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Disciplina: Processos Psicológicos Básicos (PPB) Professor: Vinicius Pereira de Sousa ▪ Nós nascemos com o conhecimento sobre o mundo ou aprendemos o que sabemos por meio da experiência? ▪ Empirismo – John Locke (sec. XVIII) – Tábula Rasa ▪ Nativismo – Immanuel Kant (Sec. XVIII) – input sensorial (experiências) filtrados por categorias mentais preexistentes (tempo e espaço, por exemplo) ▪ Experimentos do século XX: algumas capacidades perceptivas podem estar presentes desde o nascimento, mas é necessário a ocorrência de experiência para o desenvolvimento de uma “percepção normal” ▪Codificação dos estímulos ▪ Codificação sensorial: maneira pela qual os órgãos sensoriais traduzem estímulos físicos em impulsos neurais ▪ Transdução: processo em que os receptores sensoriais produzem impulsos neurais, ao receberem estimulação física ou química ▪ Destino da maior parte dos impulsos: Tálamo ▪ O que seria a Sensação? Respostas dos órgãos dos sentidos (olhos, ouvidos, pele, língua, nariz) aos estímulos externos e como os mesmos transmitem essas interações para o cérebro (codificação e transdução) Codificação Sensorial Quantitativa Frequência da descarga neural Fatores como brilho, altura, intensidade Qualitativa Diferentes receptores respondendo a diferentes características do estímulo Cor, sabor, textura, cheiro ▪Psicofísica ▪ Estudo sobre os princípios sensoriais e como os órgãos do sentido se relacionam com estimulações físicas ▪ Principais autores: ▪ Gustav Fechner (1801 – 1887): ▪ Limiar absoluto – intensidade mínima de estimulação para que possa ocorrer uma experiência sensorial ▪ Limiar da diferença (DAP) – mudança ambiental mínima para detectarmos uma diferença física ▪Psicofísica ▪ Estudo sobre os princípios sensoriais e como os órgãos do sentido se relacionam com estimulações físicas ▪ Principais autores: ▪ Ernst Weber (1795 – 1878) ▪ Lei de Weber – facilidade em detectar diferenças entre estimulações fracas, mas dificuldade em fazer o mesmo com estimulações fortes ▪ Ex.: 100 e 120 gramas x 1000 e 1020 gramas ▪ Lei de Fechner: detecção é proporcional a estimulação ▪Psicofísica ▪ Estudo sobre os princípios sensoriais e como os órgãos do sentido se relacionam com estimulações físicas ▪ Principais autores: ▪ Stanley Smith Stevens (1906 – 1973) ▪ Função de potencia descreve a relação entre intensidade do estímulo e sensação ▪ Valor da potencia modifica de acordo com a modalidade sensorial ▪Teoria da detecção de sinal ▪ Como encontramos alguma coisa em uma amostra grande de estímulos? ▪ Por exemplo: ▪ Encontrar alguém em um aeroporto ▪ Encontrar um livro em uma livraria ▪ Achar uma agulha em um palheiro ▪ Existem quatro variáveis críticas para isso acontecer Sinal O alvo da detecção Resposta A ação comportamental de detecção Ruído Demais estimulações que não são o sinal Podem atrapalhar a detecção Viés de Resposta Contexto Quais implicações estão envolvidas na detecção? ▪Teoria da detecção de sinal ▪ Quatro possíveis resultados na detecção ▪ Estímulo presente e detecção ocorreu: acerto ▪ Estímulo presente e detecção não ocorreu: erro ▪ Estímulo ausente e detecção ocorreu: alarme falso ▪ Estímulo ausente e detecção não ocorreu: rejeição correta Estímulo Presente? SIM NÃO Detecção ocorreu? SIM ACERTO ALARME FALSO NÃO ERRO REJEIÇÃO CORRETA ▪Adaptação sensorial ▪ Diminuição da sensibilidade à estimulação ambiental com o passar do tempo ▪ Exposição contínua a um estímulo faz com que as respostas dos receptores tendem a diminuir de frequência ▪ Mas, se houver uma mudança, ela será detectada ▪ Ex.: barulhos ▪ Alguns estímulos emitem luz (estrelas, lâmpadas, fogo), mas a maioria dos objetos refletem luz (cadeiras, mesas, caderno, etc.) ▪ A luz passa em primeiro lugar pela córnea ▪ Direcionada para o cristalino ▪ Focalização e formação de imagem na retina ▪ Pupila: pequeno orifício que se contrai ou se dilata para controlar a entrada de luz ▪ Íris: pequena estrutura muscular que altera o tamanho da pupila ▪ Bastonetes e Cones ▪ Células receptoras presentes nos olhos ▪ Bastonetes: sensíveis a baixa iluminação (visão noturna), mas não adaptados a visão de cores ou detalhes finos ▪ Cones: sensíveis a alta iluminação, a cores e detalhes finos ▪ Cada retina: 120 milhões de bastonetes e 6 milhões de cones ▪ Nervo óptico conduz as informações da retina até o cérebro ▪ Ausência de bastonetes e cones no