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1 INTRODUÇÃO
Hodiernamente, o cuidado tem recebido um maior relevo para o direito de família, tendo em vista a necessidade de se protegerem determinados grupos sociais que possuem uma maior vulnerabilidade. Nesse contexto, verifica-se, ainda que implicitamente, o dever de cuidado ao se analisar o artigo 227 da Carta da República de 1988: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Deste preceito constitucional nasce para o genitor a responsabilidade pelo cumprimento destes deveres para com os filhos, e notadamente, o seu descumprimento faz surgir a responsabilização civil pelos danos causados que provierem de sua conduta negativa. Contudo, a problemática se estabelece ao se questionar de que maneira esta ausência de afeto do genitor poderá gerar um dano moral indenizável.
Desta forma, o objetivo dessa pesquisa é demonstrar a possibilidade de responsabilização civil do genitor pelas consequências do abandono afetivo.
O tema abordado apresenta importância no cenário jurídico nacional, tendo em vista que trata da polêmica alteração de posicionamento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema.
Para a realização deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas, bem como a análise do julgado Resp:1159242 do Superior Tribunal de Justiça para enriquecer a coleta de informações e permitir um aprofundamento no estudo.
A pesquisa está dividida em quatro partes: Na primeira parte, será realizada uma evolução histórica da família buscando compreender o atual papel do genitor na formação do indivíduo. Após, ainda no mesmo capítulo, será realizada uma breve digressão sobre os principais princípios norteadores do direito de família: Princípio da afetividade, princípio do cuidado e o princípio da dignidade da pessoa humana.
Na segunda parte, serão feitas considerações sobre a responsabilidade civil, seus elementos caracterizadores, bem como os requisitos essenciais para a configuração do dano moral indenizável.
Na terceira parte, será analisado o abandono afetivo propriamente dito. A inadequação terminológica “indenização por abandono afetivo” e ainda, serão descritas as consequências sócio afetivas, morais e psíquicas no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Na quarta parte, será analisada a possibilidade de responsabilização civil do genitor por abandono afetivo decorrente do descumprimento do seu dever legal de cuidado e do dever de visitas. E serão ainda discutidos neste capítulo, os danos invisíveis sofridos pelos filhos abandonados afetivamente e alguns posicionamentos jurisprudenciais que visavam obstaculizar o deferimento de indenização por abandono afetivo.

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