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Homem e sociedade 1

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UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO - ICSC
CURSO DE CIENCIAS CONTÁBEIS
LUCAS DOMINGOS BERNARDI DE SOUSA
HOMEM E SOCIEDADE
Evolução e cultura
SÃO PAULO
2017
LUCAS DOMINGOS BERNARDI DE SOUSA- R.A B522BJ-5
HOMEM E SOCIEDADE
Evolução e cultura
Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência para a avaliação de dependência do curso de Ciências Contábeis da Universidade Paulista.
Orientador: Prof. Mauricio Narciso
SÃO PAULO
4
2017
INTRODUÇÃO
A criação e evolução do homem sempre será uma incógnita para a sociedade como um todo, há indícios e teorias que defendem a criação do homem a partir de uma entidade divina ou que somos a evolução máxima da cadeia alimentar com relação a nossa diferenciação de seres racionais. 
Algumas teorias possuem comprovação cientifica e outras no entanto são baseadas em crenças religiosas. Cada uma possui sua verdade absoluta sendo defendidas ao longo de vários séculos, como o criacionismo, que tem a Bíblia como base e o evolucionismo que foi e é uma das teorias mais famosas e que abrange conceitos com comprovação cientifica.
É importante ressaltar que as duas teorias serão expostas para melhor entendimento e para auxiliar a relação entre o homem e seu comportamento no cotidiano, influenciado pela sua cultura, que é constituída a partir de experiências pessoais e correlacionadas com o ambiente que o homem se desenvolve. 
 
EVOLUÇÃO HUMANA E SUAS TEORIAS
Um dos maiores mistérios que sempre intrigou o homem ao longo de sua história é o conhecimento a respeito de suas próprias origens. Pode-se dizer que todos os povos da Antiguidade tinham teorias que tentavam explicar a existência do homem e do universo. A maioria delas tinha fundamentos religiosos, filosóficos ou até mesmo mitológicos. Além dos próprios mistérios existentes na questão da origem da vida, ainda havia outra questão não menos pertinente: por que somos tão diferentes dos animais?
O criacionismo e o evolucionismo (CASTRO, 2003) são duas teorias que tentam explicar a criação e a evolução do homem, nenhuma delas são comprovadas cientificamente e suas abordagens são completamente distintas. A Bíblia Sagrada, mais especificamente no livro de Gênesis, narra a história da origem de tudo que há ao nosso redor, como Sol, estrelas e seres vivos. O primeiro versículo da Bíblia já diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. E essa é justamente a ideia central do criacionismo: Deus criou todas as coisas, inclusive o homem.
Entretanto, é importante desvincular criacionismo de cristianismo, pois a teoria criacionista prega que todas as coisas foram criadas substancialmente por um Criador onipotente, não sendo, necessariamente, o Deus dos cristãos. O islamismo, por exemplo, também prega uma visão baseada no criacionismo, porém com a figura de Alá (HAM, 2010).
