Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
estágio Mônica Caetano Vieira da Silva Sandra Terezinha Urbanetz (Org.) M ônica C aetano V ieira da Silva e Sandra T erezinh a U rbanetz (O rg.) O está gio no curso d e Ped a gogia vol. 1 O estágio no curso de Pedagogia vol. 1 estágioO estágio no curso de Pedagogia Série TCC e Estágio em Pedagogia O estágio no curso de Pedagogia – vol. 1 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. O selo DIALÓGICA da Editora Ibpex faz referência às publicações que privilegiam uma linguagem na qual o autor dialoga com o leitor por meio de recursos textuais e visuais, o que torna o conteúdo muito mais dinâmico. São livros que criam um ambiente de interação com o leitor – seu universo cultural, social e de elaboração de conhecimentos –, possibilitando um real processo de interlocução para que a comunicação se efetive. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 33 O e stá gi o no c ur so d e Pe da go gi a – vo l. 1 Mônica Caetano Vieira da Silva Sandra Terezinha Urbanetz (Org.) Série TCC e Estágio em Pedagogia Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Conselho editorial Dr. Ivo José Both (presidente) Dr.ª Elena Godoy Dr. Nelson Luís Dias Dr. Ulf Gregor Baranow Editor-chefe Lindsay Azambuja Editor-assistente Ariadne Nunes Wenger Editor de arte Raphael Bernadelli Análise de informação Karina Quadrado Revisão de texto Monique Gonçalves Pamela da Conceição Iconografia Danielle Scholtz Capa Denis Kaio Tanaami Projeto gráfico Katiane Cabral Ilustração (capa) Znort! Ilustradores 1ª edição, 2012. Foi feito o depósito legal. Informamos que é de inteira responsabilidade das autoras a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Ibpex. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal. Esta obra é utilizada como material didático nos cursos oferecidos pelo Grupo Uninter. Índices para catálogo sistemático: 1. Pedagogia como profissão 370 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) O estágio no curso de pedagogia [livro eletrônico], volume 1 / Mônica Caetano Vieira da Silva, Sandra Terezinha Urbanetz (Org.). – Curitiba: Ibpex, 2012. – (Série TCC e Estágio em Pedagogia), 2 Mb ; PDF Bibliografia. ISBN 978-85-417-0010-8 1. Estágio – Programas 2. Pedagogia como profissão 3. Pedagogos – Formação profissional I. Silva, Mônica Caetano Vieira da. II. Urbanetz, Sandra Terezinha. III. Série. 12-15050 CDD-370 Av. Vicente Machado, 317 . 14º andar Centro . Cep 80420-010 . Curitiba . PR . Brasil Fone: (41) 2103-7306 www.editoraibpex.com.br editora@editoraibpex.com.br Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Su má rio Su má rio Apresentação 7 Organização didático-pedagógica 19 Capítulo 1 Educação especial 23 Educação especial 23 Regiane Banzzatto Bergamo O estágio 26O estágio 26 A educação especial inclusiva 30A educação especial inclusiva 30 A formação docente em tempo de inclusão 32A formação docente em tempo de inclusão 32 Implicações didático-pedagógicas 36Implicações didático-pedagógicas 36 Conhecer o passado para mudar o futuro 40Conhecer o passado para mudar o futuro 40 Capítulo 2 Perspectivas teóricas e práticas para Perspectivas teóricas e práticas para o estágio na educação infantilo estágio na educação infantil 55 55 Luciana dos Santos Rosenau Eixo comum entre as disciplinas da UTA Infância e Ludicidade 58Eixo comum entre as disciplinas da UTA Infância e Ludicidade 58 As vivências das aulas na educação infantil como elemento As vivências das aulas na educação infantil como elemento fundamental para o processo de formação docente 59fundamental para o processo de formação docente 59 Breve contexto histórico e legislação da educação infantil no Brasil 62Breve contexto histórico e legislação da educação infantil no Brasil 62 Desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil 67Desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil 67 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 66 A prática pedagógica na educação infantil 73A prática pedagógica na educação infantil 73 Orientações para o “olhar atento”: observação da práxis Orientações para o “olhar atento”: observação da práxis pedagógica em creches e pré-escolas 85pedagógica em creches e pré-escolas 85 Capítulo 3 O estágio no Magistério/Curso O estágio no Magistério/Curso Normal de nível médioNormal de nível médio 93 93 Kátia Cristina Dambiski Soares O estágio no Magistério/Curso Normal de nível médio e as O estágio no Magistério/Curso Normal de nível médio e as suas relações com a formação docente no curso de Pedagogia 96suas relações com a formação docente no curso de Pedagogia 96 O estágio no Magistério/Curso Normal O estágio no Magistério/Curso Normal de nível médio no contexto da de nível médio no contexto da UTAUTA Didática 100 Didática 100 Conhecendo um pouco sobre o Curso Normal Conhecendo um pouco sobre o Curso Normal de nível médio de formação de professores 103de nível médio de formação de professores 103 Os elementos que compõem a ementa da disciplina Estágio no Magistério/Os elementos que compõem a ementa da disciplina Estágio no Magistério/ Curso Normal de nível médio e o norte do trabalho a ser realizado 113Curso Normal de nível médioe o norte do trabalho a ser realizado 113 Capítulo 4 O estágio no ensino fundamentalO estágio no ensino fundamental 121 121 Jussara Bufrem Riva Finatti O estágio no ensino fundamental no contexto das disciplinas da UTA 124O estágio no ensino fundamental no contexto das disciplinas da UTA 124 O pedagogo e a sua formação: docência e gestão 125O pedagogo e a sua formação: docência e gestão 125 O ensino fundamental 127O ensino fundamental 127 A importância do estágio no ensino fundamental 136A importância do estágio no ensino fundamental 136 A ementa da disciplina 140A ementa da disciplina 140 Referências 147 Sobre as autoras 159 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ap re se nt aç ão Ap re se nt aç ão O curso de Pedagogia da Facinter – Faculdade Internacional de Curitiba –, estuda o campo teórico investigativo da educação, do ensino, das aprendizagens e do trabalho pedagógico presentes na prática profissional docente, a fim de capacitá-lo, aluno, para a docência, para atividades de gestão dos processos educativos em ambientes escolares e não escolares, bem como para a produção e disseminação de conhecimentos da área da educação. Dessa forma, é preciso que você compreenda que o pro- fissional pedagogo atua nos processos de ensinar e aprender, que, por sua vez, precisam da interlocução professor-aluno. Assim, o campo de atuação do aluno licenciado em Pedagogia – nesse caso o seu campo de atuação – compreende as seguintes dimensões: –– docência na educação infantil, nos anos iniciais do en- sino fundamental, nas disciplinas pedagógicas do curso de ensino médio na modalidade normal, assim como na educação profissional, na área de serviços e apoio escolar, Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 88 além de em outras áreas nas quais conhecimentos pedagógi- cos sejam necessários; –– gestão educacional, entendida numa perspectiva democráti- ca (planejamento, administração, coordenação, acompanha- mento, avaliação de planos e de projetos pedagógicos), bem como análise, formulação, implementação, acompanhamento e avaliação de políticas públicas e institucionais na área de educação; –– produção e difusão do conhecimento científico e tecnológico do campo educacional. Dessa forma, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacio- nais*, uma vez licenciado no curso de Pedagogia, você estará apto a: –– desenvolver o processo de ensino-aprendizagem em suas múltiplas dimensões interdisciplinares; –– conceber, executar e avaliar projetos educacionais/pedagógi- cos (coletivos e interativos), articulando ação-reflexão-ação (teoria e prática); –– avaliar cursos e programas de ensino e/ou atividades, das sé- ries iniciais do ensino fundamental, de professores de educa- ção infantil; –– empregar diferentes formas de representação e linguagens no ensino de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Histó- ria, Geografia, Artes e Educação Física, integrando-as de acordo com as diferentes fases do desenvolvimento humano, em especial das crianças; * Instituídas pela Resolução nº 1, de 15 de maio de 2006. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 99 –– orientar o desenvolvimento e a aprendizagem de crianças das séries iniciais do ensino fundamental e de jovens e adul- tos que não tiveram oportunidade de escolarização na idade própria; –– reconhecer e atender às necessidades educativas especiais (fí- sicas, cognitivas, emocionais e afetivas) dos educandos, em espaços escolares e não escolares; –– usar meios de comunicação aplicados à educação em processos didático-pedagógicos, como suporte das tecnologias de infor- mação e de comunicação para aprendizagem significativa; –– integrar, de forma colaborativa, a instituição educativa, a fa- mília e a comunidade; –– utilizar a pesquisa e a prática profissional para a superação de exclusões sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, reli- giosas, políticas e outras; –– trabalhar com a diversidade e desenvolver, nos alunos, ati- tudes de respeito às diferenças que se fizerem presentes nos espaços escolares e não escolares; –– trabalhar em equipe, estabelecendo diálogo entre a área da educação e as demais áreas do conhecimento; –– atuar na gestão das instituições em que se insere – quer como estudante, quer como profissional – na elaboração, na imple- mentação, na coordenação, no acompanhamento e na avalia- ção do projeto pedagógico; –– atuar na gestão das instituições nas quais se insere, planejan- do, executando, acompanhando e avaliando projetos e pro- gramas educacionais, em ambientes escolares e não escolares; Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1010 –– pesquisar e produzir conhecimentos sobre os seus alunos e a realidade sociocultural em que eles vivenciam suas experiên- cias não escolares; os processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios; as propostas curriculares e sobre a organi- zação do trabalho educativo e as práticas pedagógicas. A Facinter busca, como objetivo principal, que você aprenda através de uma sólida formação dos fundamentos da área educacio- nal, articulada pela prática profissional e pelo estágio, que é o objeto principal desta obra. Assim, o curso se organiza em Unidades Temá- ticas de Aprendizagem (UTAs), que agregam as disciplinas, toman- do como eixos a interdisciplinaridade e a práxis, que são conceitos fundamentais do curso como um todo. Então, dentro da grade curricular proposta por esta instituição, que compreende um total de 3.260 horas, o estágio ocupa 320 horas, distribuídas em 9 das 13 UTAs. Dessa forma, buscamos o desenvol- vimento de um currículo que evidencie o estágio enquanto elemento de permanente articulação com a práxis e que desperte em você, alu- no, um compromisso profissional com todas as UTAs. A missão principal do curso de Pedagogia da Facinter é, por- tanto, que você se torne um professor/pedagogo que contribua no processo formativo de cidadãos capazes de utilizaro conhecimento e a tecnologia para o desenvolvimento cultural, político, econômico e tecnológico das sociedades modernas. Para isso, essa instituição promove um currículo com fundamentação pedagógica e formação para a pesquisa, com prática e estágio, a fim de proporcionar a você o contato com a realidade profissional desde o início do curso. O Estágio, como elemento curricular obrigatório do curso de Pedagogia, é entendido como um conteúdo que possibilita a você, des- de o início do curso, o contato com as diversas realidades de atuação Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1111 do professor e do pedagogo. Por meio dessa disciplina, pretendemos que você se torne um pesquisador da educação, não apenas no âmbito acadêmico, mas um “investigador preocupado em aproveitar as ativi- dades comuns da sala de aula e delas extrair respostas que orientem sua prática pedagógica com alunos” (Kenski, 1991, p. 41). Essa atitude investigativa deve “tornar o aluno consciente de que suas práticas em sala de aula refletem não apenas o grau de aquisição teórica obtido, mas, entre outras coisas, a forma com que, como alunos, principalmente durante a infância, foram marcados pela sua vivência escolar” (Kenski, 1991, p. 41). O desenvolvimento do Estágio, portanto, passa pela tomada de consciência individual e coletiva do que é ser pe- dagogo, das suas possibilidades, dos seus limites e de suas perspectivas profissionais, constituindo sua identidade profissional. Partindo do pressuposto de que a base da formação do pe- dagogo é a docência, a escola e o ensino formal são privilegiados durante a organização dos projetos de Estágio. Entretanto, o inves- tigador que pretendemos formar deverá atuar em todos os espaços educacionais públicos e privados, da educação formal e não formal. Ao cursar Pedagogia, você deverá buscar a maior compreensão possível sobre o fenômeno educativo em suas mais diversas modali- dades. Essa compreensão acontecerá em todas as disciplinas do cur- so, que estarão articuladas ao Estágio, e fundamentarão seu trabalho em campo, nas dimensões sociais, políticas e pedagógicas. Assim, o Estágio representa o exercício profissional prévio à obtenção do diploma universitário que confere o título definitivo. Por ser, portanto, uma etapa fundamental da sua profissionali- zação, o estágio deverá ser realizado em ambientes reais de trabalho. Por isso, durante os estágios, pretendemos que você conheça e propo- nha soluções para os problemas cotidianos da profissão, por meio de estudos e pesquisas, ganhando experiência através de contatos com a Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1212 realidade educacional de instituições escolares, empresariais, hospita- lares, bem como de Organizações Não Governamentais (ONGs) etc. A grade curricular do curso de Pedagogia da Facinter inclui o Estágio como uma disciplina articuladora das habilitações previstas, através das disciplinas ministradas e dos projetos desenvolvidos em cada uma das UTAs, que têm a carga horária do Estágio