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DIREITO CIVIL I AULA 4

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DIREITO CIVIL I – AULA 4
O NOME CIVIL:
É certa e incontrovertida a importância de cada pessoa ser identificada socialmente, individualizando-se em relação às demais.
O nome civil é um atributo da personalidade, consiste no direito à identificação.
É o elemento designativo da pessoa. É a identificação do sujeito na sociedade.
- Arts. 16 a 19, CC e 12, CC.
Art. 16, CC. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17, CC. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18, CC. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19, CC. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Art. 12, CC. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
- Art. 17, CC		→ Trata-se de hipótese de responsabilidade objetiva, independente de culpa. Resp. 1020.936/ES, Min. Luis Felipe Salomão.
CARACTERÍSTICAS:
- Absoluto (produzindo efeito ERGA OMNES)
- Obrigatório (art. 50 da Lei 6015/73) – Necessidade de registro civil de todas as pessoas nascidas, inclusive os natimortos.
- Indisponível	→ o titular não pode ceder, alienar, renunciar.
- Imprescritível	→ não se perde o nome pelo não uso.
- Inalienável		→ impossibilidade de dispor da própria identificação pessoal. No entanto a Pessoa Jurídica poderá dispor de seu nome fantasia, que trata de elemento componente de seu patrimônio.
- Incessível		→ caráter privativo (da Pessoa Natural, inaplicável à Pessoa Jurídica).
- Inexpropriável	→ não é suscetível de desapropriação pelo Poder Público, salvo se tratar de nome de Pessoa Jurídica, em face de seu conteúdo patrimonial.
- Irrenunciável	→ salvo casos especiais em que se admite o despojamento de parte do nome.
- Intransmissível (consequência natural da indisponibilidade).
- Imutabilidade relativa	→ o nome civil somente pode ser alterado em circunstâncias excepcionais, com justa motivação, desde que não apresente prejuízo a terceiros – art. 58, LRP 6.015/73. Mudança de nome pelo casamento, pela dissolução do casamento, pela adoção.
O nome civil é matéria de ordem pública, já que pelo nascimento de ser registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais – LRV arts. 54 e 55. Assim o MP intervirá em todos os procedimentos (judiciais ou administrativos) que disserem respeito ao nome civil.
ELEMENTOS COMPONENTES DO NOME CIVIL:
O nome civil é formado pelo nome individual, também dito prenome, e pelo sobrenome, também chamado de nome patronímico, além de eventualmente contar com um agnome.
O prenome é o primeiro elemento servindo como identificação individual de cada pessoa. Pode ser simples ou composto, é escolhido pelos pais, no momento do Registro Civil da Pessoa Natural.
A liberdade não é ilimitada e arbitrária, pois o art. 55 da LRP, o oficial de cartório pode recusar o registro de nomes que exponham ao ridículo seus portadores ou atentem contra a ordem pública.
Será necessariamente composto o prenome no caso de gêmeo com idêntico nome – art. 63, Lei 6015/73 (LRP) Ex.: José, deverá ser José Luís e José Carlos.
O sobrenome, também chamado de nome patronímico ou nome de família, é o indicativo da linha ancestral, da procedência familiar. Serve como elemento identificador da estirpe da pessoa, sendo adquirido com o simples nascimento.
Agnome – destinado a servir de complemento ao nome, indicando o grau de parentesco ou grau de geração, como nos conhecidos exemplos de Filho, Junior ou Neto.
Hipocorístico		→ são aqueles em que se retira parte do nome original, de modo a reduzi-lo, mantendo-se a sílaba mais forte ou diminutivos, utilizados para exprimir carinho (Chico, Beto, Toninho) ou para indicação da sílaba preponderante (Tião, Fafá, Lu, Zé).
Pseudônimo		→ serve para ocultação da identidade civil do titular, de modo a impedir seu reconhecimento pelo público em geral, sendo utilizado normalmente por artistas, escritores e jornalistas. Ex.: Presidente da República José Ribamar Ferreira de Araújo – José Sarney. O pseudônimo é de uso exclusivo do seu titular em razão de seu caráter personalíssimo e tem de ser escolhido nos limites da ordem pública e dos bons costumes, gozando de proteção jurídica, por constituir sinal de identidade pessoal – art. 19, CC.
Não de admite no Direito brasileiro o uso de títulos nobiliárquicos ou honoríficos. Ex.: Duque, Condessa.
ALTERAÇÃO DO NOME:
Hipóteses de alteração de nome:
Quando expuser o titular ao ridículo ou à situação vexatória; art. 55, LRP.
Havendo erro gráfico evidente.
Para inclusão ou modificação de apelido público, notório, também chamado de hipocorístico – art. 58, parágrafo único, LRP. O titular pode acrescer ou modificar o seu prenome.
Pela adoção – art. 47, § 5º, ECA, e art. 1627, CC.
Pelo uso prolongado e constante de nome diverso (é o caso de alguém que ficou conhecida por Márcia, em vez de Mércia, seu nome registral).