Já o evolucionismo, teoria que surgiu a partir do século XIX, afirma que o homem foi resultado de uma longa evolução iniciada há cerca de cinco milhões de anos, desde os Hominídeos até o Homo sapiens, espécie correspondente ao homem com suas características atuais. De fato, a teoria evolucionista surgiu a partir da publicação do livro de Charles Darwin “A Origem das Espécies”, em 1859. Darwin, após uma viagem às Ilhas Galápagos, acabou descobrindo diversas novas espécies de animais, realidade que o levou a desenvolver a ideia de seleção natural dos seres vivos. Ainda segundo a teoria, homem e macaco possuiriam a mesma ascendência, da qual as outras espécies foram se desenvolvendo ao longo do tempo (BURKHARDT, 2002)
A teoria evolucionista vem sendo discutida há séculos, sem nenhum tipo de consenso e algumas “comprovações” teóricas, pois existem diversas ideologias acerca do assunto. Como já citado o criacionismo (HAM, 2010), que vem da crença religiosa é bastante defendida, pois eles pregam que a humanidade, a vida, a terra e o universo são a criação de um agente sobrenatural, é a Doutrina que sustenta que Deus cria a alma de cada pessoa e lhe infunde no corpo. A teoria do criacionismo é aceita por membros religiosos, por defenderem a ideia dos seres vivos, dos humanos, e do funcionamento geral da natureza
Ele se baseia na fé da criação divina, como narrado na Bíblia Sagrada, mais especificamente no livro de Gênesis capitulo 1 versículo 1 onde diz “No princípio criou Deus o céu e a terra”, Deus criou todas as coisas, inclusive o homem, a partir do barro, a sua imagem e semelhança, dando-lhe vida com um sopro nas narinas. Lembrando que diversas culturas possuem sua versão própria do criacionismo, como é o caso da mitologia grega que abrange o estudo dos mitos, deuses e lendas, mitologia chinesa que creem na criação do cosmo e dos mundos míticos do céu e do inferno, cristianismo da fé em Jesus Cristo, de sua ética e sua promessa de redenção revelada nos evangelhos, entre outras (HAM,2010)
Os criacionistas creem que a evolução não explica a complexibilidade da vida na terra, alguns religiosos baseiam  suas crenças na criação de gêneses, outros tem crenças diferentes, como exemplo o Papa Francisco, o líder mundial dos católicos, tem a ideia que o evolucionismo e a teoria do Big Bang são linhas de pensamento corretas e que não entram em conflito com o catolicismo.
No início da década de 1960 surgiu o criacionismo científico nos Estados Unidos tentando provar a inerrância bíblica e invalidar as evidências da evolução, tratando do criacionismo científico, é possível, sim, demonstrar cientificamente que o universo e a vida foram criados. Só não é possível demonstrar quem o criou. Portanto, o criacionismo científico trabalha apenas a questão de se o universo e a vida foram criados ou surgiram espontaneamente. O criacionismo científico não é religioso, embora, por vezes, possua implicações religiosas.
Já a teoria evolucionista baseia-se nos estudos elaborados e desenvolvidos por diversos cientistas, o nome que leva maior expressão é do cientista inglês Charles Darwin que após abandonar seus estudos em medicina dedicou-se às pesquisas sobre a natureza. Em 1831 participou de uma viagem naturalista ao redor do mundo coordenada pelo Almirantado britânico de duração de 5 anos (1831- 1836), onde trouxe em sua bagagem diversas coletas e anotações por onde passou (BURKHARDT, 2002)
Darwin propôs o evolucionismo em um de seus livros, “A Origem das Espécies” (publicado em 1859), de acordo com Darwin, todos os seres vivos tiveram sua evolução a partir um ancestral. Entretanto, para Darwin, evoluir é mudar biologicamente e as mudanças geralmente ocorrem para que exista uma adaptação das espécies ao meio ambiente em que vivem (BURKHARDT, 2002) A esse processo de mudança em consonância com o meio ambiente Charles Darwin deu o nome de seleção natural.
A teoria de Darwin teve como base argumentos convincentes de geólogos e paleontólogos, ressaltando que a vida na Terra há muito tempo, vem se modificando com o tempo e que muitas espécies se tornaram extintas. Ao mesmo tempo, embriologistas e outros naturalistas, estudando os animais vivos em meados de 1800, descobriram alguma das mais fortes evidências para a teoria de Darwin. 
Foi a genialidade de Darwin que demonstrou tanto como todas as evidências favoreciam a evolução das espécies a partir de um ancestral comum quanto ofereceu um mecanismo plausível pelo qual os seres vivos evoluem (BURKHARDT, 2002) Lamarck e outros também promoveram teorias evolutivas, mas para explicar como os seres vivos se modificavam, mas só resultou em especulação. Eles alegavam que a evolução era guiada por alguma tendência de longo prazo, por exemplo, pensava que os seres vivos se esforçavam para passar de simples seres unicelulares para formas complexas. 
Muitos biólogos alemães ligavam a evolução dos serem com regras pré-determinadas, da mesma forma que ocorre com o embrião durante a gestação, mas Darwin e o biólogo inglês Alfred Russel Wallace,elaboraram, independentemente, uma forma natural e observável de transformação de seres vivos, o famoso processo de seleção natural, já citado.
