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Exercícios de Direito Penal Teoria do Crime

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17/10/2017 Lista de exercícios de Direito Penal - Respondida - Teoria do Crime
http://direito-arthur.blogspot.com.br/2011/03/lista-de-exercicios-de-direito-penal.html 1/11
18th March 2011
Respondido por:
Arthur Santiago Rodrigues do Carmo
Doutrina utilizada para pesquisa: 
Curso de DIREITO PENAL parte geral volume 1, 8ª edição, 2005.
Autor: Fernando Capez
_______________________________________________________________
____________________
TEORIA DO CRIME
1- Explique o que é crime, formal , material e analítico:
R: O crime material é aquele que busca estabelecer a essência do conceito,
isto é, o porquê de determinado fato ser considerado criminoso e outro não.
Sob esse enfoque, crime pode ser definido como todo fato humano que,
propositada ou descuidadamente, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos
considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social.
R: O crime formal resulta da mera subsunção da conduta ao tipo legal e,
portanto, considera-se infração penal tudo aquilo que o legislador descrever
como tal, pouco importando o seu conteúdo. Considerar a existência de um
crime sem levar em conta sua essência ou lesividade material afronta o
principio constitucional da dignidade humana.
R: Crime no aspecto analítico é aquele que busca, sob um prisma jurídico,
estabelecer os elementos estruturais do crime. A finalidade deste enfoque é
propiciar a correta e mais justa decisão sobre a infração penal e seu autor,
fazendo com que o julgador ou interprete desenvolva o seu raciocínio em
etapas. Sob esse ângulo, crime é todo fato típico e ilícito. Dessa maneira, em
primeiro lugar deve ser observada a tipicidade da conduta. Em caso positivo, e
só neste caso, verifica-se se a mesma é ilícita ou não. Sendo o fato típico e
ilícito, já surge a infração penal. A partir daí, é só verificar se o autor foi ou não
culpado pela sua prática, isto é, se deve ou não sofrer um juízo de reprovação
pelo crime que cometeu. Para a existência da infração penal, portanto, é
preciso que o fato seja típico e ilícito.
2- Explique o quem é sujeito ativo do crime e sujeito passivo:
R: Sujeito ativo do crime é aquele que pratica a conduta descrita na lei, ou seja,
o fato típico. Só o homem, isoladamente ou associado a outros (co-autoria ou
participação), pode ser sujeito ativo do crime. O conceito abrange não só
aquele que pratica o núcleo da figura típica (o que mata, o que subtrai etc.),
como também o co-autor ou participe, que colaboram de alguma forma na
conduta típica. Entre sujeitos ativos do crime, porém, deve ser distinguido o
autor do crime, quando se exige uma capacidade especial. A possibilidade de a
ação típica não ser praticada pela pessoa com a capacidade especial exigida,
que apenas colabora na conduta de terceiro, será examinada no capitulo do
concurso de agentes.
R: Sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela
conduta criminosa. Nada impede que, em um delito, dois ou mais sujeitos
passivos existam: desde que tenham sido lesados ou ameaçados em seus
Lista de exercícios de Direito
Penal - Respondida - Teoria do
Crime
17/10/2017 Lista de exercícios de Direito Penal - Respondida - Teoria do Crime
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bens jurídicos referidos no tipo, são vitimas do crime. Ex: são sujeitos passivos
de crime: aquele que morre (no homicídio), aquele que é ferido (na lesão
corporal), o possuidor da coisa móvel (no furto), o detentor da coisa que sofre a
violência e o proprietário da coisa ( no roubo), o Estado (na prevaricação) etc.
Há duas espécies de sujeito passivo:
1- Sujeito passivo formal: é sempre o Estado, pois tanto ele como
a sociedade são prejudicados quando as leis são desobedecidas.
2- Sujeito passivo material ou eventual: é o titular do interesse
penalmente protegido, podendo ser o homem (art.121), a pessoa
jurídica (art.171,§ 2°, V) o Estado (crimes contra a Administração
Publica) e uma coletividade destituída de personalidade jurídica (arts.
