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A Década de 30 no Brasil

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A década de 30 foi um período marcante na história do Brasil, em vários aspectos como sociais, políticos, econômicos. Uma época de mudanças e limitações de poderes. O enfraquecimento de uma classe social constituída até o momento por uma elite agrária, os senhores do café, e o crescimento da burguesia industrial e o aumento do proletariado urbano. Em meio a este enredo o Estado tenta se firmar e se posicionar dentro da sociedade. É o momento em que o proletariado urbano inicia sua luta de reivindicações, juntamente com os trabalhadores rurais. Constituem-se no seio desta sociedade, organismos de questionamento e defesa destes trabalhadores. 
O período de 1930 a 1937 foi de incertezas para a população brasileira e de instabilidade social e política, no que diz respeito à legitimação do novo regime implantado no País. Ficou proibido formar grupos nas ruas. A polícia política se fazia presente em todos os lugares da Capital do País, o Rio de Janeiro, e em outras capitais dos Estados da Federação. Na opinião de muitos cidadãos, o Governo demorava demais para realizar as mudanças necessárias para efetivação do regime constitucional democrático. 
Na verdade, o governo não tinha pressa, pois desfrutava de seus poderes discricionários e excepcionais. Essa concentração de poderes fez emergirem disputas entre os variados setores que compunham a coalizão revolucionária.
Ansiosos por mudanças, massas de desempregados vagam pelas cidades e pelos campos do Brasil de então, acreditando que o novo governo resolveria todos os seus problemas. Era um país mergulhado em contradições num mundo conflagrado por agitação social, greve, ocupações de fábricas, ameaça de “golpes vermelhos” na velha Europa, mudanças de regimes constitucionais e intensa produção bélica. Podemos assistir claramente, durante este período, a remodelação da economia frente às mudanças econômicas mundo afora. Foi o início da consolidação de uma frente econômica baseada na indústria, que trazia consigo a ascensão de um novo grupo social que viria determinar, futuramente, os rumos econômicos de nosso país. Entender, entretanto, a conjuntura que envolveu uma mudança tão significativa não é simples e nem poderia ser, pois se deve associar a esta mudança, uma desconjuntura gradual das forças políticas e o embate historiográfico que tenta compreender e discutir, quais elites ou grupos sociais que realmente conseguiam exercer algum tipo de influência no Estado.
O Brasil é um país marcado por exclusões sociais ao longo de toda a sua história, em qualquer esfera da sociedade: saúde, educação, moradia, entre outros. No processo educacional, por exemplo, encontramos um dos maiores exemplos dessas exclusões, que remonta desde o Brasil colônia, em que o sistema educacional era quase inexistente, já que não havia demanda da estrutura social e de produção, não havendo assim necessidade de uma abordagem escolar. As funções de reprodução da ideologia dominante e das relações de dominação eram cumpridas pelas escolas jesuítas.
A partir de 1930, com a ascensão do governo populista do presidente Getúlio Vargas, o operariado brasileiro recebeu uma série de benefícios sociais. Era necessário abrir o país para o capital estrangeiro e avançar do período rural para a industrialização. O Governo Vargas, traçou as diretrizes da modernização estatal, adequando as leis e a sociedade para esta nova fase e servindo de interventor, apaziguador e controlador das lutas de classes. 
A quebra da Bolsa de Valores em Nova Iorque, em 1929, trouxera uma crise sem paralelo ao capitalismo. O mundo capitalista faliu. 
O principal produto da pauta de exportações brasileiras nesta ocasião era o café. As exportações brasileiras sofreram decréscimo. Justamente os criadores de gado do Rio Grande do Sul e Minas Gerais e os produtores de cana-de-açúcar da Paraíba que são aqueles que “põem o dinheiro na casa chamada Brasil” se deram conta que estavam sendo iludidos pelos coronéis paulistas, que se organizaram em torno do paulista Júlio Prestes para a sucessão de Washington Luís, ao invés de respeitar a “política do café-com-leite” que rezava ser agora vez de um político apoiado pelos mineiros. 
Num primeiro momento Getúlio Vargas, que tomara posse do governo do Rio Grande do Sul em 1928 e João Pessoa, da Paraíba, formaliza uma aliança contra os propósitos de Washington Luís que negou a concessão de financiamentos aos cafeicultores pelo Banco do Brasil. Washington Luís queria sustentar a política de estabilização financeira recomendada pelos banqueiros estrangeiros como condição para empréstimos posteriores. Por esta razão, ele também retirou o apoio ao seu sucessor “natural”, o então presidente de Minas Gerais, Antonio Carlos Andrade, se unindo aos paulistas para a candidatura de Prestes, rompendo o pacto entre as oligarquias paulista e mineira..