Darwin e Wallace encontraram inspirações na economia para darem pratica a teoria da evolução. Thomas Malthus, um pastor inglês, publicou um livro em 1797 chamado Essay on the principle of population (ensaio sobre o princípio da população), no qual ele alerta os ingleses que a maioria das políticas criadas para auxiliar os pobres estava condenada devido à implacável pressão do crescimento populacional. Uma nação pode facilmente dobrar sua população em algumas décadas, levando todos à miséria e a fome. A partir disso Darwin presumiu que tanto os animais quanto as plantas também poderiam sofrer essa pressão populacional, pensando dessa forma ele concluiu que poderia levar pouco tempo para o mundo estar coberto de besouros ou minhocas, entretanto o mundo não está infetado deles, nem de outra espécie, porque eles não são capazes de reproduzir com seu potencial completo, muitos morrem antes de se tornarem adultos. Eles são vulneráveis a secas e invernos rigorosos entre outras agressões ambientais, além disso, sua reserva alimentar, como a de uma nação, não é infinita. Portanto ele pode compreender que indivíduos precisam competir, mesmo inconscientemente, pelo pouco de comida que havia disponível naquela época.
	A partir de todos os conceitos descritos, é impossível determinar quais o qual seria o correto para definir a teoria da evolução, devido ao envolvimento de crenças e comprovações cientificas, por esse motivo que as hipóteses são indagadas e discutidas até hoje. 
	
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CULTURA
O conceito de cultura é muito amplo e um dos temas mais abordado nas ciências humanas, a ponto de a Antropologia se constituir como ciência quase somente em torno desse conceito.
Os antropólogos, desde o século XIX, procuram definir os limites de sua ciência por meio da definição de cultura. O resultado é que os conceitos de cultura são múltiplos e, às vezes, contraditórios. O significado mais simples desse termo afirma que cultura abrange todas as realizações materiais e os aspectos espirituais de um povo, ou seja, em outras palavras, cultura é tudo aquilo produzido pela humanidade, seja no plano concreto ou no plano imaterial, desde artefatos e objetos até ideais e crenças. Cultura é todo complexo de conhecimentos e toda habilidade humana empregada socialmente (BARRET, 2009)
Ao tratar do conceito de cultura, a sociologia se ocupa em entender os aspectos aprendidos que o ser humano, em contato social, adquire ao longo de sua convivência. Esses aspectos, compartilhados entre os indivíduos que fazem parte deste grupo de convívio específico, refletem especificamente a realidade social desses sujeitos (LARAIA, 2001). Características como a linguagem, modo de se vestir em ocasiões específicas são algumas características que podem ser determinadas por uma cultura que acaba por ter como função possibilitar a cooperação e a comunicação entre aqueles que dela fazem parte.
	A cultura possui tanto aspectos tangíveis - objetos ou símbolos que fazem parte do seu contexto - quanto intangíveis - ideias, normas que regulam o comportamento, formas de religiosidade. Esses aspectos constroem a realidade social dividida por aqueles que a integram, dando forma a relações e estabelecendo valores e normas. Esses valores são características que são consideradas desejáveis ou indesejáveis no comportamento dos indivíduos que fazem parte de uma cultura, como por exemplo o princípio da honestidade que é visto como característica extremamente desejável em nossa sociedade (CASTRO,2003).
	As normas são um conjunto de regras formadas a partir dos valores de uma cultura, que servem para regular o comportamento daqueles que dela fazem parte. O valor do princípio da honestidade faz com que a desonestidade seja condenada dentro dos limites convencionados pelos integrantes dessa cultura, compelindo os demais integrantes a agir dentro do que é estipulado como “honesto” (LARAIA,2001).
