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Formalismo Russo e New Criticism

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Formalismo Russo e New Criticism.
O Formalismo Russo e o New Criticism (Neo Crítica, Nova Crítica), foram movimentos "adjacentes" em países diferentes, porém ambos com uma particularidade mecânica única que os tornaram "univitelinos" por seus ideais. Ambos faziam uso de um método de analise literária totalmente imanente, dessa forma qualquer obra literária era analisada apenas por sua forma material, desligando-se totalmente de influências pessoais, sociais, filosóficas ou sentimentais.
Apesar de geograficamente nascerem separados - O Formalismo Russo iniciou-se na Rússia no período de 1915-17 e 1923-30. O New Criticism por sua vez, originou-se nos anos 1920-30, tomando força na América do Norte entre 1940 e 1950.
Formalismo Russo: Movimento que desencadeou uma abordagem linguística da literatura teve Jakobson e Chklovski entre seus representantes e procurou mostrar como o texto poético instaura a consciência formal do discurso literário em seus níveis semântico, sintático e fonológico
O INÍCIO
A origem do Formalismo Russo encontra-se na Universidade de Moscou, quando, em 1914-15, um grupo de estudantes fundou o Círculo Linguístico de Moscou e se dedicou a desenvolver estudos de linguística e de poética. Entre seus fundadores, destaca-se Roman Jakobson, importante linguista que se dedicou à análise estrutural da linguagem de um modo geral, e da poesia em particular.
PANORAMA HISTÓRICO MUNDIAL
O Círculo Linguístico de Moscou e a OPOJAZ
O termo função poética foi cunhado nesta época, instituindo importantes considerações sobre a linguagem literária.
 
A OPOJAZ
Em 1916 é fundada a OPOJAZ – Sociedade para o Estudo da Linguagem Poética, projeto de linguistas e estudiosos de Literatura que tinha como finalidade consolidar os estudos formalistas. No entanto, uma forte corrente marxista começou a fazer oposição a esse grupo de pesquisadores, valendo-se da força política que, na época, favorecia uma ideologia que vinculava a produção artística a conflitos sociais. Como os formalistas opunham-se a essa visão que, no seu entendimento, limitava a arte, foram perseguidos e se dispersaram pelo ocidente, desenvolvendo trabalhos individualizados.
Viktor Chklovsky
Viktor Chklovsky (1893 – 1984). Considerado pai do Formalismo Russo, formulou o ensaio “A arte como procedimento” baseando-se no argumento de que a língua poética é um desvio da língua cotidiana.
Em 1917, Viktor Chklovsky formulou o ensaio “A arte como procedimento”, no qual propõe uma compreensão da literatura a partir de conceitos linguísticos, baseando-se no argumento de que a língua poética é um desvio da língua cotidiana.
 Tzvetan Todorov
Tzvetan Todorov nasceu na Bulgária em 1939. Naturalizado francês, o filósofo e linguista é considerado hoje um dos mais importantes pensadores do século 20. Suas obras reúnem textos dos formalistas russos.
FORMALISMO
1- Não se importavam com a motivação social da obra;
2- Defendiam a abordagem morfológica da obra;
3- O objeto investigado era a própria obra.
O Formalismo Russo caracterizou-se pela recusa de abordagens sociológica, política e filosófica que serviam de base para muitos estudos literários da época. Para os formalistas, a análise literária deveria ser efetuada apenas por meios estéticos, sem relevar aspectos externos da obra.
Conceitos fundamentais do Formalismo Russo: 
Estranhamento e Literariedade
Estranhamento: relação entre o texto e o leitor na qual a Literatura promova, no destinatário, a reconstituição da realidade;
Literariedade: especificidade do objeto literário, o que privilegia o texto e não o seu autor.
Edgar Allan Poe (1809 - 1849)
O Formalismo Russo reagiu contra os estudos geneticistas da Literatura, negando uma visão científica e determinista do texto literário. Os formalistas consideravam a autonomia da obra de arte como objeto de investigação, o que já havia sido esboçado pelos simbolistas franceses, os quais propunham a “arte pela arte”, o que já havia sido proposto, no século XIX, por Edgar Allan Poe.
 
Boris Eichenbaum (1886-1959)
Interessava aos formalistas uma relação entre o texto e o leitor na qual a Literatura promova, no destinatário, a reconstituição da realidade através do “estranhamento”.
Os formalistas russos não se importavam com a motivação social da obra. O Formalismo ocupa-se da relação entre a mensagem e o destinatário, mas sem vínculos com o contexto social. Por esse motivo, o teórico Boris Eichembaum propôs que se considerasse uma abordagem morfológica da obra, a fim de que se diferenciasse de outras abordagens, como a psicológica e a sociológica. Pela análise morfológica, o objeto a ser investigado seria a própria obra, enquanto pelas outras abordagens, investigar-se-iam outros aspectos que na obra se refletem.