Quando ocorrer homonímica depreciativa, gerando embaraços profissionais ou sociais.
Pela tradução, nos casos em que o nome foi grafado em lei estrangeira.
ALTERAÇÃO DO SOBRENOME:
Pela adoção.
Pelo casamento, quando é facultado a qualquer dos nubentes acrescer o nome do outro (art. 1565, §1º, CC), inclusive podendo ambos modificar o nome, acrescentando o sobrenome de seu consorte.
Pela separação judicial ou pelo divórcio, o cônjuge que alterou seu nome patronímico pelo casamento voltará a utilizar o nome que possuía antes de casar (arts. 1571, § 2º, e 1578, CC).
Para inclusão de sobrenome de ascendente (inclusive abarcando a chamada inclusão de sobrenome avoengo, desde que não prejudique o patronímico dos demais ascendentes).
Pela união estável ou pela união homoafetiva.
Pela anulação ou declaração de nulidade de casamento (os ex cônjuges voltam a ter o nome que dispunham antes de casar, exceto se se tratar de casamento putativo e optar o cônjuge, de boa fé, por permanecer com o nome de casado). O estrangeiro domiciliado no país poderá alterar o seu nome na mesma hipótese dos nacionais – arts. 30 a 43, DL 6815/80 – Estatuto do Estrangeiro.
Acréscimo do sobrenome da madrasta ou do padrasto – art. 57, § 8º, 6015/73, LRP.
Permite-se a alteração do nome no primeiro ano após a maioridade civil, desde que não prejudique apelidos de família (art. 56, LRP) – é a única hipótese de alteração do nome imotivada – e não cause prejuízos à terceiros ou à coletividade (ex.: o titular estar com nome incluso em cadastro de proteção ao crédito, ou estar respondendo ações cíveis ou penais).
A compreensão do nome civil como um aspecto da personalidade humana reclama-se uma interpretação não exaustiva das hipóteses modificadoras do nome, permitindo sua alteração para salvaguardar a dignidade da pessoa humana, por procedimento de jurisdição voluntária, com intervenção do MP. Ex.: exclusão de sobrenome paterno, quando um filho é abandonado pelo genitor; o viúvo excluir o sobrenome do cônjuge falecido ao contrair novo matrimônio.
A QUESTÃO DO TRANSEXUAL
Cirurgia de mudança do transexual, também chamada cirurgia emasculatória, de redesignação do estado sexual ou de transgenitalização.
É possível a modificação do nome da pessoa que se submeteu à cirurgia de mudança de sexo, ao tratar do direito à integridade física como expressão dos direitos da personalidade.
Terá de ser feita a ação de redesignação do estado sexual na qual intervirá o MP, por se tratar de ação de Estado, na Vara de Família.
Para o transexual ter uma vida digna importa em ter reconhecida a sua identidade sexual, sob a ótica psicossocial, a refletir a verdade real por ele vivenciada e que se reflete na sociedade.
Assegurar ao transexual o exercício pleno de sua verdadeira identidade sexual consolida sobretudo o princípio constitucional da dignidadeda pessoa humana.
Possibilidade de modificação do nome completo instituída pela Lei 9807/99, que regulamenta a proteção à testemunha que houver colaborado em processo penal ou inquérito policial, permitindo, em seu art. 9º, além do seu cônjuge ou companheiro, ascendentes e descendentes, com o intuito a resguardar a sua própria identidade.
Essa referida mudança de nome pode ser temporária, sendo permitido o seu titular retornar posteriormente o seu nome originário.
DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL
Interessa ao Direito Civil fixar um lugar onde presumidamente serão encontradas as pessoas. Esse lugar chama-se domicílio civil.
A regulamentação do domicílio corresponde à projeção da proteção constitucional da própria pessoa humana, eis que a casa é asilo inviolável do indivíduo – art. 5 º, XI, CRFB.
A preservação do domicílio visa a preservação da vida privada da pessoa humana.
≠ ENTRE DOMICÍLIO, RESIDÊNCIA, HABITAÇÃO, MORADIA OU ESTADA.
Moradia – mera relação de fato, local em que se está acidentalmente (Ex.: Casa de Praia).
Residência – local em que a pessoa habita com ânimo de permanecer, mesmo que se ausente eventualmente.
Domicílio – centro habitual de negócios jurídicos da pessoa – art. 70, CC, dois elementos – fixação da residência (índole objetiva); ânimo de permanecer no local e de ali ter a sede de suas atividades (natureza subjetiva).
É possível o domicílio múltiplo – art. 71, CC.
CLASSIFICAÇÃO:
- Domicílio necessário ou legal: advindo de determinação de lei, em face de situação ou condição de certas pessoas. Art. 76, CC.
- Domicílio voluntário: aquele escolhido livremente pela pessoa, também dito de eleição, corresponde à indicação contratual de um local para dirimir eventuais conflitos oriundos daquele negócio jurídico, não precisando corresponder ao domicílio de uma das partes envolvidas no contrato (art. 78, CC).