	As normas e os valores possuem grandes variações nas diferentes culturas observadas. Em algumas culturas, como no Japão, o valor da educação é tão forte que falhar em exames escolares é visto como uma vergonha tremenda para a família do estudante. Existe, então, a norma de que estudar e ter bom desempenho acadêmico é uma das mais importantes tarefas de um jovem japonês e a pressão social que esse valor exerce sobre ele é tão forte que há um grande número de suicídios relacionados a falhas escolares. Para outros, no entanto, a ideia do suicídio motivado por uma falha escolar parece ser loucura. Mesmo dentro de uma mesma sociedade podem existir divergências culturais. Alguns grupos, ou pessoas, podem ter fortes valores baseados em crenças religiosas, enquanto outras prefiram a lógica do progresso científico para compreender o mundo. A diversidade cultural é um fato em na realidade globalizada, onde o contato entre o que consideramos familiar e o que consideramos estranho é comum (BARRET, 2009). Ideias diferentes, comportamento, contato com línguas estrangeiras ou com a culinária de outras culturas tornou-se tão corriqueiro no dia a dia que não se estima para pensar no impacto sofridos diariamente, seja na adoção de expressões de línguas estrangeiras ou na incorporação de alimentos exóticos na rotina alimentar de diferentes povos.
	Uma cultura não é estática, ela está em constante mudança de acordo com os acontecimentos vividos por seus integrantes. Valores que possuíam força no passado se enfraquecem no novo contexto vivido pelas novas gerações, a depender das novas necessidades que surgem, já que o mundo social também não é estático. Movimentos contra culturais, como o punk ou o rock, são exemplos claros do processo de mudança de valores culturais que algumas sociedades viveram de forma generalizada (Laraia, 2001).
	
	O contato com culturas diferentes também modifica alguns aspectos de nossa cultura. O processo de aculturação, onde uma cultura absorve ou adota certos aspectos de outra a partir do seu convívio, é comum em nossa realidade globalizada, onde temos contato quase perpétuo com culturas de todas as formas e lugares possíveis.
Edward Tylor no século XIX definiu cultura como todo comportamento aprendido, de modo independente da questão biológica. Gerações e gerações de antropólogos procuraram aprofundá-la para melhor compreender o comportamento social. Entre esses pensadores, um dos mais influentes foi Franz Boas, que no começo do século XX iniciou uma crítica sistemática às teorias até então vigentes que defendiam a existência de uma hierarquia entre culturas. Tais teorias, chamadas evolucionistas pela influência da obra de Charles Darwin, defendiam que todas as culturas passavam pelas mesmas etapas, ou estágios, durante sua existência, evoluindo, progredindo das mais primitivas para as mais avançadas ao longo do tempo, sendo que o estágio mais avançado da humanidade era o atingido pelo Ocidente, visão que dava ao etnocentrismo status de ciência. Boas, por sua vez, foi um dos pioneiros em criticar essa visão, afirmando que toda cultura tem uma história própria, que se desenvolve de forma particular e não pode ser julgada a partir da história de outras culturas (LARAIA, 2001).
Assim, Boas usou, já no início do século XX, a História para explicar a diversidade cultural, a grande diferença de culturas na humanidade, fazendo pela primeira vez uma aproximação entre História e Antropologia até hoje bastante utilizada (LARAIA, 2001), chegando a influenciar obras como Casa-grande e Senzala, de Gilberto Freyre, discípulo de Franz Boas. 