distribuída entre elas. Dessa forma, é possível enfatizar a relação entre teoria e prática dos conhecimentos discutidos nas disciplinas que compõem cada unidade. A distribuição das modalidades de estágio é a seguinte: Unidade Temática de Aprendizagem Modalidade de Estágio Carga horária UTA Corporeidade e inclusão Educação especial 40 UTA Infância e ludicidade Educação infantil 40 UTA Didática Magistério/Normal nível médio 40 UTA Ciências exatas e biológicas Ensino fundamental 40 UTA Língua portuguesa Alfabetização 40 UTA Diversidade cultural Educação de jovens e adultos 40 UTA Gestão educacional Contextos e espaços educativos 40 UTA Organização escolar Gestão escolar 40 UTA Conclusão de curso Seminário final de Estágio 20 Nas modalidades de estágio apresentadas, você deverá reali- zar as atividades de levantamento de dados sobre o espaço inves- tigado e as características específicas do nível ou da modalidade Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1313 de ensino; investigar e acompanhar a ação do pedagogo/professor nesse espaço; analisar e refletir sobre os dados coletados à luz dos elementos teóricos desenvolvidos na respectiva UTA e, se possível, fazer intervenções. Todas essas atividades devem ser documen- tadas e organizadas, de acordo com as orientações específicas do relatório final de cada modalidade de estágio, disponíveis no Am- biente Virtual de Aprendizagem (AVA). É importante ressaltarmos que o estágio está pautado em pre- ceitos éticos e sociais de preservação das identidades pessoais e pro- fissionais não autorizadas para divulgação, pois entendemos que toda atividade humana intencional – como a educação – deve ser compre- endida como práxis, como uma ação que é, ao mesmo tempo, teórica, prática e constitutiva da formação do professor e do pedagogo, assim como é indispensável em sua futura atuação profissional, pois os pro- cessos que envolvem a construção e a apropriação do conhecimento científico e de outros conhecimentos, não são distintos da natureza social que os produziu, numa síntese de múltiplas determinações. Da mesma forma, a ação do pedagogo, independentemente do espaço em que atuará, precisa de uma visão de totalidade, sem a qual não conseguimos educar nem formar com qualidade. Essa visão mais ampla dos nexos que compõem a realidade é construída e de- senvolvida com um currículo interdisciplinar, no qual o conhecimen- to não é abordado de forma fragmentada. Tratá-lo dessa forma, por- tanto, não nos permite a compreensão da totalidade capaz de explicar o fenômeno estudado. Para entender e explicar a realidade, seja ela científica, tecnológica, econômica, política ou cultural, precisamos compreender o conhecimento como um todo, produzido socialmente pelos homens nas relações que estabelecem entre si e com a natureza. Não obstante, é necessário cuidado para não reduzir a interdis- ciplinaridade a uma mera junção, por vezes inadequada, de conteúdos Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e punid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1414 ou atividades entre duas ou mais disciplinas. A interdisciplinaridade não acontece por meio de atividades comuns entre as disciplinas, mas, sim, pela concepção teórico-filosófica e teórico-metodológica que orienta o curso de Pedagogia, ainda que preservando a especificidade e o estatuto científico de cada área do conhecimento. Daí depreendemos a compreensão das categorias práxis e in- terdisciplinaridade, enquanto fundamentos do curso de Pedagogia da Facinter. As propostas de cada estágio O volume 1 traz as seguintes propostas de estágios: Unidade Temática de Aprendizagem Modalidade de estágio Carga horária UTA Corporeidade e inclusão Educação especial 40 UTA Infância e ludicidade Educação infantil 40 UTA Didática Magistério/Normal nível médio 40 UTA Ciências exatas e bioló- gicas Ensino fundamental 40 O estágio em educação especial estuda os procedimentos e os recursos pedagógicos adaptados às necessidades educativas especiais, o professor em face das novas necessidades do processo de inclusão e as possibilidades das novas tecnologias para a educação especial. Essa modalidade de estágio, dentro da compreensão do conceito de inclusão, busca o entendimento das implicações didático-pedagógi- cas quanto a planejamento, conteúdos, objetivos, métodos, avalia- ções e relação pedagógica. Já o estágio na educação infantil trata da especificidade do trabalho pedagógico nessa modalidade, analisando, estudando e Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1515 investigando a natureza do trabalho educativo e o planejamento da educação infantil. Pensando a organização dos conteúdos, tempos e espaços a partir do desenvolvimento da criança. No estágio de magistério/normal nível médio, buscamos ana- lisar as políticas educacionais do curso de formação de professores em nível médio, sua organização histórica, legal e curricular, como curso de formação inicial de professores; os aspectos teórico-meto- dológicos no planejamento de aulas das disciplinas pedagógicas, da docência no ensino médio, a pesquisa e o planejamento de docência em seus planejamentos. E, no estágio do ensino fundamental, estudamos a relação professor-aluno-conhecimento na configuração do processo educa- cional, dentro da organização do ensino fundamental. Além disso, discutimos sobre as metodologias específicas de ensino, do plane- jamento da docência e da gestão educacional desse nível de ensino, analisando, enfim, a atuação e o planejamento presentes. O volume 2 traz as seguintes propostas de estágios: Unidade Temática de Aprendizagem Modalidade de estágio Carga horária UTA Língua portuguesa Alfabetização 40 UTA Diversidade cultural Educação de jovens e adultos 40 UTA Gestão educacional Contextos e espaços educativos 40 UTA Organização escolar Gestão escolar 40 UTA Conclusão de curso Seminário final de estágio 20 Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1616 Considerando que a alfabetização é, ainda, um dos grandes desafios educacionais do Brasil, o estágio pretende estudar a prática do ensino de língua, ou seja, o processo de ensino-aprendizagem em classes de alfabetização, buscando realizar uma reflexão crítica sobre as ações desenvolvidas na escola, com base nos problemas existen- tes na aquisição da linguagem oral, leitura e escrita. Em classes de alfabetização, buscamos observar e propor aulas, além de analisar as práticas pedagógicas existentes. Outro desafio brasileiro é a educação de jovens e adultos, por isso a necessidade de que você conheça, nesse estágio, as especificidades do trabalho pedagógico dessa modalidade de ensino, investigando a do- cência, os seus métodos e procedimentos, por meio da observação do desenvolvimento e da aprendizagem nas aulas. O resgate de valores e a promoção da autoestima, como proposta de reconstrução dos princípios éticos, morais e políticos, orienta a proposição de atividades dessa mo- dalidade de ensino e deve orientar suas ações pedagógicas nesse espaço educativo tão importante para o Brasil. Atualmente, os professores e pedagogos estão sendo