local do nervo óptico gera o “ponto cego” Feche seu olho direito e olhe para o ponto da esquerda (ou vice-versa) ▪ Comprimento de ondas ▪ Luz visível: ondas eletromagnéticas entre 400nm a 700nm de comprimento de onda ▪ Cor da luz: determinada pelo comprimento da onda que a produz ▪ Som: deslocamento de moléculas de ar causado por alguma mudança na pressão do ar ▪ Padrão de mudanças na pressão do ar através do tempo: onda sonora, onda de pressão ou onda de som ▪ Amplitude da onda: determina intensidade ▪ Frequência da onda: tonalidade ▪ Medida em Hertz - Hz (vibrações por segundo) ▪ Humanos conseguem detectar entre 20Hz até 20.000Hz ▪ Abaixo de 20Hz: infrassom ▪ Acima de 20.000Hz: ultrassom ▪ Ondas sonoras chegam ao ouvido externo ▪ Viajam pelo canal auditivo até o tímpano, uma membrana que vibra de acordo com as ondas sonoras recebidas ▪ Vibrações transferidas para os “ossículos”: martelo (incus), bigorna (malleus) e estribo (stapes) ▪ Ossículos conduzem a vibração até a Cóclea, estrutura que contém fluído ▪ Vibrações no fluído estimulam as células ciliadas – receptores auditivos ▪ Células ciliadas provocam potenciais de ação, conduzidos pelo nervo auditivo até o cérebro ▪Transmite basicamente três tipos de sinais: dor, temperatura e pressão ▪Receptores da pele: especializados para cada tipo de sinal ▪ Neurônios sensoriais que terminam na epiderme (camada mais externa da pele) ▪ Alguns receptores estão localizados nos folículos: sensibilidade ao movimento do cabelo ▪ Partículas de odor entram em contato com o epitélio olfatório, onde estão os receptores olfatórios ▪ Informações conduzidas até o bulbo olfatório e depois diretamente para o córtex, sem passar pelo tálamo ▪ Não está claro como reconhecemos os diferentes tipos de odores ▪ Receptores diferentes para cada tipo de odor? ▪ Cada tipo de odor aciona conjuntos diferentes de receptores? ▪ Substâncias se dissolvem na saliva, sobre os botões do paladar ▪ Botões do paladar – receptores do paladar; presentes na língua (aproximadamente 10 mil) ▪ Ponta de cada receptor possui microvilosidades – estruturas semelhante a pelos – que ao serem estimuladas provocam potenciais de ação ▪ Sinais conduzidos até a medula do tronco cerebral, seguindo para o tálamo e córtex ▪ Receptores de sabor - quatro sensações primárias: doce, ácido, salgado e amargo ▪ Experiências do paladar: combinações desses quatro tipos ▪ Botões do paladar responsáveis por perceber as quatro qualidades estão distribuídos em regiões da língua ▪ Capacidade de perceber a distância entre objetos, características tridimensionais. ▪ Organizamos as imagens que entram em nossas retinas em percepções tridimensionais. ▪ A visão dos objetos em 3 dimensões é denominada percepção de profundidade. ▪ A percepção de profundidade nos permite estimar a distância da profundidade em relação à nós. ▪ Importância na adaptação do homem ao meio. A percepção de profundidade é parcialmente inata, como mostrou o experimento clássico de Gibson e Walk em 1960, sobre penhasco visual A esquiva dos bebês aumenta com aexperiência ▪ Problema: como imagens bidimensionais são interpretadas em bidimensionais? ▪Percepção de Profundidade Binocular ▪ Causada pela disparidade binocular (distância entre os dois olhos) ▪ Sobreposição da imagem retinal de cada olho ▪ Ex.: colocar o dedo na frente do rosto e observá-lo com cada olho, um por vez ▪ Utilidade principal: profundidade de objetos próximos a nós ▪Percepção de Profundidade Monocular ▪ Permite identificar profundidade de objetos distantes ▪ Identificar profundidade mesmo com um olho fechado ▪Deixas monoculares de profundidade ▪Oclusão: objetos próximos bloqueiam objetos distantes ▪Deixas monoculares de profundidade ▪Tamanho relativo: objetos distantes projetam imagem retinal menor do que objetos próximos ▪Deixas monoculares de profundidade ▪Perspectiva linear: linhas paralelas parecem convergir a distância ▪Deixas monoculares de profundidade ▪ Posição relativa ao horizonte: objetos abaixo do horizonte que aparecem mais altos no campo visual são percebidos como distantes. Objetos cima do horizonte que estão mais baixos no campo visual também ▪ Deixas de movimento para a percepção de profundidade: ▪ Paralaxe de movimentos: movimento relativo dos objetos de acordo com a distância do observador ▪ Aquela percepção de que, ao nos movimentarmos, o que está mais distante se move vagarosamente, e o que está mais perto