 Em 1934, surge o primeiro documento legal ambiental brasileiro: o Código das Águas (Decreto nº 24.643, de 10 de julho), que definiu o direito de propriedade e de exploração dos recursos hídricos para abastecimento, irrigação, navegação, usos industriais e geração de energia. Na década de 30 surgem outros dois documentos importantes: o Decreto nº 1.713, de 14 de julho, que cria o Parque Nacional de Itatiaia (RJ) e o Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro, organizando o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Até o momento, a legislação brasileira engloba apenas aspectos relacionados ao saneamento, à conservação e preservação do patrimônio natural, histórico e artístico do país e problemas provocados pelas secas e enchentes.
A questão social teve várias formas de enfrentamento, já que ela foi vista como caso de polícia antes da década de 30, onde era duramente reprimida, e depois da década de 30, onde foi legitimada e passou a ser um caso de política. Foi no Governo Vargas que esta legitimação da questão social se deu, e o Estado passou a ser o responsável pela resolução dos problemas sociais, mas vale ressaltar que o Governo Vargas era populista e marcado por teorias de integração social, paternalismo e ainda com caráter repressivo, e com isso o tratamento da questão social se dá pelo encobrimento dos antagonismos capitalistas, onde a repressão é camuflada nas leis trabalhistas, visando alienar a população para que esta se sentisse assistida socialmente e reconhecida enquanto classe portadora de seus direitos e de sua cidadania, onde os direitos concedidos, não são vistos como conquistas dos trabalhadores e sim garantias dadas pelo Estado, para a suavização das mazelas sociais, para dar a idéia de um Estado preocupado com a questão social brasileira, evitando assim a reivindicação, greves e lutas pela melhoria de condições de vida da população.
A população operária amontoava-se em bairros insalubres junto às aglomerações industriais, com falta absoluta de água, luz e esgoto; as
empresas funcionavam em prédios sem condições mínimas de higiene e segurança; salários insuficientes para a subsistência; o preço da força de trabalho, constantemente pressionada para baixo devido ao exército industrial de reserva; a pressão salarial força a entrada no mercado de trabalho de mulheres e crianças; a jornada de trabalho, é de quatorze horas; não se tem direito a férias, descanso semanal remunerado, licença para tratamento de saúde etc;  dentro da fábrica está sujeito à autoridade absoluta de patrões e mestres; não possui garantia empregatícia ou contrato coletivo; com as crises do setor industrial há dispensas maciças e rebaixamentos salariais.
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O Serviço Social surge no Brasil na década de 30, estreitamente ligada a Igreja Católica. O país passava por uma fase turbulenta, onde a burguesia não estava dando conta das diversas manifestações da classe trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social. Preocupada com essa situação a fim de manter os seus interesses de exploração da força de trabalho, a classe dominante, juntamente com o Estado somaram forças para conter a classe operária, mantendo a harmoniasocial. A Igreja passou então a oferecer formação específica para moças de famílias tradicionais com intuito de exercer ações sociais. Criou-se então o Curso Intensivo de Formação Social para Moças. Nas décadas de 40 e 50, o Serviço Social do nosso país recebeu uma grande influência norte-americana e da corrente positivista. As influências de Mary Richmond com o “Serviço Social de caso”,” Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social de Comunidade” marcaram o Brasil durante essas décadas. Essas práticas deram início a “Organização e Desenvolvimento de Comunidade”, onde eram feitas abordagens individuais e com grupos buscando o desenvolvimento da comunidade. Entre os anos 60 e 70 iniciou-se um movimento de renovação da profissão, que buscou-se alterar o modo tradicionalista do Serviço Social. Em 1979 em São Paulo ocorreu o Congresso da Virada, um marco para o Serviço Social no Brasil. Nesse evento houve a ruptura com o conservadorismo, a profissão se laicizou e passou a se incorporar nos setores subalternos da sociedade e nos movimentos sindicalistas. Passou a fazer parte das Ciências Sociais e ganhou uma característica mais “de esquerda”. O profissional passou a gestar e executar as políticas públicas, além do aumento das áreas de pesquisa. Nos anos 80 passou-se a debater sobre a Ética no Serviço Social, buscou-se acabar com a ética do tradicionalismo e da neutralidade, tomando um lado mais democrático. Em relação à formação profissional, no ano de 1982 houve a revisão curricular que pretendia ir além do teórico-metodológico e ético-político, buscava a união do técnico e do político. Em 1986 foi aprovado o Código de Ética Profissional, firmando um compromisso com a classe trabalhadora. O Código trouxe também o poder da denúncia profissional, inclusive por parte dos usuários. Na década de 90 o Serviço Social sentiu os efeitos da política Neoliberal, da acumulação flexível no mundo do trabalho e da compressão dos direitos sociais. Os profissionais passaram a atuar no terceiro setor onde a demanda de trabalho aumentou, como resultado da minimização do Estado. Nos anos 2000 cresceu a discussão em torno da eficiência das políticas sociais e do agravo da questão social. Aumentou o número de cursos de graduação e de graduação à distância, No sentido de se garantir uma ampliação da categoria do Serviço Social, nos mais diversos setores da sociedade.