chama- dos, cada vez mais, para atuar em espaços não escolares. Em virtude disso, o estágio em espaços e contextos educativos propõe o desen- volvimento de projetos para a atuação do pedagogo em diferentes espaços. Além de proporcionar que o aluno observe a atuação do pe- dagogo em espaços educativos não escolares, a integração do aluno com a realidade social e econômica e do trabalho pedagógico em ONGs, hospitais, empresas, programas de formação continuada e a organização da prática pedagógica em diferentes espaços e propos- tas educacionais. Como uma das habilitações do curso de Pedagogia é a gestão escolar, esse estágio busca a explicitação dos nexos que constituem Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 1717 os processos de gestão escolar e a sua relação com os determinantes socioeconômicos, considerando a natureza e a especificidade da or- ganização do trabalho pedagógico escolar. Esse período de prática busca promover, também, a reflexão crítica sobre a práxis pedagógica observada, enfatizando os elementos norteadores da ação do peda- gogo nas unidades escolares (como o conselho de classe, as reuniões pedagógicas, a formação continuada etc.), podendo gerar proble- matizações que podem se constituir em instrumento de iniciação à pesquisa e ao ensino. Finalizando o estágio no curso de Pedagogia, o Seminário Fi- nal de Estágio busca a síntese de todos os estágios, através da com- preensão dos principais conceitos acerca dos processos educativos formais e não formais, realizando a reflexão e autoavaliação das vi- vências de estágio no decorrer do curso. O seminário busca ainda a reflexão sobre os conhecimentos necessários para a formação profis- sional do professor e do pedagogo, com a elaboração de um relatório final e participação do seminário de apresentação, compartilhando suas conclusões de estágio. Cabe lembrar que nos dois volumes desta obra estão apre- sentados os textos de fundamentação e discussão dos estágios pro- postos para o curso de Pedagogia, e que as informações referentes à operacionalização desses estágios são discutidas e apresentadas nas teleaulas, na tutoria via rádio web e no AVA. Nosso desejo é que, com esses dois volumes, você possa desen- volver seu estágio coerentementeaos preceitos éticos exigidos dos profissionais da educação, visto que, no Brasil, essa é uma necessida- de cada vez mais intensa. Mônica Caetano Vieira da Silva Sandra Terezinha Urbanetz (Org.) Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. O rg an iza çã o O rg an iza çã o di dá tic o- pe da gó gi ca di dá tic o- pe da gó gi ca Introdução do Introdução do capítulocapítulo Logo na abertura do capítulo, você é informado a respeito dos conteúdos que nele serão abordados, bem como dos objetivos que o autor pretende alcançar. Nen hu ma pa rte de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 2020 SínteseSíntese Você conta, nesta seção, com um recurso que o ins- tigará a fazer uma reflexão sobre os conteúdos estudados, de modo a contribuir para que as conclusões a que você chegou sejam reafirmadas ou redefinidas. Indicações Indicações culturaisculturais Ao final do capítulo, as autoras oferecem algumas indicações de livros, filmes ou sites que podem ajudá-lo a refletir sobre os conteúdos estudados e permitir o aprofundamento em seu processo de aprendizagem. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Educação especial Regiane Banzzatto Bergamo Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Neste capítulo, vamos refletirNeste capítulo, vamos refletir sobre as sobre as ações pedagógicas que envolvem a docência com alunos que apresentam necessi- dades educacionais especiais, no contexto do ensino regular. A disciplina de Estágio em educação especial, no curso de Pedagogia da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter), tem como objetivos: –– observar e analisar as implicações didático-pedagógicas, quanto ao planejamento, conteúdos, objetivos, métodos, às avaliações e relação pedagógica no processo de inclusão; –– identificar e reconhecer os procedimentos e recursos adaptados às necessidades educacionais especiais; –– Tomando por base estudos teóricos realizados durante o curso, estabelecendo uma análise crítica da realidade esco- lar atual, refletir sobre a questão do professor face às novas demandas no ensino regular, frente ao processo de inclusão e às possibilidades das novas tecnologias para a educação especial. Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 2626 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 Nas últimas décadas, o sistema educacional brasileiro tem en- frentado inúmeras críticas, pois um grande número de crianças e ado- lescentes tem sido excluído do direito à educação. Esse movimento revela a falta de estrutura das escolas para atender a todos os alunos, indistintamente. O estágioO estágio O estágio é um dos componentes curriculares obrigatórios para a obtenção do certificado de licenciatura em Pedagogia, e deve ser realizado no decorrer do curso, nas diferentes etapas e modalidades da educação básica. Pimenta e Lima (2004) afirmam que o estágio é o “eixo central na formação de professores, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia a dia [...]. É atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na realidade” (p. 44-45), indispensável à formação do futuro docente. A educação especial, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394,de 20 de dezembro de 1996 (Brasil, 1996), é uma “modalidade de educação escolar oferecida pre- ferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais” essa lei assegura, ainda, que deve ter “início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil” (art. 58, § 3º), perpassando todos os níveis e as etapas do ensino com vistas a assegurar, aos educandos com necessidades especiais, currículos, pro- cedimentos metodológicos e avaliativos, recursos educativos e organi- zação específica para atender às diferentes necessidades de cada aluno em sua trajetória acadêmica. Portanto, nos diferentes níveis, etapas e Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo 2727 modalidades de ensino é possível encontrar alunos que apresentam necessidades especiais. Em consequência disso, é possível realizar o estágio em educação especial em qualquer um dos níveis, etapas ou modalidades que compõem o sistema de ensino brasileiro. Nessa perspectiva, os aspectos que discutiremos aqui poderão auxiliar as práticas pedagógicas, destinadas aos diferentes estágios exigidos no decorrer do curso de Pedagogia, tendo em vista os inú- meros e complexos desafios que as escolas do ensino regular enfren- tam para assegurar o direito constitucional de educação para todos, sem distinção. Fica evidente, cada vez mais, a dualidade entre ensino regu- lar (destinado aos estudantes ditos “normais”) e educação especial (destinada aos estudantes que apresentam necessidades especiais). Por isso, devemos ter consciência de que todos os alunos são espe- ciais, pois cada um aprenderá de forma particular, dependendo de inúmeros fatores imbricados nesse processo. Defendemos a formação de um professor-pesquisador que se sinta instigado, provocado a buscar respostas educativas eficazes, para cada uma das diversas situações complexas e singulares que enfrenta, diante das diferentes necessidades de seus alunos e, por meio dessas pesquisas, possibilitará sistematizar o conhecimento, visto que é ne- cessário “ter cientificidade no trato das coisas, desenvolver o espírito crítico e distinguir a essência da aparência” (Cunha, 2004, p. 127). A realização do estágio, independentemente da etapa e da mo- dalidade da educação básica, pretende que você, aluno, desenvolva uma dimensão investigativa, que se constitui como elemento arti- culador entre o conhecimento teórico e a atuação prática, de forma interdisciplinar, entre os diferentes campos do conhecimento, focali- zando a sua ação nos procedimentos de observação e reflexão, visan- do compreender e atuar em situações contextualizadas (Brasil, 2002). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 2828 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Pro- fessores da Educação Básica em Nível Superior, aprovadas em 18 de fevereiro de 2002, em seu art. 3º, apontam eixos norteadores que devem ser contemplados durante o período de formação inicial dos alunos dos cursos de licenciatura. Entre esses eixos, destacamos o “da pesquisa, com foco no processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que ensinar requer tanto um dispor de conhecimentos e mobilizá-los para a ação, como compreender o processo de constru- ção do conhecimento”. Nesse sentido, você, futuro professor/peda- gogo, ao realizar o estágio em educação especial, deverá desenvolver um olhar de pesquisador, crítico e reflexivo, sobre os indicadores que emergem no contexto educativo, tendo em vista a diversidade de alunos que interatuam em uma sala de aula, visando propiciar, a eles, o acesso aos saberes que compõem o currículo escolar. Pesquisar é uma palavra derivada do latim e, de acordo com Ferreira (2004, p. 624), refere-se a “uma investigação e estudo, mi- nuciosos, com o fim de descobrir conhecimentos”. É um princípio científico e educativo importante para se obter conhecimento apro- fundado sobre determinado assunto, o qual promoverá um novo conhecimento; logo, a realização de pesquisa é imprescindível para a formação do pedagogo/professor (Demo, 2005). Dessa forma, o estágio em educação especial, em escolas da rede regular de ensino, proporcionará uma relevante aprendizagem, ao possibilitar que você observe, indague e analise a proposta pedagógica elaborada pela es- cola, quanto ao atendimento dos alunos que apresentam necessi- dades educacionais especiais e, além disso, você poderá estabelecer um comparativo com a prática educativa promovida nas diferentes turmas. Com base nos dados levantados, é indicado que você, como estagiário, retome a fundamentação teórica dos diferentes campos Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo 2929 do conhecimento, que estruturam o currículo do curso de Pedago- gia, com o intuito de reelaborar o seu conhecimento para que possa entender as manifestações que afloram no espaço escolar, superá- -las e apontar para diferentes respostas que subsidiarão a sua prática profissional futura. A pesquisa, portanto, promove a leitura crítica da realidade, a busca de informação adequada, a reconstruição e par- ticipação histórica (Demo, 2005). O desafio suscitado em universalizar o acesso, a permanên- cia e o prosseguimento da escolaridade de alunos com necessidades educacionais especiais, na rede regular de ensino, tem provocado mudanças nas práticas pedagógicas desenvolvidas no interior das escolas. Para oferecer oportunidade de aprendizagem a todos os alu- nos, ajustando o fazer pedagógico às diferenças individuais de cada estudante, novas práticas pedagógicas, objetivando uma educação inclusiva, devem ser desenvolvidas. “Concebida como um dos componentes da mudança”(Nóvoa, 2002, p. 28), a formação de professores está intimamente ligada à construção de uma escola de qualidade para todos. Diante dos de- safios propostos pela inclusão, no contexto escolar de alunos com necessidades especiais, cabe aos cursos de formação de professores desenvolverem, nos profissionais em formação, a capacidade de pes- quisa e a capacidade de confrontar suas pesquisas com os conceitose teorias já estudados. Nessa perspectiva, o estágio em educação especial é elemento importante para a sua formação inicial, futuro pedagogo/professor, por representar um período de aproximação com o contexto em que você atuará, ao promover vivências diversas no ambiente escolar, que permitem observar a estrutura, a organização e o funcionamen- to da escola em movimento e, mais especificamente, possibilitar a você a oportunidade de refletir sobre as diferentes necessidades e Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 3030 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 potencialidades dos alunos, e a perspectiva de construir uma prática docente em que todos se sintam acolhidos. Libâneo e Pimenta (1999) afirmam que, desde o início do curso de licenciatura, é imprescindível integrar, às situações práticas, os con- teúdos das disciplinas, para permitir que você experimente soluções e organize um referencial teórico a partir dos elementos emergidos do campo da prática. O estágio serve, portanto, como instância inicial de aprendizagem em sua formação, para que você estabeleça um olhar para o cotidiano escolar, uma vez que é nesse espaço que se manifes- tam os fenômenos educativos, que suscitam investigação e busca do referencial teórico para melhor compreendê-los. O estágio é, nesse sentido, um marco inicial na construção da sua identidade profissional como futuro professor/pedagogo, pois, a partir da reflexão e da análise crítica, essa identidade profissional irá se construir e se transformar ao se confrontar com a realidade escolar. Para tanto, é necessário que o estágio em educação especial se desenvolva de forma significativa, uma vez que contribuirá para desvelar a realidade escolar, na medida em que se relacionar às ações que envolvem alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, no contexto do ensino regular. Dessa forma, esse estágio possibilitará que você reflita sobre a experiência vivenciada nos con- textos escolares e proporcionará a elaboração de uma práxis na qual teoria e prática estejam imbricadas. A educação especial inclusivaA educação especial inclusiva O documento orientador chamado Educação Inclusiva: direito à di- versidade, elaborado pelo Ministério da Educação – MEC –, escla- rece que os conceitos de educação inclusiva e de educação especial são complementares, uma vez que educação inclusiva refere-se a: Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo 3131 um movimento que compreende a educação como um direito humano fundamental e base para uma sociedade mais justa. [...] preocupa-se em atender todas as pessoas a despeito de suas características, desvan- tagens ou dificuldades e habilitar todas as escolas para o atendimento na sua