209, 210 etc.).
3 – Explique objeto do crime, objeto material e jurídico: 
R: Objeto do delito é tudo aquilo contra o que se dirige a conduta criminosa.
Devem ser considerados, em seu estudo, o objeto jurídico e o material.
1- Objeto jurídico do crime é o bem-interesse protegido pela lei
penal ou, como diz Nuvolone, “o bem ou interesse que o legislador
tutela, em linha abstrata de tipicidade (fato típico), mediante uma
incriminação penal”. Conceituam-se bem como tudo aquilo que satisfaz
a uma necessidade humana, inclusive as de natureza moral, espiritual
etc., e interesse como o liame psicológico em torno desse bem, ou seja,
o valor que tem para seu titular.
São bens jurídicos a vida (protegida nas tipificações de homicídio,
infanticídio etc.), a integridade física (lesões corporais), a honra
(calunia, difamação e injúria), o patrimônio (furto, roubo, estelionato) a
paz pública etc. A disposição dos títulos e capítulos da Parte Especial
do Código Penal obedece a um critério que leva em consideração o
objeto jurídico do crime, colocando-se em primeiro lugar os bens
jurídicos mais importantes; a vida, integridade corporal, honra,
patrimônio etc.
2- Objeto material ou substancial do crime é a pessoa ou coisa
sobre a qual recai a conduta criminosa, ou seja, aquilo que a ação
delituosa atinge. Está ele direta ou indiretamente indicado na figura
penal. Assim, “alguém” ( o ser humano) é objeto material do crime de
homicídio (art121), a “coisa alheia móvel” o é dos delitos de furto (art.
155), o “documento” o é do crime previsto no art.298 etc.
Há casos em que se confundem na mesma pessoa o sujeito passivo e
o objeto do crime. Nas lesões corporais a pessoa que sofre a ofensa à
integridade corporal é, ao mesmo tempo, sujeito passivo e objeto
material do crime previsto no art. 129 do CP ( a ação é exercida sobre
seu corpo). Existem porém, crimes sem objeto material, como ocorre
no crime de ato obsceno (art.233), no de falso testemunho (art.342) etc.
Não há que confundir o objeto material do crime e o “corpo de delito”,
embora possam coincidir, este é constituído do conjunto de todos os
elementos sensíveis do fato criminoso, como prova dele, incluindo-se
os instrumentos, os meios e outros objetos (arm, vestes da vítima,
papeis etc.).
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4- Explique o que teoria finalista bipartida e tripartida, qual
diferença em relação a teoria causalista, constitucionalista , teoria
social e teoria jurídico-penal. Explique seus elementos?
R: Teoria finalista bipartida: a culpabilidade não integra o conceito de crime. O
que integra no conceito de crime é somente o fato típico e antijurídico.
R: Já para a teoria tripartida a culpabilidade integra o conceito de crime, bem
como o fato típico e o antijurídico.
5- O que é fato típico formal e material?
R: Fato típico é o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos
constantes do modelo previsto na lei penal.
R: sentido formal é qualquer ação legalmente punível. Essa definição,
entretanto, alcança apenas um dos aspectos do fenômeno criminal, é a
contradição do fato a uma norma de direito, ou seja, a sua ilegalidade como
fato contrário à normal penal.
R: Em sentido material é aquela que tem em vista o bem protegido pela lei
penal.
.
6- Explique os elementos do fato típico material e formal:
· Elementos são quatro:
a) Conduta - é toda ação humana ou omissão consciente e dirigida a
uma finalidade; dolosa ou culposa - inobservância do objeto.
b) Resultado- é a modificação do mundo exterior causada pela
conduta.
Exemplo: porteilegal de arma.
c) Nexo Causal - é a relação de causa e efeito entre a ligar a
conduta e o resultado naturalístico, pelo qual se pode dizer a
conduta produziu o resultado. Ex: se eu ponho a mão no fogo, ela
vai queimar, logo, há um nexo causal físico entre a conduta de
colocar a mão no fogo e o resultado mão queimada.
d) Tipicidade- é a correspondência exata, a adequação perfeita
entre o fato natural, concreto e a descrição contida na norma penal
incriminadora.