É exatamente essa diversidade cultural que a Antropologia procura estudar. Qual a natureza do comportamento cultural? Raça e meio ambiente influem nas definições culturais? As culturas evoluem? Essas são algumas das questões que desde o século XIX têm interessado aos antropólogos. Atualmente, na Antropologianão há um consenso sobre o que é cultura, mas existem muitos conceitos diferentes. Apesar disso, há concordância com relação a alguns pontos dessas múltiplas definições. Um desses pontos afirma que diferenças genéticas não determinam comportamentos culturais, ou seja, toda divisão de trabalho com base no sexo ou na raça, por exemplo, é cultural e não predeterminada pela natureza. A mesma premissa serve na afirmação de que o meio geográfico também não determina comportamentos culturais. Assim, quaisquer tipos de discriminações sociais feitas com base em sexo ou raça, como aqueles discursos proferidos em nossa sociedade que afirmam que determinados trabalhos não podem ser feitos por mulheres, ou que algumas atividades consideradas inferiores são exclusivamente "trabalho de negro': não possuem base biológica. Mas são discursos criados para justificar a posição dominante de determinados grupos sociais (BARRET, 2009)
Nem toda definição de cultura vem da Antropologia, o estudioso brasileiro Alfredo Bosi, por exemplo, em Dialética da colonização, define cultura a partir da linguística e da etimologia da palavra: cultura, assim como culto e colonização, viria do verbo latino colo, que significa eu ocupo a terra. Cultura, dessa forma, seria o futuro de tal verbo, significando o que se vai trabalhar, o que se quer cultivar, e não apenas em termos de agricultura, mas também de transmissão de valores e conhecimento para as próximas gerações. Nesse sentido, Bosi afirma que cultura é o conjunto de práticas, de técnicas, de símbolos e de valores que devem ser transmitidos às novas gerações para garantir a convivência social. Para haver cultura é preciso antes que exista também uma consciência coletiva que, a partir da vida cotidiana, elabore os planos para o futuro da comunidade. Tal definição dá à cultura um significado muito próximo do ato de educar. Assim sendo, nessa perspectiva, cultura seria aquilo que um povo ensina aos seus descendentes para garantir sua sobrevivência. Em todo universo cultural, há regras que possibilitam aos indivíduos viver em sociedade; (BARRET, 2009) nessa perspectiva, cultura envolve todo o cotidiano dos indivíduos. Assim, os seres humanos só vivem em sociedade devido à cultura. Além disso, toda sociedade humana possui cultura. 
A função da cultura, dessa forma, é, entre outras coisas, permitir a adaptação do indivíduo ao meio social e natural em que vive. E é por meio da herança cultural que os indivíduos podem se comunicar uns com os outros, não apenas por meio da linguagem, mas também por formas de comportamento. Isso significa que as pessoas compreendem quais os sentimentos e as intenções das outras porque conhecem as regras culturais de comportamento em sua sociedade. Por exemplo, gestos como rir, xingar, cumprimentar, assim como os modos de vestir ou comer indicam, para outras pessoas do grupo tanto a posição social de um indivíduo quanto seus sentimentos, mas apenas porque quem interpreta seus gestos e sua fala possui os mesmos códigos culturais (LARAIA, 2001). É por isso que, ao depararmos com uma pessoa de cultura diferente, podem acontecer confusões e mal-entendidos, como um cumprimento ser considerado rude ou uma roupa ser considerada imprópria. O desentendimento provém do choque cultural, do contato entre duas culturas distintas. Isso pode acontecer entre indivíduos ou entre sociedades inteiras, nesse caso provocando transformações em ambas as sociedades. É o caso do confronto entre as culturas indígenas e européias depois da conquista da América, ou entre a cultura islâmica e a ocidental hoje. 
Todas as culturas têm uma estrutura própria, todas mudam, todas são dinâmicas. Assim, não é possível falarmos de povos sem história, porque tal fenômeno significaria a existência de uma cultura que não passasse por transformações ao longo do tempo, algo que hoje tanto a História quanto a Antropologia refutam veementemente. Também a noção de culturas "atrasadas" é obsoleta, pois para considerarmos uma cultura atrasada teríamos de julgá-la segundo o parâmetro de "adiantamento" de outras sociedades, o que não é possível. Outro dado a considerar é que as culturas estão sempre em interação, pois nenhuma cultura é isolada (CASTRO, 2003). Há trocas culturais e influências mútuas em todas as sociedades. Nesse sentido, se todas as culturas são dinâmicas e mudam ao longo do tempo, todas as sociedades são também históricas, independentemente de serem tribos, bandos de caçadores-coletores ou grandes Estados. 