comunidade, concentrando-se naqueles que têm sido mais ex- cluídos das oportunidades educacionais ( Brasil, 2005, p. 23) Nesse documento, o MEC esclarece que, quando falamos em concepção inclusiva, estamos nos referindo ao atendimento de todos os alunos e não apenas daqueles que apresentam alguma deficiência. Portanto, o discurso adotado por algumas escolas e/ou professores – “em minha escola temos alunos de inclusão” ou “em minha sala de aula há alunos de inclusão” – não é adequado, uma vez que todos devem ser acolhidos, atendidos e trabalhados pedagogicamente to- mando por base suas necessidades individuais. É nessa perspectiva que o documento chamado Política nacio- nal de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, aprovado em 7 de janeiro de 2008, retoma o conceito de educação especial as- segurado pela LBDEN de 1996, e contextualiza esse conceito, apoia- do em mais de uma década de estudo e pesquisa, como se tratando de: uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, dis- ponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orien- ta os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular. (Brasil, 2008b, p. 16) Portanto, compreendemos que a educação especial vem subsidiar a efetivação de uma educação inclusiva por meio de uma proposta peda- gógica que assegura recursos e serviços para apoiar, complementar, su- plementar e/ou substituir serviços educacionais comuns (Brasil, 2001b). Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 3232 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 Entender que todos os alunos são diferentes entre si e que cada Entender que todos os alunos são diferentes entre si e que cada um apresenta possibilidades e limitações singulares é uma tarefa um apresenta possibilidades e limitações singulares é uma tarefa fácil. No entanto, atuar de forma educativa mediante essas diferenfácil. No entanto, atuar de forma educativa mediante essas diferen-- ças e, ainda, fazer com que elas contribuam para o processo de ças e, ainda, fazer com que elas contribuam para o processo de ensino e de aprendizagem de todos os alunos, é muito difícil. ensino e de aprendizagem de todos os alunos, é muito difícil. Portanto, para garantir a inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais, não apenas como acesso, mas como per- manência e prosseguimento nos estudos, é importante que o sistema de ensino organize a estrutura física das escolas, dos equipamentos, dos materiais didáticos diversos, bem como é necessário o investi- mento em recursos humanos e, principalmente, na formação dos profissionais da educação. A formação docente A formação docente em tempo de inclusãoem tempo de inclusão Uma prática pedagógica que trabalhe os conhecimentos de forma linear, mecânica e fragmentada, não atende às necessidades dos alu- nos e da sociedade, uma vez que não estabelece as relações existentes entre os elementos que fazem parte dessa organização e gera crítica sobre o papel do professor como profissional da educação. Imbernón (2005, p. 14) afirma que: o contexto em que trabalha o magistério tornou-se complexo e di- versificado. Hoje, a profissão já não é a transmissão de um conheci- mento acadêmico ou transformaçãodo conhecimento comum do alu- no em um conhecimento acadêmico. A profissão exerce outras funções: Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo 3333 motivação, luta contra a exclusão social, participação, animação de grupos, relações com as estruturas sociais, com a comunidade. O fato de crianças e jovens, com diferentes potencialidades e necessidades, frequentarem um mesmo espaço escolar, impulsiona as instituições de ensino a buscarem ações pedagógicas diferentes das dos moldes atuais, que evidenciam conservadorismo e seletivi- dade nos processos de ensinar e de aprender. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciên- cia e a Cultura (Unesco), desde 1988, preocupada com as questões da área educacional, discute alguns aspectos relevantes quanto aos diferentes serviços ofertados para a população nessa área, aponta a estreita relação existente entre qualidade de ensino e a forma- ção de professores, ressaltando que a qualidade dos serviços edu- cacionais para pessoas com deficiência depende da qualidade da formação. Ao tratar da educação especial, a Unesco defende alguns pressupostos, como a obrigatoriedade da inclusão de conhecimen- tos sobre o atendimento aos alunos, de diferentes etapas e níveis de ensino, com necessidades especiais, nos cursos de formação inicial e continuada de professores, incentiva programas de formação es- pecífica em educação especial e para a ressignificação do papel dos professores de educação especial (Baumel, 2003). Esses pressupostos vêm de encontro com o documento elabo- rado em 1994, na Conferência Mundial Sobre Necessidades Educa- tivas Especiais: Acesso e Qualidade, em Salamanca, na Espanha, o qual defende a escola para todos, denominada escola inclusiva, pau- tada na não restrição ao ambiente educativo a todas as pessoas, in- dependentemente de suas potencialidades ou limitações (sejam es- sas limitações de ordem pedagógica, emocional, física, cultural, ou quaisquer outras). Dessa forma, o documento aponta para um novo Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 3434 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 conceito sobre a palavra deficiência, de necessidades especiais que o ser humano possa apresentar, do especial no contexto educacional e, sobretudo, da importância do papel do professor, ao afirmar que “a preparação adequada de todos os profissionais da educação é tam- bém um dos fatores-chaves para propiciar a mudança [...]”. (Brasil, 1994, p. 37) A formação inicial e continuada dos profissionais da educação, no Brasil, foi objeto de referência da LDBEN/1996, a qual desen- cadeou mudanças no sistema educacional brasileiro, principalmente em relação à formação de professores. Desde as últimas décadas, autores como Mantoan (2003), Im- bernón (2005), Tardif (2005), Nóvoa (2002), Alarcão (2001), entre outros, vêm discutindo as novas tendências na área de formação de professores e destacam a reflexão como elemento estruturador da prática educativa, tendo em vista a atenção à diversidade no con- texto educativo, na busca de caminhos que levem à superação dos obstáculos que a tarefa de ensinar implica. Tardif (2005), em seus estudos, define quatro dimensões de sa- beres docentes – os “saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais” (p. 36). Os saberes profissionais, classificados como os conhecimentos científicos pro- venientes das ciências da educação, que fundamentam as teorias e as concepções, que permeiam a prática educativa, os quais são trans- mitidos no decorrer do curso de formação docente pelas instituições de formação de professores. Sobre saberes disciplinares, o autor diz que são constituídos pelos diferentes conhecimentos, tratados pelos diversos campos da ciência. Os saberes curriculares, para o autor, são os conteúdos, objetivos e metodologias presentes no projeto pe- dagógico da escola. E, por fim, os saberes