Características:
a) a tipicidade: fato + conduta + resultado
b) a antijuridicidade (ou, mais adequadamente, ilicitude) - contrário
às normas jurídicas.
7- Explique o que são leis penais proibitivas e preceptivas:
As normas proibitivas, como o próprio nome nos revela, são aquelas
que demonstram situações onde o atuar humano, no sentido de sua
determinação, é juridicamente vedado. É o exemplo do art. 121 do
Código Penal, que diz "matar alguém". A norma implícita neste
enunciado normativo proíbe o atuar humano no sentido de tirar a vida
de seus semelhantes. Da violação das normas proibitivas originam-se
os crimes comissivos, que necessitam de uma ação positiva (um atuar
real do agente) e de um resultado naturalístico para que se
concretizem.
As normas permissivas são aquelas que excluem a ilicitude da conduta,
autorizando a ação do agente frente a fatos que inicialmente seriam
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antijurídicos. São as chamadas causas de justificação, previstas no art.
23 e seguintes de nosso Código Penal.
Preceptivas são aquelas normas que obrigam ao agente a agir, frente
determinada situação, para impedir a lesão, ou exposição a perigo de
lesão, de um bem jurídico. Violando-se tais normas, surgem os delitos
omissivos. Nestes tipos de crimes, a simples inatividade (ação negativa)
do agente, quando este era obrigado agir, consuma o delito, não
necessitando de resultado.
8- Quais são as formas de conduta?
R: As formas de conduta: ação e omissão
a) Ação: comportamento positivo, movimentação corpórea, facere;
b) Omissão: comportamento negativo, abstenção de movimento,
non facere.
9- Sobre a omissão, explique o que é teoria naturalística e
normativa:
R: Para a teoria naturalística, a omissão é um fenômeno causal, que pode ser
claramente percebido no mundo dos fatos, já que, em vez de ser considerada
uma inatividade (non facere), caracteriza-se como verdadeira espécie de ação.
Constitui, portanto, um “fazer”, ou seja, comportamento positivo: quem se omite
alguma coisa.
R: Para a teoria normativa a omissão e um nada, logo, não pode causar coisa
alguma. Quem se omite nada faz, portanto, nada causa. Assim, o omitente não
deve responder pelo resultado, pois não provocou. Essa teoria, entretanto,
admite que aquele que se omitiu seja responsabilizado pela ocorrência.
Portanto, há necessidade de que esteja presente o chamado “dever jurídico de
agir”.
10- Explique porque estas causas excluem a conduta: Caso
fortuito e força maior, atos ou movimentos reflexos, Coação física
irresistível e moral, sonambulismo e hipnose:
R.1: Caso fortuito é aquilo que se mostra imprevisível, quando não inevitável; é
o que chega sem ser esperada por força estranha à vontade do homem, que
não o pode impedir. Ex.: incêndio provocado pelo cigarro derrubado do cinzeiro
por um golpe de ar inesperado.
R.2: Força maior trata-se de um evento externo ao agente, tornando inevitável
o acontecimento. O exemplo mais comum é a coação física.
Excluem o dolo e a culpa e, conseqüentemente a conduta. Não há, portanto
crime.
Conseqüência da exclusão da conduta: sem conduta, não há fato típico,
uma vez que ela é seu elemento. A conseqüência será a atipicidade do fato.
11- Explique causas absolutamente independentes:
preexistentes, concomitantes e supervenientes e causas
relativamente independentes preexistentes, concomitantes e
supervenientes:
R.1: Causas, absolutamente independentes são aquelas que têm origem
totalmente diversa da conduta. O advérbio de intensidade “absolutamente”
serve para designar que a causa não partiu da conduta, mas de fonte
totalmente distinta. Alem disso, por serem independentes, tais causas atuam
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como se tivessem por si sós produzido o resultado, situando-se fora da linha de
desdobramento causa da conduta.