estruturação de seu perfil no país. Ela será responsável pelo ideário, pelos conteúdos e pelo processo de formação dos primeiros profissionais brasileiros. No ano de 1932 foi criado o Centro de Estudos e Ação Social (Ceas), entidade fundadora e mantenedora da primeira escola de serviço social do país. Segundo historiadores da gênese da profissão de serviço social, esse acontecimento foi a manifestação original da profissão no Brasil, condensando as necessidades do setor da Ação Social e da Ação Católica. O Ceas surge depois da realização, de 1º de abril a 15 de maio desse ano, do Curso Intensivo de Formação Social para Moças, organizado pelas cônegas de Santo Agostinho. Sua direção era exercida pela convidada Mlle. Adèle de Loneux da Escola Católica de Serviço Social de Bruxelas, e tinha uma programação teórico-prática que incluía visitas a instituições beneficentes. O curso encontrou grande aceitação entre jovens católicas, que buscaram criar uma associação de ação social. Ao findar esse curso, elaborou-se o 1º Relatório do Ceas, o qual expressava a necessidade de se promover uma formação doutrinária e aprofundar o conhecimento dos problemas sociais para melhoria na atuação dos trabalhadores sociais.
Foi esse o início do Ceas, que teve a orientação da professora Loneux. Na ocasião, ela definiu o serviço social como: “O conjunto de esforços feitos para adaptar o maior número possível de indivíduos à vida social ou para adaptar as condições de vida social às necessidades dos indivíduos“ (VIEIRA, 1985, p. 142). O objetivo central do Ceas era promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da Igreja e fundamentar sua ação nessa formação doutrinária e no conhecimento aprofundado dos problemas sociais (IAMAMOTO; CARVALHO, 2003). As reuniões iniciais do grupo foram acompanhadas pela Arquidiocese de São Paulo, por intermédio do monsenhor Gastão Liberal Pinto. Em 16 de setembro de 1932 foi eleita a primeira diretoria do centro, tendo Odila Cintra Ferreira4 como presidenta. Como se observa, o Ceas foi gestado em plena revolução paulista. Ele era mantido com mensalidades das sócias e tinha por objetivo difundir a doutrina e a ação social da Igreja. Essa orientação ocorreu em um momento em que a Igreja, como força social, mobilizou o laicato a partir das diretrizes das encíclicas papais Rerum Novarum (1891) e Quadragésimo Anno (1931), que assumiam um posicionamento antiliberal e anticomunista. O centro desenvolveu uma programação de cursos sobre filosofia, moral, legislação do trabalho e encíclicas, mantendo ao mesmo tempo atividades de estudo e de ação
http://unipvirtual.com.br/material/2011/bacharelado/servsoc_surg_inst_brasil/unid_2.pdf
o trabalho social tinha papel imprescindível de corrigir os abusos e atenuar as rebeliões no intuito de aliviar o sofrimento e melhorar a situação de milhares de seres humanos, ao tentar realizar essa tarefa o trabalhador social tinha uma visão ingênua e maniqueísta: “Ingênua porque pressupunha a solução dos problemas globais partindo de cada um deles isoladamente. Maniqueísta porque dividia o mundo entre bons e maus, abusadores e não-abusadores, rebeldes e integrados” (FALEIROS, 2001, p. 89)
http://fjav.com.br/revista/Downloads/edicao08/Artigo_348_364.pdf