A definição de cultura como o conjunto de realizações humanas, materiais ou imateriais leva-nos a caracterizá-la como um fundamento básico da História, que por sua vez pode ser definida como o estudo das realizações humanas ao longo do tempo. Tal percepção, no entanto, só se desenvolveu plenamente com a Nova História (LARAIA, 2001), na segunda metade do século XX. Seguindo a perspectiva interdisciplinar da Escola de Annales, os historiadores da Nova História começaram a fazer conexões entre História e Antropologia e História e Literatura, algo em que o antropólogo brasileiro Gilberto Freyre foi precursor. Os historiadores da Nova História passaram a escolher temas cada vez mais voltados para o cotidiano e as mentalidades, realizando, dessa forma, trabalhos de História Cultural. São exemplos dessas pesquisas os estudos de Georges Duby sobre o amor e o casamento na Idade Média francesa e os de Jacques Le Goff sobre os intelectuais medievais. Historiadores mais recentes, no fim do século XX, como Robert Darnton; deram continuidade a essa abordagem, mesclando métodos e teorias antropológicas para esmiuçar sociedades, culturas e imaginários passados. 
O trabalho de Darnton, O Grande Massacre dos Gatos, tornou-se um marco no estudo antropológico das formas de pensar em diferentes épocas da história (BURKHARDT, 2002), nesse caso especificamente a sociedade francesa do século XVIII . No Brasil, tal linha fez escola, e a História Cultural é hoje uma das mais produtivas, com pesquisadores como Ronaldo Vainfas, Lilia Moritz Schwarcz e Luiz Mott, que trabalham seja com a História do cotidiano, o imaginário, a micro-história e da História das Mentalidades B(ARRET, 2009), todas elas áreas que se desenvolveram com a inserção da cultura como objeto da História.
 Outro sentido muito comum atribuído à palavra cultura é aquele que a define como produção artística e intelectual. Assim, podemos falar de cultura erudita, cultura popular, cultural de massa etc, todas expressões que designam conceitos específicos para a produção intelectual de determinados grupos sociais (BARRET, 2009).
A sociologia não caracteriza o homem sozinho, por definir este como um ser estritamente social. A psicologia observa o homem como um ser autoconsciente, enquanto a filosofia o define como um ser moral e racional como defendia Laraia, 2001. Para a teologia, o fato de ser espiritual o distingue de toda a criação. 
A antropologia é culturalista, mais estruturalista, na consideração de que uma cultura seria um agrupamento ou um segmento social que se desenvolve a partir das ideias e influencia o homem. Não seria portanto, o meio geográfico que determinaria a cultura, porém a dinâmica da cultura influenciaria o ser humano que estaria participando dela, sendo o homem a parte menor. Perante de tal pressuposto surgiu, porém um problema ser debatido na antropologia. Estudiosos começaram a perceber que perante as culturas profundamente definidas em alguns aspectos (modo de vida, valores, prioridades) não raramente surgiam indivíduos que geravam mudanças verdadeiras na base dos conceitos da vida, ou seja, se passou-se a perceber que o homem é um agente transformador da cultura. Assim o segredo da dinâmica cultural seria entender o homem, o indivíduo, este ser destituído de muito valor na visão estruturalista.
Pensando sobre o humano e suas múltiplas interações, Kroeber ajuda-nos a diferenciar o orgânico do cultural. Segundo ele o homem está inserido na mecânica da natureza de forma igual pois possui necessidadesigualitárias a serem satisfeitas tais como o sono, alimentação, proteção, sexualidade e etc. porém a forma de suprir estas necessidades difere, certamente, de agrupamento para agrupamento, de segmento social para segmento social (CASTRO, 2003). E isso seria cultura. Por exemplo, um indígena membro de uma cultura tolerante ao infanticídio, um dia decidir não mais participar e até mesmo se opor a tal prática movido por pura escolha, sua história bem como de seu grupo poderá ser alterada desde então.
Portanto, o homem apesar de ser célula menor no conceito antropológico geral e cultural, também é o agente transformador. Desta forma pode-se diferir o homem dos demais seres da natureza, em termos culturais por sua capacidade de transmitir sua história à geração e avalia-la de acordo com seus atuais princípios.