R.2: Preexistentes são as que existem antes da conduta ser praticada e atuam
independentemente de seu cometimento, de maneira que com ou sem a ação o
resultado ocorreria do mesmo jeito. Ex. O genro atira em sua sogra, mas ela
não morre em conseqüência dos tiros, e sim de um envenenamento anterior
provocado pela nora, por ocasião do café matinal. O envenenamento não
possui relação com os disparos, sendo diversa a sua origem. Alem disso,
produziu por si só o resultado, já que a causa mortis foi a intoxicação aguda
provocada pelo veneno e não a hemorragia interna traumática produzida pelos
disparos. Por ser anterior à conduta, denomina-se preexistente. Assim, é
independente porque produziu por si só o resultado; é absolutamente
independente porque não derivou da conduta; e é preexistente porque atuou
antes desta.
R.3: Concomitantes não têm qualquer relação com a conduta e produzem o
resultado independentemente desta, no entanto, por coincidência, atuam
exatamente no instante em que a ação é realizada. Ex.: no exato momento em
que o genro está inoculando veneno letal na artéria da sogra, dos assaltantes
entram na residência e efetuam disparos contra a velhinha, matando-a
instantaneamente. Essa conduta tem origem totalmente diversa da do genro
desalmado, estando inteiramente desvinculada de sua linha de desdobramento
causal. É independente porque por si só produziu o resultado; é absolutamente
independente porque teve origem diversa da conduta; e é concomitante
porque, por uma dessas trágicas coincidências do destino, atuou ao mesmo
tempo da conduta.
R.3: Supervenientes atuam após a conduta. Exemplo; após o genro ter
envenenado sua sogra, antes de o veneno produzir efeitos, um maníaco invade
a casa e mata a indesejável senhora a facadas. O fato posterior não tem
qualquer relação com a conduta do rapaz. É independente porque produziu por
si só o resultado; é absolutamente independente porque a facada não guarda
nenhuma relação com o envenenamento; e é superveniente porque atuou após
a conduta.
12- Explique os crimes omissos próprios e impróprios:
R1: Crimes omissivos próprios: inexistente o dever jurídico de agir, faltando, por
conseguinte, o segundo elemento da omissão, que e a norma impondo o que
deveria ser feito. Ante a existência do quod debeatur, a omissão perde
relevância causal, e o omitente só praticará crime se houver tipo incriminador
descrevendo a omissão como infração formal ou de mera conduta. Desse
modo, aqui, exige-se uma atividade do agente, no sentido de salvaguardar um
bem jurídico cuja desconsideração do comando legal por omissão gera o
ajustamento dessa conduta omissiva de modo direto e imediato à situação
tipificada.
R.2: Crimes omissivos impróprios, também conhecidos como crimes omissivos
impuros, espúrios, promíscuos ou comissivos por omissão: o agente tinha o
dever jurídico de agir, ou seja, não fez o que deveria ter feito. Há, a norma
dizendo o que ele deveria fazer, passando a omissão a ter relevância causal.
Como conseqüência, o omitente não responde só pela omissão como simples
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conduta, mas pelo resultadoproduzido, salvo se este não lhe puder ser
atribuído por dolo ou culpa.
13- Quais são os elementos dos crimes omissos próprios e
impróprios:
R.1: Nos crimes omissivos próprios: Não existe o dever jurídico de agir, e o
omitente não responde pelo resultado, mas por sua conduta omissiva (v.g., arts.
135 e 269 do CP). Dentro dessa modalidade de delito omissivo tem-se o crime
de conduta mista, em que o tipo legal descreve uma fase inicial omissiva, por
exemplo, apropriação de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II). Trata-se
de crime omissivo próprio porque só se consuma no momento em que o agente
deixa de restituir a coisa. A fase inicial da ação, isto é, de apossamento da
coisa, não é sequer ato executório do crime.
R2: Nos crimes omissivos impróprios: o omitente tinha o dever jurídico de evitar
o resultado e, portanto, por este responderá (cf. art. 13, § 2°, do CP). É o caso
da mãe que descumpre o dever legal de amamentar o filho, fazendo com que
ele morra de inanição, ou do salva-vidas que, na posição de garantidor, deixa,
por negligencia, o banhista morrer afogado: ambos respondem por homicídio
culposo e não por simples omissão de socorro.