O ESTUDO
Em seu ensaio chamado “O Formalismo Russo” (vide indicação em “Atividades”), Ivan Teixeira aponta o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, como o exemplo mais evidente de estranhamento, considerando que a obra se constitui pela visão de um “defunto autor”.
 A PALAVRA
O leitor, logo no início do texto, passa por um processo de “desautomatização”, ou seja, deixa de ter uma compreensão automática do que lê, tendo em vista que se apresentou a ele uma proposta nova, diferente do que se havia estabelecido anteriormente para a elaboração de uma obra literária. O leitor estranha, de imediato, a “Dedicatória” elaborada pelo autor: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”.
Pioneirismo
Roman Jakobson
Foi um pensador russo que se tornou num dos maiores linguistas do século XX e pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia e arte.
Outro importante morfologista, Roman Jakobson, argumenta que a investigação literária não deve ter como objeto a Literatura, mas a literariedade, ou seja, a especificidade do objeto literário, o que privilegia o texto e não o seu autor.
MANIFESTO DA LITERARIEDADE 
Jakobson elaborou um manifesto que esclarece o processo de literariedade: 
"A poesia é linguagem em sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determinada obra uma obra literária. E, no entanto, até hoje, os historiadores da literatura, o mais das vezes, assemelhavam-se à polícia que, desejando prender determinada pessoa, tivesse apanhado, por via das dúvidas, tudo e todos que estivessem num apartamento, e também os que passassem casualmente na rua naquele instante. Tudo servia para os historiadores da literatura: os costumes, a psicologia, a política, a filosofia. Em lugar de um estudo da literatura, criava-se um conglomerado de disciplinas mal-acabadas. Parecia-se esquecer que estes elementos pertencem às ciências correspondentes: História da Filosofia, História da Cultura, Psicologia etc., e que estas últimas podiam, naturalmente, utilizar também os monumentos literários como documentos defeituosos e de segunda ordem. Se o estudo da literatura quer tornar-se uma ciência, ele deve reconhecer o 'processo' como seu único 'herói'.
 A perspectiva formal da análise literária
 A Poética
 A “palavra poética” é o objeto fundamental de estudos dos formalistas russos, e que melhor define a perspectiva da análise literária que os teóricos filiados ao Formalismo apresentam.
 A Poesia
 Na poesia, a palavra não tem como única função a mensagem denotativa, a qual remete a uma coisa específica; também não atende exclusivamente ao apelo da emoção.
 A Estética
 De acordo com a perspectiva formal de análise literária, é necessário que o leitor investigue a multiplicidade do signo, explorando todas as possibilidades de significação das palavras. Por esse motivo, a semântica é um instrumento de análise da estética da poesia.
 Acompanhe agora a definição de “poética” segundo os formalistas russos
 A Prosa
 Chklovsky, Eichembaum e Todorov elaboraram análises formalistas de textos em prosa, considerando o conceito de “prosa poética”,pelo qual se entende que as propriedades da poesia podem ser utilizadas na narrativa.
O Autor
Também deve ser destacado o nome de Vladimir Propp, teórico estruturalista que analisou os componentes básicos dos contos populares russos, a fim de identificar os seus elementos indivisíveis, ou seja, Propp analisava os contos com o objetivo de encontrar o núcleo simples dos mesmos, comprovando a existência de uma estrutura comum em todos os contos, como a figura do herói, a sua luta e a superação das dificuldades.
 A Obra
Sua obra Morfologia do Conto Maravilhoso, publicada em 1928, influenciou diversos autores como Todorov, Claude Lévi-Strauss e Haroldo de Campos.
Vladimir Propp (1895 – 1970) - Autor do Livro Morfologia do Conto Maravilhoso.
New Criticism.
A expressão New Criticism refere se invariavelmente aos nomes e aos trabalhos dos críticos americanos como: 
John Crowe Ransom, 
William K. Wimsatt, 
Cleanth Brooks, 
Allen Tate Richard 
Palmer Blackmur, 
Robert Penn Warren 
E ao do filósofo Monroe Beardsley, os quais escreveram as suas obras mais influentes durante as décadas de 40 e 50.
Aliás, a designação surgiu exatamente porque esse era o título de uma das obras de John Crowe Ransom, publicada em 1941. No entanto, o inglês I. A. Richards, bem como o anglo americano T. S. Eliot, são tidos como os grandes inspiradores de uma prática crítica cuja ênfase se situava maioritariamente no texto ou na escrita. Essa inspiração foi claramente admitida embora também se sublinhassem reações próprias, designadamente a rejeição da teoria psicológica de I. A. Richards (Vd. Richards, 1920) por parte dos vários autores americanos envolvidos, nomeadamente por Cleanth Brooks numa preciosíssima entrevista concedida em 1975 (Brooks, 1975: 1 35).