- Domicílio profissional: é também domicílio da pessoa natural, quando às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida - art. 72, CC.
Perde-se o domicílio pela mudança com a transferência da residência, por determinação da lei ou por contrato – art. 74, CC.
O efeito prático do domicílio é a indicação do lugar onde as obrigações contraídas deverão ser cumpridas.
FIM DA PESSOA NATURAL
Com a morte: art. 6º, CC.
Morte Presumida: art. 7º, CC – Óbito ocorrido de circunstâncias catastróficas previstas no art. Supra e no art. 88, LRP, exige um reconhecimento pelo juiz (declaração de ausência, requerimento para pedir declaração de óbito). É muito provável a morte da pessoa que estava das circunstâncias referidas, apenas não de tendo o cadáver.
Dois (2) são os requisitos para que se tenha a declaração de morte presumida, sem declaração de ausência:
Prova de que a pessoa estava no local em que ocorreu a catástrofe e de que, posteriormente, não há mais notícia dela.
Pessoas sepultadas mortas, para todos os fins de Direito, desaparecidas em razão de participação em atividades políticas no período compreendido entre 02/09/1961 e 05/10/1988 (período da ditadura militar brasileira).
Não existe entre nós a Morte Civil, tratava-se de banimento do mundo civil (condenados à penas perpétuas ou de religiosos professos).
Eutanásia: nada mais é do que uma morte piedosa, sem sofrimento, por relevante valor moral.
Mistanásia: conhecida como eutanásia social e muito comum em hospitais brasileiros quando diante de um acidente, por exemplo, o médico tem de escolher qual dos pacientes será atendido primeiro e com a ortotásia (que é a eutanásia por omissão, apenas cometida pelo médico que deixa de prolongar o inevitável processo de morte do paciente, por meios artificiais, que poderiam protair aquela situação fática).
Ao revés a distanásia, é o prolongamento artificial do processo (natural) de morte, ainda que a custa do sofrimento do paciente. É a continuação por intervenção da medicina, da agonia, mesmo sabendo que, naquele momento, não há chance conhecida de cura.
Comoriência: art. 8º, CC - simultaneidade de óbitos, não sendo possível indicar com precisão a premoriência. É um verdadeiro estado de dúvida, de incerteza, e dada a falta de provas para indicar quem morreu primeiro.
Produz efeitos no Direito Sucessório.
Ausência: arts. 22 a 39, CC – Reclama declaração judicial em procedimento especial de jurisdição voluntária. 
Três (3) fases:
A curatela dos bens do ausente – arts. 22 a 25, CC;
A sucessão provisória – arts. 26 a 36, CC;
A sucessão definitiva – arts. 37 a 39, CC.
A primeira fase tem início por provocação de qualquer interessado (cônjuge, companheiro, parente, credor) ou do MP. O juiz declara a ausência determinando a arrecadação de bens do ausente e publicando editais durante 1 ano, reproduzidos de 2 em 2 meses. Não há exigência legal de prazo mínimo de desaparecimento do ausente para que seja requerida a abertura do procedimento e a declaração de ausência.
Essa fase é voltada à proteção do patrimônio do ausente, sendo vedada por isso qualquer ato de disposição.
Contado o prazo de 1 ano da arrecadação dos bens, art. 25, CC, tem ensejo a 2ª fase do procedimento, sucessão provisória.
A sucessão provisória poderá ser apresentada em duas (2) hipóteses:
Decorrido o prazo de 1 ano da arrecadação de bens do ausente;
Transcorridos 3 anos da arrecadação de bens, caso o agente tenha deixado procurador.
Nessa fase haverá uma transmissão precária dos bens do ausente em favor de seus herdeiros.
A sentença que declara a sucessão provisória só produz efeitos após 180 dias de sua publicação na imprensa e somente com seu trânsito em julgado proceder-se-á a abertura do testamento e do inventário e da partilha dos bens.
Senão houver herdeiro ou interessado para abertura do inventário no prazo de 30 dias depois do trânsito em julgado, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente na forma da declaração de herança jacente e vacante.
No que tange aos credores do ausente que vierem a requerer pagamento de seus créditos nessa 2ª fase, a transmissão ocorre em caráter definitivo.
Após 10 anos do trânsito em julgado da sentença que reconheceu a sucessão provisória os interessados poderão requerer a sucessão definitiva iniciando a 3ª fase do procedimento. Também pode ocorrer a sucessão definitiva quando o ausente está desaparecido há pelo menos 5 anos e já conte com 80 anos de idade, ao menos.
Nessa fase operam-se as transmissões em caráter definitivo, porém o domínio está sujeito à condição resolutiva. No entanto se o ausente aparecer nos 10 anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, receberá os bens no estado em que se encontrem.
Com o trânsito em julgado da sentença que reconhece a abertura da sucessão definitiva haverá uma presunção de morte do ausente – art. 6º, 2ª parte, CC.
Professora: Adriana Amaral – Civil I.
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