14- Conceitue dolo?
R: Dolo é à vontade e a consciência de realizar os elementos constantes do
tipo legal. Mais amplamente, é a vontade manifestada pela pessoa humana de
realizar a conduta.
15- Explique a teoria da vontade, representação e
assentimento ou consentimento:
R.1: Para a teoria da vontade: dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir
o resultado.
R.2: Para a teoria do assentimento ou consentimento: dolo é o assentimento do
resultado, isto é, a previsão do resultado com a aceitação dos riscos de
produzi-lo. Não basta, portanto, representar; é preciso aceitar como indiferente
a produção do resultado.
As teorias adotadas pelo Código Penal: da analise do disposto no art. 18, I, do
CP, conclui-se que foram adotadas as teorias da vontade e do assentimento.
Dolo é a vontade de realizar o resultado ou a aceitação dos riscos de produzi-
lo. A teoria da representação, que confunde culpa consciente (ou com previsão)
com dolo, não foi adotada.
16- Onde está previsto do dolo no código penal?
Dolo normativo (CP, art. 180)
Dolo de dano (CP, arts. 121 155 etc).
Dolo específico (art. 219 CP)
17- Explique dolo direto e indireto?
R.1: Dolo direto ou determinado: é a vontade de realizar a conduta e produzir o
resultado (teoria da vontade). Ocorre quando o agente quer diretamente o
resultado. Na conceituação de José Frederico Marques, “Diz-se direto o dolo
quando o resultado no mundo exterior corresponde perfeitamente à intenção e
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à vontade do agente. O objetivo por ele representado e a direção da vontade se
coadunam com o resultado do fato praticado. No dolo direto o sujeito diz: “eu
quero”.
R.2: Dolo indireto ou indeterminado: o agente não quer diretamente o resultado,
mas aceita a possibilidade de produzi-lo (dolo eventual), ou não se importa em
produzir este ou aquele resultado (dolo alternativo).
18- Conceito de culpa?
R: Culpa é o elemento normativo da conduta. A culpa é assim chamada porque
sua verificação necessita de um prévio juízo de valor, sem o qual não se sabe
se ela está ou não presente.
A culpa, portanto, não esta descrita, nem especificada, mas apenas prevista
genericamente no tipo.
19- Explique Negligência, Imperícia e imprudência:
R.1: Negligencia é a culpa na sua forma omissiva. Consiste em deixar alguém
de tomar o cuidado devido antes de começar a agir. O negligente deixa de
tomar, antes de agir, as cautelas que deveria. Decore da inatividade material
(corpórea) ou subjetiva (psíquica).
R.2: Imperícia é a demonstração de inaptidão técnica em profissão ou
atividade. Consiste na incapacidade, na falta de conhecimento ou habilidade
para o exercício de determinado mister. Ex.: medico vai curar uma ferida
amputa a perna, atirador de elite que mata a vitima, em vez de acertar o
criminoso.
R.3: Imprudência é a culpa de quem age, ou seja, aquela que surge durante a
realização de um fato sem o cuidado necessário. Pode ser definida como a
ação descuidada. Implica sempre um comportamento positivo. Uma
característica fundamental da imprudência é a de que nela a culpa se
desenvolve paralelamente à ação. Desse modo, enquanto o agente pratica a
conduta comissiva, vai ocorrendo simultaneamente a imprudência.
20- Explique culpa consciente e inconsciente:
R.1: Culpa consciente ou com previsão é aquela em que o agente prevê o
resultado, embora não o aceite. Há no agente a representação da possibilidade
do resultado, mas ele a afasta, de pronto, por entender que a evitará e que sua
habilidade impedirá o evento lesivo previsto.
R.2: Culpa inconsciente é a culpa sem previsão, em que o agente não prevê o
que era previsível.
21- Diferença culpa consciente e dolo eventual?