experienciais dos profes- sores, que são construídos a partir das ações pedagógicas adotadas Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo 3535 pelo professor, no cotidiano escolar, frente às diversas situações que emergem no espaço educacional diariamente (Tadif, 2005). Nóvoa (2002) defende que a formação de professores de- sempenha um papel relevante na constituição de uma nova profis- sionalização docente e aponta três dimensões como referência, as quais destacam o desenvolvimento pessoal, o profissional e o orga- nizacional. O desenvolvimento pessoal implica possibilitar meios ao professor para que ele desenvolva um pensamento autônomo e de autoformação para a construção de sua vida profissional, funda- mentado em uma concepção crítico-reflexiva. O professor constrói sua identidade pessoal a partir de um trabalho de reflexividade crí- tica sobre as práticas pedagógicas, desenvolvidas por meio de trocas de experiências entre os seus pares, propiciando a criação de redes coletivas de trabalho. Nóvoa (2002) ainda aponta que instigar cada professora assumir a responsabilidade pelo seu próprio desenvolvi- mento profissional, reconhecendo os seus saberes e buscando em- basamento teórico e conceitual em relação ao seu fazer pedagógico, constitui a dimensão do desenvolvimento profissional. O desenvolvimento organizacional ocorre quando a escola é concebida como um ambiente educativo, o que possibilita um mo- vimento articulado entre o trabalho pedagógico da escola e o de- senvolvimento profissional do professor, com vistas à transformação das ações pedagógicas adotadas no contexto escolar. Dessa forma, as mudanças significativas ocorrerão no interior das escolas quando os professores desenvolverem o “saber analisar e saber analisar-se” (Nóvoa, 2002, p. 27), ou seja, refletirem sobre as suas práticas educa- tivas e sobre o funcionamento da organização escolar. Para que a escola possa cumprir os princípios que norteiam o atendimento aos alunos que apresentam necessidades educacio- nais, ela deverá refletir sobre o seu real papel e rever as suas práticas Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p oder á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 3636 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 pedagógicas. Essa mesma reflexão e essa mesma avaliação são igual- mente necessárias ao professor, pois para que novos procedimentos possam ser desenvolvidos, há a necessidade de uma reorganização nos aspectos estruturais que envolvem a dinâmica educativa no in- terior da escola. Implicações didático-pedagógicasImplicações didático-pedagógicas A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular não prevê um currículo diferenciado, mas, sim, um currículo comum a todos. São indicadas adaptações curriculares, quando se faz necessário, para que o aluno possa adquirir conheci- mentos estabelecidos para o nível e a etapa que frequenta. O acesso, a permanência e o prosseguimento nos níveis de en- sino às pessoas com necessidades educacionais especiais são fatores que se respaldam em uma proposta pedagógica que tem como eixo estruturador a atenção à diversidade. O planejamento do trabalho a ser desenvolvido deverá ocorrer com base na concepção dos objeti- vos, da seleção e da organização sequencial dos conteúdos, adequan- do-os aos diversos estilos e ritmos de aprendizagem dos alunos. A escolha dos procedimentos metodológicos significativos deve estar de acordo com a faixa etária e o interesse dos estudantes, e a escola deve elaborar procedimentos de avaliação numa perspectiva proces- sual, considerando o avanço apresentado pelo aluno e as possibili- dades futuras. O desenvolvimento desse trabalho é de competência de todos os profissionais que atuam naquele contexto educativo, em diferentes níveis de responsabilidade e de execução para que uma proposta inclusiva possa ser implantada com sucesso. Não se pode negar a responsabilidade do pedagogo/coordenador pedagógico e da direção da escola quanto a fundamentos teórico-práticos, voltados Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo 3737 às necessidades dos professores, ações adminitrativas que venham contribuir com o êxito da proposta pedagógica, como adoção de critérios para a escolha de professor, para a organização de turmas regulares e para apoio pedagógico no contraturno, entre outros. En- tretanto, o professor terá uma responsabilidade ímpar, uma vez que é a pessoa que articulará todo esse processo em sala de aula junto com seus alunos. É comum ouvirmos os professores dizerem que não possuem especialização em Educação Especial e que, portanto, não poderão atender a alunos que apresentam necessidades educacionais espe- ciais; entretanto, também é comum conhecermos professores que, ainda que não possuam especialização nessa área, atendem ou aten- deram a alunos com alguma necessidade especial. Não queremos di- zer, com isso, que os conhecimentos específicos não são importantes, mas a garantia do acesso ao currículo desses alunos se estabelece a partir das atividades realizadas nos diferentes campos do conheci- mento. Portanto, é imperativo que todo professor, quer atue no ensi- no regular, quer no ensino especializado, tenha domínio em relação aos diversos conhecimentos trabalhados nas diferentes etapas e nos níveis em que atua, aos procedimentos metodológicos que devem ser adotados e ao entendimento do processo de construção desse conhecimento em cada aluno avaliado, trabalhado nas diferentes disciplinas que abordam as metodologias. Falar sobre atuação pedagógica e alunos que apresentam ne- cessidades especiais, não significa eliminar todos os procedimentos já adotados. Na verdade, trata-se de adaptar e realinhar a atuação pedagógica para tornar o currículo pertinente a todos os alunos. A atenção à diversidade deve ser o eixo estruturador do enfoque peda- gógico, o qual, muitas vezes, implicará planejar adaptações necessárias para permitir que o aluno se aproprie dos diferentes conhecimentos Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 3838 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 que compõem o currículo. Entendemos por adaptações curriculares os procedimentos de ajuste que se promovem no planejamento escolar e pedagógico, a fim de proporcionar auxílio, recursos e medidas pe- dagógicas especiais, ou de caráter extraordinário, diferentes dos que habitualmente a maioria dos alunos requer (Brasil, 1999). As adaptações curriculares são classificadas como de grande porte, ou significativas, e de pequeno porte, ou não significativas. As de grande porte se referem aos ajustes que devem ser realizados, de forma ampla, na sociedade ou nas escolas e competem às esferas político-adminstrativas superiores, como as secretarias estaduais e municipais de educação, e pela direção das escolas. Já as adaptações curriculares de pequeno porte são pequenos ajustes que podem ser realizados no currículo escolar pelo próprio professor. Além disso, podem ser realizadas em relação a objetivos e conteúdos, procedi- mentos didáticos e atividades, processos de avaliação