º do 385 do 
CPC de 1973, atualizando o seu conteúdo sobre a força probante de reproduções dos 
documentos particulares, como a fotográfica (§ 1º), a cinematográfica, a fonográfica ou 
de outra espécie, para o mundo digital, espraiando a mesma disciplina à forma impressa 
de mensagem eletrônica (§ 3º). 
Ainda segundo Cassio Scarpinella, o novo CPC deixou de reproduzir o § 1º 
do art. 385 do CPC de 1973, o que pode gerar problemas com relação à autenticidade de 
fotografias não digitais. 
Portanto, a melhor compreensão para a hipótese, diante do silêncio 
normativo, é a de que o negativo das fotografias antigas será, se apresentado, elemento 
importante para aquele fim, inclusive para, sendo o caso, ser submetido a perícia. 
 
12. Reprodução mecânica de coisas ou fatos 
 
A prova documental compreende além dos escritos, a reprodução material de 
coisas ou fatos, assim admite o art. 422 do CPC, in verbis: 
 
Art. 422 Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a 
cinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão 
para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua 
conformidade com o documento original não for impugnada por 
aquele contra quem foi produzida. 
 
§ 1o As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de 
computadores fazem prova das imagens que reproduzem, 
devendo, se impugnadas, ser apresentada a respectiva 
autenticação eletrônica ou, não sendo possível, realizada 
perícia. 
 
§ 2o Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, 
será exigido um exemplar original do periódico, caso 
impugnada a veracidade pela outra parte. 
 
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa de 
mensagem eletrônica. 
 
 
Nesse sentido já se manifestou a jurisprudência do TST: 
A reclamada, em sua contestação, alegou que o reclamante "não 
traz aos autos qualquer prova robusta da sua solicitação, seja 
requerimento dotado de carimbo da instituição ou assinado por 
qualquer um dos funcionários responsáveis. Os e-mails trazidos 
ao processo são de fácil manipulação, e não são competentes 
para demonstrar a efetiva solicitação do Reclamante, data, ou 
qualquer situação que confirme o objeto do seu pedido". Com 
razão o reclamante. Isso porque a prova acostada aos autos 
revela que o mesmo cancelou o referido plano de saúde, tendo a 
reclamada, inclusive, por comunicação eletrônica, reconhecido 
o erro dos descontos. E neste sentido não basta a empresa 
alegar genericamente que "Os e-mails trazidos ao processo 
são de fácil manipulação, e não são competentes para 
demonstrar a efetiva solicitação do Reclamante". No caso, 
caberia à empresa proceder na impugnação específica, 
demonstrando a falsidade das referidas comunicações 
eletrônicas. Não basta a impugnação genérica. Em assim não 
procedendo, é de se ter essa prova como válida, conforme, 
aliás, prevê o art. 422 do CPC/15 (Grifo nosso). Pelo 
provimento. 
 
TST - AIRR: 8058520145050037. Relator: Augusto César Leite 
de Carvalho, Data de Publicação: DEJT 14/08/2017. 
 
13. Produção da prova documental 
 
Conforme já explanado anteriormente, a prova documental preexiste à lide e 
deve vir acompanhando a inicial (art. 320), ou a contestação (art. 335), se for 
indispensável à propositura da ação ou à defesa do réu (art. 434). Depois, pode a parte 
fazer a juntada de documentos novos (art. 435) e o autor contrapor com prova 
documental as preliminares opostas pelo réu (art. 351). 
Faltando um destes documentos à petição inicial, cabe ao juiz intimar o autor 
para emenda-la, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. Da mesma 
forma ocorre com a falta da juntada de algum documento indispensável a contestação, 
deverá o réuser intimado a apresenta-lo em prazo razoável, sob pena de, não o fazendo, 
operar-se a revelia. 
Em regra é vedada a posterior de documentos, salvo nas seguintes hipóteses: 
 Fatos supervenientes a propositura da ação (493, CPC); 
 Contraposição às preliminares opostas pelo réu (435, CPC); 
 Demonstração de questões de fato, que por motivos de força maior 
não puderam ser deduzidas em primeira instancia, caso em que poderá 
ser suscitada na apelação (1.014, CPC); 
 Quando o documento estiver em poder de repartição publica, caso em 
que poderá ser requisitada (438, CPC); 
 Quando o documento estiver em poder de parte adversária ou de 
terceiro particular, caso em que poderá ser determinada sua exibição 
em juízo (396, CPC). 
 
Por fim, aos moldes do que prevê o art. 437, CPC, mesmo fora dos casos 
previstos em lei, sempre que o juiz observar que ajuntada posterior de algum documento 
não causa tumulto ao processo, tão pouco foi pleiteada temerariamente pela parte, 
poderá admiti-la. De qualquer modo, em todos os casos apresentados, devera dar vistas 
a parte contraria para que esta se manifeste no prazo de 15 dias. 
 
14. Documento eletrônico 
 
Com a entrada em vigor do novo CPC, os documentos eletrônicos foram 
regulamentados (artigos 439, 440 e 441). São, agora, provas típicas. Porém, para que 
seja considerada pelo juiz em processo judicial que ainda tramite na forma física, a parte 
interessada deverá convertê-los à forma impressa e também dependerá da verificação de 
sua autenticidade. 
Portanto, se a parte interessada pretender provar, em processo físico, a 
verdade de um fato por meio de vídeo do youtube, gravações telefônicas, textos de sites 
ou de rede social (facebook, linkedin etc.) ou qualquer outro tipo de gravação em mídia, 
deverá converter o documento eletrônico à forma impressa. 
Prevê o Código de Processo Civil que a existência e o modo de existir de 
algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, 
mediante ata lavrada por tabelião, assim como podem constar de atas notariais dados 
representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos. 
Finalmente, nos termos do artigo 384 do novo CPC, é prova processual 
típica. A ata notarial vale destacar, é um instrumento público pelo qual o tabelião 
documenta, de forma imparcial, um fato, uma situação ou uma circunstância 
presenciada por ele, perpetuando-os no tempo. Usa-se, por exemplo, para comprovar a 
existência e conteúdo de sites, comprovar o estado de imóveis na entrega das chaves, 
uma ofensa em rede social ou em vídeos divulgados na internet, situação física de 
imóvel em locação ou comodato, reuniões condominiais e reuniões societárias, 
conteúdo de e-mail e o IP do emissor etc. 
 
 Referencias 
 
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e Artur Anselmo de Castro, Armênio Amado Editor, Coimbra, 1942. 
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