R: A culpa consciente difere do dolo eventual, porque neste o agente prevê o
resultado, mas não se importa que ele ocorra (“se eu continuar dirigindo assim,
posso vir a matar alguém, mas não importa; se acontecer, tudo bem, eu vou
prosseguir”). Na culpa consciente, embora prevendo o que possa vir a
acontecer, o agente repudia essa possibilidade (“se eu continuar a dirigir assim,
posso vir a matar alguém, mas estou certo de que isso, embora possível, não
ocorrerá). O traço distintivo entre ambos, portanto, é que no dolo eventual o
agente diz: “não importa”, enquanto na culpa consciente supõe: ‘é possível,
mas não vai acontecer de forma alguma”.
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22- Conceitue resultado naturalístico e resultado normativo?
R.1: Resultado naturalístico é a modificação provocada no mundo exterior pela
conduta( a perda patrimonial no furto, a conjunção carnal no estupro, a morte
no homicídio, a ofensa à integridade corporal nas lesões etc.).
R.2. Resultado normativo é toda lesão ou ameaça de lesão a um interesse
penalmente relevante. Todo crime tem resultado jurídico porque sempre agride
um bem jurídico tutelado. Quando não houver resultado jurídico não existe
crime .assim, o homicídio atinge o bem vida; o furto e o estelionato, o
patrimônio etc.
 
23- Quais são os crimes que não possuem resultado?
R: o crime de mera conduta é aquele que não admite em hipótese alguma
resultado naturalístico, como a desobediência, que não produz nenhuma
alteração no mundo concreto (atenção: no crime formal, o resultado
naturalístico é irrelevante, embora possível: no de mera conduta, não existe tal
possibilidade).
 
24- Conceito de nexo de causalidade?
R: É o elo de ligação concreto, físico, material e natural que se estabelece entre
a conduta do agente e o resultado naturalístico, por meio do qual é possível
dizer se aquela deu ou não a este. Também relação de causa e efeito a ligar a
conduta ao resultado naturalístico, pelo qual se pode dizer que a conduta
produziu o resultado. Ex.: se eu ponho a mão no fogo, ela vai queimar, logo, há
nexo causal físico entre a conduta de colocar a mão no fogo e o resultado mão
queimada.
 
25- Teoria da equivalência das condições
R: Teoria da equivalência das condições ou dos antecedentes: para ela, toda e
qualquer conduta que, de algum modo, ainda que minimamente, tiver
contribuído para produção do resultado deve ser considerada sua causa. Tudo
aquilo que, excluído da cadeia de causalidade, ocasionar a eliminação do
resultado deve ser tido como sua causa, pouco importando se, isoladamente,
tinha ou não idoneidade para produzi-lo. Para essa teoria, portanto,não existe
qualquer distinção entre causa, concausa, ocasião e outras que tais: contribuiu
de alguma forma é causa. Foi à teoria adotada pelo nosso Código Penal.
 
26- Explique o dever de agir imposto por lei.
R: Segundo o art. 13, § 2°, do CP, o dever jurídico de agir incumbe a quem:
a) Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do
resultado
(R.a) Na primeira hipótese, o dever decorre de imposição legal. Trata-se
do chamado dever legal. Sempre que o agente tiver, por lei, a obrigação
de cuidado, proteção e vigilância, devera ser responsabilizado pelo
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resultado pelo resultado se, com sua omissão, tiver concorrido para ele
com dolo ou culpa.
 (R.c) A terceira e última hipótese, chamada “ingerência na norma”, é da
pessoa que, com seu comportamento anterior, criou o risco para a
produção do resultado. Assim, quem, por brincadeira, esconde o
remédio de um cardíaco tem o dever de socorrê-lo e impedir sua morte,
sob pena de responder pelo resultado.
 
27- Explique dever de agir de quem assumiu a
responsabilidade de evitar o resultado:
(R.b) Na segunda hipótese da pergunta anterior, encontra-se a pessoa
que, por contrato, liberdade ou qualquer outra forma, assumiu a
posição de garantidora de que nenhum resultado sobreviria. Aqui, o
dever jurídico não decorre de lei, mas de um compromisso assumido
por qualquer meio. Denomina-se essa hipótese “dever garantidor”. Ex.
babá que descuida de sua obrigação de cuidar do pequenino, permite
que este caísse e morra.