A crítica daquilo a que Wimsatt e Beardsley chamaram ”falácia intencional” e ”falácia afectiva” constitui talvez o mais estruturado conjunto de ideias por que este movimento se pretendia afastar dos aspectos extra textuais no estudo da poesia.
Os nomes dos ingleses William Empson e F. R. Leavis são também quase sempre associados ao movimento, na medida em que também a sua atividade crítica é fortemente marcada por uma mesma rejeição dos modos críticos e de investigação de tipo biográfico, sociológico e historicista. 
Aliás, a influência de Richards na crítica literária inglesa exerceu se sobretudo através do seu discípulo William Empson, que em Seven Types of Ambiguity, publicado em 1930, oferecia um desenvolvimento prático e analítico da insistência de Richards (Vd. Richards, 1924) na atenção que o crítico devia dar a todas as particularidades de um texto literário, e que ficou conhecido por close reading ou método de leitura próxima do texto.
ESTRUTURALISMO
A crítica estrutural teve Roland Barthes e Tzvetan Todorov entre seus principais representantes, empenhando-se na criação de uma poética preocupada em construir um modelo arquetípico que desse conta de todas as narrativas existentes. 
O estruturalismo representou a maior revolução metodológica nas ciências humanas nos últimos cinquenta anos, sendo certo que hoje se encontra em relativo descrédito, embora algumas de suas postulações se tenham incorporado definitivamente ao próprio modo de ser do pensamento contemporâneo. 
Todavia, a teoria estrutural apresenta uma espécie de paradoxo relativamente à evolução dos métodos de crítica literária no século XX. Esse paradoxo, apenas aparente, decorre da seguinte situação: 
Desde alguns formalistas russos passando pelos esforços da nova retórica, da estilística e do new criticism, a orientação tida como mais moderna tem se caracterizado pela abordagem imanente do texto, detendo-se no exame da estrutura particular e concreta das obras. 
O estruturalismo propõe o abandono do exame particular das obras, tomando-as como manifestação de outra coisa para além delas próprias: 
A estrutura do discurso literário, formado pelo conjunto abstrato de procedimentos que caracterizam esse discurso, enquanto propriedade típica da organização mental do homem. As obras individuais seriam manifestações empíricas de uma realidade virtual, constituída pelas normas que regem as práticas singulares. A análise desse discurso, que paira acima das obras e antes de sua existência singular, é que consiste no objeto de investigação do método estrutural.
PÓS ESTRUTURALISMO 
O pós-estruturalismo refere-se a uma tendência à radicalização e à superação da perspectiva estruturalista nas mais diversas áreas do conhecimento, sua emergência está relacionada, sobretudo, aos eventos contestatórios que marcaram a primeira metade do ano de 1968, em especial na França. No campo propriamente filosófico seus principais representantes são: 
Michel Foucault, 
Jacques Derrida, 
Gilles Deleuze, 
Jean-François Lyotard.
Também podem ser considerados pós-estruturalistas ou próximos às teses pós-estruturalistas:
Giorgio Agamben, 
Jean Baudrillard, 
Judith Butler, 
Félix Guattari, 
Julia Kristeva, 
Sarah Kofman, 
Philippe Lacoue-Labarthe,
Jean-Luc Nancy.
O pós-estruturalismo, é definido por sua relação com seu predecessor, o estruturalismo, um movimento intelectual desenvolvido na Europa no início até metade do século XX, que defendia que a cultura humana pode ser entendida através da estrutura - modelada pela língua - que diferencia a realidade concreta da abstração de ideias - uma "terceira ordem" que media entre as duas. 
ESTÉTICA DA RECEPÇÃO
A Estética da Recepção ou Teoria da Recepção propõe uma reformulação da historiografia literária e da interpretação textual, procurando romper com o exclusivismo da teoria de produção e representação da estética tradicional, pois considera a Literatura enquanto produção, recepção e comunicação, ou seja, uma relação dinâmica entre autor, obra e leitor.
Pela reconstrução do processo de recepção e de seus pressupostos, restabelece a dimensão histórica da pesquisa literária, conforme observa Luis Costa Lima em estudo introdutório, alguns dos teóricos e analistas da estética da recepção apontando para a mudança do paradigma da investigação literária e discursiva, remetendo o ato de leitura a um duplo horizonte: o implicado pela obra e o projetado pelo leitor de determinada sociedade. 
Principais Teóricos
Wolfgang Iser
Stanley Fish
Karlheinz Stierle
Norman Holland
Hans Robert Jauss 
A estética da recepção volta-se para as condições sócio-históricas das diversas interpretações textuais: o discurso literário se constituiria, através de seu processo receptivo, enquanto pluralidade de estruturas de sentido historicamente mediadas.

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