Franz Boas, estudando as diferenças culturais no Canadá (1883) percebeu que as ideias de nobreza, miséria, dignidade, pecado e relacionamento, se diferencia de acordo com a história do individuo (LARAIA, 2001). Por isso, passou a conceituar o homem como um agente transmissor de ideias fonte inerente de conceitos herdados pela humanidade que se distingue em suas aplicações na vida e no grupo em que vive. Desta maneira a fonte da diversidade cultural passou a ser o homem e seu pensamento, não o ambiente e imposições geográficas. Entretanto faltava um estudo de percepção dos elementos geradores de ideias no indivíduo, que posteriormente veio a ser tratado como fenomenologia religiosa;
Deve-se considerar a discordância entre Tylor e Kroeber em razão da posição do homem entre os outros seres vivos, enquanto Tylor distinguia o homem a partir da cultura, Kroeber os diferenciava apenas pelo poder de comunicação oral ais precisa e capacidade de gerar instrumentos que lhe pudessem ser úteis ao desenvolvimento. Apesar da tentativa de Kroeber em colocar o homem dentro da ordem da natureza, não o diferenciando dos demais seres vivos, não fornece atributos para entendermos sua diversidade. Recorremos, portanto, às palavras de Laraia quando diz que a grande qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias limitações, como um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores, sem asas dominou os ares; sem gelras ou membranas próprias, conquistou os mares. Tudo isso porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura (CASTRO, 2003).
As antigas abordagens definidoras da natureza humana, tanto feitas pelo Iluminismo quanto pela antropologia clássica, são basicamente tipológicas, e tornavam secundárias as diferenças entre indivíduos e grupos. Agora, através de uma visão cultural vemos que se tornar humano é “tornar-se individual, e nós nos tornamos individuais sob a direção dos padrões culturais... (que) não são gerais, mas específicos”24. Portanto poderíamos conceituar homem, para nosso estudo antropológico, como o ser em cultura, que se define a partir da sua história, suas idéias e envolvimento social. Em sua consciência, em sua moralidade e racionalidade, assim como em sua espiritualidade o homem pode aventurar-se num caminhar construtivo em sua própria essência humana através de sua vocação cultural (BARRET, 2009)
CONCLUSÃO
	O princípio da criação do homem envolve algumas teorias, umas são defendidas e caracterizadas pela ciência e outras pelas crenças, é importante ressaltar que independentemente de como o ser humano surgiu, se for por seleção natural a partir da evolução das espécies ou por divindades, desde aquela época era observado que a mudança do comportamento humano era influenciada pela nossa história, ou seja, pela família, por suas crenças ou até mesmo pelo convívio social com outras pessoas, a partir disso surgiu um conceito chamado cultura. Que é definida por vários autores e tem um trejeito muito amplo caracterizando várias situações cotidianas.
Independente da definição da palavra cultura, ela envolve várias situações cotidianas de conflito devido a diferentes formas que ela se mostra. É importante ressaltar que o preconceito hoje impulsionado pela sociedade contemporânea, é gerado em virtude das formas diferenciadas que a cultura se expõe, isso demonstra também uma consequência de algumas culturas que pregam a intolerância e imparcialidade. O mais razoável seria aceitar e aprender a conviver com as diferenças, sejam de culturas, envolvendo opiniões e crenças opostas, para o melhor convívio e bem-estar social.
BIBLIOGRAFIA
LARAIA, R.B. Cultura: um conceito antropológico. 14. ed. Rio de janeiro: Jorge Zarah, 2001. 
CASTRO, Celso. Evolucionismo cultural: textos de morgan, tylor e frazer. São Paulo: Jorge Zahar, 2003.
HAM, Ken. Criacionismo: Verdade ou mito?. Rio de Janeiro: Cpad, 2010.
BURKHARDT, Frederick. A evolução: Cartas seletas de Charles Darwin. São Paulo: Unesp, 2002.
BARRET, Richard. Criando uma organiação dirigida por valores: Uma abordagem sistêmica para a transformação cultural. Rio de Janeiro: Antakarana e Prolibera, 2009.

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