Importante, enfatizar que o dever de garantidor não se confunde com o
contratual, sendo indiferente às limitações que surja do contrato,
inclusive à validade jurídica deste.
28- Conceito de tipicidade?
R: É a subsunção, justaposição, enquadramento, amoldamento ou integral
correspondência de uma conduta praticada no mundo real ao modelo descritivo
constante da lei (tipo legal). Para que a conduta humana seja considerada
crime, é necessário que se ajuste a um tipo legal. Temos, pois, de um lado,
uma conduta da vida real e, de outro, o tipo legal de crime constante da lei
penal. A tipicidade consiste na correspondência entre ambos.
29- Tipicidade simples e mista.
- R: adequação do fato à norma:
- tipicidade formal; a simples tipicidade formal não basta para a
tipicidade penal, necessitando de tipicidade conglobante.
- Tipicidade Conglobante: Tipicidade material + antinormatividade;
30- Tipicidade formal e material.
- R: tipicidade formal; a simples tipicidade formal não basta para
a tipicidade penal, necessitando de tipicidade conglobante.
- R. Tipicidade material: importância, necessidade de se punir
aquele fato concreto, diante dos princípios da intervenção
mínima e da extrema ratio
- Antinormatividade – Deve a conduta ser contrária ao direito,
não podendo por ele ser aceita ou fomentada. Ex: Oficial de
Justiça e carrasco.
 
31- Tipicidade primária
R. A tipicidade primária (formal subsunção da conduta
humana ao preceito primário da norma penal
incriminadora) passa a estar condicionada à
ocorrência dos cinco requisitos fáticos/valorativos,
quais sejam, risco ao bem jurídico tutelado, relevância,
17/10/2017 Lista de exercícios de Direito Penal - Respondida - Teoria do Crime
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proibição jurídica, conversão deste risco, no mínimo,
em um resultado jurídico (nada impede a ocorrência
cumulativa do resultado material) e, por fim, o
resultado como espelho da conduta. 
Isto é, a tipicidade primária é aquela que esta contida no
caput da norma e a secundaria é a aplicação da pena.
32- Tipicidade secundária
R.É a comprovação de que a conduta legalmente típica está também
proibida pela norma, o que se obtém desentranhando o alcance da
norma proibitiva conglobada com as restantes normas da ordem
normativa. Isto é, é a aplicação da pena.
 
33- Tipo fechado
R. O tipo penal fechado é todo aquele que para a sua compreensão o
intérprete ou aplicador da lei não necessita recorrer a qualquer indagação
estranha aos elementos constantes da norma incriminadora.
34- Tipo aberto
R. O tipo penal aberto consiste no tipo legal que contém palavras ou
expressões dependentes do exame de elementos exteriores ao tipo para aferir
a ilicitude da conduta. O tipo aberto deve ser, em cada caso, preenchido pelo
juiz. Exemplos: crimes culposos, crimes comissivos por omissão e crimes
cujo preceito se refere à ilicitude com o uso de expressões ou vocábulos
como “contra a vontade expressa ou tácita d quem de direito” (CP, art. 150);
“indevidamente” (CP, arts. 151; 151, § 1º, I e II); “sem justa causa” (CP, arts.
153 e 154); “sem consentimento de quem de direito” (CP, art. 164); “sem a
necessária autorização” (Lei nº 6.453/77, art. 20), etc 
Videos de referencia 
http://www.youtube.com/watch?v=Jz1V5vA8PZw
Postado há 18th March 2011 por DIREITO FÁCIL E COMENTADO
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neusa ferreira de abreu vianna 4 de junho de 2016 11:37
Lindo,parabéns !.
Responder
janaina silva 22 de agosto de 2016 13:14
obg me ajudo muito eu amei isso obg parabéns foi bem detalhado muito
bom de entender as coisas
17/10/2017 Lista de exercícios de Direito Penal - Respondida - Teoria do Crime
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