se move mais rapidamente ▪Como identificamos o tamanho de um objeto? ▪Tamanho da imagem na retina: ▪ Quanto mais distante o objeto, menor a imagem na retina ▪ Quanto mais próximo o objeto, maior a imagem na retina ▪Percepção de profundidade também contribui para identificar o tamanho dos objetos ▪Existem neurônios no córtex que são sensíveis ao movimento ▪ Mas como sabemos se é um objeto que está se movendo ou se é nossa cabeça ou olhos? ▪ Se imagens são formadas o tempo todo na retina, por que nem sempre a interpretamos como movimento? ▪Efeito da Estrutura de Referência ▪ Sistema perceptivo estabelece uma estrutura de referência estável e a utiliza para avaliar outros objetos ▪Gestalt, palavra alemã, sem tradução exata em português, refere- se ao que é "exposto ao olhar", "o que é colocado diante dos olhos”. ▪Linha de pesquisa que descreve os princípios pelos quais organizamos nossas sensações e percepções. ▪Surgiu por volta de 1912, na Áustria, ligada ao Laboratório de Psicologia Experimental de Graz. ▪Principais autores: Max Wertheimer (1883-1943), Kurt Koffka (1886-1941), Wolfgang Kohler (1887-1967) ▪Hipótese: o cérebro constrói regras para a construção de percepções. A função do cérebro é mais do que registrar informações sobre o mundo. A percepção não é apenas a impressão de uma imagem no cérebro. Nós estamos constantemente filtrando informações sensoriais e inferindo percepções de modo que façam sentido para nós. • 1 – Princípio da proximidade e similaridade ▪Similaridade: ▪ O cérebro tende a agrupar objetos similares – os percebe como uma unidade. ▪ Pista: tamanho, forma, cor. • 1 – Princípio da proximidade e similaridade • Proximidade: • Elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. • Elementos que estão mais perto numa região tendem a ser percebidos como um grupo. • 2 – Princípio do fechamento ou “boa forma” • Tendência perceptiva a preencher os vazios ou imagem incompleta • Interpretar linhas como contínuas, ao invés de mudarem de direção • Contornos ilusórios: “ver” o contorno, mesmo que ele não exista • 3 – Princípio da “figura-fundo” ▪Figura e fundo: devemos perceber objetos (figuras) como distintos de seus arredores (fundo). ▪Ex: em uma festa a voz que te chama a atenção se torna a figura e todas as outras são partes do fundo; palavras que vc lê são a figura e o papel o fundo. ▪A relação figura-fundo reverte continuamente. ▪O cérebro recebe inputs sensoriais o tempo todo, de diversas fontes ▪Como ele combina todas as informações de forma coerente? ▪Atenção: como o cérebro seleciona quais estímulos sensoriais descartar e quais transmitir para níveis superiores de processamento ▪Teoria do reconhecimento automático: identificar automaticamente características primitivas (forma, cor, tamanho, etc.) ▪ Encontre o quadrado ▪ Encontre o objeto vermelho ▪ Encontre o maior objeto ▪Mas e quando a tarefa exige o reconhecimento de mais de uma característica? ▪ Procure o T vermelho ▪ Procure o X verde T T T T T T T T T TXX X X X X X XX X ▪Teoria de dois estágios do processamento visual ▪ Processamento começa com extração rápida de características elementares – mapeamento das informações visuais, com um mapa para forma, outro para cor, etc. ▪ Depois, os diferentes mapas são combinados - exigência da atenção ▪ Tempo de busca se torna maior – busca de conjunção (busca de mais de uma característica) ▪ Quanto mais características forem exigidas na busca, maior o tempo ▪Devido a atenção, torna-se difícil realizar duas tarefas simultâneas, especialmente quando as duas são do mesmo mecanismo ▪Ex.: podemos ouvir rádio e dirigir tranquilamente, mas é difícil acompanhar duas conversas diferentes ao mesmo tempo ▪Teoria do Filtro: pessoas tem capacidade limitada de receber informações, por isso somente algumas são processadas em determinado momento ▪ Seleção inicial: somente estímulos importantes são selecionados pela atenção ▪ Mas será que os demais estímulos são realmente deixados de lado? ▪Seleção tardia: estudos mostram que se a estimulação ignorada for importante de alguma forma, ela é processada também ▪Seleção de informações pela atenção não necessariamente elimina todos os demais estímulos que não estão sendo focados ▪Estudos mostram que informações em que prestamos a atenção são processadas prioritariamente, mas as demais também são processadas, ainda que em nível menor
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