e, ainda, quan- to à temporalidade (Brasil, 1999, p. 11). Sánchez Palomino e Torres Gonzáles (1998, p. 40) propõem eixos que deverão ser observados para garantir a construção de res- postas educativas eficazes por parte dos alunos que apresentam neces- sidades educacionais especiais, mediante as adaptações curriculares: Necessidades especiais de adequação curricular De adaptação de objetivos – Priorização de alguns objetivos – Introdução de objetivos complementares – Introdução de objetivos alternativos – Eliminação de objetivos – Sequenciação específica de objetivos De adaptação de conteúdos – Priorização de alguns conteúdos – Introdução de conteúdos complementares Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Regi an e Ba nz za tto B er ga mo Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo 3939 – Introdução de conteúdos alternativos – Eliminação de conteúdos – Sequenciação específica de conteúdos De adaptação metodológica – Utilização de métodos e procedimentos alternativos – Seleção de atividades alternativas – Seleção de atividades complementares – Utilização de materiais didáticos específicos De adaptação da avaliação – Utilização de critérios específicos de avaliação – Seleção de critérios específicos de promoção – Modificação de instrumentos e procedimentos de avaliação pre- vistos para o grupo De adaptação do tempo – Modificação do tempo previsto para um ciclo e/ou etapa – Modificação do tempo previsto para desenvolver alguns objeti- vos e/ou conteúdos determinados. Os mesmos autores propõem, também, outros eixos para or- ganização das necessidades especiais: prover meios de acesso ao cur- rículo, como fornecer situações educativas especiais quanto à locali- zação da instituição escolar que o aluno participa, prover de recursos pessoais em relação aos serviços de avaliação multidimensional, serviços de reforço pedagógico, tratamentos reabilitadores perso- nalizados e outros serviços educativos ou paraeducativos. Sánchez Palomino e Torres Gonzáles (1998), indicam, também, a necessida- de de dispor de materiais específicos, que tornam-se facilitadores de deslocamento e da comunicação e, finalmente, de medidas de acesso físico ao ambiente escolar e às suas dependências, que se trata de afastar da escola as barreiras arquitetônicas exteriores e as interiores Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 4040 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 (p. 116), para que os todos os alunos possam ter acesso à instituição e dentro dela transitar livremente. Conhecer o passado Conhecer o passado para mudar o futuropara mudar o futuro Quando se trata de alunos que apresentam necessidades educacio- nais especiais no ensino regular, o sistema educacional brasileiro espera, dos professores, um desempenho de conhecimentos espe- cíficos, a fim de atender a todos os estudantes. É necessário, então, que resgatemos uma breve contextualização histórica, para que pos- samos entender o movimento internacional em prol de uma escola para todos, uma vez que reflete decisões de movimentos sociais mais amplos, que defendem, sem discriminação, a garantia dos direitos humanos, o respeito às diferenças e o acesso de todos a bens e ser- viços disponíveis na sociedade que, por sua vez, percorreu diversas fases em relação ao atendimento de pessoas com necessidades edu- cacionais especiais. Nos tempos remotos, anteriores à Era Cristã, devido à falta de conhecimento científico sobre a deficiência e acreditando que se tratava de castigo divino, as pessoas com deficiências eram mortas ao nascer. A partir da Era Cristã, as pessoas com deficiências passaram a ter direito à vida, fundamentadas pelos milagres realizados por Jesus Cristo em pessoas cegas e paralíticas. Contudo, as questões sobre de- ficiências eram ligadas ao misticismo e ao ocultismo, e acreditava-se que a família em que, por ventura, nascia uma criança deficiente, esta- va sendo castigada por Deus e pagando por um pecado praticado por alguém. Isso gerava vergonha e marcava essa família negativamente Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo Re gi an e Ba nz za tto B er ga mo 4141 na comunidade. Dessa forma, as pessoas deficientes, embora tivessem suas vidas poupadas, eram rejeitadas pelas famílias e abandonadas à própria sorte (Ribeiro, 2003). No século XVII, os deficientes eram internados em institui- ções excludentes, onde permaneciam junto de delinquentes ou as- sassinos, e eram totalmente excluídos do convívio social (Bautista Jiménez, 1997). Os primeiros registros de que se têm notícias sobre o atendimen- to prestado às pessoas com deficiências datam do final do século XVIII e do início do século XIX, quando a sociedade tomou consciência da necessidade de prestar apoio a essas pessoas. Um exemplo é a França, que, no final do século XVIII, organizou instituições para atender a pessoas com deficiências visuais e auditivas. Porém, esse apoio era me- ramente assistencial, pois o discurso era respaldado na necessidade de protegê-las da sociedade. Entretanto, sabemos que, na verdade, elas é que eram consideradas um perigo (Sassaki, 1997). Em 1800, o médico francês Jean Itard (1774-1836) não me- diu esforços para educar um menino que foi encontrado em uma floresta. Victor de Aveyron, como passou a ser chamado, foi consi- derado ineducável, uma vez que tinha permanecido por muitos anos em contato com animais. Itard elaborou um programa baseado em procedimentos médicos e pedagógicos, por meio de treinamentos e exploração dos canais sensoriais, com o intuito de desenvolver as estruturas cognitivas de Victor. O garoto não demonstrou avanço significativo aos estímulos e os resultados foram considerados pou- co otimistas, mas, apesar disso, a metodologia adotada por Itard se expandiu por toda a Europa (Ribeiro, 2003). Cabe destacar, também, os trabalhos realizados pelo médico francês Phillippe Pinel, que aprofundou muito os estudos sobre as do- enças mentais e dedicou seu trabalho à humanização dos tratamentos Ne nh um a p ar te de sta pu bli ca çã o p od er á s er re pr od uz ida po r q ua lqu er m eio ou fo rm a s em a pr év ia au tor iza çã o d a E dit or a I bp ex . A vi ola çã o d os di re ito s a uto ra is é c rim e e sta be lec ido na Le i n º 9 .61 0/1 99 8 e pu nid o p elo ar t. 1 84 do C ód igo P en al. 4242 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 O e st ág io n o cu rso d e Pe da go gi a — v ol . 1 para essas pessoas. Nessa época, quando uma pessoa apresentava esse tipo de problema, era tratada com procedimentos violentos e eletro- choques. Com base nesses exemplos, podemos perceber que, por volta dos anos 1800, era adotado um modelo clínico para o atendimento às pessoas que apresentavam alguma deficiência. Defendia-se que a pessoa deficiente era considerada doente, que necessitava de atendi- mento médico institucionalizado, segregando-a de seus familiares e amigos para a realização de tratamento. No século XX, com os avanços das pesquisas científicas e com a contribuição da psicologia, que se firmou como ciência ao colabo- rar com a investigação
Compartilhar